The Fox escrita por Lady Joker


Capítulo 8
Capítulo 8 - As Preocupações


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Primeiro quero pedir desculpas pela demora. Eu estou doente e estava sem disposição para escrever, porém, hoje fiz um esforcinho para terminar esse capítulo para vocês, espero que gostem. Boa leitura!



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No dia seguinte, estávamos todos na aula de Herbologia. Era uma aula compartilhada com a Lufa Lufa, continuávamos cuidando dos gerânios. Na verdade, não era algo muito trabalhoso, então vários alunos conversavam tranquilamente.

— O que a Minerva queria com você hoje durante o café da manhã? – James me perguntou – Era sobre a detenção?

— Sim. Ela me disse para ir para a Sala de Poções depois da última aula, não sei ainda o que terei que fazer. – revirei os olhos – Mas imagino que tenha que limpar os caldeirões ou algo assim.

— Você vai organizar os ingredientes. – Remus afirmou sem tirar os olhos de sua planta.

— Como sabe?

— Ela me pediu para tomar conta de uma detenção antes do jantar hoje... – ele me encarou – Não sabia que era a sua.

— Ah! Então vai ser tranquilo! – Sirius exclamou – Se você pedir com jeitinho, o Remus faz o trabalho no seu lugar. Não é, Lupin? – ele deu uma cotovelada de leve no braço do amigo.

— Claro. – Remus sorriu de lado e voltou sua atenção para o gerânio.

De repente comecei a agradecer às garotas que me provocaram no corredor, aquela detenção não seria tão ruim assim.

Notei que James olhava repetidas vezes de mim para o Remus, como se notasse algo no ar, então voltei minha atenção total a planta na minha frente.

Quando a aula acabou, corri para o dormitório para pegar um dever de Aritmancia que havia esquecido, quando estava correndo de volta para a sala, uma mão agarrou minha capa e me puxou com força para um vão atrás de uma estátua, saquei a varinha imediatamente.

— Calma, sou eu! – Pandora falou baixo, erguendo as duas mãos.

— O que foi isso? Qual o seu problema? – questionei, guardando a varinha novamente.

— Eu que pergunto qual é o seu problema, Olivia? – ela jogou os braços para cima, estava completamente nervosa – Você azarou três garotas da minha casa. Pior! Três potenciais homicidas.

— Ah... Isso... – não consegui falar mais nada. Me pareceu uma extrema burrice ter me metido com os projetos de seguidores de Você-Sabe-Quem alguns minutos depois da minha melhor amiga ter dito para não fazer aquilo – Eu não pensei...

— É óbvio que não pensou! – ela riu sem humor – Elas estão furiosas! Querem vingança.

— Olha... Elas não vão fazer nada contra mim aqui na escola e eu não vou para Hogsmeade. Você pode ficar tranquila. – coloquei a mão em seu ombro – E como você disse ontem, eu sei me cuidar.

— Liv, me prometa que vai tomar cuidado. – Pandora ignorou o que eu disse e me encarou severamente.

— Eu prometo, calma! – franzi o cenho, ela não era tão nervosa assim normalmente – Pan, eu sei que está preocupada e eu agradeço, mas, eu não vou deixar ninguém me intimidar.

— Eu sei que não! E é por isso que me preocupo com você.  – ela revirou os olhos – Você tem uma forte tendência a se jogar de cabeça no perigo.

— Verdade. – concordei com um sorriso sem vergonha – Ah, eu tenho que ir! Estou atrasada para Aritmancia. Obrigada pelo aviso, Pan. Até mais.

— Até...

A deixei contrariada no corredor e corri em direção a sala de aula. Talvez estivesse subestimando as pessoas, mas toda aquela preocupação me pareceu exagerada e desnecessária.

Só esperava não estar enganada.

O resto do dia seguiu de maneira normal. Durante o almoço os garotos começaram a fazer planos para me animar durante a detenção, porque para eles parecia a pior coisa do mundo, por mais que eu só fosse separar ingredientes na companhia de Remus.

— Podemos ir com a Capa da Invisibilidade... – Peter começou a falar.

— Não cabemos direito nela. – Sirius o interrompeu – Talvez dois de nós, com muito sufoco. Quando estamos os três é muito complicado...

— Verdade, vocês ficam barulhentos, eu os ouvi direitinho naquele dia da floresta. – assenti – E além do mais, vocês não precisam se arriscar à toa. É só uma noite, eu vou sobreviver sem suas presenças ilustres.

— Ah... Seria divertido! Sua primeira detenção conosco. – Sirius fez um ar de lisonjeio.

— Bom, se as coisas continuarem do jeito que estão, não duvido nada que eu tenha outra em breve. – apoiei o queixo nas mãos – Vocês terão outras chances.

— Ah, eu acho que a detenção de hoje vai ser muito... Agradável. – James estava com um meio sorriso – Tenho certeza que a Olivia e o Remus podem se divertir juntos.

— Claro! Conversando sobre os 80 benefícios do bezoar, quem não se divertiria? – Sirius revirou os olhos – Até parece que não conhece esses dois.

O Potter apenas deu de ombros, ele estava com um leve sorriso e parecia estar achando graça de alguma piada que só ele conhecia no momento. Lupin o encarava desconfiado enquanto comia, mas não comentou nada. Ele esteve bem calado durante o dia inteiro. Será que ainda se sentia indisposto ou tinha acontecido algo?

Meus pensamentos foram interrompidos quando a professora Sprout entrou apressada no salão e for até a mesa de sua casa, chamando duas alunas que aparentemente eram irmãs. A expressão de pânico no rosto das duas deixava claro que elas sabiam o motivo daquela conversa.

A professora as tirou rapidamente do Salão, os outros alunos da mesa da Lufa Lufa começaram a cochichar penosos e preocupados.

Eu não gostava nem de pensar na probabilidade, mas, às vezes me pegava temendo o dia em que Minerva McGonagall me chamaria para dizer que Comensais da Morte invadiram minha casa e mataram meus pais e meu irmãozinho antes mesmo que ele tivesse a chance de talvez saber que era um bruxo como eu.

Sempre que estava em Hogwarts, tentava não pensar muito na minha família pois acabava tendo ataques de preocupação que só passavam quando chegava uma coruja com uma carta deles dizendo que estava tudo bem. Coisa que acontecia raramente porque eles não tinham o menor jeito para lidar com o correio bruxo

— Ei, Liv. – Remus me chamou, só então notei que os quatro me encaravam com curiosidade – Está tudo bem?

— Hã? Sim! Eu só estava... Pensando na minha família. – admiti por fim.

— Eles estão bem. – James me garantiu – Você sabe que notícias ruins correm rápido.

— Eu sei, mas ainda assim é preocupante. Eles não tem muita noção da dimensão das coisas por aqui. Só sabem o básico... Do contrário, acho que nem deixariam que eu voltasse para Hogwarts.

— É melhor para eles saberem pouco também.

— É...

Concordei mais para encerrar o assunto do que por outro motivo. A preocupação estava crescendo dentro de mim. Me fez decidir escrever para casa assim que as aulas terminassem naquele dia. E foi o que eu fiz.

Depois do último tempo, que era Feitiços, subi rapidamente até o Corujal para despachar minha carta antes de ir para a detenção, esperava que não demorassem a responder. Ouvi algumas vozes enquanto me aproximava, parei bruscamente ao notar quem estava lá dentro.

As três pestes que eu havia azarado no dia anterior conversavam animadamente enquanto despachavam uma coruja. De primeira elas não notaram minha presença ali, tentei ser discreta ao dar um passo para trás, mas as três viraram a cabeça na minha direção no mesmo segundo, como se pensassem igual.

— Ora, ora... Quem temos aqui! – a do meio, que parecia ser a “líder”, resmungou. Ela tinha longos cabelos pretos e olhos azuis sem brilho algum, além de uma cara de deboche irritantemente constante que combinava bem com seu nariz empinado.

— Nossa! Não te reconheci com dentes normais. – sorri simpaticamente para ela – Da próxima vez você pode pedir para Madame Pomfrey arrumar o resto da sua cara, talvez melhore um pouco...

Ela fechou a cara e empunhou a varinha na minha direção, seguida pelas duas amigas que pareciam mais suas guarda costas, elas nem abriram a boca.

— Você tem muita coragem, Sangue-Ruim! – ela falou entredentes – Estupefaça!

— Protego! ­— com uma velocidade que nem eu sabia que tinha, consegui puxar minha varinha para me proteger.

Virei para correr para longe dali, mas quando estava descendo as escadas, escutei a voz logo atrás de mim.

Petrificus Totalus!

Senti meu corpo petrificar e tombei para frente, caindo de cara nos últimos degraus, sentindo uma dor horrenda. Sabia que tinha no mínimo quebrado o nariz quando senti o sangue escorrendo dele para o chão.

As três riram enquanto desciam lentamente.

— Bom trabalho, Alyssa! – a morena cumprimentou uma de suas capangas – Vamos ensinar a essa aberração a não se meter com bruxas de verdade.

Eu esperei o que quer que fosse acontecer, mas só escutei um grito esganiçado.

— O QUE ESTÃO FAZENDO?!

— O que foi, Travers? – uma das duas subordinadas perguntou. Um alívio me percorreu ao notar que era Pandora se aproximando – Estamos só ensinando uma lição a essa Sangue Ruim.

— Vocês estão loucas? – Pandora se colocou na minha frente – O Professor Flitwick está vindo aí! Saiam logo que eu dou um jeito na garota.

As três nem agradeceram, só correram o mais rápido que puderam de volta à escola. Pandora se abaixou rapidamente e virou meu corpo de barriga para cima.

— Meu Deus, Liv... – ela pegou sua varinha, estava tremendo – Reflectus Petrify!

Meus movimentos voltaram e a primeira coisa que fiz foi gemer pela dor do nariz quebrado.

— Está muito ruim? – murmurei tentando me sentar, passei a mão abaixo do nariz e havia muito sangue ali.

— Sim! Está péssimo. Você precisa ver a Madame Pomfrey agora! – ela me ajudou a levantar – O que foi que eu te disse, hein? Essas garotas são loucas.

— Eu notei... Quem são elas? – questionei tentando limpar o sangue sem sucesso.

— A principal é Melyssa Fawley, as duas guardas costa são sua irmã Alyssa e uma garota chamada Lucy Selwyn. – Pandora tentou arrumar meu cabelo que devia estar uma desgraça e começou a me puxar para a escola – São puro sangue e acham que Voldemort é o salvador do mundo bruxo, eu te...

— Tá, tá... Não preciso de um “eu te avisei” agora. – resmunguei – E você não pode me levar, tenho que ir sozinha.

— Mas...

— Você sabe que os corredores estão cheios e é bem capaz que aqueles vermes estejam por lá. – a encarei – Mas você pode me fazer o favor de despachar essa carta por mim?

Entreguei o envelope a ela, que olhou para ele e assentiu.

— Tudo bem, mas tome cuidado.

— Vou tomar, obrigada... Por ter me salvado também. – sorri para ela.

— Céus, Olivia... – ela balançou a cabeça negativamente – Vá logo, você está horrível.

— Minha auto estima agradece. – revirei os olhos e tomei meu rumo para a Enfermaria.

Abaixei a cabeça para não chamar atenção e fui andando rapidamente pelos cantos dos corredores, até que alguém praticamente brotou na minha frente e senti um par de mãos segurando meus braços. Ergui os olhos e me deparei com o Lupin chocado.

— O que diabos aconteceu com você?! – ele perguntou nervoso.

— Calma, eu caí da escada do Corujal. – voltei a abaixar a cabeça, ele era a última pessoa que eu queria que me visse naquela situação.

— Não minta para mim, Olivia. – Remus ergueu meu queixo.

— Eu não estou mentindo, realmente caí de uma escada... – insisti, mas ele apenas ergueu uma sobrancelha – Depois de ter sido acertada por um Feitiço do Corpo Preso...

— Eu sabia que tinha mais coisa! – ele me puxou pelo braço – Vamos para a Enfermaria e você vai me contar que fez isso.

A expressão de choque da Madame Pomfrey e seu sermão sobre falta de atenção nas escadas não me fez sentir melhor, mas ela consertou meu nariz e limpou o sangue rapidamente, logo fui liberada.

— Vamos para a Sala de Poções. – Remus me puxou pelo braço, o que me irritou bastante – Você está atrasada para a Detenção.

— Eu sei chegar lá sem ser arrastada. – resmunguei e ele me olhou desconcertado e largou meu braço imediatamente.

— Me desculpe!

— Tudo bem, vamos lá.

Nós chegamos na Sala do Professor Slughorn e a Professora Minerva estava lá, parecia um pouco impaciente e irritada.

— Ah, você a encontrou, Lupin! – ela exclamou vindo até nós – Posso saber o motivo desse atraso, senhorita Cooper?

— Me desculpe, professora. Eu caí das escadas no Corujal e quebrei o nariz, estava com a Madame Pomfrey. – me expliquei rapidamente.

— Hum... – ela me analisou – Vou confirmar com ela, mas por ora, aceito sua explicação. Remus vai te explicar o que fazer, assim que terminarem, vocês podem ir jantar.

Ela falou enquanto ia saindo da sala, fechando a porta em seguida.

— Então, você só tem que organizar os ingredientes no armário. – ele falou displicente – Mas me conta o que aconteceu.

Narrei todos os acontecimentos desde o momento em que entrei no Corujal até quando entreguei minha carta para Pandora despachar. Só quando terminei fui notar que Remus estava com o maxilar trincado, como se estivesse reprimindo uma grande raiva.

— Você precisa falar com a Minerva.

— Ah não... Não vejo como isso vá resolver. – sentei em cima da mesa do professor e comecei a separar os vidrinhos de ingredientes em várias caixas – E não vai acontecer de novo.

— Como pode ter tanta certeza?

— Porque da próxima vez vou acertar uma azaração nelas sem nem pensar duas vezes. – afirmei confiante.

— Espero que seja antes que elas decidam te acertar alguma maldição imperdoável. – Remus virou de frente para mim.

— Eu me garanto. – pisquei um olho para ele.

— Ah, eu sei que sim. Isso que me preocupa! Você tem esse excesso de auto confiança. – ele riu e se aproximou – Pronta para se jogar de cara no perigo.

— Eu escuto muito isso... – comprimi os lábios – Então deve ser verdade.

— É, mas eu gosto disso. – Remus sorriu adoravelmente.

Retribuí seu sorriso antes de puxá-lo pela gola de sua capa para beijá-lo. Suas mãos foram diretamente para minha cintura, me puxando contra o seu corpo. Deslizei as mãos para o seu rosto, sentindo alguma das cicatrizes que se estendiam por ali.

— Estamos interrompendo algo? – uma voz com um tom de risadas fez com que nos afastássemos repentinamente.

— Sirius! – Remus virou para a porta irritado.

James, Sirius e Peter estavam com sorrisos marotos nos rostos, encostados despreocupadamente na soleira da porta. Só então notei que eu estava ofegante e o calor todo do meu corpo se acumulou no meu rosto ao perceber a situação em que nos encontraram.

— Eu sabia que tinha algo rolando. – James riu ao entrar – Desde o dia da Enfermaria.

— E acharam justo se esgueirar por aí para descobrir? – Remus questionou irritado. Eu sabia que ele estava tão frustrado quanto eu, pensando se alguém iria nos interromper toda vez que nos beijássemos.

— Não! – Sirius se defendeu – Nós viemos para animar a Liv, mas vejo o que você quis dizer, James, eles podem se divertir sozinhos.

— Não vamos mais atrapalhar sua “detenção” – James fez aspas com as mãos e foi saindo de costas – Nos vemos durante o jantar.

— Sim! Não façam nada que eu não faria! – Sirius empurrou Peter para fora da sala e fechou a porta aos risos.

Remus suspirou e se voltou para mim.

— Eu disse que eles iriam descobrir de qualquer jeito.

— Devo me acostumar com essas interrupções constrangedoras? – questionei sorrindo.

— Espero que não. – Remus riu e me beijou novamente.


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Notas finais do capítulo

Então? Espero que tenham gostado!
Mais uma vez peço desculpas pela demora e também peço que se encontrarem algum erro pelo capítulo, me avisem nos comentários que corrigirei. Também esperarei suas opiniões, estou ansiosa para saber o que acharam.
Beijos e até o próximo!