Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 8
O amigo gótico do Steve


Notas iniciais do capítulo

BoA leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/734694/chapter/8

— Bom dia, Nat. – A garota mal parara ao seu lado e Steve já sorria para cumprimenta-la. Natasha analisou-o da cabeça aos pés com sua característica expressão de poucos amigos.

— Você não parece bom o suficiente para estar aqui, o que veio fazer na escola, Rogers? – Ela cruzou os braços.

— Se passasse mais um dia na minha casa, ficaria maluco, Nat. – Fez uma careta. – E quem apresentaria Bucky para o pessoal se não eu? – Ela direcionou seu olhar para o garoto de cara fechada e cabelos ao vento logo ao lado do loiro.

— Então você é Bucky Barnes? – Arqueou uma sobrancelha.

— Pelo jeito fui assunto por aqui. – Ele também arqueou uma sobrancelha.

— Steve não consegue guardar a língua dentro da boca quando você está na pauta do dia. – Ela deu de ombros, estendendo a mão. – Natasha Romanoff.

— Ele me falou um pouco sobre você. – Bucky apertou a mão da garota com a mesma firmeza com a qual ela apertava a sua, sustentando o olhar sério.

— Só as coisas boas, Steve? – Questionou ao garoto.

— Você só tem as boas, Nat.

— Mentiroso. – Riu soprado, soltando a mão do novato para bagunçar os cabelos milimetricamente arrumados do Rogers, que retribuiu com a careta mais próxima da ameaçadora que ele conseguia reproduzir. Ela riu soprado. – Desista, Rogers, você é incapaz de me assustar com essa cara de filhote de labrador que tem. – Apertou seu nariz.

— Hey, Steve! – Sam caminhava em sua direção, acenando e sorrindo, pousando os olhos na figura que, aparentemente, seria motivo de muito falatório naquele dia. – E aí? Quem é o seu amigo gótico?

— E este é o Sam! – Steve revirou os olhos. – Lembra-se dele?

— Claro, usou aquele aparelho esquisito até os onze anos, quando o retirou? – Bucky riu soprado da expressão confusa do garoto.

— Lembra-se do Bucky? – Steve se dirigiu a Sam.

— Aquele Bucky? O cara que te defendia em todas as brigas? – Apontava assustado para o menino. – Cara, você, definitivamente, não é o Barnes!

— Então eu não sou. – Bucky riu soprado.

— Prazer em conhece-lo, cara. – Também estendeu a mão, tendo-a apertada com mais gentileza que a Romanoff. – Puxa! Nunca imaginei que o conheceria um dia! Eu mal me lembrava de você, com todo o respeito.

— Não me ofende. – Ele garantiu. – Steve e eu formávamos uma dupla na infância, não tínhamos muitos contatos, você era só o cara da boca de ferro que não falava com ninguém.

— Ei, isso ofende. – Protestou, mas riu logo em seguida. – Mas não é de todo mentira. Eu realmente não falava com ninguém, só com a Wanda, enfim... – Deu de ombros, não concluindo sua linha de raciocínio por falta de necessidade. – Veio pra ficar definitivamente?

— Definitivamente. – Concordou.

— Então seja bem-vindo de volta. – Sam sorriu.

— Quem é bem-vindo? – Clint se aproximou, mordendo um pedaço de torta que eles sequer imaginavam de onde saíra.

— Bucky Barnes. – Ele se prontificou, estendendo a mão. Clint encarou-a por um momento e ergueu o generoso pedaço de torta que segurava com as duas mãos em resposta.

— Prazer, cara, sou Clint Barton. – Ele sorriu meio torto, com a boca cheia. Olhou para Steve em seguida. – Hey, Steven, como está?

— Para de me chamar de Steven, seu imbecil. – O loiro revirou os olhos. – Me sinto bem melhor agora.

— E que fim deu Dylan? – Sam olhava de um para outro.

— Cara, não ficou sabendo? – Clint encarou o garoto. – Nat deu uma surra no cara! Ele nunca mais vai se esquecer enquanto viver!

— Não exagera, Barton. – A garota revirou os olhos.

— Realmente, eu exagerei. Não deu tempo de dar uma surra nele, o cara caiu desmaiado no terceiro soco. – Ele riu, arrastando Bucky com ele na graça. Natasha arqueou uma sobrancelha para o moreno.

— Você se diverte com o risco que Rogers correu? – Questionou.

— É claro que não. – Fechou a expressão novamente. – Stevie é um delinquente inconsequente e precisa aprender a parar de se meter em brigas contra pessoas maiores que ele, mas eu sempre acharei graça ao ouvir que aquele bostinha do Dylan levou uma surra. – Sorriu de viés.

— Vocês falam como se eu não estivesse presente. – Steve interveio. – Eu posso me defender.

— Então por que não começa a aprender? – Natasha bufou.

— É, Stevie, por que não começa a aprender? – Bucky cruzou os braços.

— Eu realmente não preciso de um pai e uma mãe adotivos, beleza? Meus pais já me dão bronca suficiente.

— Seus pais confiam em mim porque sabem que sou sua consciência. – Bucky revirou os olhos.

— E porque eu sou mais sensata que você. – A garota completou.

— Ótima dupla eu arrumei aqui! – Ele bufou. – Ótima ideia, Steve! Excelente ideia! – Afastava-se do grupo, que ria.

Custara pouco de sua paciência convencer Bucky a acompanha-lo em seu primeiro dia depois da briga na qual todos falaram o final de semana inteiro. Steve já imaginava, suas brigas eram sempre motivo de falatório e especulação, todos se perguntavam o que fazia um garoto mirrado como aquele enfrentar sempre alguém maior. Não era uma tarefa muito difícil ser maior que o Rogers, todos também sabiam disso, difícil mesmo era encontrar alguém tão corajoso quanto.

No geral, ele não era motivo de atenção no colégio. Passava desapercebido pelos corredores e aulas, seria invisível se não fosse seu grupo de amigos tão diferenciado. Grupo o qual ninguém nunca entendera porquê se formara. Todos também sabiam que Steve não fazia o tipo que se aproximava de pessoas novas e tão diferentes de si. Quando Bucky se fora, o loiro passou um longo período sozinho, apenas lendo seus livros, ouvindo músicas e rabiscando rascunhos em seu caderno de desenho. Sam Wilson fora o primeiro a se aproximar.

Todos imaginavam o motivo do Wilson dar o primeiro passo em direção a essa amizade. Como um garoto solitário, ele possuía esse tipo de mania de acolher os solitários do colégio, talvez porque ele mesmo sentira-se abandonado quando se mudara para a Browning na segunda série. Com ele, vieram Barton e Romanoff, que chegaram juntos no ano seguinte à partida de Bucky, e então o grupo estava formado. Como se mantinham é que era um mistério.

Steve caminhava despreocupadamente pelo corredor, desvencilhando-se dos estudantes alvoroçados que transitavam para todos os lados, parando em frente aos seus próprios armários ou armários de terceiros. Finalmente alcançou o seu, de onde retirou seu livro de História. Foi o tempo de fechar o mesmo para sentir um braço enlaçando-o pelo ombro, atraindo sua atenção para o locutor, que começou a disparar, aparentemente, todas as palavras que o homem moderno conhecia do dicionário a uma velocidade sobre-humana.

— Steve, meu bem, fiquei sabendo que foi parar no hospital, parece que o assunto foi mesmo sério desta vez. Perdoe-me não poder visita-lo, estive trabalhando num protótipo de motor que revolucionará a indústria automobilística o final de semana todinho. – Tony sorriu largo, aparentemente orgulhoso demais de seu intelecto avantajado. – Mas me diga, o que aconteceu? Se quiser processar Dylan, conheço um excelente advogado, ele me deve um favor, cobrará baratinho para você.

— Stark, tempo. – Steve fez um gesto com as mãos, indicando para que o rapaz se calasse. – Eu não pretendo processar ninguém.

— Qual o sentido de se conhecer bons advogados se não para processar pessoas?

Você conhece advogados. – Ele se moveu desconfortavelmente. – Poderia me soltar, por favor?

— Claro, meu bem. – Se afastou. – Diga-me, o que posso fazer por você, Rogers?

— Faz cinco anos que nos conhecemos e esta é a segunda vez que fala comigo. Qual é a sua, Stark? – Ele arqueou uma sobrancelha.

— Veja bem, você arranjou uma briga na minha casa, foi parar no hospital por conta dessa mesma briga. – Sorriu de viés. – O mínimo que posso fazer é oferecer alguma ajuda.

— Você não precisa fazer nada, eu estou bem melhor e não pretendo jogar a culpa em ninguém, foi aquele idiota do Dylan quem começou.

— Hm, duvido. – Fez uma careta debochada. – O colégio todo conhece a sua fama, todos sabem que é sempre você quem começa, Steve Rogers. Você é uma máquina de brigas. – Sorriu divertidamente, como se o título fosse mesmo motivo de orgulho.

— Talvez se ele não estivesse tentando estuprar uma menor de idade, eu não teria me intrometido. – Arqueou uma sobrancelha. – Agora dá pra me deixar caminhar até a minha sala?

— Só mais uma coisa. – Tony parou à sua frente. – Esse estilo cowboy fica péssimo em você. – Apontou para a camisa com um xadrez em tons de azul que Steve usava por cima da camiseta branca. Stark recolocou os óculos escuros que o loiro só percebeu que ele segurava quando estavam novamente no rosto do mesmo, então partiu na mesma velocidade com a qual surgiu.

Steve riu soprado, negando lentamente com a cabeça. Tony Stark era uma figura e tanto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

n.f.: Gente, preciso deixá-los saber que esta Stucky (que nasceu como ShortFic) acabou de evoluir para LongFic. Isso é só pq eu não aprendi a brincar de Short :S Vamos ver o que vem depois huahauhau Obrigada pelo tempinho que me permitiu roubar do seu dia hoje ♥ Até o próximo e XoXo ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Toská -Angústia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.