The Fox escrita por Lady Joker


Capítulo 11
Capítulo 11 - O Lobo e a Raposa


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas. Ainda tem alguém aí para ler essa fanfic?
Mais uma vez peço desculpas, tudo virou uma bagunça na minha vida nas últimas semanas e eu ainda estou tentando me situar no meio de tantos problemas. Prometo que logo voltarei a postar pelo menos um capítulo por semana para você.
Sem mais delongas, boa leitura.



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As semanas foram se passando e nenhum sinal de Pandora. Eu estava ficando imensamente preocupada, tanto que depois de uma das minhas aulas de Transfiguração, fui diretamente até a Professora McGonagall para saber se ela tinha alguma notícia.

— Com licença, professora? – a chamei enquanto ela organizava sua própria mesa.

— Sim, Olivia? – ela respondeu sem me olhar.

— Hum... Eu queria saber se a senhora... Bom, se a senhora tem alguma notícia de Pandora Travers? – perguntei e ela parou abruptamente o que estava fazendo e ergueu o olhar para mim como se não tivesse entendido direito.

— De quem?

— Pandora Travers, da Sonserina. Ela foi levada ao St. Mungus há algumas semanas e eu...

— Eu sei quem é a Travers. – Minerva me interrompeu – Só não entendo porque ela te interessaria. É bastante incomum um aluno da Grifinória sequer demonstrar interesse em um Sonserino.

— Ela é minha melhor amiga, senhora. – admiti por fim – Sei que é estranho, mas ela é diferente dos outros de sua casa... A julgar pela maioria, é claro.

— Er... – a professora me olhava como se eu tivesse chifres ou um terceiro olho no meio da testa – Como eu disse, é um comportamento incomum, mas certamente seria ótimo se mais pessoas pensassem como vocês. É admirável.

— Obrigada. – dei um leve sorriso.

— Bom, eu sei que ela ainda está lá no St. Mungus, mas não tenho maiores informações. Talvez seja melhor você perguntar ao professor Slughorn, como diretor da Sonserina, ele saberá informar melhor. – Minerva me aconselhou prontamente – Fico feliz que tenha amizades mais responsáveis, ela é realmente uma boa garota.

— Eu sei. – acabei rindo, afinal, por amizades responsáveis ela queria dizer: pessoas que não sejam o Potter e seus amigos – Muito obrigada, professora.

Saí da sala com pressa, precisava chegar na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Procurei o professor Slughorn pelos corredores mas não o encontrei, só teria aula com ele no dia seguinte.

— Ei, Liv! – ouvi uma voz atrás de mim e me virei, Sirius vinha correndo na minha direção.

— Olá, Black. – o cumprimentei, diminuindo a velocidade dos meus passos para que ele me alcançasse.

— Acabei de deixar acompanhar o Remus até a Enfermaria. – ele avisou e então diminuiu o tom de voz – Você vai conosco hoje à noite, não é?

— Oh! Eu já estava esquecida! Claro que eu vou. – sorri abertamente.

Devido à preocupação com Pandora, acabei esquecendo do probleminha de Remus, de fato o notei mais desanimado, porém acabou que não tive tempo de conversar direito com ele.

— Ótimo! – Sirius assentiu animado – Você vai adorar, nós conhecemos todos os lugares desse castelo...

— Aposto que seriam capazes de mapear toda a área de Hogwarts. – comentei rindo enquanto entrávamos na sala.

— Isso seria legal, não é? – ele parou e se virou para mim com um meio sorriso.

— Sim, mas daria muito trabalho, acho que ninguém está louco de tentar mapear Hogwarts. – revirei os olhos e sentei no meu lugar enquanto ele apenas deu de ombros e seguiu para sua mesa próxima à de James.

As aulas estavam assumindo um ritmo intenso devido à proximidade dos N.O.M.s, com exceção de História da Magia que continuava mais monótona possível, ninguém sabia se o Professor Binns tinha alguma noção de tempo, afinal, só faltavam 3 meses para as provas e ele não parecia estar dando a mínima.

Enfim, o fato é que ficava cada vez mais difícil manter a calma com tantos deveres, mas essa onda de estresse parecia atingir todos menos Sirius e James.

— Não é o fim do mundo! – o Potter falou despreocupadamente durante o jantar – Nós vamos nos sair bem.

— Como vocês conseguem? – perguntei mais uma vez.

— Temos a memória boa, apenas isso. – Sirius deu de ombros – Sério, nós conseguimos aprender com facilidade.

Nós continuamos conversando até voltarmos para a Sala Comunal, eu sabia que estava chegando a hora de sairmos, porém ainda não entendia como iríamos sair todos sem sermos notados.

— Nós conversamos... E o Peter vai na frente. – Sirius me explicou quando o perguntei – James, você e eu vamos na capa... Com muito cuidado.

— Tem tudo para dar errado... – balancei a cabeça negativamente.

— Exato! – ele sorriu e piscou um olho para mim – Mas vamos dar um jeito. Já está na hora.

Peter saiu na frente, por sorte ele não era alguém que chamava atenção, porque seu comportamento era muito culpado e qualquer um notaria que ele estava prestes a fazer algo suspeito. Ele saiu olhando de um lado para o outro, totalmente acuado.

Demos um tempo e saímos também, depois de passar pelo retrato da Mulher Gorda, constatamos que o corredor estava vazio e nos cobrimos com a capa. Tivemos que ir abaixados para que nossos pés fossem cobertos, mas não foi nada fácil, acabamos tropeçando uns nos pés dos outros várias vezes.

— Potter, se você pisar no meu calcanhar mais uma vez, eu vou acertar um soco no meio da sua cara! – rosnei quando ele pisou na parte de trás do meu sapato, me fazendo quase cair no chão.

— Desculpe. – ele riu baixinho.

Finalmente chegamos ao lado de fora do castelo e eu saltei para fora da capa enquanto me transformava, sentindo aquela liberdade única que eu só sentia ao estar na forma de raposa.

— Mal posso esperar para conseguir me transformar assim. – James comentou, saindo debaixo da capa e apontando a própria varinha para si, se transformando lentamente num imponente cervo.

Sirius foi o próximo, assim que assumiu sua forma de cachorro, ele deu dois pulinhos girando ao redor do próprio corpo, como se estivesse mais do que feliz.

James grunhiu na direção dele e depois apontou a cabeça para o céu, mais precisamente para a lua. Apesar da falta de palavras, nós podíamos nos entender melhor do que eu imaginava como animais, era como ter uma linguagem própria.

Corremos até o Salgueiro Lutador e o rato já estava nos aguardando, assim que nos viu, ele correu até o nó na raiz da árvore, o apertou e os galhos pararam de se remexer na hora. Deslizamos pelo buraco, pelos latidos que mais pareciam gargalhadas, Sirius estava se divertindo até demais.

Peter ia correndo na frente, eu tinha que segurar o instinto de pisar em sua cauda só para infernizá-lo. James passou na minha frente assim que chegamos na sala onde Remus estava jogado no chão, ele parecia extremamente cansado e fraco.

Fiz menção de ir até ele, mas Sirius me impediu, se colocando na minha frente. Dei uma leve rosnada para ele sair, mas ele apenas sentou e olhou para o amigo que estava começando a se transformar.

Sem o choque da primeira transformação, aquilo parecia mil vezes pior. Eu via o sofrimento dele a cada segundo, os gritos de dor eram mais evidentes. Os outros pareciam pensar o mesmo que eu pelos seus olhares penalizados enquanto Remus agonizava ao colocar para fora a besta adormecida em seu corpo.

Assim que a transformação terminou, Sirius me deu passagem e eu fui lentamente até o lobo gigante que ofegava debruçado no chão, ele virou a cabeça para mim bruscamente, mas dessa vez não parecia querer me devorar. Apoiei as patas dianteiras na lateral do corpo dele para olhar dentro dos seus olhos.

Definitivamente Lupin estava lá dentro.

Encostei a cabeça contra o ombro dele e senti jogar a sua por cima da minha carinhosamente. Nos afastamos e ele se levantou, parecia ainda maior dessa vez, mas não parecia mais assustador.

Sirius começou a latir, nos apressando para sairmos logo da casa, James também parecia um pouco impaciente. Eu não entendia a ansiedade deles, teríamos a noite inteira para andar por aí. Porém acabei contagiada pela animação deles e saí do buraco do Salgueiro Lutador saltitando mais que o grande cachorro preto ao meu lado.

Lupin se espreguiçou ao sair, sentindo a brisa da noite calmamente enquanto íamos na direção da Floresta Proibida. Peter estava nas costas de James, talvez para evitar ser pisoteado ou porque não conseguia acompanhar o ritmo dos outros. Os três estavam mais à frente enquanto eu corria ao redor de Remus, ele me olhava como se estivesse rindo da minha animação.

Nós fomos ao lago, estava bastante iluminado e era simplesmente lindo. James e Sirius ficaram jogando água um no outro, quase afogaram Peter sem querer, mas ele correu para longe da beirada, chacoalhando os pelos. Remus grunhiu para me chamar atenção, o encarei e ele assentiu, claramente me dizendo que estava feliz por eu estar ali.

Me joguei contra ele carinhosamente, eu também estava feliz. Era como se tivesse encontrado um lugar onde, mais do que nunca, eu pudesse ser eu mesma.

O resto da noite seguiu da mesma forma, andamos por lugares de Hogwarts que eu nunca sonhei em ver algum dia, podia até jurar que havia visto um centauro passando, ou talvez fosse apenas outro cervo. Estava deslumbrada demais para confiar no meu cérebro.

Quando estava amanhecendo, voltamos para a Casa dos Gritos, bem a tempo de Remus voltar à forma humana, mais um processo doloroso e agoniante.

Assim que o garoto surgiu onde antes estava o lobo gigante, voltei à minha forma humana e fui até ele. Que se sentou no chão, exausto pelas dores e parecendo ainda mais magro dentro das roupas rasgadas.

— Até que foi divertido... – ele me lançou um sorriso fraco quando me ajoelhei ao seu lado.

— Foi sim. – coloquei a mão na lateral do seu rosto – Você está bem?

— Estou sim... – ele piscou um olho para mim – Você tem que ir, logo logo a Madame Pomfrey vem trazer meu café da manhã.

— Você não vai voltar para o castelo? – questionei.

— Depois ele vai. – James se aproximou – Temos que ir, Olivia.

— Certo. – dei um selinho em Remus antes de me levantar – Vou te visitar mais tarde.

— Estarei esperando! – ele gritou enquanto saímos correndo do lugar.

Usamos o mesmo esquema da noite anterior, só que ainda mais desesperados para chegar ao castelo antes que alguém da nossa casa acordasse. Quando estávamos quase alcançando a porta do castelo, a mesma se abriu e nós paramos no lugar, prendendo a respiração para não fazer barulho algum.

Madame Pomfrey saiu de lá com uma bandeja cheia de comida, Peter aproveitou e passou por ela sem chamar atenção. Ela passou e a porta foi fechando, mas James a segurou antes que batesse e nós entramos.

Conseguimos voltar para a Sala Comunal com sucesso.

— Deu tudo certo, viu? – Sirius indagou me encarando – Somos profissionais.

— Eu nunca duvidei. – ergui as mãos – Bom, vou voltar para o meu dormitório e aproveitar os poucos minutos de sono que me restam. Até depois.

Só notei o quanto estava exausta quando cheguei próximo à minha cama, empurrei minha gata para o lado e me joguei nela sem ao menos trocar de roupa.

—---

Durante o almoço eu mal conseguia me manter com a cabeça erguida, quase caí de cara no prato de comida pelo menos três vezes.

— Olivia, como você pretende aguentar hoje? – James questionou.

Ele e os outros pareciam apenas um pouco cansados, mas nada alarmante.

— Eu não sei... Sinto como se fosse desmaiar a qualquer momento. – admiti.

— Por que não mata as últimas aulas para dormir? – Peter sugeriu.

O olhei surpresa, não por ter sido uma boa ideia, eu sabia que ele era espertinho, mas por ser algo que me ajudaria. Eu tinha certeza que ele não gostava de mim.

— Boa ideia, Rabicho. – Sirius concordou – Matar algumas aulas não vai te prejudicar.

— Eu não posso... – revirei os olhos – Preciso falar com o Slughorn. E não posso perder a aula de Aritmancia, é muito complicado para estudar sozinha depois.

De fato, por mais que eu estivesse cansada, não podia dormir naquele momento, precisava ter notícias da Pan. Assim que terminei de comer, fui diretamente para a sala de Poções, para minha sorte o professor já estava lá.

— Boa tarde, professor. – o cumprimentei.

— Oh, olá, senhorita Cooper. – ele assentiu – Chegou cedo...

— Sim, preciso perguntar algo ao senhor. – fui até a mesa dele – Sobre uma aluna de sua casa, Pandora Travers.

— Ah! Claro! A professora Minerva comentou comigo que você estava querendo notícias dela. – ele sorriu – Ela está começando a melhorar, por Merlin, foi um ferimento muito grave.

— Ela vai ficar bem, então?

— Sim! Espero que o mais depressa possível, ela faz falta nas reuniões do Clube do Slug.

— Ah, claro. – assenti, Pandora odiava ter que ir para essas reuniões – Agradeço por me informar sobre ela, professor.

— Não tem de quê. Fico contente que ela tenha uma boa amiga como você. – ele sorriu novamente – Você pode mandar cartas para ela, apesar de algumas estarem passando por vistorias devido aos últimos ataques, eles irão entregar.

— Farei isso, senhor. Muito obrigada.

Voltei para minha cadeira me sentindo aliviada, iria escrever a carta naquela mesma tarde. A aula de Poções se passou lentamente, acabei não fazendo nenhum trabalho decente devido ao cansaço, que também não ajudou nada em Aritmancia.

Saí da sala praticamente me arrastando pelos corredores. Aproveitei que estava passando em frente à Enfermaria e entrei para visitar Remus. Ele estava lendo em sua cama, no final da sala.

— Posso ajudar, senhorita Cooper? – Madame Pomfrey veio até mim – O que a senhorita tem?

— Ah, nada... – me virei para ela – Apenas tive uma noite ruim, não dormi bem. Vim visitar o Remus.

— Hum... Você pode ir lá, mas não demore. – ela fechou a cara – E nada de beijos aqui, entendeu?

— Sim, senhora. – respondi e fui em direção ao garoto que estava com um sorriso brincando nos lábios – Do que está rindo?

— Você está péssima! – ele me olhou de cima a baixo – A primeira noite é sempre mais difícil.

— Eu não sabia que estaria com tanto sono. – sentei na maca e coloquei meu material de lado – E você? Como está?

— Na mesma... – ele colocou o livro que estava lendo no criado mudo e jogou o corpo mais para o lado – Pode se encostar aqui, acho que a Madame Promfrey não vai se incomodar.

— Espero que não. – sentei ao lado dele, encostada na cabeceira da maca e puxei meu caderno e uma pena com um pote de tinta – Tive notícias da Pandora hoje, vou mandar uma carta para ela.

— Ela está melhor?

— Melhorando... – murmurei e comecei a escrever.

Olá, Pan.

Da próxima vez que quiser me assustar dessa maneira, sugiro que jogue uma acromântula na minha frente. Sério, por que não me dá notícias? Tive que sair perguntando aos professores.

A propósito, o Slug está com saudades de você nas reuniões que eu sei que você adora.

Espero que você esteja bem, sua ridícula, da próxima vez que você sumir sem me dar notícias, vou te caçar até os confins da terra só para te dar um tapa na cara. Estou com saudades, Travers. Espero te ver em breve.

Com amor e um pouquinho de raiva,

Olivia.

 

— Terminei. – anunciei e entreguei o pergaminho ao Lupin – Escrevi as palavras corretamente? Meu cérebro está confuso devido ao sono.

— Escreveu sim. – ele riu – Uma carta agressivamente adorável, assim como você.

— Pois é. – me acomodei melhor ao seu lado e apoiei a cabeça em seu ombro – Mal posso lidar com minha própria fofura.

— Você é impossível, Liv. – Remus balançou a cabeça negativamente.

— É um dom...

Não lembro bem se conversamos mais alguma coisa depois disso porque eu apaguei completamente e dormi até ser acordada por uma Madame Pomfrey irritadíssima, dizendo que o horário de visitas já havia acabado e que se eu quisesse dormir, que fosse para meu próprio quarto. Eu não estava raciocinando bem enquanto era expulsa, mas pude ouvir Remus sussurrar um “até mais tarde” antes que eu saísse.


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Notas finais do capítulo

E é isso, espero que vocês tenham gostado!
Desculpem mais uma vez pela demora, além de todos os problemas pessoais tive um bloqueio criativo daqueles! Não estava gostando de nada do que escrevia e tive que revirar meu cérebro para arrumar um jeito de fazer a parte de todos na floresta sem que ficasse entediante, espero ter conseguido.
Me contem nos comentários o que acharam e se houver algum erro no capítulo, podem avisar também!
Beijos e até o próximo.