Harry Potter e a Senhora do Tempo escrita por Mimis


Capítulo 8
Expelliarmus




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/734738/chapter/8

Harry levantou-se assustado, como se alguém invisível tivesse gritado no seu ouvido. Vestiu-se apressadamente e dirigiu-se até o salão principal para tomar seu café da manhã, sentindo-se um pouco desconfortável e até nervoso. Dentro de uma hora estaria dando sua primeira aula de Defesa Contra as Artes das Trevas e essa possibilidade o deixava apavorado. Nunca fora bom para falar em público e não se achava um bom professor, embora as lembranças um tanto quando confusas de suas aulas na AD o encorajavam um pouco, embora dar alguns toques para os amigos quando todos tinham em torno dos 15 anos era algo bem mais fácil. Mas havia outra coisa: uma nova carta misteriosa. Ele não sabia o porque, poderia até ser uma brincadeirinha sem graça de alguém que não tinha nada pra fazer, mas ele sentia que tinha algo de errado. Até mandou a primeira carta para o velho Olho-Tonto Moody analisar pois, apesar da velhice e parecer mais biruta que nunca, era um excelente farejador de Arte das Trevas. Mas se nem Moody havia encontrado nada naquela carta Harry já deveria ter parado de se preocupar. Mas de algum modo ele não conseguia.
Estava tão absorto em seus pensamentos que, quando se dirigiu ao salão principal – quase vazio – seu corpo automaticamente o guiou para a mesa da Grifinória. Quando estava para se sentar sentiu uma enorme mão em seu ombro.
— A saudade anda lhe subindo a cabeça Harry?
Ele deu de cara com Hagrid, sorrindo abertamente para ele. Harry se deu conta do que estava fazendo e sorriu amarelo para o amigo, acompanhando-o até a mesa dos professores.
— Hagrid, eu confesso que ainda não me acostumei com esse negócio de ser professor...
— Não poderiam Ter escolhido alguém melhor para ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas, afinal, você é o melhor...
— Deve ser mais fácil ser Auror Hagrid...Mas vou confessar que estou adorando voltar à Hogwarts...
Ele tomou o café relembrando alguns fatos junto com Hagrid, sempre observando os alunos que entravam. Hagrid, de vez em quando apontava-os e fazia comentários.
— Aquele ali, o magrelão, é Fillip Smith, o Salgueiro Lutador quase o matou dois anos atrás. Ali estão Magda Amapoulos e Gilda Hoppikins, as primeiras batedoras mulheres da Lufa-Lufa, são muito boas. Está vendo aquele pessoal da Sonserina? São barra-pesada, como sempre não é mesmo?! Ah! E aquele ali é o filho de Draco Malfoy...
Hagrid apontou para um garoto loiro que andava solitário, a face muito séria. Ao seu lado uma garota de cabelos loiros escuros tentava conversar com ele, que não respondia. Ele passou reto pela turma que Hagrid havia apontado e sentou-se, a garota ao seu lado. Logo um garoto de cabelos cachados negros e a face desdenhosa sentou-se na sua frente, desatando a falar muito alto. Lionel respondia eventualmente ao garoto, pois lia concentrado um livro grosso.
— Lionel Malfoy Harry – Hagrid continuou a conversa, vendo que ele não parava de olhar para o garoto – Sujeitinho estranho ele. Não é como o pai, que vivia se vangloriando de dinheiro e atormentando os outros. Na verdade ele não se mistura muito, é um aluno muito esforçado, mas continua odiando os Girfinórios, como reza a tradição da família Malfoy...
— Ele está no time da Sonserina Hagrid?
— Sim, sim, ótimo apanhador, não tão bom quanto a Melissa mas...é...
Hagrid deu uma tossida engraçada e tomou um bom gole de suco de abóbora e Harry, seguindo sua deixa, se serviu de várias torradas com geléia. Ele olhou o amigo e viu que ele acenava freneticamente para um garoto e duas garotas que agora se sentavam na mesa da Grifinória.
— Ah Harry! Aqueles garotos ali são de ouro! E eu que nunca pensei que encontraria um trio como você, o Rony e a Mione...
— Nós éramos muito grudados mesmo não era Hagrid? – Harry suspirou saudoso. Olhou para aquela mesma mesa da Grifinória onde havia acontecido tantas coisas. Era uma parte da sua vida que jamais iria esquecer. E vê-la daquele ângulo era no mínimo muito estranho.
— A menina Anne é a Gina Weasley escrita Harry, você já deve saber disso...Muito viva, esperta, não tem medo de falar o que pensa. Adora poções, vê se pode?!...E Neville é um excelente professor, quem diria o menino Longbotom se tornar professor, e de poções ainda por cima? Agora Matt Weasley é o aluno mais popular de Hogwarts Harry! É bonitão, as meninas o adoram, é um garoto muitíssimo inteligente, o primeiro da classe, além de ser o goleiro e capitão do time da Grifinória. Às vezes não sei como ele consegue ser tudo isso e ainda parecer estar se divertindo! A culpa é do Rony e da Hermione, passar muito tempo com aqueles dois faz isso com a pessoa. Mas ele é fantástico. Agora a Melissa...
Hagrid parou de falar, mas ao ver que Harry estava bebendo cada palavra dele, prosseguiu, meio incerto:
— A Melissa é muito bonita, muito faladeira e engraçada mas alterna alguns momentos de uma tristeza de dar dó Harry. A coisa que mais adora fazer é jogar quadribol. Ela é excelente apanhadora, abusada, é quase como se ela e a vassoura fossem uma coisa só. Ela não é tão boa nos estudos como a mãe, e eu sinto que ela se cobra demais por isso. Nem é tão autêntica como a Anne, nem tão estudiosa quanto o Matt. Na verdade ela é uma adolescente comum, mas acho que ela odeia isso. Não sei, pra mim a Mel queria ser diferente...
Harry ficou olhando para a garota, que conversava distraidamente com o amigo Matt, o rosto inchado pelo sono, viu que ela colocou uma quantidade generosa de geleia em sua torrada. Olhou para a própria torrada, com uma montanha de geleia por cima. Pareceu ficar mais disposto.
— Bom Hagrid, vou para minha sala. Começo com dois tempos com o 2º ano, Sonserina. É pra começar bem não acha?
Ele saiu apressadamente da mesa dos professores e passou entre as mesas da Grifinória e Lufa-Lufa. Seu olhar cruzou com o de Melissa e ele abriu o sorriso mais simpático que pôde dar. Ela porém encarou-o cheio de medo e angústia, virando-se rapidamente. Harry não entendeu o gesto da garota, porém a primeira coisa que pensou foi em Hermione: “Não deveria Ter sido assim Mione...”

— Eu odeio feitiços convocatórios! – Melissa repetia essa frase para Matt e mais alguns amigos, enquanto caminhavam distraidamente pelo corredor do 2º andar, após uma primeira aula muito difícil de Feitiços, em que o prof.º Flitwick havia lhes ensinado os feitiços convocatórios. Ela, meio que afoita, em vez de tentar convocar as almofadas, convocou sem querer o pequenino professor, que caiu com um enorme barulho em cima da garota. Ela havia ganho dever de casa extra. – E ainda mais esse ano tem aqueles malditos N.O.M.s. Mamãe me fala deles desde que eu tenho 5 anos de idade!
— Sua mãe é meio paranóica com esse negócio de estudo não é Mel?
— Um pouco Cliv...Na verdade ela é completamente paranoica! Era pior que o Matt quando estudava aqui.
Matt fez uma careta para garota, mas riu com os outros. Desceram algumas escadas e pararam na frente da porta de Defesa Contra as Artes das Trevas, para sua primeira aula. Melissa ficou muito quieta de repente.
— Mel, não fica assim. – Matt cochichou no ouvido da garota. Logo pela manhã ela havia contado à ele e Anne sobre o que estava lhe afligindo, do apelo desesperado da mãe antes de irem para a final da Copa à Segunda carta púrpura. Anne não pareceu se importar muito mas Matt ficou muito pensativo como ela, e prometeu-lhe escrever ao pai para ver se ele poderia saber algo. – Vamos sentar lá na última carteira, você não precisa ficar perto do prof.º Potter.
— Ora, ora, ora...O namoradinho da Granger combinando algum encontro?
Os dois se viraram, juntamente com os alunos da Grifinória. Parado bem na frente dela estava Lionel, juntamente com uma garota e um garoto, Josie Spearson e Robert Parkinson, respectivamente, os três parecendo se divertir muito.
— Eu acho que o que eu faço ou deixo de fazer é problema meu Malfoy...
— Calma, calminha Granger, ninguém quer aqui atrapalhar seu namoro – e passando pela frente de Melissa e Matt até chegar à porta da sala – Pode fazer o seu serviço Weasley, assim a Granger acorda um pouco mais feliz.
Ele, juntamente com os amigos, começaram a gargalhar. Por um minuto Melissa pareceu que ia explodir. Por fim virou-se para os amigos da Grifinória, colocou seu melhor sorriso nos lábios e começou a falar de forma que todos pudessem ouvir:
— Gente, vocês querem ouvir algo realmente interessante? Na Copa Mundial eu apostei com o Malfoy que pegaria o pomo novinho dele antes dele, próprio mesmo ele pilotando uma Nimbus Special...
— Não acredito Mel! O Malfoy tem uma Nimbus Alpha...
— Pois é Danny, eu tô te falando...O Malfoy não ganha de mim nem com a melhor vassoura do mundo...
— Granger!!!!! – Malfoy voltou e ficou frente a frente com Melissa. Ele não tinha mais seu típico sorriso cínico no rosto. Estava um pouco tenso. – Que golpe baixo! Mentindo pros seus amigos só porque não consegue dar uma resposta à altura...
— Mentindo Malfoy?!Ora! Gente, seu eu tô mentindo o que esse pomo está fazendo comigo?
Melissa então tirou do bolso interno das vestes um pomo de outro e mostrou aos amigos as iniciais L.M. gravadas em verde no pomo. Ela olhou triunfante para Malfoy, os alunos da Grifinória rindo abertamente do loiro. Malfoy então rapidamente tirou a varinha do bolso das vestes, Melissa fez o mesmo.
— Você vai me pagar Granger!
— Me desafiando de novo Malfoy? Não é uma coisa muito prudente a se fazer...
Mas antes que ela continuasse a debochar dele, ele lhe lançou um feitiço. De uma maneira inexplicável para Melissa, ela também lançou-lhe outro feitiço segundos depois de Malfoy.
— Expelliarmus!
A garota abaixou-se com uma agilidade incrível, desviando do feitiço de Malfoy. Este não teve a mesma agilidade, sendo atingido em cheio pela mágica de Melissa. Sua varinha voou longe, e ele caiu para trás pela força do feitiço. Nesse instante a porta da sala se abriu e Harry saiu apressado indo parar no espaço entre Lionel e Melissa. Primeiro ele olhou para o garoto, que estava vermelho de vergonha; ele levantou-se rapidamente, ajudado pelos dois amigos. Depois se virou para Melissa, que tinha um misto de triunfo pelo acabara de fazer e um olhar de descontentamento com relação ao professor. O homem estava sério, e todos em volta pareciam prender a respiração.
— Muito bem, muito bem... – o homem começou, falando com sua voz grave e calma. – 10 pontos.. – e os Grifinórios abaixaram a cabeça, resignados com os pontos que lhes iriam ser tirados – para Grifinória. E mais nenhuma palavra sobre o acontecido! Agora todos para dentro!
Espantados com o que tinha acabado de acontecer, os alunos entraram aos cochichos, os grifinórios com sorrisos enormes nos lábios. Melissa foi a última a entrar pois estava pegando sua mochila num canto do corredor. Ao se levantar deu de cara com o professor.
— Onde você aprender a duelar assim Srta...é...
— Granger professor. Eu não aprendi sr.
— Mas você é muito boa nisso...
— Obrigado professor, mas da próxima vez tire os pontos da Grifinória, eu acho melhor assim.
— Acha melhor Srta. Granger?!...
— Sim, se minha mãe souber que ganhei pontos infringindo regras ela me mata...
Melissa entrou apressadamente para a sala. Com um sorriso tímido nos lábios, Harry fechou a porta devagar, os pensamentos longe: “Eu não teria tanta certeza assim Mel...”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários sobre o capítulo, please!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harry Potter e a Senhora do Tempo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.