— Alunos do 1º Ano! Alunos do 1º ano! Por aqui! Venham até aqui, alunos do 1º ano!
Na plataforma da estação de Hosgmeade, centenas de alunos desceram apressados, todos muito alegres e falantes, os menores do 1º ano ainda assustados e excitados ao mesmo tempo, correndo na direção de onde vinha a voz que os chamava, quase que recuando quando viam o dono da voz: um homem muito alto, cabelos e barbas grisalhas totalmente desgrenhados, olhos pequeninos como besouros, escuros e brilhantes. Assim que Melissa desceu do trem ela foi correndo abraçar o gigante, seguidos de perto por Matt e Anne. 
— Saudades de você Hagrid!
— Eu também Mel, como você pôde crescer tanto em tão pouco tempo?! E você hein menino Weasley, está a cara do pai, a não ser pelo cabelo ruivo. Ah! Anne! Como você me lembra...lembra...
— Minha tia Gina Hagrid? Não precisa ficar assim, estou acostumada com as pessoas me comparando à ela e ficarem desse jeito... Bom Hagrid, vamos indo agora, senão não teremos uma carruagem pra gente...
— Isso! Nos vemos no castelo Hagrid!
Animados, eles entraram no mar de alunos e conseguiram uma carruagem, juntamente com um aluno do 5º ano da Corvinal, Alex Zeintor, um moreno de olhos amendoados que levava Anne a quebrar o que estivesse à sua volta quando ele estava perto dela.
— Odeio esses Trestálios! – Matt disse, num tom prosaico para as duas, assim que desceram da carruagem na frente da escadaria do castelo.
— Você sempre fala isso Matt...
— É porque só eu os vejo Anne! Eles são muito feios...E me sinto meio um pirado quando percebo que sou um dos únicos que vê esses cavalor repetilianos!
Entraram pelo portão principal e se dirigiram para o salão principal, que estava, como sempre, estupendamente decorado. Melissa olhou para o céu e viu um céu maravilhoso, cravejado de estrelas e com uma lua cheia enorme e pálida. Sentou-se de frente para Matt e sorriu. Ele pareceu ler seus pensamentos e disse à ela:
— Isso é espetacular mesmo...
— É...
Logo a mesa da Grifinória já estava cheia: Eleonor Martinez e Betsy Thomas, suas companheiras de quarto sentaram-se uma de cada lado de Matt, conversando animadamente com ele, o garoto esbanjando charme para as duas. Cliver Brown e Danny Creever, grandes amigos de Matt, se sentaram perto de Mel e Anne, os quatro rindo muito de Matt e das garotas. Uma garota muito bonita do 6º ano, cabelos castanhos claros e olhos azuis escuros passou pela mesa, o nariz empinado, sem nem sequer ter notado a presença dos garotos.
— Eu odeio sua prima Matt...Desculpa cara mas ela é um nojo!
— Tudo bem Cliv, eu também odeio a Artemis! E odeio o meu tio Percy, ele é pior que ela! Acho que ela quer ser igual ao pai, monitora em Hogwarts...Blaght!
Um garoto ruivo muito bonito e charmoso do 7º ano passou pela mesa de mãos dadas com uma morena de olhos verdes, parando para cumprimentar todos. Assim que ele se foi Anne disse, muito vividamente:
— Ah! Mas desse meu primo Jacques eu gosto demais! A mãe dele, a tia Fleur, é meio estranha, meio veela entendem? Mas meu tio Gui é o máximo, e o Jacques puxou ele! Gosto muito da Úrsula, a namorada dele, parece que eles vão noivar no Natal...
Melissa, que estava absorta na conversa com Danny, virou a cabeça para a mesa da Sonserina. Pôde ver a figura de Lionel Malfoy conversando com Robert Parkinson. Na verdade Lionel parecia que não estava suportando a conversa de Parkinson, porém tentava se concentrar na conversa. Ele, de repente olhou para Melissa, ela sentiu um arrepiou percorrer o corpo, ele tinha os olhos muito brilhantes e uma expressão enigmática no rosto. Ela então lembrou-se do episódio na final da Copa e sorriu, ele percebeu e sorriu de volta, embora nenhum dos dois exibia um sorriso cínico. De repente a professora McGonagall pediu silêncio e os dois desviaram o olhar.
— Bem-vindo à Hogwarts! – Uma senhora de aspecto severo, a boca fina e olhos azuis escurecidos estava de pé, bem à frente da cadeira de Diretor. Usava vestes verdes garrafa, e, apesar de Ter uma aparência frágil, tinha um porte e voz firmes e decididas. Era engraçado, mas enquanto ela falava segurava um par de óculos meia-lua, mexendo distraídamente nas suas astes – Vamos agora à seleção das casas. Que entrem os alunos do 1º ano.
Enquanto algum garotos e garotas entravam tímidos e assustados pela porta do salão para fazerem a Seleção das Casas, Melissa começou a olhar para a mesa dos professores. Estava lá, como sempre, o pequenino prof.º Flitwick, a prof.ª Sprount, o prof.º Longobotom, Hagrid... Mas no lugar onde estaria a prof.ª Tonks, de Defesa Contra as Artes das Trevas, estava um homem alto e bonito, usava vestes azuis e pretas elegantes e discretas, tinha cabelos pretos bem bagunçados e olhos verdes brilhantes. Ela reconhecera aqueles olhos, eram do homem que estava com o tio Rony quando ele a achara na clareira na Copa mundial. Rapidamente ela cutucou Matt.
— Olha Matt, a professora Tonks não está mesmo mais dando aula...
Matt olhou para a mesa dos professores, e tentou disfarçar, pegando um bom pedaço de pastelão de rins que aparecera em sua frente, afinal o banquete começara.
— Isso a gente sabia Mel, papai nos contou...
— Tá, mas quem é aquele homem Matt??
— Hum...Mel, aceita costeletas de carneiro?
Quando o banquete terminou, a prof.ª McGonagall levantou-se novamente, a fim de dar os habituais avisos de começo de semestre. Melissa os escutava só com meia atenção. Na verdade ela encarava o homem que estava sentado no lugar de Tonks. Ele estava sério, mirando o vazio, como que perdido em pensamentos.
—...E esse ano tenho o prazer de apresentar um novo professor de Defesa Contra a Arte das Trevas – ao ouvir essas palavras da prof.ª McGonagall ouviu um murmúrio de interesse entre as mesas – A prof.ª Tonks, como muitos sabem, saiu do nosso corpo docente por motivos pessoais. Logo, tenho o prazer de lhes apresentar seu novo professor: Harry Potter.
O salão mergulhou num silêncio atordoante por alguns segundos, quando o homem levantou-se, empurrado por Hagrid, e muito sem graça abriu um sorriso amarelo e acenou timidamente para os alunos. Logo em seguida uma onda de aplausos calorosos invadiu o salão.
— Harry Potter é nosso professor de Defesa Contra as Artes das Trevas?? – Eleonor começou, incrédula.
— Sim,sim! Ele é o melhor, o melhor... – Cliver dizia acenando freneticamente para o homem.
— Será que ele nos conta como destruiu o Voldemort? Ah...Ele tem que contar...
— Provavelmente não Danny...Acho que ele não colocaria isso como conteúdo das suas aulas.
— Mas mesmo assim Anne, Ter Harry Potter como professor é um máximo!
Todos estavam muito excitados, mas Melissa permanecera em silêncio. A prof.ª McGonagall dispensou os alunos e agora uma balbúrdia se instalara no salão, que aos poucos começara a esvaziar.
— Você tá bem Mel? – Ela sentiu a mão de Matt pegar seu braço. Ele a olhou e percebeu que a garota estava com os olhos cheios d-‘agua. Na verdade ela tinha um sensação de entendimento dentro dela. “Era por isso que mamãe não queria que eu viesse, ela sabia que ele estaria aqui.” Ela pensou, enquanto se deixava ser levada por Matt até a Torre da Grifnória.
— É por causa do Harry Potter que você está assim não é Mel?
— Matt eu...é...tô cansada, preciso dormir, amanhã conversaremos tá? Boa noite...
Ela subiu até o dormitório feminino do 4 º ano rapidamente, sem sequer se despedir de Anne. Se despiu e colocou o pijama, tudo muito rápido. Sentou-se na cama da dossel e fechou as cortinas pois Eleonor e Betsy entraram eufóricas, ainda comentando sobre o novo professor. Quando o quarto silenciou-se, Melissa abriu a cortina e abriu a janela, um costume de dormir com a janela aberta que não conseguia parar. Estava olhando para a lua cheia, relembrando os últimos acontecimentos, quando Hórus entrou de repente no quarto, assustando-a.
— Nossa, você já aqui? Notícias da mamãe?
A coruja lhe entregou uma carta e sumiu no meio da noite. Melissa olhou o envelope púrpura e abriu-o rapidamente. Havia novamente um pequeno pedaço de pergaminho escrito com a mesma caligrafia do anterior: “O momento certo na hora certa. Bem-vindo de volta a Hogwarts. S.T.”
Mal a garota sabia que em outro lugar do castelo uma coruja branca havia entregado uma carta idêntica a essa à outra pessoa.