Toská -Angústia escrita por Tia Lina


Capítulo 27
Ele não vai esperar a vida inteira


Notas iniciais do capítulo

Olááááá, enfermeira ^^ Eu queria ter postado ontem, juro, mas foi tenso demais e eu não consegui me manter acordada antes de voltar pro trabalho Ç_Ç Mas de hoje não poderia passar ♥ E eu confesso que estava esperando bastante por esse momento...

BoA leitura^^



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— Então? O que houve? – Ela parou ao seu lado e cruzou os braços.

— Aparentemente, Steve acredita cegamente que nós estamos tendo um caso e ficou realmente puto porque isso magoaria Clint.

— Ele realmente pensa isso? – Natasha riu soprado. – Não imaginava que Rogers tinha essa mente fértil, ele deveria começar a escrever mais.

— E o que é que eu vou fazer agora? Aquele merdinha é um cabeça dura da porra e tá puto demais pra me dar ouvidos agora. - Bucky chutou o chão em sinal de raiva e desespero.

— Ei, vai com calma, essa é a segunda vez em dois dias que pede a minha ajuda, tem certeza de que está tudo bem? – Ela riu soprado.

— Se eu estivesse realmente bem, eu não teria te pedido ajuda.

— Qual o tamanho da merda dessa vez?

O Barnes não respondeu, apenas dedicou alguns segundos de sua atenção a ela, em seguida suspirou muito cansado, bagunçou os cabelos e também se afastou. Agora Natasha também estava de mal humor. Não havia o que ser feito, Steve era um teimoso incorrigível, enquanto sua mente não se organizasse sozinha, ninguém conseguiria fazer nada para resolver toda essa bagunça. Ela suspirou e regressou para onde o grupo estava, encostando-se em Clint, que a encarava com curiosidade, mas ele era esperto demais para saber que aquele assunto jamais seria discutido ali naquele momento.

O dia pareceu mais longo do que verdadeiramente era e Steve só se sentiu melhor quando a última aula acabou. Tudo o que ele queria agora era descansar um pouco, mas como faria isso quando a sua mente não parara em momento algum? Ele estava precisando botar tudo para fora e, naquele momento, só havia uma pessoa com a qual poderia contar. Quando deixou o prédio da escola, sacou o celular e enviou uma curta mensagem com as informações necessárias para que não precisasse explicar nada antes de vê-la, então guardou o aparelho e seguiu aquele caminho que Peggy havia apresentado. O senhor e senhora Heggins o recepcionaram com um caloroso sorriso e ele se sentiu bem pela primeira vez naquele dia.

Não demorou muito até o sorriso de Peggy, enfeitado com aquele batom vermelho que a deixava ainda mais bonita, aparecer em seu campo de visão. Eles se sentaram naquela mesma mesa e pediram os mesmos sabores de milk-shake, então o silêncio que seguiu foi confortável demais para que se apressassem em quebrá-lo, era exatamente o que ele precisava. Peggy sabia que havia um motivo para estar sentada ali na frente dele, por isso mesmo escolheu ficar calada até ele iniciar um diálogo quando se sentisse prepardo. Steve só começou a falar após ter dado algumas bebericadas em seu shake.

— Desculpe te chamar aqui, mas eu tô com a cabeça meio cheia e queria poder falar com alguém sobre isso.

— Sem problemas, Steve, você pode sempre contar comigo. – Ela sorriu. – O que houve?

— Aconteceram algumas coisas e eu estou meio confuso ultimamente, acho que você poderia me esclarecer algumas dúvidas melhor do que ninguém.

— Se estiver em meu alcance, claro. – Deu de ombros. – Prefere ir para outro lugar?

— Não, aqui está bom, eu gosto daqui. – Ele sorriu levemente.

— Então o que te aconteceu, Steve? Você parece abatido.

— Peggy, como é gostar de alguém do mesmo sexo?

A princípio ela uniu as sobrancelhas, tentando compreender a profundidade daquela questão. Steve parecia realmente sério naquilo, dado as mãos que não paravam de brincar com o canudo de seu copo, ela pensou por uns instantes na melhor maneira de explicar aquilo porque parecia que ele estava pronto para entrar em colapso a qualquer momento. Peggy tomou um longo gole de seu milk-shake e respirou com calma, sorrindo calorosamente logo em seguida.

— A verdade é que não há diferença, Steve. – Ele uniu as sobrancelhas. – Claro que há algumas coisas diferentes num relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, mas gostar de alguém do mesmo sexo não é nada diferente do que gostar de alguém do sexo oposto, eu não sei o que esperava ouvir, mas eu não tenho muito o que dizer sobre isso. Se é isso o que te incomoda em relação ao seu amigo, não se preocupe.

— Não era bem isso o que eu queria dizer... – Ele suspirou, bagunçando os cabelos. – Droga! Eu não consigo me expressar direito.

— Vamos com calma, Steve, comece me explicando o que é que você tem na mente agora. – Peggy uniu as mãos em frente ao rosto ao colocar os cotovelos sobre a mesa.

— Eu não sei como te contar o que está na minha mente agora, porque eu ainda não consegui organizar os meus pensamentos. - Ele suspirou.

— Bom, neste caso, eu só tenho uma sugestão.

— Qual? - Uniu as sobrancelhas.

— Se você estiver disposto e se sentir confortável, me conte o que aconteceu para te deixar assim.

Ele se sentiu ansioso de repente. Não era como se não confiasse na garota, mas ele não colocara aquilo em palavras em momento algum e não falava sobre esse tipo de assunto com ninguém mais a não ser com Bucky e Natasha e, se fosse honesto consigo mesmo, Steve escolhera ficar calado porque gostava de imaginar que, se não tocasse no assunto, ele desapareceria em algum momento. Soltando um longo e desesperado suspiro, ele narrou tudo desde o começo de uma só vez, o que tornou complicado para que Peggy compreendesse certas passagens e a obrigasse a fazer deduções que correspondiam às reações. Com outro suspiro desesperado, ele concluiu.

— E ontem ele se trancou na casa dele com Natasha, e isso me irritou pra caramba! Passei a noite toda dizendo a mim mesmo que não era correto fazerem isso com Clint, mas quanto mais penso sobre isso, mais percebo que eu realmente não me importo tanto assim com o fato disso magoar Clint. Não é que eu não goste dele, mas ele sabe se cuidar e não é exatamente o namorado de Nat. – Steve suspirou novamente. – Eu só fiquei muito irritado porque, na realidade, não gostei dos dois terem me escondido isso. Eu tô meio que me sentindo traído pelas duas pessoas nas quais mais confiei e agora, toda vez que eu associo o que ele me disse com a imagem que vi ontem eu fico com raiva, porque faz parecer que ele só disse aquilo pra tirar uma com a minha cara. Eu não posso dizer que não entendo, porque ele precisa rir mais, mas esse tipo de brincadeira... Bucky não arriscaria assim anos de amizade com uma coisa idiota dessas, certo?

Pacientemente ela juntava as informações e, quando tinha a resposta pronta em sua mente, ela sorriu amenamente e segurou gentilmente as mãos do loiro sobre a mesa, num ato de carinho e também de contenção, porque ele ainda brincava com aquele canudo. Ela acariciou de leve as mãos do garoto.

— Steve, meu bem, eu não acredito que seu amigo seja o tipo de pessoa que vá brincar com algo assim tão sério. Sabe, exige muito de uma pessoa abrir o coração dessa forma para outra, ainda mais quando se trata de um amigo tão querido. Muito mais quando esse amigo nunca sequer imaginou como seria ter um relacionamento com alguém do mesmo sexo. O seu amigo definitivamente não diria uma coisa dessas para te atazanar ou te irritar, com certeza ele pensou muito sobre isso antes de dizer o que disse. Pode não ter sido num bom momento, mas eu duvido que ele tenha mentido. - Ela continuava a sorrir gentilmente e Steve se perguntava porquê tudo não poderia ser tão simples e bonito como aquele sorriso. Ele suspirou e concluiu que estava fadado a atrair coisas complicadas.

— Eu não consigo pensar em mais nada a não ser isso. Eu não sei o que fazer agora.

— Steve, ah, Steve... – Ela suspirou. – Você sabe exatamente o que tem que fazer, mas está se negando a admitir algo que está óbvio no seu olhar.

— Peggy, eu não faço ideia do que você está falando. - Ele revirou os olhos, muito mais em sinal de desespero do que tédio.

— Faz sim. – Ela sorriu contidamente. – Você não ficaria assim tão irritado e tão atormentado se não soubesse, a minha dúvida é por que você se esforça tanto para esconder? De quem tem medo, Steve?

— Eu só tenho um medo, Peggy. – Ele suspirou em sinal de derrota. – Ver Bucky infeliz. Essa é a verdade, eu tenho medo que ele seja infeliz.

— Você sabe exatamente o que tem que fazer, meu bem, e eu estou torcendo para que faça o certo porque, sabe, ele não vai esperar a vida inteira.

Steve ouviu cuidadosamente tudo o que ela disse, mas nada prendeu mais sua atenção do que aquela última frase. Bucky realmente não esperaria a vida inteira.


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Notas finais do capítulo

#confessoque gostaria MUITO de ter visto a expressão no rostinho de cada um de vocês com essa conversa. Estamos chegando, garotada ♥ Obrigada pela companhia e até o próximo ♥ XoXo ;*



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