Hey! I love you... escrita por Lilissantana1


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Ois meninas. Desculpem a demora, mas minha vida anda corrida.
Beth agora sabe q está apaixonada. Mas, ainda tem sentimentos pelo Rich. Que rumo tomar? Só os próximos capítulos dirão.



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As horas passaram. Fred ainda dormia. Não sei por quanto tempo, mas também adormeci. Quando despertei, minhas roupas estavam úmidas pelo suor dele, o ombro dolorido pelo peso da cabeça, o abdômen pressionado pelo braço ainda no mesmo lugar. Alguns cobertores caíram no chão. Meus olhos rapidamente se acostumaram a penumbra. O sol se fora, a tarde acabava. Era hora de voltar para casa. Então o bendito telefone começou a tocar. Com cuidado tentei sair do sofá deslizando lentamente pela beirada. Tentando não acordá-lo, mesmo assim, antes que tivesse me afastado totalmente ouvi uma voz firme:

— Onde você vai Beth?

— Atender ao telefone. - informei me acocando ao lado da mochila. Meu celular estava lá desde que entrara no prédio.

Ele sentou no sofá atirando o que restava de cobertas para o lado e esfregando as mãos pela cabeça, bocejando.

— Está melhor?

— Sim... bem melhor. - respondeu jogando as pernas para o lado de fora.

— Você precisa de um banho. - avisei sorrindo. Era bom ver Fred bem.

— Só se for comigo.– ele retrucou me olhando e ficando em pé. - Você está em dívida comigo. - lembrou mas, não seria daquela vez.

— Não posso. - informei erguendo o celular – Mamãe está ligando.

Ele estendeu os braços acima da cabeça, movendo o corpo, antes de falar:

— Sua mãe é especialista nisso? Preciso perguntar a Rich se ela fazia isso com ele também.

Não gostei quando ele mencionou Richard. Pelo modo como Fred falava eu me sentia mal. Não era a provocação de sempre. Ele simplesmente usava o nome de Rich nas horas inapropriadas, de uma forma irritante. Como se tivesse a intenção de me atingir.

— Não costumava perder a hora quando estava com Rich. - expliquei sem me preocupar com o olhar azedo que ele me lançou. - Talvez por isso ela não me ligasse.

Ele não contestou a informação. E eu sabia o que ela queria. Tomar conhecimento de como Fred estava. Eu avisara que fora vê-lo porque ele estava resfriado. Mas garanti que voltaria cedo para casa. E estava na hora de cumprir a promessa.

Fred se afastou do sofá, deu uma ou duas passadas em minha direção. Seu rosto já estava igual. A palidez se fora. Ele respirou fundo. Era estranho vê-lo daquele jeito, com uma calça larga que deixava a mostra boa parte do abdômen liso e o cós da cueca box. Os pés descalços, camiseta suada e cabelos desgrenhados. Quer dizer, não a parte dos cabelos. Isso era normal.

Meu coração bateu acelerado. Apaixonada como uma boba! Era isso mesmo? Ele finalmente chegou perto.

— Alô! - falei estendendo a mão contra o peito dele, obrigando-o a permanecer longe.

A voz não era ansiosa, mesmo assim, questionadora:

— Liz... está tudo bem? Ainda está na casa de Fred?

— Sim.

— Como ele está? - minha mãe tinha um espírito materno que se estendia aos meus amigos, amigas, e até namorados.

— Está bem. - falei vendo ele encostar totalmente o peito na minha palma e colocar a própria mão sobre a minha – Já começou a me provocar. Acho que está na hora de voltar para casa. - informei.

— Certo... os pais dele já chegaram?

— Não. - falei sem pensar. Dissera a ela que eles não estavam e por isso iria até o apartamento para vê-lo.

— Chegam quando...

Encarei Fred, aquela história atrapalharia minha vida pelo jeito.

— Acho que não chegarão hoje. - nem sabia se vinham, quando vinham. Mas, quem mente uma vez mente duas ou três.

— Então leve o Fred para a nossa casa. Ele fica lá esta noite.

O quê? Disse para mim mesma. Que estupidez era essa? Fred dormindo em nossa casa? E ainda com o convite de mamãe? O que Rebeca queria com isso?

— Ele está bem. Não precisa se preocupar... sem falar que Fred não é mais criança. Ele pode muito bem cuidar de si mesmo.

— Mas você não me disse que ele é do tipo que se joga na cama e simplesmente espera ficar bom?

Ela estava usando minhas palavras contra mim. Merda!

— Vou falar com ele. Mas duvido que queira...

— Fale e vá para casa o mais rápido possível.

— Está bem.

Desliguei e encarei o garoto que desistira de me provocar e caminhava pela peça recolhendo caixas, jogos e outras coisas do chão.

— Mamãe quer que você durma em nossa casa esta noite.– informei rapidamente.

Ele me olhou como se não acreditasse no que ouvia. Repeti a frase salientando que ela estava me provocando agindo assim. Rebeca queria a todo custo me fazer ver que estava errada com aquela brincadeira. E usaria de todos os meios disponíveis para cumprir sua visão.

— Você acha que devo ir? - ele perguntou em um tom estranho.

— Se ela chamou. - balancei os ombros - Acho que deve.

Não falei, mas gostaria muito de saber que Fred não estava em casa, sozinho, e com uma possível recaída por não se medicar corretamente. Rebeca não me permitira estar com ele, mas ela cuidaria dele durante a noite, como fazia comigo e meu irmão.

Meia hora depois saíamos juntos, de mãos dadas no saguão do prédio. Fred cumprimentou o homem que me deixara entrar há algumas horas, moveu a mochila de braço e demos de cara com o ar frio do início de noite. Ele passou uma manta pelo rosto, o capuz cobriu os cabelos lisos, e com a outra mão me apertou junto dele.

Nós iriamos no meu carro. Nada de Porsches ou Camaros naquela noite. Apenas um carro simples, comum e utilitário que minha mãe comprou em uma revenda de segunda, ou terceira, mão.

Ele se acomodou no banco do carona, passou o cinto e me olhou entre desconfiado e provocante.

— Estou seguro?

— Melhor fazer uma oração para os deuses do hóquei. - falei com o ar mais sinistro que consegui.

Ele riu, e imediatamente me contestou:

— Ah! - soltou passando as mãos nas coxas fortes como se sentisse frio – Você não veio até aqui cuidar de mim e logo depois acabar comigo em um acidente de carro.

A lógica tinha razão. A brincadeira tinham um q de seriedade, e logo compreendi porque.

— Obrigado pela ajuda. Nunca foi tão fácil “resolver” um resfriado.

Ele me olhava enquanto falava. Havia sinceridade naqueles olhos mel.

— Se você fizesse o favor de se medicar, aconteceria sempre.

Um sorriso falso se estendeu nos lábios carnudos.

— Para que? É melhor ser tratado por alguém.

Bati no ombro dele sentindo algo como que ciúmes roendo meu estômago.

— Safado! Quer dizer que não fui a única?

Ele moveu a cabeça negativamente antes de falar:

— Você foi a única Beth. A primeira e única. - meu coração disparou, “primeira e única”, “primeira e única”. Oh céus! Curto e grosso. Direto. Firme. Sem pestanejar.

Ainda sob o efeito daquelas poucas palavras dei a partida, meu motor fez um barulho forte, estava quase congelado o coitado. Mas pegou e em poucos minutos estávamos entrando em casa. Rebeca ainda não chegara. Mas Héric sim, e nós subimos para o andar dos quartos.

Passei novamente pelo constrangimento de ver meu irmão agir como um fã idiota e babão. Eles conversaram um pouco, mas Fred não permitiu que me afastasse enquanto o papo durou, manteve minha mão presa a dele. E quando meu maninho finalmente ofereceu uma pausa, perguntou:

— Onde é seu quarto?

Sorri e o puxei pela mão presa a minha. O cômodo que aguçava a curiosidade de meu ficante, se situava depois do quarto de mamãe. Entramos na peça escura, que era talvez um terço do dormitório dele e Fred, assim que as luzes se acenderam, fez o que eu fiz quando ingressei no apartamento dele pela primeira vez. Olhou em volta.

E então eu lembrei das fotos, todas as fotos de Rich comigo e que ainda estavam fixadas no espelho, no mural, no criado mudo, na parede. Por toda parte.

Oh! Céus! Não queria que ele visse aquilo.

— Seu quarto é aconchegante... típico quarto de adolescente. - falou, e eu fique sem saber se ele apenas disfarçou ou se não quis comentar sobre as fotos.

— Ah é? E quantos quartos de adolescentes você conhece?

— Alguns. - explicou distraído, olhando meus objetos pessoais sobre a mesinha.

— Não sabia que você era dado a visitar as casas das garotas com quem fica.

Ele me olhou de relance.

— Nunca visito os quartos das garotas que ficam comigo. Mas já estive em alguns quartos de namoradas de amigos, de irmãs de amigos... - soltou aquele sorriso debochado antes de complementar: - Como sua mente é poluída Beth!

Larguei a mochila na cadeira e retirei o casaco de malha.

— Vindo de você, o que poderia esperar? - provoquei, era a minha vez e ele respondeu de uma forma que eu não esperava:

— Achei que você já me conhecia um pouco melhor depois de todos esses dias.

Ergui os olhos para ele, mas Fred não me olhava. Percebi que não esperava por uma resposta. Encarava um porta-retratos com uma montagem de fotos de quando Morgana, Jess, Savana e eu tínhamos em torno de doze anos. Mas nada comentou. Seguiu adiante, olhando os livros na prateleira, a mesinha com o Leptop.

— É, este quarto tem a sua cara. De mocinha, namorada do cara mais certinho da escola. - afirmou depois de alguns minutos em silêncio.

— Ex namorada. - o lembrei – Acho que você esqueceu que agora eu sou namorada do capitão do time de hóquei.

Queria ver e saber o que ele diria quanto a isso. Ele me encarou. Sério, e veio em minha direção.

— Não parece. Não há nada aqui que me diga isso.

Olhei para as paredes. Para as fotos e perguntei:

— O que devo fazer para tornar este, um quarto da namorada de um jogador de hóquei.

Ele olhou o mural de relance.

— Você teria que colocar umas fotos minhas nesse mural. Digo... uma fotos com o uniforme do time. - encarou a mesinha e viu a jaqueta no encosto da cadeira – Posso lhe dar minha jaqueta. Com o meu nome nela...

Meu coração disparou. Será que ele estava brincando? Será que era provocação? Droga! Ele não me olhava, não conseguia ver o que aquilo significava.

— Ou uma camiseta mais antiga para servir como suvenir num quadro... - finalmente ele me olhou – até uma das minhas medalhas... passaria a ser o quarto da namorada de um jogador.

Não estávamos usando mais a palavra ficante. Fui adiante:

— Incomoda você que eu ainda mantenha fotos de Rich no meu quarto? - esperei pela resposta com a respiração suspensa, sem desviar os olhos dos dele.

Fred se remexeu, passou as mãos para os bolsos da calça se esticando. Olhou o mural novamente.

— Você pretende voltar a namorar com o Richard... então, acho que essas fotos tem um bom motivo para continuar aqui.

— Se alguém, além de minhas amigas, entrar neste quarto, perceberá assim como você percebeu que este não é o quarto da namorada de um jogador.

Ele sorriu sem me olhar. Na verdade os olhos cor de mel encaravam o tapete. Ou os pés dele, sei lá.

— Ninguém que me conheça intimamente entrará no seu quarto Beth. - fato totalmente incontestável ele deu alguns passos pelo cômodo e alterou a direção da conversa: - Foi difícil convencer meus amigos de que a gente estava ficando. E, se um deles entrasse aqui, teria certeza de que nossas ficadas não passam de brincadeira.

Me surpreendi com o comentário. O que definitivamente era uma bobagem, pelo menos uma das minhas amigas também não se convencia de que nós poderíamos ficar. Imagina se eles, os jogadores, pensariam que Fred estava apaixonado por mim? Claro que não! A garganta travou com uma sensação ruim que se estendia até o peito.

Ele continuou distraidamente confirmando meu pensamento:

— Você não é o tipo de garota com a qual costumo ficar. Você é o tipo de garota para garotos como o Rich. Vocês não olham para nós... - ele me encarou – E nós não olhamos para vocês.

Engoli aquela frase como um remédio azedo. Ele mantinha contra mim os mesmos pré conceitos que eu guardava por ele.

— Quer dizer que eles considerarão normal quando nossa “história” terminar. - era apenas a constatação de tudo o que ouvira até aquele momento e que me comprovava firmemente a tese de que Fred não gostava de mim.

— Da mesma forma que suas amigas...

O bolo subiu para a garganta.

— Elas sabem porque estamos juntos. - expliquei com uma vontade profunda de incomodá-lo.

— Porque você pretende voltar com seu querido Richard.

— É. - afirmei, sabendo que aquela afirmação não era mais verdade verdadeira e absoluta. Se Fred me falasse ali, naquele momento, que queria ficar comigo a sério. Que não queria que eu voltasse com Rich. Com certeza aceitaria.

Mas por que pensar em algo que não aconteceria? Ele não me queria.

— Vamos descer... - falei saltando da cama – Ver algo para comer. Estou com fome.

Ele me seguiu sem contestar, sem fazer qualquer novo comentário a respeito do meu quarto, das fotos, das roupas dele, da minha posição de voltar com Rich, do fim das nossas ficadas... e naquela noite, pela primeira vez desde que essa história começou, eu chorei. Chorei por mim, pela minha enorme capacidade de fazer merda e arruinar ainda mais minha própria vida.

Se tivesse esperado, se não tivesse me atormentado tanto. Logo Rich perceberia que fez estupidez, e voltaria comigo. Tudo seria igual, como foi durante o último ano. Era só ter paciência. Mas não, fui logo metendo os pés pelas mãos. Arranjando um ficante que era o oposto do meu ex na tentativa de provocar ciúmes.

E o que consegui?

Consegui acabar mais encrencada do que estava antes. Só me restava a esperança de que meus sentimentos por Rich fossem suficientes para sufocar os que Fred despertou em mim.


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Notas finais do capítulo

Bem, acho q ela tem medo de arriscar. Não sei se Fred sabe o que quer com ela. Talvez ele também esteja perdido, talvez acredite apenas no que falou a ela: que pretendia se divertir, ajudar.
Obrigada a todas q estão acompanhando. Obrigada pelos reviews maravilhosos Beatriz, amanda, Mei mei, rosas e Gabi. adoro ter vcs aqui BJOOOOOOO. Vou tentar postar antes, mas acho que agora, só quinta, talvez.