Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 49
Dopamina e endorfina vezes dois - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Olááááááááááááááááá, enfermeira! Tudo bem com vocês? ^^ Saudades que chama, neah? ♥ Vocês acharam que eu os tinha abandonado, mas eu não abandonei ♥ Devo confessar que essa foi a limonada mais difícil que eu já escrevi na vida, e eu espero muito não ser uma grande decepção porque sei que esperaram muito por esse momento. Espero ter conseguido pegar todos os elementos que queria mostrar com ela e que vocês consigam sentir, pelo menos um pouquinho, aquilo que pretendia passar ♥ E agora chega de enrolação, eu apresento a vocês...

BoA leitura ^^



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 Isso é um passo e tanto, eu diria. – Era quase imperceptível, mas Steve o conhecia bem demais para não ter notado a pequena mudança em seu timbre. Barnes estava ficando constrangido.

— Você não precisa ficar com vergonha, achei que sempre se sentisse à vontade para falar abertamente comigo sobre todos os aspectos da sua vida.

— Digamos que me sinto bem à vontade para falar sobre a minha vida, mas acabei de descobrir que não sinto a mesma vontade para falar sobre a sua. – Riu soprado. – Eu só... Eu realmente não esperava ouvir isso de você tão cedo.

— Foi bem mais forte que eu, acredite. – Steve suspirou, aconchegando-se melhor no peito do moreno, sentindo a brisa gélida da madrugada resfriar seu rosto.

— Eu consigo imaginar. – Bucky riu soprado de novo, prendendo-o com carinho em seu abraço.

— Mas a culpa é sua e daquela sua estúpida roupa preta, você tá proibido de usar preto em público.

— E o que foi que a minha roupa preta e eu fizemos para você?

— Não sei se percebeu, mas foi meio difícil tirar os olhos de cima de você hoje.

— Por isso passou a maior parte do tempo calado? Agora tudo faz sentido. – Bucky selou seus cabelos.

— Eu percebi que sua silhueta é muito mais bonita do que tinha reparado antes, e também que eu posso invejar algo estúpido como uma gota de água simplesmente porque ela pode passear pelo seu queixo, pescoço e peito em público sem que ninguém jamais chame de imprudente, ou coisa pior.

— O quê? Do que está falando, Stevie? – Bucky riu soprado mais uma vez. Steve se calou por alguns momentos, tomando fôlego e falando em seguida.

— Eu quero dizer que eu senti mesmo vontade de te lamber hoje à tarde e não sabia muito bem como lidar com essa informação até ter gozado agora há pouco enquanto choramingava o seu nome, Buck.

O Barnes permaneceu muito tempo calado depois de ouvir aquilo. De onde saíra aquele Steve? Ele não sabia dizer, e também não estava muito tentado a descobrir. Era curiosamente excitante ouvir que o loirinho sentiu desejo nele, que se sentiu curioso e tentado a tocá-lo. Também era assustador, porque fora algo que fantasiara por tanto tempo que agora não sabia se estava mesmo preparado para lidar. Selou demoradamente a nuca do Rogers, fazendo questão de aspirar e expirar o seu aroma antes de se aconchegar novamente no espaço entre o seu pescoço e seu ombro.

— E agora que passou por essa experiência incrível, o que quer fazer com ela?

— Esperava que tivesse uma resposta melhor pra mim.

— A minha resposta é essa, Stevie. – Selou seu pescoço. – O que quer fazer com essa informação?

— Eu quero transar com você, Buck. É isso o que quero fazer agora, é só nisso o que estou pensando nesse momento.

Steve sentiu os músculos do Barnes enrijecerem em suas costas e o moreno ficar sem reação. Ótimo, ele pensou com um sorriso maldoso. Virou-se para poder encará-lo e ficou mais que contente ao perceber que Bucky não fazia nenhuma menção de pará-lo enquanto ele se sentava sobre suas coxas e o abraçava pela nuca. Steve aproximou seu rosto e selou carinhosamente os lábios do outro. Bucky pareceu estremecer enquanto se permitia apenas sentir o toque macio do loirinho. Seja lá no que ele estivesse pensando, o Barnes tinha certeza que não acabaria ali naquele dia. Então Steve se moveu novamente e voltou a beijá-lo, com voracidade desta vez, uma fome que Bucky tinha certeza que jamais estivera ali antes. Instintivamente, o Barnes segurou a cintura do Rogers, apertando-o de leve em sua palma, somente para poder senti-lo e saber que ele estava de verdade consigo naquele momento. Que ele queria estar exatamente ali. Ao se separaram, havia um resquício de sanidade em sua mente ainda, e foi o suficiente para ele tirar o loiro de cima de seu corpo e se levantar, estender a mão e encará-lo com os olhos famintos.

— Vem, Stevie, se vamos mesmo transar, não vai ser nesse telhado.

Steve aceitou a mão estendida para si enquanto olhava nos olhos do Barnes. Ele o olhava com expectativa, mas tinha algo mais, algo que sempre estava presente em todas as vezes que o pegava o encarando. Porque o Barnes o olhava como se nada mais tivesse importância no mundo, e talvez – no mundo dele – não houvesse nada realmente importante mesmo, afinal, Barnes não tinha mais ninguém. Tudo o que estava mais próximo de chamar de “seu” estava bem ali, ao alcance do seu coração. Steve sentiu o peito aquecer com aquela constatação enquanto o seguiu para o interior escuro da casa, ele ainda não tinha muita certeza do que fazer depois, mas sabia que não se arrependeria.

Bucky não os levou até o quarto dos pais e parte de Steve agradeceu por isso, não julgava que seria correto usar a cama que um dia pertencera às pessoas mais importantes da vida do Barnes como palco para algo que pertencia somente a eles. Aquele momento era deles, não das coisas que ficaram num passado muito distante. A mão do moreno estava gelada na sua, talvez resquício do vento no telhado, talvez nervosismo, de qualquer forma, pensava no contraste que aquela troca de temperaturas causaria em sua própria pele dentro de alguns minutos e não conseguia segurar um suspiro baixinho, que acabou chamando atenção do Barnes assim que eles adentraram o quarto.

— Tudo bem aí? – A voz do moreno estava mais baixa e mais grave, Steve sentiu-a dominar todos os seus sentidos e aproveitou aquela sensação por um momento antes de responder.

— Tudo bem.

— Minha cama não é assim tão grande quanto a dos meus pais... – Ele coçou a nuca enquanto caminhava para perto da cama, tirando dali de cima algumas roupas.

— Parece perfeito pra mim, quantas vezes não dividimos essa cama antes? Não é como se fosse um lugar completamente novo e desconhecido. – Steve deu de ombros. Bucky riu soprado.

Por um momento ficaram parados, se encarando no escuro – ou o mais próximo disso, uma vez que o Barnes não se incomodou em acender as luzes e Steve escolheu respeitar isso, imaginando que ele ainda se sentia envergonhado pelo braço mecânico. Foi Steve quem riu soprado e começou a se aproximar do moreno antes que ele tomasse qualquer outra decisão ou dissesse alguma coisa. O Rogers suspirou longa e vagarosamente antes de erguer as mãos com calma e tocar o rosto do Barnes, cada palma sustentando um lado de sua face, segurando-o com préstimo, acariciando-o. Steve sorriu levemente antes de falar baixinho.

— Daqui eu não pareço ser muito menor que você.

— Você não é assim tão menor que eu, Stevie. – Bucky riu soprado, abraçando-o pela cintura. – Acho que o karatê acabou te incentivando um pouco a ganhar alguns centímetros.

Os dedos de Bucky começaram a brincar com o final da coluna de Steve, acariciando-o vagarosamente em formatos circulares, quase imperceptíveis se Steve não estivesse tão ciente daquele momento e do calor do corpo do outro tão próximo ao seu. O Rogers sorriu de novo, de fato não era mais tão pequeno quanto antes, e essa era uma sensação um pouco engraçada para ser honesto. Acostumara-se a ser pequeno e ter sempre que olhar para cima para falar com o Barnes, agora era quase uma cabeça menor e bastava erguer os olhos para encontrar os esverdeados o encarando de volta. Desde quando crescera tanto assim? Aquela pergunta ficaria sem resposta, porque não era assim tão relevante para a ocasião.

Em algum momento naquele jogo de carícias leves e sussurros calmos, a mão direita do Barnes invadiu a camiseta que Steve usava e começou a brincar com a pele por baixo e Steve tinha mesmo razão, o contraste da sua pele quente com a mão gelada do Barnes era realmente algo muito interessante. O loiro fechou os olhos e suspirou de novo, aproximando-se um pouco do rosto do Barnes porque ele estava mesmo com vontade de beijá-lo até esquecer seu próprio nome, mas antes que conseguisse tomar iniciativa, Bucky foi mais rápido e o beijou primeiro.

Bucky tinha gosto forte de café e alguma barba por fazer que Steve não tinha se atentado até então naquele dia – não que realmente se importasse com isso, – e pra falar bem a verdade, aquele detalhe somente aguçou sua vontade de acariciar seu rosto e queixo e sentir os poucos e curtos pelos arranhando seus dedos devagar. Foi exatamente o que fez no exato momento em que a mão do Barnes subiu alguns centímetros pela sua coluna, traçando cada uma de suas vértebras com aquele típico cuidado que pertencia somente a ele. Chegava a ser engraçado quando pensava nisso, mas Bucky era grande e vestia essa expressão de poucos amigos na maior parte do tempo, mas ninguém o tocava com o mesmo cuidado com o qual o moreno o fazia.

Em meio ao beijo, Steve sentiu também parte do braço mecânico do Barnes tocar a sua pele e se arrepiou com a temperatura. Bucky pareceu perceber e separou a mão e o rosto dele. Suspirou baixinho e sorriu desconfortavelmente, afastando alguns fios teimosos do rosto. Sua mão direita continuava no meio das costas do Rogers quando falou.

— Desculpe. – Sussurrou. Steve sorriu.

— Por quê?

— Metal gelado no meio das suas costas não parece ser o ideal de uma transa perfeita no momento. – Fez uma careta involuntária.

Steve sorriu um pouco e se afastou o suficiente daquele abraço, somente para dar espaço para o braço do moreno. Alisou com carinho do início do ombro, passando os dedos com suavidade por todo o contorno do antebraço e braço até chegar à mão. Sorriu novamente para o Barnes e levantou-a, fazendo questão de beijar cada um dos dedos, e depois a palma e então as costas da réplica de metal enquanto observava curioso as reações do outro. Bucky, fascinado, mantinha as sobrancelhas unidas, ainda em dúvida sobre o que o loirinho pretendia com aquilo tudo. Enlouquecê-lo seria a resposta mais aceitável e o que mais se aproximava da situação na qual se encontrava.

— Faz parte de quem você é agora, e eu não quero partes suas. Ou você entra inteiro nisso, ou passará bem longe do cenário perfeito que eu tenho certeza que desenhou enquanto ainda estávamos no telhado. – Steve riu soprado. – Sério, Buck, nos conhecemos há 10 anos, pensei que soubesse que eu não me importo com isso e que eu aceito inteiramente quem você é.

Bucky riu soprado e negou levemente com a cabeça. Deveria ter adivinhado que esse seria exatamente o tipo de discurso que somente o Rogers seria capaz de fazer, mas não conseguiu deixar de se sentir tocado mesmo assim e o abraçou por um momento. Aquilo definitivamente era diferente de quando ainda estava com Aksana e Egor ainda na Rússia, porque o casal se acostumara com sua figura e ignorava seu braço mecânico no calor do momento. Era mais como se não quisessem pensar na parte que faltava e se focavam em outras partes de seu corpo, e não era algo ruim na época, Bucky aproveitara muito bem cada uma das vezes que se reuniram.

Mas aquilo que Steve lhe oferecia era bem diferente, porque Steve não ignorava suas debilidades, e aquilo se estendia aos traços de personalidade que ele mesmo não conseguia aceitar sobre si mesmo. Steve olhava sua parte feia e a queria ali presente porque fazia parte de quem era, e isso não significava que o Rogers aceitava tudo sobre sua personalidade esquisita e gênio ruim, mas ele – pelo menos – se esforçava para compreender. Bucky suspirou enquanto mantinha os braços envolta do corpo menor que o seu, acariciando-lhe as costas com as duas mãos agora, eventualmente o metal ficaria um pouco mais quente e ele poderia tocá-lo sem se preocupar em congelar Steve no meio do processo.

Não havia muitos músculos no Rogers e, de certa forma, aquilo era interessante e excitante ao mesmo tempo. As mãos do Barnes passeavam com cuidado e carinho por sobre a camiseta, da lombar às omoplatas, traçando um desenho imaginário por sobre a espinha dorsal e as costelas. Steve parecia gostar do toque, sentia-o tremer em contato com seu corpo e o ouvia suspirar vez ou outra ao pé do ouvido, principalmente quando tocava suas costelas. Bucky não conseguia parar de sorrir sempre que ganhava mais um suspiro.

Steve, por sua vez, não deixou de aproveitar aquele momento para acariciar todas as partes do corpo do Barnes que lhe eram acessíveis. Os braços, o peitoral, o abdome, as costas, era tudo muito bonito, tudo excitante demais ao toque. Bucky era, sem sombra de dúvidas, a pessoa mais encantadora que conhecera, e agora passara a ser a mais linda também. Seus toques pararam quando Bucky separou o abraço e o segurou gentilmente pelo rosto, beijando-o com ardor enquanto caminhava de costas pelo quarto, que começava a ganhar a iluminação dos primeiros raios da manhã.

Quando as pernas encontraram a cama, Bucky virou o corpo, empurrando o Rogers calmamente em direção ao colchão até tê-lo sentado, sem se preocupar em cortar o beijo para se acomodar em cima do loiro. Por tanto tempo o impedira de continuar o que ele mesmo não aguentava mais esperar, não pararia agora nem para se acomodar melhor na cama. Steve, àquela altura, segurava a cintura de Barnes como se procurasse algo no que se agarrar enquanto sentia a mente esvaziar. Tomara uma decisão e estava sedento para descobrir qual seria sua extensão. Sentiu algo repuxar alguns fios de cabelo e reclamou em meio ao beijo, o que serviu para alarmar o Barnes.

— Aconteceu alguma coisa?

Steve abriu a boca para responder que talvez alguma dobra em seu braço enroscara em seu cabelo, mas ao ver os lábios muito rubros pela fricção e o peito subindo e descendo rapidamente, indicando que Bucky havia perdido – e muito – a compostura, sorriu levemente e negou com a cabeça, puxando-o novamente para mais um beijo apaixonado. Deveria ser a terceira ou quarta vez que suas mãos faziam aquele caminho até a cintura do Barnes, mas o que mais poderia fazer se suas mãos pareciam ser atraídas para aquele ponto enquanto sua boca era desbravada com furor pela língua do moreno? Procurava respirar sempre que podia, e seus pulmões ardiam enquanto imploravam por ar, e mesmo assim ele não queria parar de beijá-lo nunca mais.

Ajoelhado na cama, Bucky se inclinou na direção do Rogers, que precisou apoiar as mãos no colchão para não cair repentinamente de costas. Num minuto estava sentado com Bucky em seu colo, no outro, estava deitado, com o moreno sobre seu corpo, numa carícia intensa de mãos e bocas e suspiros que começavam a acender algo dentro do estômago do loiro. Em algum momento, Steve conseguira inverter as posições e tomar controle da situação, aproveitando sua nova posição para explorar com mais calma o corpo do outro. Quando finalmente conseguiram apartar as bocas, o loiro arqueou uma sobrancelha e começou uma carícia sútil no final do pescoço do outro, exatamente por onde aquela bendita gota de água descera na tarde do dia anterior.

Aproveitou-se do fato de Bucky nunca usar uma camiseta à noite para esquadrinhar o desenho de seus músculos no peitoral e abdome, traçando cada uma daquelas linhas com os dígitos, as redecorando para poder pintá-lo mais tarde. Se pudesse, Steve o pintaria com todas as cores de sua paleta todos os dias somente para ter um Bucky diferente para cada dia do ano para admirar. Suas mãos, acompanhando os olhos, traçaram a linha que ele tinha no centro do peito e que acabava bem acima do umbigo, tomando rumos contrários quando atingiram os primeiros gomos de seu abdome. Bucky não possuía músculos tão aparentes quanto os de alguém que frequentava academias há muito tempo, mas eles estavam ali e certamente eram bem maiores do que os poucos que Steve cultivara com suas aulas de karatê.

Sua parte favorita em toda aquela experiência com o corpo do outro era que Bucky não tirou os olhos de seu rosto em momento algum. Ele parecia se deliciar com seus toques e, ao mesmo tempo, com as reações que ele sabia que não conseguia disfarçar em suas expressões. As mãos do moreno descansavam em suas coxas, não em um aperto, os dedos afagavam com delicadeza a pele por cima da calça, quase como se dissessem “estou aqui”. Steve não conseguiu prender um suspiro com essa ideia da presença do Barnes. E enquanto os dedos brincavam com cada um dos gomos do abdome desenhado, Steve o encarou de volta, sorrindo contido, meio sem graça.

— Não sei muito bem o que estou fazendo. – Sussurrou.

— Está indo muito bem para alguém que não faz ideia do que está fazendo. – Bucky rebateu.

— Sabe, só estive com uma pessoa e ela acabou conduzindo toda a cena, não sei muito bem se eu sei fazer. – Assumiu um pouco constrangido.

— Não é como se eu fosse o grande especialista do universo, mas estamos aí pra isso, certo? Você tá se dando muito bem aí, Stevie. – Bucky sorriu e Steve se deu por vencido.

Bucky acariciou seu braço enquanto mantinha sua mão mecânica sobre a perna do loiro, tentando ao máximo não exagerar no aperto. Steve recebeu aquilo como incentivo para continuar seu pequeno momento de exploração. Espalmou as mãos pequenas no começo do ombro do Barnes e, calmamente, movimentou-as para baixo, num carinho quase leve demais para ser percebido até o começo do moletom que ele vestia. Era um toque suave, mas Bucky sentia em cada uma das suas terminações nervosas, sentia também os arrepios gelados que aquelas carícias deixavam na derme quando passavam. Steve trazia na ponta dos dedos um mundo inteiro de sensações inesgotáveis que serviam unicamente para enlouquece-lo.

Então, com as costas das mãos, Steve fez o caminho inverso, pousando novamente as mãos nos ombros do moreno. A pela de Bucky tinha uma textura curiosamente excitante sob suas mãos. Ele já não tinha mais a pele lisinha que tivera na infância, bem longe daquilo. Haviam cicatrizes em todos os lugares, cada uma delas uma luta diferente na Rússia – ele imaginava, – e também haviam pelos em algumas partes. Bucky tinha pelos enquanto ele mal conseguia cultivar alguns fios no rosto. Suspirou com o pensamento, e percebeu que se parecia muito mais um suspiro de satisfação do que de frustração quando o Barnes apertou um pouco mais sua coxa e fechou os olhos. No final das contas, chegava a ser engraçado saber que ele causava todas aquelas sensações no moreno, e que aquela ereção que começava a se formar próximo à sua própria também era culpa sua.

Era um poder novo, o qual ele não esperava que teria. Não com alguém como Bucky Barnes. Dissera isso uma vez e não conseguia afastar esse pensamento de que Bucky realmente se parecia com algum calouro muito bonito de alguma faculdade. Steve suspirou novamente, arranhando levemente os ombros de Bucky no meio do processo. Se eles fossem mesmo até o final naquele dia, então teria certeza de deixar marcas em todas as partes para deixar claro que aquela ereção era por sua causa e ninguém mais. Estupidez, sabia, mas não pôde deixar de pensar naquele garoto entregue embaixo de si de maneira possessiva no momento em que se recordou de todos aqueles olhares que o Barnes ganhava na escola todos os dias.

Então Bucky, cansado de ser somente o expectador da noite, segurou-o com cuidado e virou-os na cama, ficando entre as pernas de Steve. Sorriu um pouco quando olhou em seus olhos, azuis como o mar limpinho, ou o céu sem nuvens. Bucky sempre gostou de dias ensolarados e sem nuvem alguma, principalmente quando estava enfrentando o pior momento de sua vida sozinho na Rússia. Dias ensolarados lembravam Steve e Steve era sempre uma boa lembrança para se agarrar quando tudo o puxava para baixo. Acariciou seu rosto com suavidade, aproveitando para redesenhar com seus dedos – não tão macios quanto os do loiro – todas as curvas de sua face. Suas maçãs e sua mandíbula, então seu queixo anguloso, os lábios vermelhos de tanto serem espremidos de encontro aos seus... Steve era tão, tão bonito...

— Há algum tempo me perguntou se eu não sentia tesão em você... – Bucky sussurrou, e não havia malícia ou maldade em sua voz, apenas curiosidade e expectativa, – quer saber quanto tesão sinto em você, Stevie? Quer sentir todo o tesão que sinto em você?

Steve tomou um longo fôlego, sentindo suas terminações nervosas estremecerem seu corpo inteiro. Fechou os olhos por instinto, somente para prolongar aquela sensação gostosa que sentia e, quando os abriu novamente, encarou profundamente o Barnes, respondendo sem hesitação ou dúvidas.

— Foi para isso que invadi sua casa no meio da madrugada, não foi? – Sua voz era baixa, rouca e gutural. Bucky sentiu em cada poro a urgência de sua própria ereção.

— Ah, Stevie... – Era para ser somente uma frase solta, mas soou como um gemido e nenhum dos dois conseguiu se importar mais com nada que fugia àquele momento. No instante seguinte, estavam se beijando com uma paixão incandescente.

Bucky não manteve mais as mãos para si mesmo. A mecânica foi parar exatamente na lombar do Rogers, trazendo-o mais para cima, colando-o junto a si enquanto a outra segurava-o pela nuca, erguendo-o aos poucos. Steve, quando deu por si, estava agarrado ao pescoço do Barnes, com as pernas transpassadas em sua cintura. Se por um lado a sensação de outra ereção junto à sua era novidade, por outro era curiosamente excitante. Sentia os pensamentos irem e virem numa velocidade supersônica, não conseguindo se ater a nada que não fosse verdadeiramente palpável. E, honestamente, nada que não fosse Bucky Barnes valia mesmo o esforço para ser apalpado naquele momento.


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Notas finais do capítulo

Estavam quase desistindo de mim, neah? Tudo bem, eu sei que demorei mesmo, e eu sinto MUITÍSSIMO por fazê-lo, mas eu jamais aceitaria entregar algo que me fizesse pensar "eu poderia ter dado algo melhor pra eles", então me esforcei muito pra entregar algo meramente satisfatório. Como havia previsto, essa limonada ficou imensa (16 páginas, 6759 palavras, para ser bem exata) e eu até pensei em dividi-la em 3, mas acabei decidindo dividir em 2 ^^ Então... Preparem o coração ♥

MUITO obrigada pela companhia e até o próximo ♥ XoXo ;*



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