Hey! I love you... escrita por Lilissantana1


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Conselhos bons
Conselhos ruins
Qual deles seguir?
Aqueles pelos quais seu coração ou seu instinto a impulsionar?



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Naquele final de semana teríamos a festa na casa de Isabela. Morgana, Jéssica e Savana estavam prontas para ir. Eu não me sentia a vontade para isso. Não sem Richard. Não sem a presença dele junto a mim. Já estava difícil perceber os olhares de todos os amigos dele e também das minhas amigas quando topávamos no corredor ou em alguma sala de aula.

Todos sabiam que estávamos separados. Como seria ir a uma festa sozinha? E se eu o encontrasse lá? Como seria vê-lo e não poder me aproximar? Não poder tocar e beijar como sempre fazíamos nesses ambientes.

No final acabei cedendo a pressão e fomos. Preciso confessar a mim mesma, bem lá no fundo o que eu queria era ver a reação dele na minha frente, num ambiente onde poderia estar com qualquer outro garoto. Será que Richard se incomodaria quando outro garoto se aproximasse de mim? Afinal, agora estava livre. Solta. Soleira.

Mas...

Richard não estava lá. E logo percebi que me sentia melhor com isso. Era estranho estar perto e ao mesmo tempo longe dele, mesmo imaginando que aquele poderia ser a chance ideal para provocar ciúmes em meu ex. Ou até manter uma conversa informal que nos levaria de volta ao estado anterior.

Sonho não é?

Sim, eu sei que pareço ridícula por imaginar essas coisas. Mas é mais forte do que eu.

Sozinha, sentada numa banqueta, revirei o copo na mão olhando em volta distraída, nada havia ali que me interessasse, poderia muito bem estar na minha cama que era provavelmente era o lugar em que Rich estava. Mas as garotas não permitiriam. Elas achavam que eu precisava me divertir. Entretanto nenhuma delas ali estava comigo.

Morgana sumira com Gabriel.

Espiei o pessoal dançando, Jéssica e Savana estavam entre eles há algum tempo, ao contrario do que sempre faço não as acompanhei, meu corpo estava desconectado da minha mente. E qualquer movimento seria totalmente descoordenado. Não ia conseguir dançar e me sentir chateada ao mesmo tempo. E eu queria me sentir chateada. Queria viver aquela tristeza até o fim. Até que Richard percebesse o quanto me magoara e decidisse voltar atrás.

Então, eu o vi. E no mesmo instante desejei estar muito longe dali. De preferência do outro lado do planeta, o mais afastado possível daquela visão horrível e sem sentido. Richard, o meu Richard estava conversando, não! estava se derretendo para Brenda, uma das animadoras de torcida que eu sabia que ele detestava.

Como? Me perguntei sentindo meu estômago se revirar. Como ele fazia aquilo? Eu ali, morrendo por causa da nossa separação e ele se jogando pra cima daquela... daquela acéfala de peitos grandes e cabelos dourados. Ela jamais poderia ter com ele as conversas que tínhamos. Ela jamais daria uma resposta inteligente, ela jamais... oh, meu coração definitivamente se quebrou em mil pedaços.

Eles estavam se beijando!

Não!

Não!

Nãooooooooooooooo!

Aquilo era um universo paralelo onde coisas que jamais aconteceriam no mundo real estavam acontecendo. Não podia mais ver aquilo. Não podia suportar aquilo. Precisava de uma bebida com urgência. Qualquer tipo de bebida.

Em passos incertos me afastei como se estivesse fora do meu corpo, fui até a mesa, e encarei as bebidas espalhadas sobre o tablado longo, preparado para a multidão que invadira a casa para a festa.

Nada!

Ali só havia refrigerante, água, suco. Nem cerveja, nem ponche batizado... droga! Pensei em ir embora. Fugir como uma covarde em vez de correr até eles e arrancar aquela loira ridícula de perto do meu homem. Dos lábios do meu homem.

Mais alguns passos incertos e me deparei com a visão do inferno na figura de Frederic William Pierce lll, recostado na lareira mantendo uma conversava animada com três garotas ao mesmo tempo, elas literalmente se derreteiam por ele. Ele me viu também, me encarou direto, puxou aquele maldito sorriso de lado, cruzou os braços sobre o peito e eu senti meu sangue ferver.

Ele sabia de tudo. A maldita garota era do grupinho dele. Aquele sorriso nada mais era do que deboche. Provocação. Satisfação por me ver no fundo do poço. Arrasada!

Tudo o que Frederic precisava era da marca de minha mão na cara dele para acabar com aquele maldito sorriso. Apertei os punhos e tomei a direção do grupo. Ele ficou ereto, o sorriso se abriu ainda mais, e quando me aproximei algo estranho aconteceu, não foi um tapa que estalou no rosto recoberto por barba rala, foram meus lábios que se uniram aos dele.

Se Fred se sentiu surpreso não demonstrou. Imediatamente senti as mãos dele se espalmarem sobre minhas nádegas pressionando meu quadril contra o dele. O mundo girou quando minhas mãos atingiram os fios macios e perfumados que deslizavam entorno do pescoço dele.

Loucura!

Fred e eu estávamos nos beijando publicamente, diante de uma multidão de fofoqueiros? Era verdade?

Outro movimento e fui impulsionada de encontro ao abdômen firme e marcado pelos exercícios. Nesse momento me senti parada sobre uma fogueira, o calor subiu pelas pernas e se instalou no meu peito enquanto nos beijávamos de forma insana. Quase selvagem.

— Lizzie! - alguém conhecido falou alto perto de mim, só amigos próximos usavam meu apelido, foi como se tivesse tomado um banho gelado, me afastei com um empurrão. Fred pareceu mais perdido quando me afastei do que quando o agarrei. Ficou me olhando firme, sem dizer nada, com a mão parada na minha cintura e os lábios entreabertos.

Estendi a mão para lhe dar o tal tapa que acreditava ele merecia, mas já acordado Fred se esquivou e segurou meu punho falando:

— Espere aí Beth! Nunca fui adepto do amor agressivo... aceito um beijo libidinoso... eles sempre são bem vindos... mas me recuso a ser agredido depois. Se você gosta de bater ou de apanhar procure outro.

As garotas, há poucos passos de nós, riram daquele jeito miado, meu rosto ficou vermelho, a raiva misturada com frustração e dor turvou meus olhos me obrigando a escapar dali antes que chorasse na frente deles e Fred entendesse tudo errado.

Quando atingi a rua e senti o ar frio da noite atingir meu rosto, desejei voltar para minha casa, para minha cama o mais rapidamente possível. Ia mandar um recado para Jéssica, avisando que estava chamando um táxi e voltando para casa. Mas elas surgiram esbaforidas quase correndo em minha direção.

Pronto! Todos já sabiam do acontecido. E eu ainda teria de dar uma boa desculpa para aquele maldito beijo. As lágrimas escaparam aos borbotões, todas as que ainda estavam guardadas dento de mim desde que Richard e eu terminamos há quase quinze dias.

— Lizzie... - elas falaram praticamente em coro e pouco depois senti os braços carinhosos delas me abraçando.

— Nós vimos o Richard com a Brenda. - Savana foi a primeira a falar algo alterando minha percepção do que elas sabiam.

— Richard é um idiota! - Morgana concluiu acariciando minhas costas, escondi o rosto no ombro dela enquanto a voz gentil continuava a me confortar – Ele não merece que você sofra por ele.

Ele não era um idiota. Nunca fora um idiota. Estava apenas passando por uma “fase” idiota. Mas isso ia acabar. Ele ia voltar a ser o meu Richard. O cara que eu amava e que também me amava. Era só ele perceber que aquela garota não combinava em nada com ele.

De repente lembrei de outra pessoa. Do gosto de menta que os lábios de Fred tinham, ele também não combinava comigo. Aquele beijo fora um total e completo absurdo só aceitável porque estou passando pelo pior momento da minha vida em nove anos... as lágrimas foram diminuindo.

— Ele está perdido... - falei baixo, em defesa do meu amor. Não queria que minhas melhores amigas ficassem contra ele. Ou seria bem difícil que compreendessem quando eu o aceitasse de volta.

— Tão perdido quanto você. - Jéssica se manifestou pela primeira vez, e eu a encarei detrás das lágrimas que ainda escorriam silenciosamente, agora ela estava falando do que eu imaginei que falariam assim que me viram.

Percebi quando Morgana cutucou o braço de Jéssica e imediatamente recebeu um olhar atravessado. Ela não compreendia tanto quanto eu não compreendia o que me motivara a beijar o idiota do Fred.

— Trocar o Richard pelo Fred não faz sentido algum. - ela continuou cruzando os braços sobre o peito tentando aproximar o casaco do corpo.

O ar frio da noite começava a me afetar, também me apertei contra meu próprio agasalho antes de explicar:

— Aquilo foi uma estupidez! - expliquei secando as lágrimas - Nunca mais vai acontecer!

Morgana parecendo pensativa salientou:

— Mas a Lizzie não troucou o Richard pelo Fred. Foi o Richard que trocou ela pela Brenda. - não havia argumentos contra isso, nem mesmo para Jéssica que sempre tinha respostas para tudo.

O silêncio pesou entre nós por alguns segundos. Então Savana fez a pergunta mais incompreensível que poderia ter feito:

— Por quê? - todas olhamos para ela com uma interrogação estampada nos olhos. E quando percebeu a perplexidade estampada nos nossos olhos continuou: - Por que Lizzie não pode se divertir com Fred? Não é isso o que Richard está fazendo com a Brenda?

Jéssica tinha uma ótima resposta para isso:

— Oras... porque ele não é o tipo de garoto que pode substituir alguém como o Richard. - nem mesmo eu teria explicado melhor – Se a Lizzie quer alguém que possa fazer frente ao Richard tem de ser o Albert, ou então o Nick... eles sim são caras sérios o suficiente para de repente provocar o bom senso do Richard. Fred não leva ninguém a sério. Nunca seria levado a sério. E todos sabem disso.

Sim, era isso o que eu precisava, provocar o Richard, mostrar que ele fizera merda em me abandonar. Que havia muitos outros garotos que se interessavam por mim. Alguns tão bons ou até melhores do que ele. E a fase animadora de torcida seria definitivamente abandonada do mundo dele. E nṍs voltaríamos ao que sempre fomos. Entretanto algo ficara muito claro. Esse cara não poderia ser Fred.

Mesmo com os argumentos usados por Jéssica Savana não se sentia satisfeita, ela ainda queria falar:

— Eu adoraria pegar o Fred de jeito. - e suspirou – Ele é bem bonito, tem um corpo forte e malhado... adoro aquele sorriso maroto que ele vive exibindo por ai. - me encarando de perto perguntou: - Como é? Ele beija bem? Você gostou?

Meu estomago reagiu à pergunta porque me fez lembrar do gosto, da sensação, do calor, da pressão do peito dele no meu.

— Beija. - falei sem pensar constatando a verdade.

— Então aproveita! - Savana continuou sorrindo – Você só beijou o Richard, só trepou com o Richard... ninguém pode passar para a fase seguinte da vida sem ter tido no mínimo duas experiências sexuais durante a adolescência. E quem melhor do que o Fred para isso.

Não acreditei que minha amiga, alguém que eu conhecia há tantos anos tinha teorias tão pouco românticas, ou melhor, conservadoras na cabeça. Levando-se em conta que os pais dela eram católicos fervorosos e para os católicos, o sexo só vem depois do casamento. Ao menos na cabeça deles é assim. Eu perdi minha virgindade na noite do primeiro baile em que Richard e eu fomos como namorados. E de lá para cá temos relações frequentes. Muito bem precavidos é verdade, cuidados nunca são demais.

— Vamos sair daqui! - Morgana falou seguindo pela calçada, fazendo seu sapato de salto provocar aquele som característico pelo cimento. Como robôs a seguimos, o carro estava estacionado perto da esquina, não muito longe dali.

— E o Gabriel? - Savana perguntou percebendo que Morgana vinha conosco.

— Ele já foi. Sabe que quando uma de vocês precisa se mim, ele fica em segundo plano.

— De um namorado assim que estou precisando... - Savana comentou pensativa.

— Você deve fazer alguma coisa. - Jéssica disse ignorando o comentário da dupla que ia um pouco a nossa frente. - Não pode continuar choramingando sem agir.

— Claro que preciso tomar uma atitude. - comentei – Essa situação não pode se prolongar por muito tempo... agora não sei em quem investir. - confessei abertamente.

— Jéssica acha que você deve escolher um dos nerds, Savana acha que você deve ficar com o safado do Fred. - Morgana comentou, elas iam na nossa frente mas estavam prestando atenção na conversa – E eu... com certeza optaria pelo Fred. Se é para foder, vamos foder direito essa bagunça.

Ouvi a risada de Savana ecoar pela rua vazia. Jéssica bufou irritada. E apesar do voto Fred ser mais numeroso, minha inclinação ainda era por um dos nerds. Richard não gostava de Frederic, mas isso não queria dizer que se sentiria ameaçado por ele. Ou enciumado. Que era meu objetivo.

De qualquer forma precisava esperar até segunda para ver como a história se desenrolaria. Até porque esses planos teriam condições práticas do tipo: como chegar até esses garotos?

 


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Notas finais do capítulo

BJO meninas! Estou tão feliz com vcs dando a opinião. Me ajudando a saber como estou. Como a fic está. OBRIGADA

O que Lizzie deve fazer? Quem vcs ouviriam?

Não vou postar até segunda. BJOOOOOOOO e bom findi.