Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 25
Uma companhia para o jantar


Notas iniciais do capítulo

BoA leitura ^^



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Passava pouco das seis da tarde quando ele voltava sozinho para casa. Fizera questão de acompanhar Peggy até a sua e até ganhara um beijo como agradecimento, mas a sua mente estava tão longe daquele sorriso pintado de batom vermelho que ele realmente começava a se questionar se aquele dia não fora uma fantasia de sua mente criativa. O barulho dos carros nas ruas e algumas conversas aleatórias dos passantes eram trilha sonora de suas preocupações e devaneios, principalmente daquela última frase, dita pela garota pouco antes de alcançarem a casa da mesma. Você viveria em paz consigo mesmo se soubesse que ele não suportou tanto sofrimento?

Steve não era tão idiota, ele sabia perfeitamente ao que ela se referia, ele só não conseguia imaginar que Bucky teria coragem de fazer aquilo. Quer dizer, ele suportara a morte dos pais enquanto estava sozinho na Rússia, agora ele tinha para quem correr, caso sentisse necessidade. Steve suspirou cansado ao se atentar para o fato de que fazia quase um mês que ele não o procurava. Não que o Rogers pensasse que era o único culpado por tanta dor, ele sabia que, em grande parte, o Barnes sofria por estar sozinho no mundo, o problema é que essa era a única verdade que dava asas ao desespero do loiro. Bucky não era alguém que conseguia ficar sozinho por muito tempo, ele precisava de companhia, precisava de pessoas que o amassem, que estivessem por perto e que dedicassem todo seu carinho e atenção a ele.

Quando chegou na rua de sua casa, deu-se conta de que também fazia mais ou menos um mês que ele não jantava com sua família, e de que ouviria mais uma vez de seus pais a pergunta “está tudo bem entre vocês?”. E suspirando novamente, ele percebeu que já não tinha mais resposta para nada. Subiu os dois primeiros degraus da entrada e parou. Ponderou por alguns momentos e deu meia volta, indo diretamente para a casa do amigo. Tocou a campainha algumas vezes, mas não ouviu o som da mesma, talvez ele tivesse mesmo a desligado. Steve não se sentiu satisfeito com isso e começou a chamá-lo a todo pulmão. Minutos depois, e parecendo muito cansado para poder discutir, Bucky o atendeu.

— Pelo jeito não adiantou ter desligado a campainha, como é que desliga você, Stevie? – Ele bocejou preguiçosamente.

— Eu só queria te pedir para vir jantar hoje, por favor.

— Eu não me sinto bem hoje, talvez amanhã.

— Por favor, Buck. – Ele suspirou. – Você não precisa desaparecer da minha casa só porque eu sou um babaca, meus pais estão preocupados com você. Venha para o jantar.

— Eu vou amanhã, prometo.

— Se você preferir, eu posso jantar no meu quarto, ou depois de você, só... apareça, por favor. - O desespero do Rogers era quase palpável e estava custando toda a energia que sobrara do moreno negar o convite.

— Esse não é o problema, Stevie. – Bucky estava com a cabeça recostada na porta e ele também acabou suspirando cansado.

Steve abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas ouviu um barulho vindo do interior da casa. Uniu as sobrancelhas e encarou Bucky com a dúvida gritando em seu olhar. O amigo coçou a cabeça de uma maneira sem graça e fechou um pouco mais a porta.

— Amanhã, ok? Eu prometo que eu apareço por lá amanhã.

— Eu não sabia que tinha companhia... – Steve queria muito perguntar quem o estava acompanhando, mas não sabia se queria mesmo ouvir a resposta àquela altura.

— Diga aos seus pais que eu não estive me sentindo muito bem nesses últimos dias, mas que amanhã eu aparecerei para o jantar, ok?

E sem esperar um contra argumento, ele fechou a porta, deixando um Steve muito intrigado e um pouco chateado demais para assumir em voz alta para trás. O loiro continuava com as sobrancelhas unidas e ficou parado, observando a maciça fechada por alguns instantes antes de finalmente seguir todo o caminho de volta até a sua casa. Entrou silenciosamente, aproveitado que os pais estavam se ajudando a preparar o jantar para chegar até o seu quarto sem precisar falar com nenhum deles. Steve abandonou a mochila de qualquer jeito em um canto do quarto e seguiu direto para o seu banheiro, tomando uma ducha que ele jurava para si mesmo que iria tirar de cima de si todas as coisas que vinham o incomodando.

Desceu somente quando a mãe o chamou, mas não trocou muitas palavras com eles. Decidiu que seria melhor evitar conversas extensas naquele dia, sua cabeça estava a ponto de estourar já fazia um bom tempo. Quando a mãe questionou a ausência do Barnes, Steve se limitou a dizer que ele não se sentia disposto e que prometera estar ali no dia seguinte. Respondeu que estava tudo bem quando o pai pareceu curioso com seu estado apático e finalizou sua refeição, voltando para o quarto. Ele sequer se deu ao trabalho de acender as luzes, caminhou diretamente até a cama e se jogou, voltando a cabeça na direção da varanda, desejando ardentemente que Bucky entrasse por ali a qualquer momento. Nem que fosse para brigar com ele outra vez.

Ele não sabia dizer quanto tempo esteve parado na mesma posição, suspirando vez ou outra, só sabia que estava muito escuro lá fora e, aproveitando-se daquela maldita luz do poste que estava sempre queimada,  se aproximou de sua janela. Arrastou a poltrona de Bucky e ficou sentado em silêncio, olhando para a rua, diretamente para a porta de entrada da casa do Barnes. Steve apoiou os pés na poltrona, abraçou os joelhos e apoiou o rosto nos braços, decidido a consertar as coisas primeiro em sua cabeça para depois botar em palavras.

Tudo parecia uma coisa só em sua memória, estava tudo muito misturado, como se fizesse parte de um só dia. O dia em que Bucky jogou aquelas palavras sobre ele, o dia em que saiu com Peggy, as palavras horríveis que Dylan proferiu sobre o amigo, a briga, Bucky o curando mais uma vez, ele o ferindo pela centésima, a conversa com Peggy sobre Melissa e aquela maldita questão que o estava assombrando naquela noite. Era óbvio que ele não queria que o Barnes se jogasse de um prédio, mas não era como se ele fosse o único responsável por sua tristeza. Ele suspirou exaurido, aquela linha de raciocínio não o estava convencendo naquele momento.

Natasha estava certa em todas as vezes nas quais reclamou que Steve só sabia falar sobre Bucky, ele se tornara dependente de sua companhia. Precisava do Barnes para se sentir bem, porque precisava de alguém que estivesse ali com ele e por ele nos piores momentos, mas era mesmo de Bucky que precisava ou qualquer companhia bastaria? E se fosse somente isso, a de Natasha já não era suficiente? Todas essas coisas estavam se misturando novamente dentro de si e embrulhando o seu estômago quando ouviu um barulho característico do lado de fora. Bucky estava abrindo a porta da frente.

Steve se ajeitou na poltrona e se esticou o máximo que pôde. A figura que saiu era menor que o amigo e, definitivamente, tinha curvas demais para ser um homem, não que aquilo fizesse alguma diferença naquele momento, pelo menos ele se esforçou para acreditar que não. Então ele percebeu que já vira aquela figura antes, diversas e diversas vezes, o tempo todo, principalmente quando o Barnes não estava nos Estados Unidos. Steve sentiu o ar faltar nos pulmões quando ele percebeu que a companhia de Bucky era Natasha Romanoff.


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Notas finais do capítulo

Agora sim: fodeu, mermão.

Gente, gente, geeeente, eu meio que tenho uma notícia que talvez seja bacanuda pra todo mundo ^^

Estava navegando pelas maravilhas da internet no meu vício particular, que também atende pelo nome de Pinterest, quando vi uma frase que me chamou atenção. Daí tava no Youtube vendo uns videozinhos e achei um super fofo que combinou sem querer com a frase e eu meio que plotei outra Stucky. Eu me empolguei com esse plot porque vai ser todo fluffy, bem longe desse sofrimento todo e desse clima pesado de Stucky. Também ambientado atualmente e também cm temática colegial. Enfim... Vou começar a desenvolver essa história hj mesmo pq quero mandar pra minha Lhama Panda analisar e me dar aval (tudo que eu posto passa pela aprovação da minha Lhama Panda, portante, se estão lendo Toská hoje, agradeçam a ela ♥).

Enfim, só queria dividir essa notícia com vocês hoje ♥ Obrigada pela companhia e até breve ♥ XoXo ;*



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