Malina

O jogo tornou a começar. Era a vez da Senbayama começar com a posse de bola. Estávamos em desvantagem, perdíamos por uma bola a zero, mas acreditava na minha equipa. Tudo parecia estar a voltar ao normal após a vindo Kidou e acreditava que tudo ia melhorar. Confiava nele e nos meus companheiro e com certeza íamos romper a Infinite Wall. Nenhum de nós pretendia desistir.

Os nossos adversários acabaram por avançar um pouco, porém, num passe longo o Kidou conseguiu retirar-lhes a bola. Reparei também que o Someoka estava a fazer exatamente aquilo o Kidou dissera e o jogador da Senbayama caíra, indo atrás dele. E assim que ele se apercebeu disso, atirou a bola bem alta que eu e o Goenji pudéssemos fazer o Inazuma Otoshi. Pensei que a estratégia realmente tinha resultado! Com o defesa longe não conseguiriam fazer a técnica e poderíamos marcar, porém, assim que olhei, a técnica já estava completa. O defesa da Senbayama chegara a tempo. Que rapidez.

Acabamos por recuperar novamente a bola graças aos defesas. Eles passaram para o Kidou que rapidamente ma entregou. O Goenji e o Kazemaru já estavam na frente, e mal os vi preparados atirei a bola para que ambos realizarem a Honno no Kazamidori. A Infinite Wall foi mais uma vez erguida e deteve a técnica.

Como podias romper aquela técnica? O Max não se conseguia livrar do seu defesa, eu sim bem como o Goenji... Que estava com um dos defesas que fazia a técnica! E estavam longe! Encarei de imediato o Kidou. Ele percebeu e pediu ao Max passar a bola para trás. O meu primo também não demorou muito a entender e avançou a toda a velocidade. Eu consegui livrar-me do defesa da Senbayama para fazer com o Goenji e o Mamoru o Inazuma One. Falhamos, de novo. Suspirei antes de me voltar para trás, para ir para o meu lugar, foi quando vi que todos pareciam desanimados.

—Rapazes...- o Mamoru também deu a volta, vendo o mesmo cenário que eu.

—M-Mas rapazes... O que se passa? Para que são essas caras? Não me digam que estão a pensar que vamos perder. O jogo ainda não acabou.- Mas eles não pareciam fazer-lhe caso- Domon! Kurimatsu! Kazemaru!

—Mas não conseguimos romper a Infinite Wall.- Mais valia o Max não te dito nada...

—Necessitamos de outra técnica e não temos nenhuma.

—Temos sim!- não suportava mais vê-lo assim- Escutem! A nossa técnica não a Honoo no Kazamidori nem a Inazuma One. A nossa técnica é saber que nunca nos damos por vencidos. Essa a melhor técnica que temos porque somos nós mesmos! Somos a Raimon.- Senti uma mão sobre o meu ombro antes de encarar o meu primo.

—Somos a Raimon, por isso mesmo usamos esta técnica contra a Teikoku. Contra o Occult, o Nosei, o Mikage Sennou, contra o Shuuyou Meito e contra a Sengoku Igajima.- O meu primo cerrou os punhos, tentando mostrar as sua convicção- Chegamos até aqui porque não nos rendemos. Eu não me rendo. Se o fizermos isto iria terminar aqui e de certeza que esse não é o nosso futebol. Sabem bem que o nosso lema é nunca render-se antes de terminar o jogo.

—Vamos continuar a lutar até o final!- encarei-o e ambos assentimos- Este é o nosso futebol, rapazes!

—Que este é o nosso futebol?- o Handa ainda tinha dúvidas disso?

—Sim!- Someoka...

—O nosso futebol!- Kabeyama...

—Capitão!- Kurimatsu...

—Malina!- não esperava que o Kazemaru também dissesse o meu nome, mas fiquei feliz.

Finalmente estavam a entender! Finalmente percebiam qual era a verdadeira força da nossa equipa. Isto iria dar-lhes forças para continuar e eu tinha a certeza disso. Agora o jogo podia continuar e eles teriam força para tal. Acreditava que iríamos vencer.

—Muito bem, restam-nos cinco minutos. Vamos com toda a força!

Como a bola acabou por ir para fora, o Handa teve que a rematar do canto. O Someoka, do meio de dois defesas, saltou para tentar cabecear a bola, mas o goleiro conseguiu afasta-la com os punhos. O Mamoru já tinha avançado e acabou por conseguir cabecear a bola, passando-me. Dei meia volta com a bola sobre o tornozelo antes de rematar. O goleiro voltou a defender com os punhos, indo a bola parar aos pés do Someoka, que ao conseguir se livrar de dois defesas, passou para o Handa que correu um pouco mais para depois deixar a bola com o Kidou.

O nosso novo membro viu-se rodeado por três jogadores que queriam fazer a mesma técnica de antes para o parar. Não o ia deixar. Mal vi o Goenji passar por de trás de mim, dei meia volta e reparei que o meu primo vinha na nossa direção. Comecei a correr.

—Kidou!

Sem hesitar, o mesmo atirou a bola ao ar, a qual se tornou roxa e continuou a subir até largar uma série de relâmpagos. Sem pensar duas vezes, eu, o Goenji, o Kidou e o Mamoru, saltamos, ficando eu e o Kidou na parte de cima, enquanto o meu primo e o Goenji rematavam em baixo. A técnica parecia fortíssima e foi com toda a potencia até à Infinite Wall. Temi que não a quebrasse, mas conseguiu ser muito mais forte, algo que os nossos adversários não esperavam... Nem mesmo os espectadores! Demorou um pouco até todos se aperceberem do que tinha acabado de acontecer. E segundo o que disse o Megane, a técnica iria chamar-se Inazuma Break.

—Kidou!- o Goenji posou-me no chão e agradeci, vendo o quão feliz estava o meu primo a dirigir-se para o nosso estratega que lhe sorriu de volta- Muito bem! Vamos a isso! Agora só temos de fazer mais um golo!

Realmente foi o que aconteceu. Os jogadores da Senbayama ficaram tão desanimados com o que aconteceu com a sua melhor técnica, tanto que nem a conseguiram executar a tempo. O Max passou-me rapidamente a bola e, sem hesitar, fiz a God Shot, fazendo a bola entrar na baliza sem dar tempo ao goleiro para reagir. E no momento a seguir, o árbitro apitou para o final do jogo, o mesmo que nós conseguimos vencer!

—Capitão!- o Shido saltou do banco e abraçou logo o Mamoru- Capitão, vencemos! Vencemos! Capitão, vencemos...- e começou logo a chorar.

—Oh, Shido...

Ele ficou de fora durante todo o jogo, mas alegrava-me ver o quão orgulhoso estava a da equipa.

*

—Mamoru! Tem mais cuida...- com a distração, também acabei por levar com o meu pneu de lado ao querer ajuda-lo. Acabei por me esquecer completamente dele.

—Olha quem fala.- Enchia as bochechas de ar, aborrecida. Apenas me tinha distraio.

—Mamoru? E Malina?- aquela era voz do Kidou?

—Afinal estão mesmo aqui.- Encarei o Goenji antes de ficar rapidamente corada. Como assim ele estava ali no parque da torre? Eu estava toda suja de poeira e completamente despenteada. Sentei-me de imediato, voltando-lhes as costas.

—O-O que é que vocês estão aqui a fazer?!

Tirei rapidamente o pneu das costas enquanto o Kidou e o Goenji ajudavam o meu primo a levantar-se. Eu aproveitei para ajeitar o cabelo enquanto ele reclamava comigo. Também o faria se não estivesse já embaraçada de mais. Só que mal terminou, fomo-nos sentar no único banco existente no parque da Torre Inazuma. Bom... O Goenji continuou de pé.

—Mas vocês treinam com este sistema há muito tempo?

—Sim. É o melhor sistema para que os goleiros ganhem força. Além disso hoje conseguiram fazer-me um golo, por isso ainda tenho de ganhar mais força.

—No meu caso também é para ganhar força, mas a razão é bem diferente.- Ri- Como sou a única mulher no campeonato, tenho de ter um pouco mais de força para me igualmente aos homens.

—Entendo, mas não exagerem. Seria um problema se vocês se lesionassem antes de um jogo por treinarem demasiado.

—Não tens que te preocupar! Fazemos sempre isto. Além disso eu certifico-me de que ficamos sempre bem.

—Ei! O que quer isso dizer?!

—Quer dizer que tu abusas sempre e se não for eu a mandar-te parar, tu continuas e podes acabar por te magoar!- o Mamoru encolheu-se logo enquanto Kidou se ria. Pelo canto do olho pude ver que o Goenji fazia o mesmo.

—Mas vocês fazem isto sempre?

—Sim. Desde que vim para o Japão passei a treinar aqui todos os dias com o Mamoru, não foi?

—Sim! E tenho a certeza que qualquer dia, graças a estes treinos, chegarei a ser um goleiro tão bom como o meu avô!

—E eu serei a melhor jogadora de futebol de todo o país!

—É uma ambição difícil, mas era impossível.- Assenti. Finalmente alguém que me entendia- E, ou seja, a tua decisão de ser goleiro tem a ver com o tua família, não?

—Sim, um pouco.

—E tu porque foste para atacante, então?- pensei um pouco no que ia dizer sem parar embaraçoso.

—Na verdade eu sou péssima a defender. Tentei ao início, mas deixava as bolas todas passarem por mim, até que comecei a jogar no ataque e marcar golos o que me deixava extremamente feliz e empolgada!- claro que hoje em dia tinha mais uma desculpa para isso, mas sem dúvida, para mim, era a melhor posição de todas.

—Entendo. Mas é realmente a posição ideal para ti. Consegui notar isso bem melhor, hoje, em campo.- Sorri. Era bom ser reconhecida por alguém como ele.

—Por falar nisso, nem imaginas a surpresa que levei quando te vi no campo. Nem me passou pela cabeça que pudesses ser tu!- ri. Quem poderia imaginar?

—Bem então, peço desculpa pela surpresa.

—Eu fico muito feliz com isso, sabes?- ambos me encararam- Porque desde o início que estive a pensar o quão fantástico seria jogar contigo. É a sério!

—Digo o mesmo! Desde a primeira vez que parei um dos teus remates, soube que um dia queria jogar a teu lado.- Há quanto tempo isso já havia sido? O mundo deu tantas voltas- Pensar que neste mundo podia haver alguém capaz de rematar assim...- as mãos dele tremiam- Além disso com a tua visão de jogo e o teu talento!

—Mas no futebol não basta isso para vencer.

—Bom... Sim, isso é verdade.- No que estaria a pensar? Levantou-me e caminhou até às barras brancas à nossa frente.

—Se parar para pensar acho que foi naquele então...- não estava a entender- Surgiu-me a ideia de que existe um futebol completamente diferente.

—Um futebol diferente?- eu e o meu primo encaramo-nos. Talvez não fosse a única a não entender.

—Sim. A verdade é que não sei muito bem como, mas quando jogamos juntos isso veio-me à cabeça.- Tornou a encarar-nos- E acho que aqui poderei descobrir isso. Se tiver uma oportunidade de rematar uma vez mais a vosso lado...

—Claro que sim!- fique tão empolgada que me levantei de imediato. O meu primo não demorou para fazer o mesmo, caminhando até ele antes de lhe esticar a mão.

—Ficaremos encantados por poder contar contigo.- O nosso novo companheiro apertou-lhe também a mão.

—Sim, digo o mesmo.- Olhei para o Goenji... Estava a sorrir, influenciando-me ainda mais.

A nossa equipa estava a crescer a cada dia, fica vamos cada vez mais fortes e era impossível nega-lo, ninguém o podia fazer. Íamos conseguir ser campeões... Eu acreditava que