Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 48
Depois da calmaria...


Notas iniciais do capítulo

Olááááááááá, enfermeira! Tudo bem com vocês? ^^ Senti saudades, MUITAS saudades ♥ Mas não vou ficar enrolando, não, vamos logo ao que interessa, eu só queria dizer para se atentarem ao jornal que postei hoje no link que deixarei nas notas finais ♥

BoA leitura ^^



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Steve aguardou até a respiração encontrar seu ritmo costumeiro e seu cérebro parar de rodar de olhos fechados . Aos poucos os abriu, esperando até que os objetos entrassem em foco novamente e parassem de se mover. Seu ouvido zunia e ele sentia sede, muita sede. A destra ainda segurava o órgão – agora adormecido – e havia esperma por toda a parte interna de sua roupa íntima. Ótimo, agora precisarei de outro banho, pensou consigo mesmo antes de se pôr em pé e sentir o peso do corpo fazer efeito sobre as pernas.

Engoliu seco quando deu o primeiro passo e se sentiu ainda zonzo pelo orgasmo, aquilo definitivamente era novidade. O banheiro pareceu muito mais distante do que era de fato, custou também até se despir de sua pouca roupa antes de se enfiar debaixo da ducha. Quando a água atingiu seu corpo miúdo, sentiu-se arrepiar e soltou um suspiro baixo, a mente trabalhando a todo vapor nos últimos acontecimentos. Parecera tão real que Steve começava mesmo a se achar um lunático desgraçado naquele momento, de onde surgira todas aquelas sensações, e sussurros, e toques? Ele não se recordava de um dia ter vivenciado nada daquilo, no entanto... No entanto a mão de Bucky parecia tão quente e macia, e sua voz tão voluptuosamente dolorosa que ele se surpreendera quando percebera que estava sozinho naquele quarto. Soltou um arfar baixo quando tocou a genitália para se limpar e a sentiu sensível, Steve precisaria parar de pensar em tudo aquilo se quisesse mesmo dormir naquela noite.

Mais tarde, e depois de tortuosos minutos de um banho-pensativo-não-pensativo, ele finalmente conseguiu vestir roupas limpas e se deitar para descansar. Não que estivesse mesmo com a mente vazia enquanto encarava a janela da varanda e a casa escura logo ao lado, sua mente nunca estava vazia – principalmente quando ele precisava que estivesse. As imagens surgiam e sumiam rapidamente, frases soltas começava a se juntar e fazer sentido pela primeira vez e então algo começava a tomar forma e finalmente parecer coerente depois de tudo o que vivenciara nas últimas semanas. Se virou de lado e suspirou, e com a mente ainda brincando com sua razão enquanto remontava os diversos sorrisos do Barnes, Steve finalmente conseguiu fechar os olhos e se entregar ao universo criado por Morfeu.

Em algum momento, Steve despertou assustado, com o coração acelerado e respirando afoito, havia algo de muito errado naquele pesadelo que acabara de ter e preferia não pagar para ver se era somente um sonho idiota ou algum tipo de aviso do além. Levantou-se, jogando as cobertas para longe enquanto vasculhava o quarto com os olhos, atrás de alguma calça ou qualquer outra coisa mais decente para ser visto na rua, encontrando uma sobre a poltrona do Barnes. De lá de cima, calculou um modo melhor de pular de sua janela sem se machucar, o que o fez rir soprado ao imaginar que, talvez, ficaria tão bom naquilo um dia quanto o Barnes era. Saltou quando se sentiu confiante e logo estava escalando a parede da casa ao lado, seu peito ainda sufocado e a sensação de algo ruim na boca do estômago.

Adentrou a janela que nunca era trancada e seguiu diretamente para o andar de baixo, duvidando que o Barnes estivesse mesmo no quarto. Uniu as sobrancelhas e sentiu um arrepio sombrio passar pela coluna ao encontrar algumas garrafas vazias sobre a mesa da cozinha – que antes estivera limpa, ele tinha certeza disso. Seguiu apressadamente para a sala, mas não havia sinal do Barnes ali também, apenas mais garrafas pela metade no chão, próximas ao sofá. Havia uma nova mancha recém criada na parede, ao lado do retrato da família, Steve tomou fôlego e coragem e voltou a subir as escadas, torcendo para encontrá-lo no quarto dos pais.

Tal qual nos cômodos de baixo, havia muita bagunça e nenhum sinal de Bucky por ali também. A cama estava um caos, mas não haviam garrafas, pelo menos isso, pensou. Suspirou e seguiu para o quarto do Barnes, já sabendo que ele não estaria naquele lugar. Seu peito estava apertado e tudo girava ao seu redor, algo berrava em sua mente, mas ele decidiu que não daria ouvidos à voz de seu desespero até encontrar alguma pista – ou prova – de qualquer coisa. Então uma última luz de esperança brilhou em sua mente quando se lembrou do telhado.

Por favor, por favor.

As pernas tremiam de leve e o ar parecia rarefeito enquanto se aproximava da janela, Steve nunca fora muito religioso, e definitivamente não era do tipo que prestava orações a entidades invisíveis que ele nem sabia se acreditava mesmo, porém, pedia tanto que jurava que havia alguém ali para ouvi-lo clamar. A janela estava aberta, aquilo só poderia ser um bom sinal, certo? Respire, Rogers, se obrigou a se acalmar antes de passar por ali e seguir aquele caminho até o ponto plano do telhado. E como se houvesse mesmo alguém poderoso o suficiente que realmente concedesse desejos egoístas à humanidade, as costas do Barnes foram as primeiras a darem boas-vindas ao Rogers.

Steve conseguiu sentir todos os músculos relaxarem quando suspirou aliviado enquanto se permitiu admirar por um momento as costas nuas do moreno. Bucky encarava o horizonte enquanto o braço esquerdo sustentava o seu corpo – esticado para trás e apoiado no chão – e o direito repousava sobre a perna direita, que era a única flexionada. Ele parecia bem, num panorama geral, mas, no fundo, Steve sabia que “estar ali” não significava “estar bem” quando o assunto era Bucky Barnes. Suspirou novamente e vestiu seu melhor sorriso antes de se aproximar um pouco mais.

— Vocês ainda estão vendendo ingressos para essa festa? – Steve apontou para o lado de Barnes quando este despertou de seus devaneios e lhe deu atenção. Ele sorriu de volta para o loiro.

— Você é convidado VIP, Stevie, será sempre recebido no clube. – Bateu no espaço vazio ao seu lado, mas Steve não se sentou ali.

Caminhou para frente e deu um chute de leve na coxa do Barnes, indicando que ele deveria dar espaço para que ele se sentasse entre elas. Bucky arqueou uma sobrancelha, mas acabou rindo soprado e fazendo exatamente o que o loirinho queria. Quando não fazia algo que o Rogers queria? Essa era uma excelente pergunta, mas ele pensaria nisso uma outra hora. Quando Steve se acomodou ali, Bucky o abraçou por trás, trazendo suas costas de encontro ao seu peito. O Rogers segurou um suspiro na garganta, não sabia se conseguiria não pensar no orgasmo que tivera horas antes. Para piorar, Bucky apoiou o queixo em seu ombro e suspirou. Steve conseguiu ignorar sua linha de raciocínio por um momento quando sentiu o cheiro de bebida misturada com café no hálito do moreno.

— Precisamos conversar sobre todas essas garrafas que consegue clandestinamente, Buck. – Sussurrou.

— Precisa ser necessariamente agora? – Apertou-o um pouco mais.

— O quanto antes, melhor. – Steve apoiou os braços sobre os do moreno.

— Você não tem que se preocupar com isso, Stevie.

— Quando você bebe para esquecer algo que claramente não vai esquecer, então isso se torna um problema. – Ele suspirou. – E se torna um problemão se somarmos a isso o fato de que estamos juntos e eu meio que tenho responsabilidade nisso tudo.

— Você não tem responsabilidade nenhuma sobre minhas decisões erradas. – Ele riu soprado, selando carinhosa e rapidamente o pescoço do loiro.

— Bom, se pararmos para analisar as circunstâncias... Você voltou para ficar mais próximo de mim, então começamos a sair em seguida e cuidar da outra pessoa passa a ser automaticamente responsabilidade do outro quando esta aceita sair com alguém... então meio que é sim responsabilidade minha. – Bucky riu soprado.

— E o que sugere? – Suspirou novamente.

— Reuniões do AA, talvez?

— Não acredito que seriam eficientes. Não comigo. – Suspirou outra vez, abraçando-se mais fortemente ao loiro. – É só que... esse não é o meu problema.

— Você está bem? Digo, agora? Está bem agora?

— Você quer saber se estou bêbado? Porque se for isso, eu duvido muito. Já faz umas cinco horas, e eu acabei cochilando um pouco, tomando uma dose extra de café e um banho no meio de toda essa bagunça.

— Tenho medo que isso se torne um vício no futuro. – Falou baixinho, exteriorizando o aperto em seu coração.

— Eu só... Não... Não era exatamente por... O que quero dizer é que... Eu... – Ele suspirou outra vez, apoiando a testa no ombro do garoto. – Não dá pra explicar, Stevie, sinto muito.

— Tenta, ué, desde quando tem medo de me dizer alguma coisa? É por causa dos seus pais?

— Não exatamente. Pelo menos, não no começo, mas sempre acaba sendo um pouco por eles no final das contas. – Bucky suspirou outra vez. – É só... Quer dizer... Não acha vergonhoso?

— O que, Buck? Sabe, eu não estou na sua cabeça, você precisa me dar algo mais concreto para que eu entenda. – Steve riu soprado, apoiando a cabeça no ombro do moreno e recostando a bochecha na do Barnes, sentindo-a se mover conforme ele falava.

— Toda essa merda com Dylan. – Steve sentiu a bochecha de Bucky esquentar e imaginou que ele estivesse corado.

— Sobre ele ter uma queda por você?

— Não fala assim... – Bucky suspirou de novo. – É nojento.

— Você não pode impedir as pessoas de sentirem algo por você, Buck, nem sempre são as pessoas que queremos, ou mesmo que gostamos, e se você for se preocupar com cada uma das pessoas que já se interessou ou se interessa por você, cara, você para de viver só pra ficar se preocupando.

— Mas é do Dylan que estamos falando, aquele escroto do caralho que batia em qualquer ser humano que fosse menor que ele simplesmente porque ele tem meio cérebro de hamster dentro daquela cabeça, entende? E eu... Caralho... – Bucky riu soprado, e Steve sabia que não era por graça. – Ele te mandou pro hospital, e só de imaginar que isso é por minha causa... Eu não sei o que seria capaz de fazer se você não estivesse por perto.

— Você não seria capaz de fazer o mesmo com ele, porque você até pode soar ameaçador quando quer, mas tem o maior coração que o mundo já viu. E tem mais, não é culpa sua se ele não consegue controlar a própria raiva. Eu só fico com pena daquele cara que tá com ele.

— É mais nojento porque, ao mesmo tempo em que estou aqui tentando suportar o peso do mundo enquanto tento não me destruir e nem partir as coisas que importam pra mim, ele está lá com um filhotinho de cachorro e um cara que parece ser bacana, feliz e sorrindo para crianças e idosos e isso... Como ele consegue dormir à noite, entende?

— Eu acho que o nosso erro foi fazer dele um monstro e não um ser humano perigoso, Buck. Nos esquecemos que certamente tem coisas das quais ele gosta, e pessoas com as quais se importa, e nada disso o impede de ser alguém ruim e é justamente isso o que é mais horripilante. Enfim, esqueça isso por hora, não devemos pensar nisso agora, ok? Você... Cara, presta atenção, ok? Não é culpa sua, beleza? Você não pode sair por aí achando que tudo é culpa sua e que tem responsabilidades sobre coisas que não tem. O Dylan que se foda, se concentra naquilo que você tem e segue em frente como der. – Bucky riu soprado, e parecia mais bem humorado agora.

— Então vou me concentrar em você.

— Esse é um bom começo. – Steve também riu soprado, ficando sério em seguida. – Foi por isso que não me deixou dormir aqui? Porque não iria conseguir dormir de qualquer forma? Pensei que fosse o único capaz de tirar seu sono, estou meio chateado.

Bucky gargalhou o mais baixo que pôde antes de selar a bochecha do loiro.

— Eu nunca durmo bem à noite, Stevie, não se sinta especial por isso, tenho outras coisas guardadas para você para que possa se sentir especial.

— E por que não me mostra essas coisas?

— Porque não acho que esteja pronto para elas ainda.

— E por quê? Você acha que eu não quero também?

— Você tem 17 anos e é bem saudável para mim, ou, pelo menos, até onde eu saiba, então eu acredito quando me diz que você quer também, só não acho que nossos “quereres” sejam parecidos.

— Por quê?

— Nós já falamos sobre isso antes, Stevie. – Bucky selou novamente a bochecha do Rogers.

— Só porque você se masturba pensando em mim? Grande coisa. – Deu de ombros, sentindo a cabeça do Barnes balançar junto.

— Não dá pra avançar o sinal enquanto você ainda me chama de “melhor amigo”, Stevie. – O Barnes sussurrou em seu ouvido e todas as lembranças acordaram na mente do loiro, fazendo-o se arrepiar inteiro enquanto ele fechava os olhos e suspirava.

— E se eu disser que me masturbei pensando em você hoje à noite? Isso mudaria alguma coisa?


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Notas finais do capítulo

Agora a porra fica séria. E eu só tenho a dizer que talvez, e somente talvez, esse lemon fique bem grande e eu tenha que dividi-lo em dois capítulos :S Tentarei ao máximo enxugar sem perder a beleza da cena, porque quero muito que seja bem especial ♥ Tejem prontos ~pisca

Sobre o jornal do dia https://www.spiritfanfiction.com/jornais/extra-extra-nota-de-vivencimento-13148070

Muito obrigada pela paciência e pelo carinho ♥ Agradeço pela companhia também ♥ Até o próximo e XoXo ;*



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