Blossoming Heart escrita por Alyssa


Capítulo 12
Sombras do passado


Notas iniciais do capítulo

Gente, cheguei lol

Então, esse capítulo ficou menor que o outro, desculpe u_u ~A intenção é essa mesmo, então não me batam -q
Sabem, né. Logo tem capítulo novo, então nem vão sentir tanta falta assim u_u
Essa capítulo serve para puxar um certo mistério ai u3u então teve outros sendo centro dele.


Boa leitura ♥



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Capítulo 11 — Sombras do passado

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— Eu te vi naquela noite. — Kikyou disse rapidamente. — Com aquele homem… Ele é estudando aqui, certo?

— Você deve estar se confundindo. — Naraku resmungou. — Há muitas pessoas parecidas por aí.

— Hayato, não é? — Kikyou Insistiu. — Ele fez uma bela bagunça na boate. — Cruzou os braços séria.

— Você viu a cena, então. — Naraku olhou a hora em seu relógio de pulso. — Ele é sobrinho do meu cunhado. — Disse por fim.

— Seu cunhado… — Kikyou estava confusa. — Você tem uma irmã?

— Eu tinha. — Murmurou de qualquer jeito. — Agora volte para sua sala.

— Espera! — Kikyou o segurou novamente. — Professor… Não. — Respirou fundo. — Naraku...  Eu estou apaixonada por você.

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Naraku se virou rapidamente para Kikyou ao ouvir tais palavras. O espanto em seu semblante era notável. O tempo havia parado para ela, afinal havia conseguido por seus sentimentos em palavras. Claro que Kikyou não achou que fosse dizer tão de cara a ele, não sem antes preparar o coração dele. E agora poderia ter colocado tudo a perder.

O ar fugiu dos seus pulmões.

 

Naraku abriu a boca para falar algo, mas desistiu. Em vez disso, fechou seus olhos por alguns segundos. Delicadamente soltou a mão dela de si. Olhou a hora em seu relógio de pulso novamente e voltou a encará-la. Ela lhe olhava com um misto de medo e ansiedade. Os sentimentos em seus olhos estavam tão bagunçados, que já nem tinha mais certeza do que havia ouvido.

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— Senhorita Kikyou, volte para sua sala agora. — Dito isso, Naraku saiu da sala.

— Naraku! — Kikyou correu até o corredor, mas ele já havia sumido. — “Ele nem me respondeu... “. — Fraca, ela se encostou na parede.

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O dia felizmente havia passado rapidamente para si. Em seu quarto, Kikyou estava sentada de frente à penteadeira desde que chegou. Encarava seu reflexo no espelho, como se assim pudesse conseguir as respostas que tanto procurava. O fato era, ele havia fugido sem mesmo lhe dizer algo. Nem sim, nem não. Mesmo que fosse ser o tal “não”, ela ao menos teria uma resposta.

Kikyou novamente respirou fundo. A semana havia começado interessante para si. Ela sabia que a culpa maior era sua, com certeza. Porém, também sabia que se não desse o primeiro passo, nunca conseguia sair do lugar. Ela havia mesmo se apaixonado por Naraku e, isso não poderia mudar mais. De cabeça erguida, ela iria com essa história até o fim. Se tivesse sido recusada por ele, então talvez pudesse parar com esse amor, mas não veio nada dele. Esse era o sinal verde para prosseguir… E ela estava disposta a isso.

Perturbada com tantos pensamentos, Kikyou precisava desabafar com alguém. Eram muitos sentimentos para guardar simplesmente para si. De fato, pensou em falar com Kagome, mas notou que a mesma estava um tanto perdido nos próprios pensamentos. Ela decidiu não levar outra carga para cima da irmã. Portanto, a sua amiga, Emi, era sua melhor escolha no momento, afinal se conheciam desde o final do colegial.

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— Espero que ela me atenda. — Discou o número. — “Mal nos falamos hoje, entretanto.”

 Alô? — Emi atendeu, parecia estar com a voz sonolenta.

— Emi, você estava dormindo? — Kikyou se sentiu mal por acordá-la.

— Não, apenas cochilei, enquanto lia o resumo de hoje. — Riu do outro lado da linha.

— Está livre para um sorvete e uma pilha de desabafos? — Kikyou suspirou.

— Enfim irá me falar sobre a sua misteriosa paixão? — Emi do nada soou animada.

— Digamos que sim… — Disse Kikyou.

 Então vamos! — Emi concordou. — Eu te encontro no lugar de sempre então.

— Ok, estarei saindo logo. — Kikyou murmurou. — Até depois.

 Uhm, até. — Emi desligou.

Com o celular ainda em mãos, Kikyou voltou a se observar no reflexo do espelho. Aquela era ela no fim, pela primeira vez pedido ajudando sobre relacionamento para outros. De fato, as coisas haviam mudado muito nesse ano.

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~*~

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Depois das aulas, Rin não foi para casa como de costume. Estava tão irritada com a suposta “ameaça” de Sesshoumaru, que preferiu ir a biblioteca do centro antes. Seu plano era passar a tarde toda lá, voltar apenas no início da noite para casa. Na verdade, ela precisava pensar em como sairia dessa história sem virar o alvo de fofocas da faculdade. Apesar de faltar pouco para se formar, ainda dava tempo de ser o centro das atenções.

Rin passou pela recepção da biblioteca, cumprimentando uma velha conhecida já. Atrás dela havia um calendário, que marcava o final de outubro já. Pensando bem, faltava pouco menos de 4 meses para finalmente se formar. O ano havia passado tão rápido a um nível que Rin nem percebeu. Logo seria natal também… Outro sem eles.

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— Outra pesquisa monstruosa? — A bibliotecária falou, ao ver Rin parada encarando algo.

— Ah, hm, não. — Rin respondeu, um pouco perdida. — Eu vim passar o tempo dessa vez.

— Está precisando mesmo. — Ela concordou. — Sua expressão parece tão abatida.

— Foi um longo ano esse. — Rin suspirou. — Eu estou feliz de logo está me formando. — Revelou.

— Você fez bem. — Ela sorriu. — A vida passa rápido assim também, então não perca muito tempo pensando o que irá fazer.

— Eu vou me lembrar disso. — Rin sorriu. — E vou seguir isso com cuidado.

— Sim. — Ela sorriu também. — Agora vá e descanse um pouco, não há ninguém no seu cantinho preferido.

— Ah, obrigada. — Rin agradeceu, entrando.

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Rin caminhou até o final da biblioteca, onde ficavam os acervos mais importantes do lugar. No meio do caminho puxou um livro qualquer para ler. No momento não estava sendo muito seletiva com a leitura, qualquer coisa simples estaria de bom tamanho para si. Entretanto, não poderia se deixar levar e pegar um livro sobre literatura erótica do nada. Olhou a capa na hora e respirou aliviada.

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— Uma história misteriosa com detetives irá me ajudar a pensar em outras coisas. — Folheou rapidamente o livro. — Hm, consigo terminar ainda hoje…

— …onde deve estar? — A voz de um garoto lhe chamou atenção. — Eu não entendo nada disso!

— Hm? — Rin ficou observando-o. Ele parecia aborrecido e perdido. Logo lembrou daquelas crianças perdidas no mercado. — Com licença?

— Hã? — Ele parou no lugar e olhou para Rin. — Sim?

— Você está procurando algo em específico? — Não trabalhava ali, mas conhecia o lugar com a palma de sua mão.

— Ah, sim. — Ele sorriu descontraído. — Eu preciso muito desse livro para uma pesquisa.

— Ah. — Rin olhou o nome no papel. — Você está na secundária?

— Sim. — Ele voltou a sorrir. — Ano que vem irei para a faculdade Shikon.

— Oh, ano que vem estarei me formando ali. — Rin sorriu com a coincidência.

— Sério? — Seus olhos brilhavam. — Que incrível, uma veterana! Eu sempre achei a Shikon brilhante.

— Oh, é um ótimo lugar mesmo. — Rin se afastou um pouco constrangida. — “Ele brilha muito!”

— Obrigado por sua ajuda. — Ele voltou a agradecer.

— Eh?! é mesmo, o livro! — Rin voltou a si. — Eles ficam neste corredor aqui. — Caminhou na frente guiando o caminho.

— Hm, entendi. — Seguiu-a. — Fui salvo graças a você.

— Imagina, eu também já fui ajudada assim. — Rin lembrou de sua veterena. — Acho que devemos seguir com as boas ações adiante.

— É uma ótima filosofia essa. — Ele pegou o livro. — Estarei indo agora. — Se curvou de leve. — Espero encontrá-la antes da formatura.

— Obrigada. — Sorriu simplesmente. — Sim, até lá tenha cuidado, então. — Rin acenou também. — “Ele parece mesmo um bom garoto… Ah, nem nos apresentamos…”

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Após o episódio com o garoto da secundária, Rin pode enfim se apossar do seu cantinho secreto. Ao final do corredor de acervos, existia uma porta que dava a um tipo de sala, onde eram feitas algumas apresentações paras as crianças. Haviam algumas almofadas e puffs coloridos espalhados pelo local. Em uma das paredes havia uma grande janela de vidro, esta que dava vista para um pequeno jardim de inverno. O ambiente por si só era aconchegante. Desde que começou a ir a biblioteca sozinha, Rin sempre passava suas tardes lendo ali.

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— Enfim, essa é a minha verdadeira toca. — Rin caminhou até o puff mais próximo, sentando-se.  — Nada como uma agradável tarde de leitura.

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Inspirou o ar puro e limpo do ambiente, sentindo toda a carga pesada ir embora. Fechou seus olhos por alguns segundos e deixou sua mente esvaziar. Qualquer tipo de pensamento irritante do dia se foi, deixando a leveza do momento tomar conta de si. Oh sim, precisava fazer esse ritual mais vezes até se formar. E de preferência num lugar relaxante como esse.

Rin abriu os olhos devagar. Agora sim, estava pronta para começar a sua excitante leitura misteriosa. Abriu o livro com cuidado, examinando cada detalhe da contra-capa. Leu os agradecimentos da autora e se preparou para ler a primeira frase escrita por ela, Agatha Christie, uma de suas autoras preferidas... Ela apenas se preparou, isto, porque no mesmo instante seu celular vibrou, roubando toda a sua maravilhosa concentração.

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— Só pode ser brincadeira! — Deixou o livro de lado, pegando o bendito celular. — Quem raios me incomoda justo agora? — Ao olhar o nome no visor simplesmente atendeu. — Kanna?

 Finalmente, Rin! — Kanna suspirou. — Estou tentando falar com você a horas.

— Sério?! — Rin estranhou. — Estive com o celular o tempo todo, mas não teve nenhuma chamada.

 Muito estranho, mas agora deu. — Kanna murmurou. — Me escuta com cuidado.

— Pode falar. — Rin se ajeitou no puff. — Sou toda ouvidos.

— A coisa é séria, minha amada. — Ela voltou a suspirar. — Você está a ponto de se tornar o assunto do ano.

 O que?! — Rin pulou no puff. Naquele instante deu graças por ter fechado a porta da sala. — Do que você está falando?

— Do seu mico de hoje cedo, é claro! — Rin podia jurar que Kanna havia revirado os olhos.

— Só pode ser brincadeira. — Rin massageou suas têmporas. — Eu simplesmente não pensei na hora.

— Na verdade você dificilmente pensa antes. — Lembrou Kanna.

 Ei! — Rin resmungou. — Não precisa falar desse jeito…

— Ok, me desculpe. — Kanna riu baixinho. — Eu vou te ajudar com isso, não se preocupe.

— Hm?! — RIn estava confusa. — E como planeja fazer isso?

— Venham aqui em casa e vai saber como. — Sem esperar resposta, Kanna simplesmente desligou.

 Ei? — Rin tentou chamar, mas já havia desligado. — E mais essa agora. — Suspirou olhando o livro. — Bem, eu vou te levar para casa, meu querido Poirot. — Frustrada, Rin deixou a sala.

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~*~

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Residência Ikeda

Naquele dia, Sango estava livre do seu trabalho, desde que havia levado sua mãe para um retorno ao médico. Apesar de um pouco de teimosia por parte dela, resolveu ceder e aceitar o tratamento. A Senhora Ikeda sabia que a filha não desistiria tão facilmente do seu bem estar. Porém, estava disposta a fazer algumas trocas com a filha, caso ela continuasse a lhe amavelmente ameaçar.

Enquanto Sango fazia uma pequena faxina na casa, sua mãe olhava e organizava alguns documentos antigos. Na verdade, seus pais fariam 25 anos de casados na próxima sexta. Sango gostaria de rever as fotos de casamento deles, desde que a falta do pai era grande. Passaram-se 15 anos desde que tudo aquilo aconteceu na sua família. Embora ela tivesse com 8 anos na época, não pode ficar junto de seus pais. Por segurança, sempre estudou em colégio interno, mas após tudo isso, teve que largar o luxo e estudar em uma simples escola do bairro. Entretanto, Sango gostava mais do que a antiga escola culta.

Sango nunca a forçou, mas sabia que sua mãe escondia mais do que revelava. Ela tinha certeza que seu pai era inocente, mas nunca entendeu porque ele confessou ser o único culpado do crime. No decorrer disso, todos os bens da família foram bloqueados, deixando ambas na rua. Sua mãe que na época era mais forte, cuidou muito bem dela. Todavia, depois de tanto trabalhar para conquistar o pouco que tinham, acabou caindo doente. Sango pensou em simplesmente largar os estudos e trabalhar, mas sua mãe não permitiu em nenhum minuto tal coisa. Em vez disso, Sango usou sua raiva para estudar ainda mais e se formar advogada. Desse jeito ela limparia o nome da sua família e puniria o verdadeiro culpado... Aquele advogado que os traiu.

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 Sango, querida. — Sua mãe a chamava da sala. — Achei as fotos.

— Estou indo. — Sango largou na hora o pano em cima do balde.

— Veja, estão todas aqui. — Alcançou o álbum para a filha. — Tem até fotos de quando você nasceu.

— Eu não vejo fotos minhas a tanto tempo. — Sango olhava cada foto com cuidado. — Você era tão cheia de vida aqui. — Ela observou uma foto de sua mãe sorrindo.

— Quando somos jovens a saúde é mais presente. — A senhora riu baixo.

— Não fale isso como se tivesse 80 anos, mãe. — Sango suspirou. — Só precisa se cuidar um pouco mais. Seus olhos ainda podem brilhar assim.

— Ora, mas sinto como se já tivesse. — Brincou. — Sim, eles são voltaram a brilhar desse jeito quando ver seu pai sair de lá.

— Mãe… — Sango abraçou sua mãe. — Em breve a senhora há de ver isso.

— Não faça nenhuma loucura, minha pequena. — Ela deu leves tapinhas nas costas da filha.

— Estarei agindo conforme a lei. — Sango disse firme. — A verdadeira lei que eles sequer usaram.

— Eu confio que você fará o que é certo. — Deu um beijo na testa dela.

— Eu vou trazer os nossos dias de alegria novamente. — Sorriu entre lágrimas.

— Você aqui já é uma grande alegria para mim. — Se segurava, mas também queria chorar ali. — Bem, essa foto é a preferida do seu pai.

— Eu sou muito sortuda por tê-la como minha mãe… — Sango limpou suas lágrimas nos cantos dos olhos. — Hm? Essa aqui? — A foto mostrava seus pais em frente a uma cerejeira em plena primavera.

— Foi ali que revelei a ele que estava grávida. — A Senhora Ikeda sorriu. — Veja, ele até escreveu atrás da foto a data e o lugar.

 Papai… — Sango sorriu. — É uma foto muito bonita mesmo.

— Deveríamos por ela em um quadro, o que acha?

— Eu acho uma ótima ideia. — Sango puxava a foto com cuidado. Entretanto, ao tirar a foto outra dobrada caiu junto.

— Eu devo ter um porta retrato por aqui… — Sua mãe procurava no meio das coisas.

— Hm… — Sango pegou a foto com cuidado. Ao abrir viu quatro homens com roupas sociais num tipo de escritório, lado a lado, eles sorriam para a câmera como se comemorassem algo. — Isso?!

— O que foi? — Sua mãe se virou, já com o porta retrato em mãos. — Tirou a foto?

— Ah, não é nada. — Sango por alguma razão escondeu a foto de sua mãe. — Sim, aqui está.

— Perfeito. — Colocou a foto com cuidado. — Ficou muito bonita assim.

— Sim, a sala ficou mais alegre desse jeito. — Sango concordou sorrindo. — Eu vou terminar de limpar a cozinha agora.

— Tudo bem, terminarei de guardar isso. — Apontou para as caixas. — Deixado o álbum na gaveta.

— Obrigada, mãe. — Sango concordou.

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Sango voltou para a cozinha rapidamente. Dentro do seu bolso estava a tal foto suspeita. Sentia-se mal por esconder algo assim de sua mãe, mas por algum motivo sentiu que ela não poderia ver isso agora. De quatro pessoas na foto, duas ela reconhecia. Claro, o primeiro era o seu pai, embora estivesse mais novo e bem arrumado na época. O segundo era o homem ao lado dele, inclusive o mesmo era o pai de InuYasha e Sesshoumaru. Os outros dois homens para si não passavam de algum flash de memória. Ela já havia os vistos, mas foi tão de repente e por poucos segundos que nunca pode guardar bem seus rostos ou nomes. Ao olhar atrás da foto pode ver a data de 18 anos atrás. O ano em que quatro sócios deram início a uma pequena empresa, esta que em poucos anos virou potência nacional. E, esta que também afundou a sua família…

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~*~

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Mais tarde

E ali estava Rin, a quase 20 minutos no quarto de Kanna. A mesma estava sentada na cama da amiga. Não poderia esquecer um detalhe importante nisso, que era um gato persa e todo branco no seu colo. O bichano um tanto dócil estava quase dormindo de tão à vontade. Rin adorava gatos, mas tinha medo de ter um e deixar o coitado morrer de fome. Não que ela fosse tão descuidada assim, mas às vezes esquecia de providenciar comida para si mesma… Céus, como ela moraria sozinha um dia?!

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 Err… — Rin tombou a cabeça para o lado, estava confusa até demais. — Kanna?

— Será que dá pra você abraçar a Snow com vontade. — Kanna pedia, já impaciente. — Não temos o dia todo.

— Abraçar? — Rin olhou para Snow. — Abraça ela vai me ajudar com algo?

— Só abraça e faz cara de aliviada, ok? — Kanna se posicionou com o celular em mãos. — O enquadramento está perfeito.

— Tudo bem. — Rin naquele momento decidiu se dar por vencida. — Vem cá, Snow! — A gata miou em resposta.

— Perfeito! — Kanna tirou algumas fotos. — Sua expressão ficou um pouco estranha… Hm, pode dizer que é pós sofrimento mesmo. — Deu de ombros.

— Qual a ideia disso afinal? — Rin agora acariciava os pelos macios da gata.

— Só um instante! — Kanna digitava algo no celular. — Alguns corações e pronto! — Sentou-se ao lado de Rin. —  Aqui o seu celular.

— O que você… — Rin não conseguiu terminar a sua pergunta. Logo seu celular começou a vibrar com várias notificações. — O que?!

— O povo é rápido para olhar mesmo. — Kanna riu, pegando agora o seu celular. — Deixa eu curtir também.

 Eh?! — Rin ficou de pé na hora ao ver a sua foto na página da faculdade. — Kanna, o que você fez?!

— Hm? — Kanna olhou para Rin. — O que eu fiz? Salvei a sua reputação!

— Me expondo na página principal assim? — Rin viu os comentários crescerem, enquanto as curtidas estavam longe já. — A intenção era sumir com a polêmica…

— E que jeito melhor de fazer isso do que criando outra no lugar? — Kanna sorriu sapeca.

 Estou morta. — Se deixou cair na cama macia.

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Na página principal da faculdade, havia a foto de Rin abraçando a gata Snow com carinho. Sua expressão estava entre confusa e desesperada. Entretanto, a legenda da foto mostrava que na verdade era alívio o que sentia ali. Com a conta de Rin, Kanna postou a foto usando a seguinte legenda: “Esqueçam o circo de mais cedo. A minha pureza finalmente voltou sã e salva. Mamãe te ama demais, gatinha linda!”Sem falar os inúmeros corações de várias cores. Os comentários de risadas e outras com carinhas fofas só cresciam a cada minuto.

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— Eu não quero ir para a aula amanhã. — Rin escondeu a cara no travesseiro cheio de babados.

— Veja pelo lado bom, agora é uma celebridade fofa. — Kanna riu. — Hm, até compartilharam.

— Que?! — Rin voltou a sentar. — Isso não poderia estar acontecendo assim.

— Relaxa, logo eles esquecem disso. — Deu de ombros. — O importante é que esqueçam a primeira história.

 Ah… — Rin corou. — Pensando por esse lado. — Voltou a olhar Snow. — Minha pureza, ein…

— De nada. — Kanna sorriu.

— Eu não sei se é isso que devo dizer mesmo. — Abraçou a gata novamente. — Mas se você me der ela, talvez eu agradeça.

— Ei, ei. — Kanna voltou sua atenção para Rin. — Larga a Snow agora!

— Não quero. — Rin abraçou mais a gata. — Agora ela é minha pureza, esqueceu?

 É fictício! — Kanna tentou pegar a gata. — Ela é a minha linda Snow!

 Ei… — Rin tentava proteger a gata, quando sentiu seu celular vibrar novamente. — Hm?

— Vem cá, Snow! — Kanna finalmente conseguiu resgatar a sua filha.

— Quem é agora? — Rin abriu as mensagens e deu de cara com o número dele. — Hã?! — Releu a mensagem mais de uma vez. — “Ele… ‘Olha que sorte, você conseguiu a sua pureza de volta, apesar de nós sabermos que não é essa que você procura!’” — Jogou o celular de lado. — Aquele idiota…

 Lindinha! — Kanna ainda esmagava a gata.

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~*~

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Apesar de parecer longo, o dia correu rápido para si. Miroku novamente esteve fazendo estágio junto de seu pai. Apesar de preferir fazer algo por conta própria, o mesmo insistiu até que o filho o acompanhasse mais um vez. Novamente tinham um caso tenso em mãos, daqueles do tipo que mexe até com os mais fortes. Por fim, Miroku estava mais cansado mentalmente do que fisicamente. Após um banho quente, simplesmente se jogou em sua cama. De olhos fechados, a intenção era apenas relaxar um pouco antes de comer algo.

Sem perceber ele pegou no sono, embora parecesse leve, era o suficiente para sonhar um pouco. Entretanto, o que tinha ali não era simplesmente um sonho de desejo para o futuro, mas um fragmento de memória do seu passado, mais especificamente a sua infância daquele verão. O ar estava agitado, os cachorros correndo em redor do jardim e sua mãe sorrindo para si. Seu último verão com ela já completava 15 anos… Embora fosse uma criança na época, ele não pôde fazer nada para ajudá-la.

Rapidamente o ambiente alegre se transformava. O sol escurecia ao mesmo tempo em que a vegetação secava. Os cães estavam mortos aos seus pés, enquanto o sangue deles trilhavam um caminho até sua mãe. Ao olhar para frente Miroku não via mais o sorriso dela. Não havia mais nenhuma expressão em seu rosto, era como se ela estivesse congelada no lugar. Miroku tentava chamá-la, mas ela nem mesmo piscava. Quando estava pronto para correr em sua direção, ouviu um barulho alto vindo atrás de si. Ao se virar, deparou-se com a sombra de um homem, apenas o sorriso cruel dele era visível. Ele levantou algo que parecia ser uma arma, mirando em algo. Quando Miroku percebeu para onde ele apontava…

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 Mãe! — Miroku gritou, acordando assustado.

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Sentou-se na cama rapidamente. Sua respiração estava descontrolada. Sentiu um peso dentro de si lhe apertar cada vez mais. Após anos aquele sonho havia voltado. Sentiu tanto nojo ao rever aquele sorriso, que a sua vontade era de vomitar tudo que revirava no estômago, apesar de estar vazio.

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 Desgraçado…  — Miroku grunhiu, ainda tentando controlar sua respiração. — Preciso de outro banho. — Seu corpo estava todo suado.

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Após anos ele havia voltado a lhe assombrar por pesadelos. Após inúmeras consultas a psicólogos e psiquiatras, ele conseguiu voltar. O passado que Miroku lutou para esquecer estava fresco novamente e, dessa vez ele teria que encarar de frente.

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 Dessa vez quem irá sorrir assim sou eu, maldito!

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O garotinho de 10 anos havia crescido nesse meio tempo e, estava pronto para fazer justiça.

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Notas finais do capítulo

É, alguns nem apareceram aqui x.x A intenção é não bagunçar demais, mas logo eles voltam ♥
Em umas três semanas é pra ter um capítulo novo, ou antes, vai depender da vontade de escrever e.e /desviadaspedras

Espero que estejam gostando ♥ Apertem os cintos, porque a coisa vai ficar tensa -q

Obrigada por ler e até o próximo capítulo -w-



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