Hey! I love you... escrita por Lilissantana1


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Estava sem internet. Não conseguia descobrir o problema. Parece que agora está resolvido e tudo voltará ao normal. BJOOOOO garotas. Obrigada pelos reviews Doida, Miss, Beatriz, Karolayne, Juliana, e Rosas. Estamos chegando ao fim meninas.



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Estávamos vivendo em ritmo acelerado. Mesmo assim, como todo viciado  em reabilitação, um dia de cada vez. Aproveitando cada momento. Fred passou tanto tempo na minha casa quanto eu passei na dele. Quando, por acaso não podíamos ficar juntos, fato raro, ele me ligava, a gente conversava e matava um pouco da saudade. Os trabalhos, os exames, as apresentações empilhando nas nossas cabeças junto com todas as outras decisões que sempre devem ser tomadas.

Entre trancos e barrancos encerramos o terceiro ano. A formatura veio. Minha mãe chorou. Meu padrasto me cumprimentou. Meu irmão me zombou. Fred e eu nos congratulamos juntos. Ele estava feliz, eu estava feliz por ele e por mim. Meu namorado fez o que queria. Conseguiu ter a vida normal de um garoto normal. E isso me levou a pensar em mim. Eu que sempre quis ir além do período em que estava vivendo. Pouco aproveitando o agora apenas pensando no futuro. Com isso, quase deixei passar a convivência com minha família, com minhas amigas. Nossas brincadeiras. Nossa troca de confidências. Nossa amizade de anos. E quase perdi a chance de conhecer alguém que fez a diferença na minha vida. Mas, graças a essa mesma pessoa. O tal tempo não se perdeu totalmente. Morgana, Savana, Jess e eu conseguimos nos reunir com frequência até que cada uma seguisse na direção que seus sonhos as levariam.

Da mesma forma que foi com minha mãe, Charles e Héric.

Finalmente compreendi, e aceitei, acho que o mais importante é que aceitei o fato de Rebeca precisar de alguém. Alguém além dos filhos. Um companheiro. Um amigo. Um porto seguro. E a tranquilidade de saber que ela não ficará só me impulsionou a frente. Saber que haverá esse ponto de referência em sua vida me tranquiliza. É menos um problema em que pensar. Apesar da saudade.

Outro aspecto da minha vida, só que este ia ficando definitivamente para trás dizia respeito a Richard. Comecei aquele último ano como namorada dele. E ia acabar com a namorada de um jogador de hóquei. Nada a reclamar da mudança. Ao menos a gente conseguiu manter a amizade depois que compreendi que não era ele quem eu queria para mim. Porém,  Rich e eu nos vimos poucas vezes antes da formatura. Nos falamos pouco também. Ele, ao que tudo indica não ouviu meu último conselho e deixou para trás sua relação com Brenda. Ela, como era de se esperar de uma garota tão descolada, ficou pouco tempo sozinha. Logo encontrou alguém que pudesse consolá-la. E eu soube por um amigo em comum, feito durante meu namoro com Fred, que ela estava curiosa em saber como eu aguentara por tanto tempo a insegurança de Richard. Poderia ter esclarecido essa dúvida na época, mas deixei de fazer isso. Na verdade ele não era inseguro comigo porque eu representava o que ele e todos queriam para seu futuro. Totalmente o contrário do que era com ela.

Pobre Rich...

No momento em que ele descobriu que suas certezas não eram assim tão certas. Se deparou com as mudanças que todos nós sofremos, não soube como lidar com elas e com toda a pressão envolvida. Levou Brenda para o buraco com ele. Uma pena. Ela gostava dele de verdade. E, apesar de tudo, ele também gostava dela. Tomara que meu ex, um dia, não se arrependa de ter deixado de viver algo que poderia ter mudado seu modo de ver a vida por medo. O medo que eu também tinha e que agora já não tenho mais.

O baile. O famoso baile de encerramento. Com a rainha e o rei. Com as músicas ensurdecedoras. Com a comida ruim. Com as roupas extravagantes. Aconteceu como deveria. A foto que vou guardar para sempre trazia estampado um casal inusitado: Fred Price e Lízzie Gillies. E não importa quantas vezes eu olhe para ela. Sempre me parece que foi tirada no dia anterior. As flores que Fred me deu. Os beijos que trocamos. E nossa última noite juntos. No apartamento dele. Minha segunda casa. O local onde descobri coisas importantes sobre mim mesma e sobre sentimentos.

*******************

O verão fez seu curso normal, a gente  teve algum tempo para aproveitar, mas logo voltou ao mundo real, onde havia uma universidade e todas as suas consequências para enfrentar. A separação definitiva foi dolorida. Negar seria contar mentiras. Deixar Rebeca, Héric, Charles para trás ao mesmo tempo em que Frederic tomava um rumo diferente do meu quase me colocou no chão. Mas, eu sabia que sempre podia contar com minha família, mesmo distante. Fred e eu prometemos nos falar com frequência. Promessa essa que logo se mostrou praticamente impossível de ser concretizada como eu gostaria. Fred tinha que conciliar estudo e hóquei. Seu tempo era reduzido. Ele mandava recados todos os dias, mas a gente não se falava o tanto que eu necessitava.

Não no nível da minha saudade.

Um final de semana aqui. Um feriado ali. Alguns dias perto e muitos, muitos, muitos dias longe. Estavam acabando comigo. Nunca com o que eu sentia por ele. Mas, com o meu ânimo para persistir no curso de design. Foi quando conheci Dylan. Um garoto que estava um semestre adiantado. Ele ajudava no grupo de estudos. Era voluntário. Gostava de apoiar, gostava de passar conhecimentos. Gostava de se mostrar solícito. Nos tornamos amigos. E quando eu finalmente estive mais segura dentro de minha escolha. Foi a ele que ofereci algum tipo de crédito.

Os jogos de Fred agora passavam pela TV, não todos, mas alguns. A liga universitária é importante. Dela saem os jogadores que acabam como profissionais, então, tem uma visibilidade maior. De todas as maneiras possíveis. Era bom perceber que ele ainda e sempre amaria jogar e que arrebentava no gelo. Que ele se mantinha fiel aos seus planos. Que se doava para aquilo que se determinara a fazer. Eu não esperava menos dele. Mas... Era difícil! Como era difícil ver meu namorado ser assediado por um bando de “Maria patins”. E eram muitas que se jogavam sobre ele, querendo ganhar alguma coisa através da popularidade e da posição que ocupava.

O pessoal falava, formulava teorias e creditava ficantes. E meu coração se apertava dolorido de saudade e de medo. Mesmo que Fred me garantisse que tudo não passava de fofoca. Dylan, algumas vezes foi meu confidente. Me oferecendo conselhos e me apoiando quando a insegurança era muito grande. Um bom e verdadeiro amigo até o momento em que ele disse que estava a fim de mim.

Como posso explicar isso?

Meu mundo literalmente desabou pela terceira vez. A primeira foi por meu pai. A segunda foi por Rich e a terceira seria aquela. Por Dylan. Meu coração se quebrou porque eu iria magoar alguém que não merecia ser magoado. Até porque... Não foi como se eu não tivesse percebido alguma coisa. Mas, sabe quando você diz a si mesma que está vendo fantasmas? Criando teorias absurdas? Que não é exatamente como pensa que é? Simplesmente porque não quer acreditar no que vê? Pois precisa da presença da pessoa por perto. Eu o considerava muito, mas, jamais sentiria por ele o que sinto por Fred.

Deixar claro que Fred era Fred perto ou longe se fez necessário.

Estava mais do que claro para mim que: Meus sentimentos por Frederic Price não se alteravam pela distância. Que o medo ou a insegurança não o apagavam. Que todas as vezes em que me ligava ou me mandava um recado. Que mencionava meu nome após um jogo. Eu sabia que o sentimento que me dominava era o mesmo que o comandava. E que essa fase, por mais incômoda ou dolorida que fosse, seria  passageira.

E tive a milésima prova dessa certeza na semana seguinte quando ele apareceu de surpresa. Não havia nada de especial para aqueles dias. Nenhum feriado. Nenhum período sem jogos. Aniversários. Datas festivas... nada! Nada além da vontade de Frederic em me ver.

Foi assim, eu estava saindo do prédio onde minhas aulas acontecem quando vi um carro igual ao dele estacionado do outro lado da rua. Havia alguns carros iguais no campus e por causa disso meu coração já não tinha aqueles acessos de aceleração quando os via. Mas, naquele dia, a porta se abriu e Fred saiu por ela.

Liberei as emoções permitindo que me dominassem, sem nem pensar o motivo que poderia ter trazido meu namorado de surpresa para me visitar. Quando nos falamos na noite anterior ele não indicou a pretensão de me ver. Mas, de fato já estava no meio do caminho.

Ficamos parados, nos olhando. Ele estava diferente fisicamente. Os cabelos bem mais curtos. A barba mais espessa. O corpo mais estruturado. Mas, os olhos cor de mel brilhavam para mim com a mesma emoção de sempre. Senti a garganta travar pela saudade e o que nos uniu foi um abraço apertado.

Um beijo longo e quente acabou com meu fôlego. Fred respirou fundo perto do meu ouvido.

— Tive alguns dias de folga... - sussurrou e eu estremeci. - Precisava ver você.

— Que bom que veio... estava morrendo de saudades...

— A partir da próxima semana vai ficar muito complicado escapar.

— Pra mim também vai apertar. - confirmei que minha vida era tão corrida quanto a dele.

Nós ainda estávamos abraçados. Meu peito pressionado contra o dele. O rosto dele junto ao meu pescoço.  Meus braços circulando a cintura dele. As mãos dele segurando minha cabeça e afagando meus cabelos.

— Quanto tempo vai ficar?

Nós estávamos vivendo de migalhas.

— Volto no sábado a tarde.

Aquelas migalhas seriam um pouco maiores.  Constatei. Quase dois dias. Apertei os braços na cintura dele e abri os olhos. O pessoal ainda saía do prédio. Entre eles estava Dylan. Meu colega parou, nos olhou, e voltou a caminhar no mesmo grupo. Ele entendeu quando lhe falei sobre a profundidade de meus sentimentos. Quando lhe contei como minha história com Fred aconteceu. De como me sentia ligada aquele garoto de temperamento explosivo e dominante no hóquei. Mas de coração gigante fora dele.

Nunca foi amor a primeira vista. Nunca foi um carinho espontâneo. Nunca foi como um romance. Porém, definitivamente, se transformara em algo que era muito maior do que eu. Algo que me preenchia por completo. E que não deixava espaço para mais ninguém.

Nós temos nos falado pouco agora. Quero dar a ele o tempo necessário para deixar passar o que acha que sente por mim. Mas, gostaria muito de poder manter sua amizade. Tenho por ele o mesmo carinho que minhas melhores amigas despertam em mim. E adoraria poder apresentá-los a elas um dia qualquer. Não sei porque... mas acho que ele e Jess formariam o par perfeito.

— Então vamos aproveitar o tempo que você estiver aqui. – concluí sorrindo, me afastando para oferecer um selinho.

Fred roçou o nariz no meu.

— Essa é a ideia Beth!

Sorri. Apertei minhas mãos no corpo dele enquanto Frederic se voltava em direção ao carro, me conduzindo unida a ele, afagando meu braço e beijando a lateral do meu rosto.

— Quase não acredito que está aqui... - falei baixinho.

— Nem eu... - ele completou acionando o alarme, agitando ainda mais as batidas do meu coração. Caminhei para o meu lado do carro sem tirar os olhos de Fred. Para a lateral do rosto dele. Reforçando ao meu coração o que meus olhos viam. Dizendo a ele para se preencher de sua presença enquanto Frederic estivesse ao meu lado na intenção de melhor suportar os dias de ausência.


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Notas finais do capítulo

Se tudo der certo. Espero postar o último amanhã. OBG a todas... amo vcs!