Hey! I love you... escrita por Lilissantana1


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Ois meninas, como prometido cá estou com mais um capítulo.
Sei que estão nervosas para que eles se acertem, e espero q isso aconteça logo. Mas, enquanto esperam, que tal um capítulo do Fred? com alguns pensamentos dele? Foi a sugestão de duas leitoras e eu decidi atender.
Portanto. O próximo capítulo é todinho dele.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/734635/chapter/16

 

Fred passou aquela noite na nossa casa. Mamãe fez com que tomasse o remédio e no dia seguinte sugeriu que ficasse em casa, em repouso. Ele não retrucou, simplesmente foi para o apartamento dele. E eu segui sozinha para a escola. Rebeca ligaria para informar que meu “namorado” precisava de mais um dia de descanso. Incrível que quando queria, conseguia ser a pessoa mais invasiva do mundo! Ela mesma o levou para casa, mal conseguimos nos despedir.

Assim que nos encontramos no estacionamento, Savana e Morgana me encheram de perguntas sobre como Fred estava. Jess, foi menos inquisidora ou curiosa, apenas ouviu as meia respostas que ofereci. Conversamos pouco, mesmo nos períodos em que estivemos juntas na mesma sala.

Na hora do almoço uma surpresa inquietante me esperava. Rich estava sentado no lugar que costumava ocupar antes de rompermos. Sozinho, sem Brenda. Algo acendou, alerta, esperança, sei lá. Era definitivamente algo. Quase parecendo como se todos aqueles dias não tivessem passado. Como se ele não tivesse me trocado pela animadora, como se eu não tivesse ficado e me apaixonado por... Frederic... e foi só lembrar dele que meu telefone tocou.

— Beth... - ele falou animado, e eu parei no meio do caminho com o aparelho no ouvido.

— Está tudo bem Fred?

— Está tudo bem. - ele afirmou.

— Você precisa de alguma coisa?

— Preciso. - parecia importante. O tom de voz parecia importante.

— De que? - perguntei voltando a caminhar.

— Que você venha até aqui depois da aula.

— Por quê?

Oras.

— Porque você me prometeu que viria.– queixou-se e eu vi aqueles lábios se contraírem de um lado. Como uma criança que perdeu o brinquedo.

— Eu já fui. - provoquei sabendo bem que ele contestaria minha afirmação.

Dito e feito, ouvi um som de reclamação antes que ele dissesse:

— Ontem não conta. Não queira bancar a esperta comigo. Nós não fizemos nada.

— Como não? Nós dormimos juntos. - cochichei. Se alguém ouvisse poderia interpretar mal o dormimos. Mas a palavra queria dizer exatamente isso, apenas dormir.

— Dormir é não fazer nada Beth. Quero fazer outras coisas...

Garoto chato! Disse a mim mesma com vontade de sorrir, estava feliz por ele ter me ligado. Por querer fazer “coisas” comigo. Não importando o que seriam essas coisas.

— Que coisas? - parei diante da mesa. Rich me olhava firme, desviei o olhar e fiquei de lado, não queria que ele soubesse o que estava falando. Porque com certeza todos sabiam com quem eu falava.

— Patinar.

— Você está bem para patinar? - perguntei mais baixo.

— Oras Beth. Era apenas um resfriado. Nem deveria estar em casa! Sua mãe é exagerada!

— Devo lembrá-lo que o senhor estava com febre alta ontem?

— É, mas isso já passou. Graças a você. Aos seus cuidados. Você é quase meu anjinho... - merda!!! quase gritei. O que aquele garoto infernal queria? Pare de falar assim comigo! - Então, hoje quero retribuir toda a essa atenção e dedicação com uma nova aula de patinação.

Suspirei pesadamente. Meu coração gritando que queria ir nessa bendita aula. Que queria passar o restante da tarde ao lado dele. Patinando naquela pista onde a música era brega, onde havia crianças que patinavam melhor do que eu, onde me esborrachei no chão por diversas vezes.

— Está bem. - concluí e ele gritou do outro lado:

— Isso!!!! Espero você aqui Beth! Não se atrase. Beijo.

— Beijo... - respondi e percebi que ele não tinha desligado. Mas, pouco depois o telefone ficou mesmo mudo. Suspirei e larguei a bandeja sobre a mesa.

— Como o Fred está? - Savana perguntou acomodando o corpo no banco para me oferecer espaço.

— Ele está bem. Acho que amanhã virá sem problemas.

— Amanhã recomeçam os treinos para o próximo jogo. - Tom, oficialmente ficante de Savana, que também estava na nossa mesa falou.

Fred não perderia isso por nada. Pensei olhando em volta. Nosso grupo inchou. No princípio éramos apenas nós quatro, depois chegou o Rich, depois o Gabriel, aí o Rich saiu e veio o Fred. Desde o almoço anterior, Tom também estava lá. E agora, Rich voltara. Só estava faltando Frederic.

Só faltava Fred... e eu sentia a falta dele.

Me sentei ao lado de Savana, no espaço que ela me ofereceu. Entre minha amiga e Gabriel. Do outro lado estavam Rich, Jéssica e Morgana. Meu ex me olhava, tive vontade de perguntar por Brenda, mas jamais daria a ele o prazer de ouvir essa pergunta diante de uma plateia tão grande.

— Vocês jogam com quem?

Gabriel perguntou antes que outro assunto tomasse a pauta.

— Com o vice campeão do ano passado. Vai ser um jogo duro.

— Os últimos jogos sempre são duros. - ouvi Morgana emendar como se compreendesse muito de hóquei. - Pelo menos essa é a visão que se tem das arquibancadas.

Que era o lugar de onde ela participava dos jogos. Constatei sorrindo e colocando uma batata na boca.

— Falta pouco agora. - Tom continuou – Três jogos. E nenhum dos próximos adversários é fácil.

— Na próxima semana teremos o baile que marca o início da temporada do basquete. - Jéssica interrompeu recostando os braços na mesa como se Tom nada tivesse dito - Quem vai?

Me perdi por um segundo pensando se Fred me convidaria para o baile.

— Nós vamos! - Morgana anunciou imediatamente segurando a mão do namorado do outro lado.

Percebi quando Savana olhou para Tom, e logo ouvi a voz dele falando:

— Não gosto muito de bailes, mas se a Savana quiser ir, a gente poderia ir em grupo...

Savana não esperou por uma segunda proposta de aceitação e foi logo afirmando que queria muito ir ao baile. Oras, um baile era sempre bem vindo.

— Você irá Lizzie? - Rich questionou sem direito algum de questionar.

Não sabia o que dizer. Mas alguém veio em meu socorro. Alguém que fez meu coração gelar e saltar ao mesmo tempo.

— Fred e eu compramos os convites na semana passada... ele não te falou nada Lizzie?

Tive vontade de beijar Gabriel. Aquela era a surpresa mais legal que Frederic poderia preparar. Mais uma... mas... de repente meu estômago se retorceu. E se Fred já tivesse chamado outra pessoa? Nós estivemos juntos por tempo mais do que suficiente para que ele me convidasse.

Não consegui formular uma frase, apenas movi a cabeça negativamente, enfiando outra batata na boca.

— Ele deve estar esperando algum momento especial para isso. - Savana me salvou.

— Certo que é isso! - Tom reforçou como um bom ficante. E eu lembrei que ele era um dos que, com razão total, não acreditava no nosso relacionamento. No nosso falso relacionamento.

— Se ele não te falou nada, talvez os tenha comprado para outra pessoa. - Rich comentou me olhando.

Poderia ser. Concordei mentalmente sabendo que minha expressão abobalhada deveria estar dando a certeza total de que não fazia ideia das intenções de Fred.

— Acho que não! Tenho certeza de que são para Lizzie e ele. - Morgana disse com tanta firmeza que eu quase imaginei que ela sabia de alguma coisa. Afinal, fora a ela que Fred recorrera na história dos patins.

Rich se calou.

— Você vai Rich? - Jess perguntou para meu ex, e eu agradeci por ela ter alterado o foco da conversa para outra pessoa.

— Acho que sim... - e me olhou carinhosamente, senti as pernas tremerem, as mãos balançarem suavemente. Disfarçando desviei os olhos rapidamente, encarando a porção de batatas no meu prato sem ter qualquer vontade de comê-las.

As últimas aulas foram momentos de tic tac, tic tac, tic tac no meu cérebro, no meu coração, no meu desejo de que aqueles malditos ponteiros se movessem. Ia direto para o apartamento de Fred. De lá seguiríamos para a pista de patinação. Contei sobre isso a Morgana e a Savana, mas deixei Jess sem saber. No entanto ela encontrou comigo no corredor, queria ir lá em casa para conversar, tinha algo para me contar de um novo ficante. Pelo jeito o espanhol do intercâmbio era passado, pensei enquanto constatava que minha única opção era contar a ela a verdade sobre meus planos.

— Ok. - me disse com um breve sorriso quando terminei de falar.

— Mesmo?

— Sim... - ela olhou as mãos, parecia encabulada. - Você gosta dele não é?

Movi a cabeça afirmativamente.

— Mas ainda gosto de Rich. - como isso era possível não sei. Mas gostava dos dois.

Jéssica me abraçou. Recostei a cabeça no ombro dela, era bom poder falar abertamente com ela novamente. Jess continuou:

— Não gostaria de estar no seu lugar. Ter de escolher entre duas pessoas, mas... e como sua amiga, eu deveria dar forças... te apoiar... - passou as mãos no meu cabelo – faça aquilo que vai lhe dar mais felicidade.

Suspirei com a garganta travada. Não sabendo exatamente porque, se por mim, pela minha dúvida. Se por ter novamente a minha amiga junto de mim como sempre foi. E falei:

— Estou deixando a coisa correr... veremos onde isso vai me levar. Sei que não importa o caminho, vou perder alguém...

Se a história com Fred tomasse um rumo novo, Rich ficaria para trás. Se Rich retornasse... se nós nos entendêssemos, Fred seria passado. De qualquer forma não tinha noção de em que posição meu coração sofreria mais.

Ainda não...

— E você? Quem é a pessoa?

Ela se afastou, sorriu, suspirou longamente remexendo na corrente.

— Lembra de Andres? O amigo do meu irmão?

— O universitário de óculos engraçados?

— Sim. Aquele! - ela sorriu, Jess o considerava feio e sem graça. - Bem, ele me convidou para sair... e hoje ele vem me buscar...

Sorrimos uma para a outra, nossa eterna cumplicidade voltando. Ao menos um motivo para a felicidade.

— Mas conto tudo melhor depois... vai logo patinar... - bateu no meu ombro com carinho.

— Passo na sua casa mais tarde. - informei dando um último abraço.

— Vou esperar. Quero saber como foi a patinação.

Eu ri, suspirei e corri em direção a saída. Mas... ainda não seria naquele momento que conseguiria entrar em meu carro para encontrar Fred. Rich estava sentado na calçada com a bolsa atravessada no peito, olhando para a frente, os braços apoiados nos joelhos. Ele estava me esperando.

Droga!

Me aproximei calmamente, quando notou minha presença ele se ergueu, sorriu, passou as mãos nas calças e deu um passo em minha direção.

— Estava te esperando. - falou – Não consegui falar com você no almoço.

Balancei as chaves na mão apertando o alarme.

— O que aconteceu Rich? É importante? Tenho um compromisso agora.

— Com Fred? - ele perguntou direto.

— Sim. - confirmei ainda sem desviar os olhos do rosto dele.

Rich passou a ponta do pé no chão. Um gesto típico.

— Esperava que você pudesse me oferecer um tempo para uma conversa mais longa.

Conversa longa? O que esse pedido queria dizer? Será que ele agora faria o que eu queria que ele tivesse feito há semanas atrás?

— É que agora não dá... Fred está...

Ele me interrompeu:

— Brenda e eu demos um tempo. Não estava dando certo.

Por que aquelas frases me soavam tão familiares?

— Sinto muito. - saiu sem que eu percebesse. E era uma apavorante verdade.

— E eu precisava conversar com alguém que me conhece bem. Alguém que me entende...

Uma estranha dor se apoderou de mim quando Rich se aproximou um pouco mais. Aquele queixo firme, os olhos castanhos. Os cabelos curtos e sempre arrumados. Ele cheirava a loção. Eu conhecia tudo ali. Cada mínimo detalhe.

— A melhor pessoa para conversar é a própria Brenda. - falei lembrando de mim – Ela com certeza está esperando que você diga como verdadeiramente se sente.

— Foi isso que você esperou que eu fizesse?

— Foi. - confessei.

— E agora? É tarde para uma conversa?

O que dizer? Como agir diante do comportamento esperado? Tudo o que conseguia pensar era que havia um garoto me esperando há algumas quadras dali.

— Você precisa decidir o que realmente quer. - respondi me sentindo a pessoa mais hipócrita do mundo já que “eu” não sabia mais o que queria. - Você sabe o que quer Rich?

— Preciso descobrir. - foi sincero.

— E por isso você queria falar comigo?

— Nós nos entendemos Lizzie. Nós temos os mesmos gostos. Nós somos parecidos... queremos as mesmas coisas.

Eu também pensei assim um dia. Mas já não pensava mais.

— Somos, ou fomos parecidos sim. Já não somos mais os mesmos Rich. - eu tinha certeza que a convivência com Brenda alterara o “meu” Richard.

— Podemos tentar descobrir. - ele sugeriu dando mais um passo para perto. Meu coração acelerou como antigamente, com aquele calor gostoso do conhecido, do aconchego, com a certeza da compreensão.

— É isso que estou tentando fazer. - falei com sinceridade me afastando.

— Você não sabe se gosta do Fred? - ele perguntou diretamente. Aquela era só a metade da pergunta. A outra metade seria: você não sabe se ainda gosta de mim? Mas Rich não perguntou. Talvez tivesse certeza que meus sentimentos por ele ainda estavam lá. Como de fato, eu achava, ainda estavam.

Não respondi. Não havia uma resposta exata para essa pergunta. Apenas falei:

— Preciso ir... nos falamos depois.

Ele esticou a mão e tocou meu rosto, deixando sua marca na minha pele. Engraçado que nem aquele gesto me segurou ali. Meu coração me empurrava para outro lugar...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E agora?
Rich foi mais direto. Ele espera que a Beth não esteja apaixonada pelo Fred, mas nós sabemos que possivelmente ela está mais do que apaixonada pelo Fred.
BJOOOOOOOOOOOOO e muito obrigada pelos reviews maravilhosos. Beatriz, Mirelly, Mei mei, Rosas e Amanda. A presença de vcs é perfeita. Obrigada!!!!

Ah, possivelmente, o próximo capítulo virá só segunda.