Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 26
Pensei que eu fosse seu amigo


Notas iniciais do capítulo

Olááááááá, enfermeira! Tudo bem com vocês? Tenho atualizações sobre a outra Stucky que comentei no capítulo anterior, fiquem atentos às N.F. ^^ Por enquanto

BoA leitura ^^



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Era um dia sem vento, o mais quente da primavera, e Bucky ainda vestia aquele maldito moletom. Para piorar o clima, Steve estava de mal humor e mal falara com os amigos. A visão da noite passada não abandonara sua memória em momento algum, o que, consequentemente, lhe tirara a tranquilidade do sono, ele estava a ponto de estourar. Natasha parecia alheia ao clima pesado, e aquilo só servia para o irritar ainda mais. Sam estava com eles no intervalo, mas o Rogers sequer dera atenção aos motivos que levaram o amigo a ignorar alguns minutos ao lado da namorada, ele não dera atenção a ninguém desde que acordara naquela manhã estúpida. Bucky nem tentou forçar a barra, parecia não dar a mínima para o seu estado perturbado de espírito e Steve queria muito poder quebrar uns três dentes do moreno, mas que motivo daria? Estava irritado porque Natasha tinha algum tipo de envolvimento amoroso com Clint e não era correto? Aquilo soava ridículo até mesmo em sua cabeça, sem contar que não fazia sentido se doer por algo que não era em absoluto da sua conta.

Toda aquela análise servira apenas para irritá-lo mais do que imaginava que seria possível suportar. Até o seu caderno de desenhos estava esquecido há um tempo em seu colo, um galho pela metade esboçado e alguns outros rabiscos sem sentido ao redor, os seus desenhos também o estavam tirando do sério. Preferiu ficar um tempo observando os outros alunos se moverem ao redor do pátio, prestando, particularmente, atenção em um grupo que ria escandalosamente não muito longe dali, com certeza o dia deles estava bem melhor que o seu.

— ...eve?

Ele começava a pensar que, talvez, fosse melhor tentar novos ares e buscar novas amizades, só pra variar.

— ...teve!

Não era como se fosse abandonar os seus amigos, mas tinha dias que queria mesmo era distância daquele grupo ao qual pertencia.

— PELO AMOR DE DEUS, STEVE ROGERS, ACORDA, SACO! – Sam berrava logo à sua frente.

— Pare de gritar, seu escandaloso, tô logo na sua frente, inferno! – Steve ralhou.

— Faz uma eternidade que tô te chamando e você me ignorando, o que tá havendo? – Ele uniu as sobrancelhas e o loiro percebeu que todos estavam ansiosos pela resposta.

— Nada! Mas que merda! Eu tava distraído, só isso, saco!

— Não, meu bem, você não está apenas distraído, você está mal-humorado. – Natasha se intrometeu, e Steve queria muito não ter que ouvir aquilo dela naquele momento. Ele tomou fôlego e segurou sua língua.

— Talvez eu esteja mesmo, posso continuar a fazer o que estava fazendo antes ou tem algum propósito pra tanta balbúrdia?

— Credo! Eu só tava preocupado, seu mal elemento! – Sam zombou, mas o loiro sentiu que havia um fundo de razão e verdade no que ele dizia. O Rogers suspirou.

— Eu realmente não tô pra conversa hoje, sinto muito, Sam. – Steve suspirou. – Vou até o banheiro e depois vou dar uma volta por aí para espairecer um pouco, não quero companhia por hora.

Aquilo era atípico dele e todos se entreolharam quando Steve saiu. O loiro caminhava com firmeza, mas Bucky sabia que tinha algo errado. Ele queria muito não dar tanta atenção àquilo, mas era de Steve que estava falando e só havia uma verdade em sua vida. Steve importava mais que qualquer outra coisa e ele sempre o colocaria em primeiro lugar. O moreno suspirou cansado e retirou o único fone que mantinha sempre nos ouvidos, olhando atentamente para as costas magricelas do Rogers, que sumia banheiro à dentro. Natasha acompanhava o momento de distração do Barnes, aguardando que ele olhasse em sua direção. Quando o fez, ela arqueou uma de suas sobrancelhas e fora o suficiente para que ele entendesse o recado.

Sem dar qualquer explicação, Bucky se levantou e sacudiu a poeira da calça que vestia, caminhando até o banheiro, ao encontro do Rogers. Decidira que seria melhor aguardar o que quer que ele estivesse fazendo do lado de fora, não seria desagradável a ponto de invadir a privacidade do garoto. Steve parecia perturbado nos últimos dias, e ele sabia que a culpa era, em grande parte – se não toda, – sua. Bucky suspirou pesado e enterrou as mãos nos bolsos, recostando-se à parede e observando aquele caos que costumavam chamar de escola acontecer. Do lado de dentro do banheiro, fazia tempo que Steve encarava o seu rosto magro no espelho. Algumas gotas de água ainda caíam na pia, vindas de seu queixo. O que raios queria? Explicações? Motivos? Ele não tinha que dar nenhuma. Talvez o culpado fosse o Barnes e aquela maldita confissão estúpida, Steve jamais pensaria tanta besteira se ele não tivesse falado aquelas coisas idiotas. Então suspirou pesado.

Não eram coisas idiotas, eram os sentimentos de seu melhor amigo, Steve não tinha o direito de diminuir daquele jeito os sentimentos de outrem. Muito menos quando esse outro alguém era Bucky Barnes, o cara que sempre estava lá quando ele fracassava e fazia merda.

Avistou a figura solitária do amigo recostado no muro assim que pôs a cabeça para fora do banheiro e hesitou por um momento. Não queria ter que falar com ele naquelas condições. Não queria ter que falar com ele sobre aquilo ali na escola. Não queria falar com Bucky de jeito nenhum naquele dia. Mas a sorte de Steve não sorria para ele e haviam coisas que precisaria encarar o quanto antes. Tomou fôlego e coragem e continuou seu rumo, pedindo baixinho para não explodir de vez e dizer coisas que não queria e não deveria dizer, ainda mais em público. O Barnes, notando a aproximação, adiantou-se e começou a caminhar ao seu lado, em silêncio. Quando estavam muito afastados dos ouvidos curiosos daqueles adolescentes babacas, ouviu o Rogers suspirar e resolveu falar.

— O que aconteceu hoje, Stevie? – O loiro riu soprado. Seu apelido o irritou naquele momento. Tomou fôlego novamente.

— Na boa, eu não tô pra papo hoje, Bucky.

— Você tá bravo comigo por algo que fiz hoje?

— Não.

— Por algo que eu fiz enquanto você passou um tempo na minha casa?

— Não.

— Você tá bravo comigo por conta daquilo que eu te disse há quase um mês?

— Não.

— Você tá bravo comigo?

— Cala a boca, Barnes, eu só quero ficar em paz, saco! – Bufou.

— Então você está bravo comigo. – Ele suspirou. – Certo. Você poderia, por favor, me dizer o que foi que fiz ou falei para que possamos conversar a respeito, porque, na boa, parece que estou tentando resolver uma briga que tive com o meu namorado e não com meu melhor amigo. – Bucky arqueou uma das sobrancelhas, tentando soar brincalhão para ver se amenizava o clima muito pesado, mas percebeu que não funcionou quando o Rogers o encarou repentinamente. O rosto vermelho e os olhos queimando de raiva. – Ei, foi uma brincadeira! – Ele ergueu as mãos em sinal de rendição.

— Eu não sou o seu namorado, Bucky. – Ele disse entredentes. – E talvez, só talvez, você devesse tomar mais cuidado com as pessoas com as quais escolhe se divertir, porque Clint é um dos meus amigos e eu odiaria ter que quebrar a sua cara porque o magoou.

— O que? – Bucky uniu as sobrancelhas, sem entender uma palavra do que o loiro dizia.

— Estou falando da sua “visita” de ontem. – Fez aspas no ar. – Eu vi Nat saindo da sua casa e eu realmente odeio ser o portador de más notícias, mas o Clint realmente não vai gostar nada se descobrir que tá de gracinha pra cima dela. Você pode brincar comigo e até dizer coisas que eu não quero ouvir, mas eu juro que eu serei o primeiro a te dar uma surra se magoar algum dos meus amigos, me entendeu?

— Steve, tá maluco, cara? – Bucky riu soprado, em sinal de descrença. – Eu não tô saindo com a Natasha, você está distorcendo as coisas.

— Eu tô te avisando.

— Ei, eu pensei que eu fosse o seu amigo. – Ele uniu as sobrancelhas.

— É, eu também pensei a mesma coisa. – Steve ficou um tempo desafiando-o com o olhar, em seguida partiu pra longe, deixando Bucky sem reação para trás.


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Notas finais do capítulo

Surpresos? Tive que vir um dia antes do prazo que estipulei porque não sei se terei tempo amanhã :S Melhor garantir a atualização de vocês hoje, certo? ♥

Sobre a nova Stucky que estou tramando eu tenho coisinhas a dizer.

Como disse, a temática será bem diferente desta, mas o ambiente é praticamente o mesmo. Steve e Bucky têm 17 anos, estão no colegial e a história se passa nos dias atuais. Finalizei o terceiro capítulo ontem e revisei tudo para entregar pra minha Lhama Panda analisar. E o resultado foi...

Ela aprovou! ^^ A história tá bem leve e bem sossegada pra ler (palavras dela) e eu espero muito que gostem ^^ Ainda não tem capa, nem nome e nem sinopse, mas assim que tiver, eu começarei a postar ^^ Quem sabe vocês não começam o 2018 com outra Stucky minha, neah?

No mais, é só ^^ E agora, rapaz? Que é que Bucky vai fazer em Toská pra poder acalmar Steve? Natal tá chegando, lembrem-se disso... ;D Obrigada pela companhia e até o próximo ♥ XoXo ;*



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