Hey! I love you... escrita por Lilissantana1


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Especialmente do Fred para as leitoras, ele vai se expôr para vcs, espero q gostem. Custei a me acertar, é difícil compreender a mente do Frederic.
BJO à todas as garotas que estão aqui comentando, Beatriz, Juliana, Gabi, Rosas e Amanda, é bom ter gente nova dando sua opinião. E valeu a todas q estão acompanhando, espero por vcs também.
E, foto dupla do Frederic neste capítulo, afinal é dele, kkkkkkkkkkkk



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 FRED

Apesar do que falam de mim, e eu sei que falam, não sou uma pessoa complicada. Sou o que eles veem, apenas isso: o Fred que gosta de jogar hóquei. Que adora se divertir. Que tem vários companheiros de diversão, mas que raramente se liga a quem quer que seja. Na verdade eu tenho um pequeno segredo, mas isso não interfere na vida de ninguém, então, deixo para lá. E sigo meu caminho.

Moro sozinho por opção desde que minha mãe escolheu este lugar como residência fixa, anos atrás.

Foi assim:

Quando meus pais se separaram, porque se dão melhor como sócios nos negócios do que como um casal, eu ia completar sete anos. Minha mãe determinou que a guarda seria dela. Frederic ll, meu pai, não contestou. E assim ela passou a me arrastar a todos os países onde eles tem negócios. Não havia residência fixa, não havia uma escola determinada, não havia amigos para brincar, não havia um canto com brinquedos e objetos pessoais. Eram sempre quartos de hotéis, muito confortáveis mas que eu detestava.

Quando reclamei com Madeleine, Madeleine Stoner, ex Madeleine Price, minha mãe. Ela até foi compreensiva. Tão compreensiva quanto Fred ll é. Acho mesmo que, em alguns aspectos, meus pais são pessoas compreensivas e abertas. Quem mais permitiria que seu filho morasse sozinho?

Assim, para me satisfazer, ela determinou um lugar para fixarmos residência por um tempo, um lugar que ela conhecia desde criança. Onde seus avós viviam. Me matriculou numa escola. Nessa época eu ia completar nove anos. Fiz os primeiros amigos, descobri que hóquei era meu jogo favorito e entrei para uma escolinha. Alguns meses depois passei a fazer parte de um time local ao mesmo tempo que do da escola. Isso significava criar raízes. Coisa que meus pais não entendem. E aí rola a falta de compreensão deles. E nosso maior motivo de desentendimentos.

Como Madeleine continuava a viajar muito, passava dias, semanas ou até meses longe, pessoas foram designadas para cuidar de mim. Uma babá, uma cozinheira, uma professora para as atividades extras, um motorista particular. Quando fiquei mais velho, comecei a recusar tanta gente, lentamente o número foi reduzindo, até que um tutor substituiu o contingente restante.

Vivi com tranquilidade até os dezesseis. Depois disso, minha vida ficou complicada, e quanto mais os meses passam pior fica. Meus pais já não aceitam com tanta cordialidade minha insistência de continuar vivendo aqui. Eles querem que eu vá para a universidade. Já fui aceito em duas, mesmo assim me recuso.

Porra!

Ainda não concluí o ensino médio! Sem falar que só terei dezessete anos uma vez na vida. Por que diabos eles querem apressar as coisas? Depois que sair daqui, terei que largar tudo o que conheço, sei que deverei assumir muito mais do que aulas numa universidade. Eles vão me preparar para os negócios. Para levar a vida que eles levam. Não estou pronto e nem quero isso para agora. Na verdade, não sei se quero essa vida para mim. Ainda não decidi o que pretendo fazer.

Talvez me profissionalize como jogador de hóquei.

Minha mãe ficaria doida se imaginasse isso! E o fato me diverte.

E agora... um fato novo se colocou nos meus planos. Há algumas semanas estou ficando com Beth, ou Elizabeth Gillies. Uma nerd avessa a esportes e que literalmente me odiava. Quer dizer, me odiava até precisar de mim. E preciso confessar, a recíproca não era verdadeira. Sempre achei que ela era uma garota divertida mesmo que Beth não soubesse disso, pois agia como uma chata pedante a maior parte do tempo. Exceto é claro, quando estava perto de minha humilde pessoa. Nós tínhamos uma relação divertida e provocante, ao menos para mim, desde que a conheci. Ela namorava Richard Wood. Tipo o cara mais inteligente da escola. Pelo menos ele pensa que é. Mas, depois de um tempão juntos, ele decidiu trocá-la por Brenda, uma animadora de torcida, totalmente diferente de Beth em todos os sentidos. Aí, a filhinha de mamãe se voltou para mim, e foi nesse ponto da história que o ódio deixou de ter o peso e valor de antes. Ela sabe que o tal matemático me detesta, sem motivos preciso esclarecer, e espera com isso provocá-lo. Lógica pura! Não precisa ser nenhum gênio para compreender isso.

Quer dizer, ela foi capaz de passar por cima de toda a aversão que sente por mim e pelo meu posto como jogador de hóquei apenas para atrair a atenção do ex para si novamente. Não me incomodo, nem nunca me incomodei, de servir de objeto desde que ganhe alguma coisa com isso.

E o que vou ganhar?

Muitas coisas. Tipo: diversão, um bom desafio, sem falar que ela não é feia, é bem ajeitadinha, cheirosa, tem uma personalidade irônica, e eu realmente queria saber se por trás daquela aparência séria, determinada e chata havia algo mais. Como exemplo está o fato de Beth se considerar tão auto suficiente que não pensou, aceitou de imediato minha imposição de troca de favores e nós seguimos adiante com a brincadeira de provocar o Wood.

A gente tem se divertido juntos. Beth consegue me acompanhar em praticamente tudo, age com naturalidade com meus amigos, tem frequentado meus jogos. Me comprovou que não estou errado em imaginá-la menos afetada do que aparenta. E tenho ganhado muito mais do que esperava ganhar. Ela é carinhosa. Ela é meiga, é irônica, é debochada, é espirituosa... é companheira. Passar horas com Elizabeth Gill,ies se mostrou menos cansativo do que imaginei, poderia ser.

Desse ponto a gente segue para a parte em que as dificuldades começam.

Sei que garanti a Beth que cobraria pela ajuda, mas a cobrança não surgiu da forma que esperava, foi natural, a gente simplesmente ficou e foi bom. Desde aquele dia parece que estamos mais e mais ligados. Até meus amigos notaram a diferença. Eu poderia tentar descobrir o que isso quer dizer. Mas, ainda há o Rich, o ex namorado dela. Aquele que ela provoca quando fica comigo. Ele vai voltar para ela, eu sei, vejo os sinais apesar de Liz não perceber. E essa era a intenção de Beth desde o início. Então, por que me meter em furada? Melhor continuar a diversão e fim.

Como falei no início, não costumo me apegar a ninguém.

Mas, me enganei. Especialmente quando acreditei e garanti a mim mesmo que ficar com a Beth não me traria qualquer efeito colateral. Provavelmente, nessa hora estiva usando apenas a parte racional do meu cérebro [sou uma pessoa racional e prática]. Um engano que pode ser fatal. Ela não é como as garotas que estou acostumado a ficar. Ela é para caras como o Richard que está pronto a ser o “namorado perfeito”. Apesar das tentativas, eu não sou assim. E é aí que o racional se perde, e apesar de saber mais do que gostaria a respeito de tudo, não consigo entender essa realidade: como acabamos sendo comandados por desejos e vontades?, por... emoções.

De alguma forma o ódio que Beth nutria por mim se foi. Ela gosta de mim, até sugeriu que poderíamos ser amigos depois que nossa “brincadeira” tiver fim. Na época, aceitei sem contestar, até achei uma boa. Seria legal manter uma boa amizade com alguém como ela. Mas agora, já não vejo a situação de um ponto de vista tão simples.

Apenas amigos... será que daria certo? Wood não vai aceitar minha presença junto dela depois de tudo o que aconteceu entre nós.

Eu não aceitaria!

Só que o Wood e o retorno deles não é o único problema.

As amigas dela não gostam de mim. Quer dizer. A Jéssica não gosta de mim. Ela me olha como se eu não tivesse o direito de estar perto da Beth. E eu me sinto assim também. Como se estivesse ocupando um lugar que não é meu. Principalmente quando estamos próximos de Richard. Ele me olha, ele olha para ela. Eu vejo que ele gosta dela. E me pergunto o que estou fazendo ali, abraçado aquela garota fingindo ser o que não sou. Se a pessoa que ela quer também a quer.

E as coisas apenas complicam mais.

Há ainda os meus amigos. Não contei a ninguém porque estava ficando com ela, e todos pensam que é sério. Eu faço com que seja assim. Mas não escapo das brincadeiras. Das provocações. Das intermináveis piadinhas sobre como é ficar com uma garotinha mimosinha. Uma dondoca. Se o sexo também é “certinho” como ela parece ser. Que Beth não combina comigo e... que é perder tempo manter um relacionamento com ela. Eles até sugeriram que estaria fazendo uma experiência ou participando de uma aposta

No começo essa falação toda não me incomodava, deixava correr e até participava, afinal “era” uma brincadeira. Agora, o que eles dizem faz eco com o que percebo em Jéssica e por vezes, nas outras amigas dela. E sei que não está certo. Beth e eu é contra mão. Não é normal. Simplesmente não combina. E para os meus amigos, é como se ela estivesse onde não deveria estar.

Fechamos o ciclo.

E uma última coisa. Algo chamado consciência.

A maldita consciência que agora decidiu dar as caras.

Beth me disse uma vez que quando a gente gosta de alguém, pensa mais na outra pessoa do que na gente. Mais no que faria a outra pessoa feliz do que naquilo que nos faz feliz.

Ultimamente estou assim... pensando mais nela, no que a faz feliz do que em mim. Por mais de uma vez refreei a vontade de estar com ela porque não queria colocá-la em situações que a magoassem. E também porque ser pago para estar com ela me parece “errado”, sem graça. Quero mais do que isso. E com certeza, esse fato quer dizer que caí num caminho sem volta.

Ela gosta de mim como falei. Mas será que gosta como gostava de Rich? É o mesmo tipo de sentimento? Ou ela gosta de mim como gosta daquelas amigas dela? Seu interesse, cuidado e companheirismo comigo poderiam sinalizar positivamente. Só que... com certeza Beth é o tipo de amiga que faz tudo pelas pessoas que gosta, especialmente pelos amigos, e isso explicaria toda a sua dedicação e carinho direcionado a mim. Ela me incluiu no seu grupo de amigos antes mesmo que eu tivesse pensado em fazer parte dele.

Tenho pensado muito no que fazer. Só não tenho com quem falar sobre o assunto. Tomo as decisões de acordo com o que vejo, com o que pressinto, com o que ela me fala. E com toda a certeza, minhas reações não podem ser chamadas de racinais. O instinto me move. E talvez ele não seja bom conselheiro. Ainda posso ter um tempo para descobrir o que tudo isso significa. Descobrir o que pode acontecer entre nós. Rich continua com Brenda apesar de já ter dado sinais de que se aproximaria em breve como eu previ.

Na próxima semana teremos um baile. E um baile poderia me ajudar. Digo poderia porque depois que vi o quarto de Beth estou considerando essa possível investida com grandes possibilidades de fracasso. Só que... eu não sei seguir em frente sem lutar. Sem meter a cara. Não sou de guardar para mim o que quero ou o que desejo de alguém.

Ela vai saber dessas dúvidas, desses pensamentos confusos. Até o baile, ou talvez na noite do baile isso será esclarecido. Então saberei se devo levar essa história como foi programada ou se daremos um outro rumo à nossa convivência...

************

Beth ainda demoraria algum tempo. Estava cansado de ficar em casa sem nada para fazer, sozinho. Precisava me ocupar. Pulei do sofá e caminhei lentamente pelo corredor, entrei no quarto de música, peguei uma das guitarras e sentei no banco próximo a janela. Talvez fazer um som me ajudasse a pensar menos, a me sentir menos ansioso. Automaticamente segui pelo caminho do ritmo que me acompanha nos treinamentos de alongamento ou de ginastica.

Nada como solos de guitarra para aliviar a tensão de uma pessoa!

Estava na terceira música quando Beth finalmente chegou. Ela entrou silenciosamente, só a percebi quando tocou minhas costas. Subiu uma carícia pela linha da coluna até a nuca. Afagou meu cabelo e logo depois beijou minha bochecha, finalmente seguindo para os meus lábios.

— Oi Beth. - falei quando ela me liberou.

— Oi Frederic. - ela acha que me incomoda ouvir meu nome, na verdade eu até gosto dele. O significado é legal: aquele que governa com paz, o príncipe da paz. É antigo, tem raízes assim como eu... afinal, eu sou o terceiro Frederic dos Price.

Larguei a guitarra no apoio e a trouxe para o meu colo. Beth sorriu e eu aproveitei para roubar um novo e rápido beijo.

— Você estava tocando Pink Floyd? - ela perguntou quando a liberei.

— Sim. Gosta?

— Bastante. - ela respondeu olhando para a guitarra – Meu pai ouvia sempre. Segundo Rebeca, e pelo que me lembro, ele gostava muito. Acho até que mamãe ainda guarda os antigos CDs dele no escritório.

— Seu pai tinha bom gosto musical. - falei brincando não querendo provocar lembranças doloridas.

— Ele tinha bom gosto e era um homem muito educado. - fez uma carinha que indicava claramente que me provocaria - Um verdadeiro cavalheiro.

— Isso quer dizer que também sou um verdadeiro cavalheiro? Afinal gostamos da mesma banda.

Ela riu apertando os braços em volta do meu pescoço aproximando nossos rostos.

— O que posso dizer quanto a isso? Algumas vezes sim, parece um cavalheiro, mas em outras... um menino mimado que nunca vai crescer.

Fingi ofensa.

— Se continuar a me destratar desse jeito não farei a você o convite que pretendia.

Beth abriu um pouco os olhos, mordeu a ponta do lábio inferior como se estivesse ansiosa pelo tal convite. Me senti mais seguro em realizá-lo. Mas, antes, uma brincadeira.

— Vamos patinar?

Silêncio. Ela não falou nada. Ficou me olhando como se esperasse por outra coisa. Tentei ficar em pé, as pernas dela saltaram para fora do meu colo enquanto eu finalmente ouvia:

— Vamos... - havia decepção naquela voz ou me enganei?

Beth tentou se afastar, não deixei, segurei a mão dela e a puxei de volta.

— O que é? - perguntou e eu percebi uma leve incomodação feminina estampada nos olhos verdes escuros. - Não vamos mais patinar? - alfinetou, engraçado que até a voz dela muda quando faz essas coisas.

— Claro que vamos! - reforcei – Mas, preciso perguntar uma coisa primeiro.

Ela mudou o apoio do pé colocando a mão livre na cintura. Quase ri.

— O que você quer perguntar Fred?

Dei um passo para perto ainda segurando a mão dela com firmeza.

— Ontem esqueci de lhe perguntar, mas você compreende não é? Eu estava com febre...

— O que você quer perguntar Frederic Price? - ela insistiu e eu ri antes de receber um tapa no braço.

— Oras Beth, quero saber se você tem vestido de baile...


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Notas finais do capítulo

E agora?
Será q o Fred sabe o q sente?
BJOOOOOOO espero por vcs nos reviews, vou adorar saber e responder a opinião de todas. até quarta, acho q não vou conseguir postar antes, mas se acontecer o capítulo vem antes.
Ah, outra coisa, vcs querem mais capítulos do Fred?
OBRIGADA!!!!!