Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 3
A droga de festa do Stark


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas ^^ O tempinho por aí tá bom também? Espero que sim ^^ Vamos dar continuidade, certo? Então...

BoA leitura ^^



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— Nada poderia dar errado, não é mesmo, Steve? – Sam encarava o loiro.

— Cala a boca, Wilson. – Ainda debilitado e meio zonzo, Steve resmungou.

Sam riu ao lado do amigo, aliviado por vê-lo acordado sobre a maca daquele hospital.

 

*Algumas horas antes

O relógio marcava 18h37 e Steve estava parado em frente ao seu pequeno guarda-roupas, procurando algo confortável para vestir. Ele sabia que Natasha e Clint não davam a mínima para a roupa que decidisse escolher, mas Sam o proibiu de dar às caras na festa do Stark usando moletom, e aquilo estava sendo muito cansativo. A festa sequer começara e ele já queria vestir seus pijamas de novo. Revirou em algumas gavetas, resgatando uma camiseta quase nova que ganhara de sua mãe em seu último aniversário, sequer se lembrava que a possuía. Buscou alguma jeans limpa na sua pilha de roupas e encontrou alguma meramente satisfatória ao final dela.

Não fazia ideia se as roupas escolhidas satisfariam as expectativas de Sam, mas não estava com vontade de se preocupar com o caso. Vestiu-se e arrumou os cabelos da maneira com a qual se acostumara, bem penteados para o lado direito do rosto. Passou seu desodorante e perfume e se jogou na cama, esperando a buzina do carro de Natasha soar do andar de baixo. Steve olhou para a janela de sua sacada, lembrando-se das inúmeras vezes que Bucky aparecera ali, porque Bucky sempre aparecia. Para jogar vídeo game, para tirar algumas dúvidas de algumas matérias, para checar se ele estava vivo após mais uma de suas brigas... Bucky fazia parte de sua vida e ele não queria perder isso.

Alcançou o celular na cabeceira da cama e buscou o contato, discando o número mais uma vez. Steve prometeu a si mesmo que, caso Bucky não o atendesse, ele não telefonaria mais. O coração do garoto acelerava em expectativa. Primeiro toque. Esperava ansiosamente poder contar ao amigo o que vinha acontecendo em sua vida, todas as mudanças e confusões. Segundo toque. E agora estava até indo a uma festa, Bucky com certeza não o deixaria esquecer daquilo enquanto vivessem. Terceiro toque. Steve prendeu a respiração quando ouviu um barulho diferente, e ficou encarando atônito a janela, com o celular no ouvido enquanto ouvia aquele barulho repetidamente. Bucky havia desligado a chamada sem se dar ao trabalho de atende-lo.

Não imaginaria que ele seria capaz de fazê-lo, e Steve queria muito acreditar que o amigo estava ocupado com algo verdadeiramente importante e não poderia atende-lo, mas depois de um ano inteiro de meias conversas frias, Steve já não sabia mais no que acreditar. Despertou de sua melancolia repentina quando ouviu batidas na porta. Se levantou e colocou o celular no bolso, caminhando até a mesma. Sua mãe sorria gentilmente para si, avisando que os amigos o aguardavam na sala. Acompanhado da matriarca, desceu as escadas e os encontrou sentados displicentemente nos sofás. Sam o analisou da cabeça aos pés, arqueando uma sobrancelha ao final.

— Que foi? – Steve questionou intrigado.

— Nada. – Sam suspirou derrotado.

— O que foi, Sam? Não estou à altura da festa do Stark nem assim? Pelo menos eu me esforcei.

— Cara, a escola toda estará lá, e você vai aparecer de jeans e camiseta de banda?

— Eram as minhas peças limpas. Era isso ou um moletom, escolha. – Cruzou os braços.

— Vamos embora logo. – Sam bufou caminhando para a saída.

— Foi o que pensei. – Steve sorriu vitorioso. – Estamos indo, mamãe.

— Se divirtam, e não façam nenhuma besteira.

— Tentaremos ao máximo manter os olhos em Steve para que ele não faça nenhuma besteira, senhora Rogers. – Sam sorriu.

— Obrigada, Sam. – Ela sorriu de volta.

— E quem disse que eu faria alguma besteira? – Steve protestou enquanto caminhava até o carro.

— Estamos falando de Steve Rogers – Clint revirou os olhos – e você sempre faz alguma besteira.

— Vai se danar, Barton! – O loiro adentrou o carro, ficando com o banco do passageiro.

— Por que você sempre vai na frente? – Sam abria a porta traseira.

— Porque a Nat gosta mais de mim do que de vocês.

— Ah, disso eu duvido! – Clint sorriu.

— Cala a boca, Barton. – Natasha revirou os olhos. – Steve não fica me importunando o tempo todo só porque tem medo de velocidade, e é por isso que ele sempre vem na frente. Agora afivelem os cintos porque daqui até a casa do Stark temos um longo percurso.

— Ele tinha que morar do outro lado da cidade? – Clint reclamou.

— Ele é rico, então ele tinha sim. – Sam respondeu.

A viagem realmente foi mais longa do que esperavam, graças ao transito que eles não imaginavam que enfrentariam, mas não foi silenciosa. Natasha estava impaciente graças as provocações idiotas de Clint e Sam, então ligou o rádio, porém, nem isso os impediu. Steve tentava se animar com a ideia da festa, todavia, verdadeiramente não dava a mínima, ele só queria voltar pra casa e dormir. Quando cogitou pedir à Natasha para que ela parasse próximo a uma loja de conveniência para que ele chamasse um taxi e voltasse, avistaram as luzes dos canhões de luzes azuis e brancas em frente à uma enorme residência. Só deu tempo de Natasha sibilar um “chegamos” até estacionar na primeira vaga que encontrou.

Steve não estava mesmo preparado para aquela festa.

Quando Clint disse que o colégio todo fora convidado, Steve deveria imaginar que mais de 200 pessoas estariam ali, mas ele tinha certeza que havia, no mínimo, mil pessoas naquele lugar. E a casa parecia ainda maior se pensasse sobre isso com afinco. Depois do portão havia um jardim com árvores e flores cercando uma espécie de estrada. A estrada levava à porta principal da pequena mansão, e somente nesse percurso havia mais gente do que o loiro via costumeiramente no horário do intervalo. Tomou fôlego antes de seguir os amigos para dentro da residência.

No caminho até a porta de entrada, Steve observou Natasha e Sam cumprimentarem algumas pessoas de longe enquanto Clint cumprimentava outras. Ele se perguntava desde quando os amigos conheciam todas aquelas pessoas se ele sequer as havia visto antes, talvez fosse mesmo o antissocial que pintavam. Finalmente dentro da residência, Steve se permitiu abrir a boca em admiração. Havia tanto espaço naquela sala que chegou a pensar que daria para abrigar duas famílias inteiras somente ali. A casa era toda moderna, sem muitas fotos de família. Pelo que pôde notar, os Stark não eram nostálgicos e também não gostavam de souvenirs. Antes de dar o terceiro passo, foi interceptado por um caloroso abraço inesperado.

— Rogers! Que honra tê-lo em minha festa! Aproveite a música e a bebida. – Stark ainda o segurava pelos ombros quando sussurrou. – Não experimente o patê de aspargos, aquilo está horrível. Adorei o look, meio punk e demodê, mas fica bem em você. – Apontava para a camiseta. Stark falava rápido e se movimentava demais para alguém que estava cercado de pessoas. Steve se pegou pensando se, em algum momento, ele acertara o dedo nos olhos de alguém enquanto cumprimentava um amigo. – Nat, minha querida, você está deslumbrante. - Apreciou a garota da cabeça aos pés, olhando para Clint antes mesmo de completar a frase. – Barton, deveria cuidar melhor dessa garota, porque vai perde-la. Ora, ora, se não é o Sammy. – Sorriu para o rapaz. – Bom vê-lo aqui, garoto.

— Espera. – Steve chamou sua atenção. – Desde quando você sabe quem eu sou?

— Steve Rogers. Estudamos química todos os anos desde a oitava série, você não se lembra? Acho que fiquei magoado. – Usou sua melhor expressão ressentida. – Mas não me importo com isso agora, quero que venham ver o meu amor. Onde ela está? – Stark finalmente tirou as mãos de cima de Steve quando começou a olhar em volta e gritar o nome da namorada. – Pepper! Pepper, meu bem, onde você está?

— Não sou um cachorrinho que você chama quando tem vontade, Tony. – Pepper sorriu elegantemente, mas Steve riu soprado do comentário ácido, porque, curiosamente, ele conhecia a língua afiada da garota. – Olá, sejam bem-vindos à festa. – Sorriu para cada um, parando um tempo em Steve. – Não imaginava vê-lo por aqui, Steve, fico realmente feliz por isso.

— Pelo jeito sou o único estudante da Browning a não frequentar nenhuma festa, certo?

— Exatamente. – Stark interveio. – Mas não se incomode, você não perdeu muito das festas de Kieran ou Dylan, eles são péssimos anfitriões. – Fez uma careta. – Mas perdeu todas as minhas, e isso é uma falta grave, meu bem.

— Não seria exatamente a primeira pessoa na lista de convidados de Kieran e Dylan. – Steve também fez uma careta. – E também não é como se gostasse muito de festas, então, acho que não perdi muita coisa.

— Hm! Verdade, havia me esquecido disso! – Stark se exaltou por um momento. – Você e Dylan tem essa coisa mal resolvida, uma pena que o tenha convidado também. Perdoe-me. – Ele não parecia se arrepender, mas também não parecia zombar. Stark parecia só não ver alguma diferença que aquilo poderia fazer em sua vida.

— Só espero não trombar com ele por aí. – Steve sorriu cordial.

— Vamos, entrem, peguem uma cerveja, sintam-se em casa. Ainda tenho convidados a recepcionar.

Steve se sentiu mais aliviado com a partida de Stark e Pepper, agora ele só precisava encontrar um canto vazio e esquecido da casa para passar seu tempo lá, e ele esperava que seus amigos não interferissem em seu objetivo. Sam pareceu não ter muita intenção quando se afastou do grupo assim que avistou alguém na multidão e, embora Natasha tenha passado os primeiros minutos garantindo que ele se sentisse a par da conversa que mantinha com Barton, ela acabou se afastando junto ao rapaz para qualquer lugar da casa. Steve imaginava o motivo, mas não sentia necessidade de questionar. Se havia alguém que sabia exatamente o que queria naquele colégio, esse alguém era Natasha Romanoff. Steve não bancaria o idiota curioso.

Olhou ao seu redor e avistou uma porta entreaberta, imaginou que não havia nada ali que precisasse ser escondido, ou ela estaria fechada, então seguiu até lá sem se sentir culpado. Dúzias de adolescentes saíam daquela direção, e todos ignoravam aquele cômodo, seria o local perfeito se possuísse alguma poltrona para se acomodar. Invadiu a sala primeiro com a cabeça, para se certificar de que estava vazia, mas acabou satisfeito ao identificar o local como sendo um escritório. Adentrou e fechou a porta atrás de si. Steve estava à salvo.

Numa casa daquele tamanho, o loiro se perguntava onde ficaria a biblioteca. Steve sabia que haveria uma, ouvira Stark falando sobre aquilo. Aquele escritório contava com poucos livros, e ele procurou por algum título interessante, tomando lugar na poltrona, próxima à janela. Não era um livro que leria por hobby, mas era mais interessante que aquela maldita batida eletrônica e repetitiva que tocava na sala. Num dado momento, estava tão preso à história que não ouviu a porta do cômodo se abrir, nem viu quem adentrava, percebeu somente quando ouviu os cochichos. Ele reconheceu aquela voz instantaneamente.

— Ah, que é isso, benzinho? Não vai negar agora, não é mesmo? Você concordou em vir até aqui. – Dylan cercava uma garota morena de cabelos cacheados que ele nunca vira, mas tinha certeza ser menor de idade.

— Não disse que cederia a você, disse que queria ir em outro lugar para conversarmos, Dylan.

— Você me trouxe pra esse lugar vazio apenas para conversar, ah, que malvada. – Riu soprado. – Tenho uma ideia bem mais gostosa para fazermos com a boca. – Ele tentou beijá-la, mas ela o afastou. – O que é isso, não seja tímida. – Tentou novamente, tendo êxito somente ao segurá-la pelo queixo.

— Me solta, Dylan, eu não quero. – Tentava o empurrar, mas Dylan realmente era maior.

— Chega, Dylan, deixa ela em paz! – Steve fechou o livro num baque, levantando-se.

— Ora, ora, se não é o Rogers. – Sorriu de viés, ainda mantendo a garota junto a si. – Fique fora disso, Rogers, não é da sua conta.

— Quando você está sendo um escroto tentando estuprar uma menor de idade, é da minha conta sim. – Steve se aproximou, acertando um soco na costela do garoto, que grunhiu.

A garota aproveitou o momento e se desvencilhou, abrindo a porta, mas não saiu antes de sussurrar um agradecimento ao seu salvador, que sorriu de volta. Dylan bufou, encarando o menor. Aproximou-se ferozmente, desviando-se de um soco e o socando de volta, no canto da boca. Steve se desnorteou, mas não caiu.

— Sempre se metendo onde não é chamado, não é mesmo, Rogers? Agora eu vou te ensinar uma lição definitiva.

Steve estava ferrado. Muito ferrado.


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Notas finais do capítulo

Espero vê-los em breve ;D Agradeço o tempinho dedicado a esta história hoje ♥ Até o próximo e XoXo ;*



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