The Fox escrita por Lady Joker


Capítulo 10
Capítulo 10 - Sonserina


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Primeiro, não me matem pela demora, não tive culpa! Minha casa está em reforma e eu estou sem internet, também fica difícil usar o computador, tanto que nesse momento estou postando o capítulo na faculdade. Explicarei melhor nas notas finais, boa leitura!



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No domingo, as pessoas ainda estavam conversando sobre o acontecido no dia anterior. Os garotos e eu estávamos sentados na sombra de uma árvore no jardim. Eu estava apoiada no braço do Remus enquanto ele lia algum livro de História da Magia e nós conversávamos.

— Gente, alguém pode me explicar direito o que aconteceu ontem? – pedi para os outros – Foi tudo tão rápido...

— Eu fui procurar informações por aí... – James começou a falar – Os Comensais foram para Hogsmeade realmente com a intenção de atacar os alunos de Hogwarts. Os aurores não estavam preparados porque, segundo alguma fonte não muito confiável, os comensais estariam indo para Godric’s Hollow.

— Eles aparataram de todas as partes, foram mais de vinte. – Sirius complementou – Um deles surgiu no meio da Dedosdemel, foi muita sorte termos saído de lá logo.

— Creio que não vá demorar muito até surgirem pais para levar os alunos para casa. – James resmungou – Besteira, na minha opinião, se não estão seguros em Hogwarts, não estarão em lugar nenhum.

— O Ministério deve estar um caos... – Sirius balançou a cabeça negativamente – Três alunos foram levados, dois da Lufa Lufa e uma garotinha da Corvinal. Fora os que foram feridos, alguns seriamente.

— E o que aconteceu... Depois que a Bellatrix me atingiu? – perguntei e senti Remus se remexer ao meu lado.

— Remus e eu a atacamos. – James respondeu – E acho que o irmão do Sirius também.

— Até parece. – o Black revirou os olhos.

— Mas eu vi que ele não moveu um dedo contra nós enquanto éramos atacados.

— Só porque ele é covarde demais para isso! Também não se moveu para nos ajudar. – Sirius agora estava nervoso.

— Sirius, ele foi para cima da Bellatrix quando viu que ela tinha intenção de te atacar e a repreendeu depois. – Remus falou seriamente – Sei o que pensa dele, mas vocês ainda são irmãos e acho que ele se importa com você.

— É, belo jeito de demonstrar... Não dá para confiar nele. Em nenhum deles! – Sirius apontou com a cabeça em desdenho para um grupo de alunos da Sonserina que passava – Aposto que, os que puderam, ajudaram os Comensais ontem.

— Calado, Black. – o repreendi – Eles estavam tão assustados quanto qualquer um.

— Eu nunca vou entender porque você os defende tanto. – ele me encarou descrente.

— Não defendo! – exclamei, ficando irritada – Só não os julgo.

— Por que esse assunto te incomoda tanto, Olivia? – James perguntou antes que Sirius falasse mais alguma coisa. Só então notei que ele me olhava com uma imensa desconfiança e curiosidade.

— Porque...

— Onde estavam? – Peter apareceu correndo e ofegante – Procurei vocês pelo castelo inteiro.

— Tentamos te acordar, mas você conseguiu a proeza de dormir mais que o Remus. – Sirius respondeu – E olha que isso é difícil.

— Ah sim... – ele sentou conosco.

O assunto anterior logo foi esquecido, uma conversa animada começou e se estendeu até o horário do almoço, que foi quando me separei deles e fui atrás da Pandora. Não a encontrei durante o café da manhã e nem a vi chegar durante o almoço, por mais que me doesse pensar naquilo, deduzi que ela só poderia estar na Enfermaria.

Fui o caminho inteiro rezando para que ela estivesse bem, embora a lógica insistisse em abalar minhas esperanças, afinal, se ela não tivesse sofrido algo grave, não estaria lá.

Finalmente cheguei à Enfermaria e me surpreendi com a quantidade de pessoas. Madame Pomfrey corria de um lado para o outro, nem notou quando entrei sem sua autorização. Muitos alunos estavam deitados em suas macas, parecendo fracos, alguns tinham uma aparência mais sadia, embora estivessem claramente amedrontados.

Meus olhos localizaram a loira numa das macas do lado direito e pude suspirar aliviada ao constatar que ela estava visivelmente bem, sentada em sua cama, lendo O Profeta Diário.

— Pan! – andei rapidamente até ela, que sorriu ao me ver.

— Liv! Por Merlim, achei que não viria me visitar. – ela estirou os braços em minha direção e me puxou para um abraço – Fiquei tão nervosa durante o ataque, tentei ajudar umas garotas do terceiro ano e fui atingida.

— O que te atingiu? – puxei um banquinho e me sentei, sem desviar a atenção dela.

— Fogomaldito. – ela ergueu a manga de suas vestes e mostrou as ataduras ao redor de seu braço direito, indo até o ombro – Eu estava na Casa de Chá da Madame Puddifoot quando tudo começou, o lugar começou a pegar fogo muito rápido e eu só tive tempo de quebrar uma janela e me jogar por ela, mas notei três garotinhas da Corvinal que ficaram lá em choque, tive que voltar para puxá-las ou acabariam mortas. Por sorte o lugar estava quase vazio, não aconteceu nada grave...

— Céus... – levei a mão à boca, não conseguia falar mais nada.

— É. Eu ainda acabei toda cortada, mas a Madame Pomfrey deu um jeito nisso rapidinho, porém a queimadura... – ela lançou um rápido olhar ao próprio braço – Se não melhorar até amanhã, Dumbledore disse que vai me enviar para o St. Mungus.

Pandora simplesmente deu de ombros e voltou a recostar na cama. Eu sabia, só pelo seu olhar, que ela estava morrendo de medo de ir para o St. Mungus, mas nunca admitiria. Era orgulhosa demais para isso.

— Está doendo? – questionei ao vê-la fazer uma careta quando se arrumou melhor no lugar.

— Sim... Madame Pomfrey me dá tônicos para dor pelo menos três vezes ao dia. – ela deu um longo suspiro – Eu não digo a ela, mas eles não adiantam muita coisa.

— Eu não sei como eles tiveram a coragem... Tão perto de Hogwarts. – comentei – Tão perto do Dumbledore.

— Eles planejaram bem, pelo o que eu soube. Ouvi o professor Slughorn conversando com a Madame Pomfrey. Ele disse que foi o único dia em que somente metade dos aurores foram para Hogsmeade e que Dumbledore estava fora.

Nós continuamos conversando por mais algum tempo, soube que alguns alunos tinham sido levados diretamente para o St. Mungus e que alguns foram levados da Enfermaria pelos próprios pais desesperados.

— Hora do tônico, senhorita Travers! – Madame Pomfrey apareceu com uma pequena garrafa nas mãos e se surpreendeu ao me ver – Senhorita Cooper?

— Vim visitar a Pandora. – expliquei rapidamente.

— Não a vi entrando! Céus, estou com a cabeça nas nuvens! – ela pegou uma colher, colocou o tônico e deu para Pandora, que engoliu fazendo uma careta de nojo, e então foi cuidar dos outros pacientes.

— Acho melhor você ir andando, Liv. – Pandora me falou com a voz rouca, pegando um copo de água na mesa ao lado da cabeceira da cama – Logo o horário de visitas acaba e muitos alunos passarão por aqui.

— É verdade... – saltei do banco – Eu só queria saber como você estava.

— Vou sobreviver. – ela sorriu para mim – Sabe, eu nunca fiquei tão feliz por você estar trancada no castelo. Eu não sei o que eu faria se te machucassem ontem.

— Você viria me visitar aqui no dia seguinte, exatamente como eu estou fazendo. – falei simplesmente, não tive coragem de contar o que realmente aconteceu comigo no dia anterior, pelo menos não naquele momento – Até mais, Pan.

— Até! – ela voltou a pegar o jornal.

Saí rapidamente de lá, mas ao virar no corredor, esbarrei no ombro de alguém. Quando fui me virar para pedir desculpas, a pessoa praticamente cuspiu as palavras em mim.

— Eca! Olhe por onde anda, Sangue-ruim! – era uma das três vermes que me azararam, a tal de Lucy.

— Desculpe, normalmente ignoro capachos. – apenas dei de ombros e segui o meu caminho.

Não estava com paciência para dar atenção à ela. No caminho para a Sala Comunal, me deparei com uma cena bastante incomum. Sirius e Regulus estavam conversando no canto de um corredor. Por mais que eu estivesse num processo de tentar não me meter na vida alheia, me escondi atrás de uma estátua para observar.

Vê-los um de frente para o outro era estranho, porque a semelhança era bem visível. No jeito de falar, nas pequenas manias, no olhar. Sirius estava com os braços cruzados e o olhava de cima, querendo parecer superior. Regulus parecia apressado em explicar alguma coisa.

— Então foi para isso que você veio até aqui? Que você se arriscou a ser visto com seu irmão “traidor do sangue”? – Sirius gargalhou ironicamente – Eu não vou ficar quieto enquanto seus amiguinhos torturam os outros.

— Sirius, eles ainda te respeitam por causa da nossa família. – Regulus assumiu um tom sério – Mas isso não vai importar quando o Lorde das Trevas tomar o controle de tudo, eu não vou poder te salvar novamente.

— Me salvar? – o sorriso sarcástico do mais velho sumiu – Você não me salvou! Minha amiga que se jogou na frente da maldição que sua prima jogou.

— Eu a impedi de continuar. Você não a conhece! – Regulus segurou o braço de Sirius quando ele ameaçou dá-lo as costas – Bellatrix é sádica, ela não hesitaria a atacar quem quer que fosse e isso inclui você.

— Por Merlim. – o Black mais velho balançou a cabeça negativamente – Que você não serve para ser uma pessoa decente, eu já sabia. Mas aparentemente não consegue nem ser um Comensal. Decida de que lado está, Regulus. Se é para ser ruim, então faça isso direito pelo menos.

Sirirus se soltou de Regulus e foi marchando rapidamente pelo corredor. O mais novo ficou olhando na direção em que ele se foi por alguns momentos e então se virou para ir embora também, porém parou ao me ver ali.

Nos encaramos por alguns segundos antes dele seguir seu caminho, mais do que nunca ele parecia uma criança assustada. Sirius sempre disse que ele nunca tivera força suficiente para discordar dos pais como ele, mas a verdade é que Regulus não era como Sirius, ele não tinha a rebeldia correndo no sangue.

Sirius desobedeceria e discordaria até se seus pais o obrigassem a ir para a Grifinória porque ele era assim. Regulus era só uma criança obediente que ainda não tinha formado sua própria personalidade.

Continuei em direção a Sala Comunal, sem saber ao certo se deveria confrontar Sirius sobre o que aconteceu. Eu não deveria me meter, nada de bom acontecia quando eu fazia isso. Assim que entrei, pude ver que ele estava conversando com os amigos normalmente, sorridente e brincalhão. Ele fingia muito bem, isso eu não podia negar.

Me joguei em uma das poltronas próximas a lareira, estava mais cansada do que esperava. Não dormi direito na noite anterior, estava preocupada demais.

— Hey, Liv. – Remus surgiu ao meu lado e sentou no braço da poltrona – Onde esteve? Sumiu logo após o almoço...

— Fui procurar a Pandora, ela estava na Enfermaria.

— E ela está bem? – ele questionou me encarando.

— Hum... Mais ou menos. – soltei um suspiro - Ela foi atingida por Fogomaldito enquanto tentava salvar umas garotinhas, a queimadura não está melhorando e o Professor Dumbledore está falando em levá-la para o St. Mungus caso não melhore até amanhã.

— Nossa... – ele parecia um pouco surpreso – Eu espero que ela fique bem. Deve doer muito.

— Dói, mas ela é orgulhosa demais para deixar que alguém perceba que está sofrendo. – revirei os olhos.

— Vocês duas dão certinho uma com a outra. – ele riu – Teimosas.

— Não comece. – o olhei pelo canto dos olhos – Por falar em teimosia, posso te perguntar uma coisa, mas não quero que comente com ninguém porque nem mesmo eu deveria ter ouvido essa conversa.

— Você? Ouvindo coisas que não deveria? – ele indagou num falso tom de choque – Que novidade, hein?

— Idiota! – dei um tapa em seu braço e ele riu novamente – É sério, Remus.

— Tudo bem, estou ouvindo. – Lupin assentiu e me olhou com atenção.

— Eu vi Sirius e Regulus conversando no corredor. – falei e ele ficou mais sério – Ele parecia tentar convencer o Sirius a sair do caminho da Bellatrix, como se o dissesse para parar de interferir, como se houvesse alguma chance do Sirius se machucar.

— Ele não machucaria o próprio irmão, isso é baixo até para ele! – Remus estreitou o olhar.

— Eu sei! Eu não acho que o Regulus tenha capacidade de ser um Comensal pelo o que posso observar, mas ele está começando a ver do que são capazes e tentou avisar ao Sirius.

— E o Sirius deu atenção?

— O que você acha? – ergui as sobrancelhas.

— Que não, é claro. – ele revirou os olhos – Por isso que ele chegou todo sério, mas desconversou quando perguntamos. Não gostamos de nos meter nos assuntos do Sirius porque normalmente quando ele fica chateado é por causa da família. E falar sobre isso só piora tudo.

— Eu entendo, mas será que...

— E não há nada que possamos fazer pelo Regulus, infelizmente. – ele complementou, como se soubesse o que eu iria falar em seguida.

— Certo. – concordei. Eu prometi a mim mesma que não iria mais me meter e era o que eu estava fazendo.

—---

No dia seguinte, durante o horário do almoço, fui para a Enfermaria visitar Pandora, não tive tempo de ir antes das primeiras aulas. O local estava esvaziando aos poucos, alguns alunos já estavam voltando às aulas, então a Madame Pomfrey parecia mais tranquila.

— Boa tarde, senhorita Cooper. – ela veio até mim assim que passei pela porta – A senhorita Travers foi transferida para o St. Mungus, ela pediu que lhe avisasse.

— O quê? – meu coração gelou – Mas... Ela não estava melhorando?

— A queimadura não apresentou qualquer melhora, logo a dor se tornaria insuportável. – ela balançou a cabeça negativamente – Sua amiga é muito forte, escondia muito bem, mas nós sabemos do que um feitiço daqueles é capaz.

— Ela vai ficar bem, não é? – perguntei ansiosamente.

— Claro que vai! – ela afirmou convincente – Pode demorar, mas ela ficará ótima, tenho certeza. Agora eu tenho que cuidar dos outros, tenha um bom dia.

— Obrigada... – agradeci e voltei em direção a porta.

Mais uma vez, Lucy estava lá. Dessa vez ela tinha um sorriso maligno no rosto e um olhar triunfante.

— Ora, ora... – ela falou cheia de veneno.

— Por acaso está me seguindo? – questionei, novamente sem paciência.

— Eu bem que achei estranho a Pandora ter nos impedido naquele dia. – ela ignorou minha pergunta – Achamos que ela era apenas esquisita, assim como o tal de Snape. Mas ela é uma traidora do sangue! Isso sim é interessante.

— Você! – segurei minha varinha dentro da capa e dei um passo na direção dela – Tente algo contra ela e eu mesma farei questão de quebrar sua cara inteira.

— Não vou precisar fazer. Basta que os outros saibam...

Travalingua! – lancei o feitiço nela, que tentou falar e gritar, mas não conseguiu, me lançando um olhar que misturava pavor e ódio – Abra sua boca e eu farei questão de te colocar um desses permanentemente.

Passei por ela, esbarrando de propósito em seu ombro.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?
Treta is coming! Já adianto que teremos pequenos saltos temporais nos próximos capítulos!
Bom, como prometi, vou explicar o que aconteceu para que eu demorasse uma eternidade para postar. Como disse lá em cima, minha casa está em reforma, por esse motivo eu não tenho como usar a internet porque o local que eu estou não tem wifi. E usar o computador também é bem complicado, por sorte esse capítulo já estava um pouco adiantado, só faltava alguns detalhes.
Enfim, a reforma tem previsão para acabar nas próximas duas semanas, então, até o dia 17 desse mês, creio que trarei capítulo novo, ok? Não é uma promessa, porque eu não sei se conseguirei, mas tentarei ao máximo!
Mais uma coisa! Muitos de vocês têm me cobrado uma frequência para postar, sobre isso, estou tentando me organizar também, mas devido aos últimos acontecimentos, não deu. Mas é algo que está nos meus planos, só preciso organizar melhor meus horários agora que voltei para a faculdade.
Por hoje, é só. Espero que me entendam e não me odeiem, espero também que tenham gostado e comentem aqui dizendo o que acharam! Beijos e até mais!