Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 4
Frágil e incerto


Notas iniciais do capítulo

Oláááá ^^

Perdoem-me a demora, mas houveram imprevistos infelizes Ç_Ç Sem mais delongas, vamos ao que interessa

BoA leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/734694/chapter/4

Os primeiros três socos tinham causado cortes em sua boca e sobrancelha esquerda. No quarto ele se desequilibrou e bateu na quina da mesa, machucando o quadril. Steve conseguiu se desvencilhar do quinto e acertar um golpe no mesmo local de antes. Ele sabia que suas chances eram mínimas, então se aproveitaria do local já dolorido. Dylan sentiu dor e se dispersou por um momento, não conseguindo se defender do gancho que Rogers encaixou em seu queixo. Por um lado, ele estava admirado, aquela fora a primeira vez que o loiro conseguia acertar um golpe em seu rosto, mas, por outro... Dylan sorriu diabolicamente, cuspindo uma gosta de sangue graças ao pequeno corte em sua boca.

— O pequeno Steve finalmente aprendeu a bater feito homem, hãn? Vamos ver até quando tem coragem quando está tão distante do seu cão de guarda. – Dylan se aproximou novamente.

Em primeiro momento, Steve não compreendeu o que o garoto queria dizer, mas acabou entendendo pouco antes de levar um soco certeiro em seu olho direito. Como ele ousava trazer Bucky à tona num momento como aquele? Ainda mais depois de Steve ter sido ignorado pelo mesmo. Aquilo fez o sangue do Rogers ferver, e ele tomou toda a coragem que possuía e pulou em cima de Dylan, desferindo vários golpes sem se preocupar em calcular onde acertaria. Alguns, de fato, acabaram encontrando destino no rosto do maior, outros, porém, encontraram móveis e o ar.

Dylan utilizou a aproximação para acertar um golpe definitivo no estômago de Steve, obrigando-o a se afastar para tomar fôlego, então o derrubou com uma rasteira. E ele não parou ao vê-lo no chão, começou a chutar todas as partes visíveis do loiro, preocupando-se em descontar toda a sua fúria acumulada. Quando Steve estava quase desistindo de proteger sua cabeça, a porta se abriu e os golpes cessaram. Antes de perder a consciência, Steve observou Natasha derrubando Dylan em poucos segundos.

Por algum motivo no meio de toda a confusão, Steve viu Bucky. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas tinha certeza de que havia perdido a consciência. Tinha certeza de que aquilo era um sonho. E o Bucky de seu sonho não estava feliz, Steve sabia o motivo. Se aproximou do amigo e se sentou ao seu lado, permanecendo em silêncio. Haviam tantas coisas a serem ditas, mas que palavras ele usaria para o Bucky de seu devaneio? Ele não poderia responder suas perguntas, era projeto de sua imaginação. Seu Bucky lhe diria exatamente o que sua consciência lhe diria se pudesse.

— Você é um delinquente estúpido, Rogers. – O Bucky de seu sonho gracejou. – Te disse para se manter longe de coisas idiotas.

— Você deveria estar aqui para me tirar desse tipo de situação.

— Eu não sou seu cão de guarda, Steve, e você já tá grandinho demais para precisar de mim para te defender.

— Quando você não tá por perto, eu não tenho consciência, seu idiota. – E Steve sorriu quando o ouviu rir soprado. – Eu sinto a sua falta, seu babaca.

E então ele desapareceu.

Rogers ouvia algumas vozes e percebia a iluminação forte ao seu redor antes mesmo de abrir os olhos. A morte se assemelhava a isso, então? Steve forçou os olhos um pouco e sentiu dor ao fazê-lo, percebendo a dificuldade em abrir o olho direito. A primeira pessoa que viu foi Sam, que estava mexendo em seu celular em uma poltrona ao lado da cama. Steve chamou sua atenção, fazendo-o se levantar e parar ao seu lado. Sam suspirou irritadiço e o encarou com expressão séria antes de sorrir de leve, ele não conseguia ficar bravo com as idiotices de Steve por muito tempo.

— Nada poderia dar errado, não é mesmo, Steve? – Sam encarava o amigo.

— Cala a boca, Wilson. – Ainda debilitado e meio zonzo, Steve resmungou.

Sam sorriu, e o loiro percebeu que era bom estar ali para vê-lo aliviado.

Ouviu alguém limpar a garganta do outro lado e encontrou Natasha de braços cruzados ao lado de Clint. Steve não sabia o que viria de Natasha, mas sempre era uma péssima ideia irritá-la. A ruiva se aproximou vagarosamente, parando ao lado de sua cama, paralela a Sam. Continuava com sua expressão indecifrável e os braços cruzados. Rogers estava errado ao pensar que estava ferrado quando provocou Dylan. Agora sim ele estava ferrado. De verdade. Pra valer. Prendeu a respiração quando ela abriu a boca para falar.

— Onde estava com a cabeça quando começou a brigar com Dylan, Steve Rogers? – Arqueou uma sobrancelha. Steve não responderia, sabia que era uma pergunta retórica. – Agradeça à Megan, se ela não tivesse vindo até mim, você não estaria acordado agora. Qual a parte de “pare de ser idiota e agir impulsivamente” você é incapaz de compreender? O que acha que sua mãe dirá quando chegar?

— Não...

— Cala a boca, Rogers, você não está em condições de pedir nada agora. – Ela bronqueou. – Eu mesma telefonei para a sua casa, seus pais chegarão a qualquer momento e eu queria te dizer umas palavrinhas antes disso. – Se aproximou perigosamente. – Admiro sua coragem em defender quem precisa e acho louvável sua coragem por lutar por um ideal, mas preste atenção em mim. Se eu tiver que salvar sua pele mais uma vez simplesmente porque você foi idiota o suficiente para arranjar encrenca com alguém que tem o dobro do seu tamanho, eu mesma me certificarei de te enviar para o hospital. Fui clara, Rogers? – Steve engoliu seco, aquiescendo nervosamente. Ela olhou para Sam e Clint, que Steve mal notara estar por perto. – Ótimo. Vamos embora, o senhor e a senhora Rogers já devem estar por perto.

Seus amigos se despediram, ninguém enfrentaria a Romanoff quando ela estava irada. Steve riu soprado quando ficou sozinho porque ele sabia que a amiga falava sério. A ruiva era calada na maior parte do tempo, mas estava sempre pronta para falar algumas verdades dolorosas quando fosse preciso. E Steve sempre precisava. Mas ele não era exatamente um rapaz muito sortudo, não ficou sozinho por muito tempo, seus pais irromperam pelo quarto não muito depois que os amigos saíram. Steve teria muito o que explicar naquela noite.

O médico que o atendera conseguiu segurá-lo no hospital por dois dias, e aquilo fora suficiente para entendia-lo a ponto de não desejar receber ou falar com ninguém. Havia muitas coisas em sua cabeça e ele precisava de um tempo sozinho para pensar e deixar tudo ir embora. Seus pais o pegaram logo de manhã, deixando-o na segurança de seu quarto com tudo o que ele fosse precisar antes de saírem para trabalhar, e ali ele se pôs a pensar. Steve não esquecera o sonho que tivera com Bucky, e chegou a sorrir ao se lembrar das broncas de seu amigo.

Caralho, Steve estava mesmo com saudades dele.

Porque Bucky fora seu primeiro grande amigo, era ele que estava consigo em todas as suas brigas infantis, ele quem o resgatava daquelas mais feias. Era o Bucky quem ele procurava para se aconselhar, fora com ele que ele passara pelas primeiras experiências e, afinal das contas, a primeira garota que Steve havia beijado fora Bucky quem apresentara. Por que Bucky o havia ignorado? Ele se esquecera de todos aqueles momentos? Steve não queria perder um amigo tão importante quanto aquele, mas sabia que não poderia exigir que ele permanecesse em sua vida. Sua amizade parecia muito frágil e incerta agora.

Tateou seu criado mudo em busca de seu celular, encontrando-o logo ao lado do livro que permanecia sempre ali. Desbloqueou a tela, torcendo para encontrar qualquer coisa. Uma ligação perdida, uma mensagem, qualquer coisa. Nada. Bucky não se importava mais afinal, ele não estava mais lá. Steve suspirou cansado, jogando o maldito celular para longe sem se importar onde bateria. Acomodou-se em sua cama e adormeceu, porque, aparentemente, não havia nada melhor a se fazer naquele momento.

A mãe caminhava com uma pilha de roupas sujas em mãos em direção à porta quando Steve despertou. Acabara dormindo por mais tempo do que pretendia. A matriarca lhe deu um sorriso e lhe perguntou sobre seu dia, certificando-se de que o filho não precisava de mais nada antes de deixa-lo a sós. Steve se movimentou com certa dificuldade na cama, se sentando e pegando o exemplar de O Pequeno Príncipe que mantinha ao seu lado. Era uma mania infantil, ele sabia disso, mas acostumara-se a ler aquele livro antes de dormir e preferia mantê-lo sempre por perto caso tivesse insônia. Ouviu a campainha no andar de baixo e se preparou para mais uma bronca de Natasha enquanto virava a página.

Seus amigos se revezaram para visita-lo e a ruiva lhe garantiu que lhe visitaria assim que estivesse em casa novamente, para saber se estava mesmo tudo bem. Ele agradecia todo o préstimo, Natasha podia ser qualquer coisa, mas seu coração era maior do que todos diziam. Virou a página mais uma vez quando ouviu batidas incertas na porta. Autorizou a entrada e fechou o livro, devolvendo-o ao seu lugar de origem. Voltou-se para seu visitante com um sorriso largo no rosto, mas não o manteve por muito tempo. O silêncio tomou conta do espaço e as palavras berravam em suas mentes, e tudo parecia frágil e incerto mais uma vez.

Porque Bucky estava de volta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

BUCKY IS BACK!

E trouxe com ele todas as respostas que Steve procura. E agora, essas respostas virão quando?

Agradeço a companhia e espero vê-los em breve ♥ Hasta e XoXo ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Toská -Angústia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.