Olhos cor de Mell escrita por MailyCullen


Capítulo 6
Capítulo 5 «No poço do tédio»


Notas iniciais do capítulo

Hello ♥

Boa leitura ♥



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Era final de semana e meu irmão iria nos buscar. Uma viagem de quase 3 horas para que eu e minha irmã pudéssemos conhecer sua nova casa. Não tivemos escolha e acabamos indo para a felicidade dele. Me sentei no banco da frente enquanto minha irmã estava atrás mexendo no telefone. Eu não teria nada para fazer lá a não ser ficar deitado encarando os dois. Eu não conhecia a cidade e muito menos a casa. Meu irmão era um pouco louco de fazer aquilo.

— Como está indo o tratamento? — questionou tentando quebrar o gelo de 2 horas que estava dentro do carro.

A viagem já estava começando a me entediar. Era muito longe e muito cansativo. Era melhor ficar em casa deitado assistindo algo do que ir para um lugar estranho com pessoas estranhas.

— Bom. —  respondi rapidamente ainda encarando a janela e vendo os lindos girassóis.

O dia estava de sol, não tão forte! Me fazia lembrar dos dias que eu me juntava com minha turma e íamos fazer trilha em lugares maravilhosos. Como eu sentia falta daquele tempo, era uma boa época!

— Ainda sendo cuidado por aquela garota?

— Sim. — respondi sem emoção sem olhá-lo.

— Deve estar sendo muito chato. — comentou rindo. — Tenho pena de você.

— Não muito. — encarei a estrada que estava vazia. Havia apenas o nosso carro e o único som que tinha era o do motor do carro que se misturava com a música xiada pelo rádio.

— Ela é muito perturbada!

— Até que não. — discordei  encarando a capa do  meu telefone, onde eu havia guardado seu número.  — Ela é até sociável!

— Ela parece ser legal! — July se pronunciou. — Pelo que vi as pessoas lá dentro gostam muito dela. — me virei para trás e a encarei.

— É. Gostam mesmo. — concordei. —É a queridinha daquele lugar.

— Não acredito nisso. — riu nos  olhando enquanto minha  irmã estava com a cabeça entre os bancos. — Como alguém pode gostar de uma garota sem noção como

Aquilo já estava sendo cansativo!

— Ela é legal! OK ? — olhei para ele que se calou. — Ela só quer me ajudar, ela só quer ajudar as pessoas e você teve uma visão distorcida dela. Não é a garota que você está pensando, não é a mesma garota daquela noite. Sem mais comentários, tudo bem? — pedi a ele que parecia segurar para não rir.

Voltei a encarar a janela enquanto o vento bagunçava meu cabelo. Depois disso ele se manteve calado. Às  vezes meu irmão não sabia o que falava.

— E como está sendo morar com os pais de  Lucy?  — minha irmã tentou apartar a situação que estava tensa.

— Um pouco estranho, eles me olham com uma cara nada boa, me incomoda um pouco. E também os preparativos para o casamento estão me deixando maluco. — confessou.

— Imagino. E a nova cidade? — continuou.

— Um pouco violenta! Assim que o bebê nascer e nos casarmos eu irei voltar para a nossa cidade. Não vou me acostumar nem um pouco com a cidade dos pais dela. — rimos.

— Vou poder ver meu sobrinho todos os dias? — minha irmã o perguntou.

— Sim querida. — ela sorriu.

***

Eu estava no poço do tédio. Eu e Jully estávamos na sala mortos de tédio. Ambos contavam à nós sobre os supostos nomes dos bebês que não me interessava nem um pouco. Se eu pudesse eu sairia correndo dali o mais rápido possível.

A casa era enorme tinha vários quartos e eu e minha irmã ficamos em um dos quartos  no andar de baixo, pois eu não poderia subir as escadas. As passagens dos corredores me incomodavam, eram muito estreitas e o quarto que iríamos ficar para a nossa sorte era bastante arejado. Estávamos ali, ouvindo a falação dois dois a quase uma hora e meia. Jully me cutucou e a encarei. Com a cabeça a mesma acenou para a janela mostrando que o dia estava limpo e ótimo para dar uma volta.

— Vamos sair. — falei a fazendo dar um pulo do sofá.

— Mas... — Lucy nos encarou. — Não vão ficar perdidos? — neguei.

Era preferível ficar perdido do que ao lado daqueles dois tagarelando.

— A gente se vira. — Jully informou a eles e seguimos para fora da casa.

Olhei para ela que riu assim que saímos. Estávamos livres!

— Eu estava afogada no tédio! — disse a mim e concordei.

— Nós dois. — concordou. — O que faremos? — perguntei me lembrando que não conhecia nenhum lugar naquela cidade.

— Quero tomar um Milk Shake. — avisou.

— Sim senhora. — a mesma guiou minha cadeira de rodas.

Com um pouco de dificuldade, pois as ruas não eram adaptadas para alguém como eu, conseguimos chegar a uma sorveteria. Pedimos dois Milk Shakes de morango e ela se sentou em uma mesa ainda do lado de dentro do local que era todo vermelho e me doía a cabeça.

— Acho que deveríamos aceitar a proposta de irmos embora amanhã mesmo. — minha irmã gargalhou.

— Sim. Está muito chato e esse lugar é bem estranho.

— É uma cidade muito grande.— assentiu.

Um sininho da porta tocou e quando olhei uma bela moça entrava no local. Tinha grandes cabelos azuis e a pele bronzeada repleta de tatuagens. A mesma estava com um vestido justo e seguiu até o balcão. Era muito bonita e chamativa!

— Ei. — olhei para minha irmã. — Por que não chega nela? — neguei assustado com sua estúpida ideia.

— Claro que não. — parei de encarar a mulher e voltei a olhar o cardápio que estava em minhas mãos.

Eu não era mais notado por mulheres, minha fase de ser atrativo já havia passado.

— Sei que está querendo. — informou a mim olhando para ela que mexia no telefone enquanto esperava seu pedido.

— Sim, mas não posso. — riu.

— Claro que pode. Não é porque está em uma cadeira de rodas que não pode chegar e conversar com uma garota.— argumentou. — Vá logo. — ordenou empurrando minha cadeira.

— Eu não quero mais. — respondi seco voltando  a olhar  cardápio.

— Obrigada. — a garota pegou seu sorvete e saiu do local.

Olhei para ela que assim que saiu me olhou e sorriu enquanto  colher de sorvete estava em sua boca.

— Brian você precisa de ajuda, está com uma péssima auto estima. — minha irmã comentou.

— Aqui está. —outra mulher veio e colocou os dois milk shakes sobre a mesa.

Olhei novamente para a porta mas ela havia ido embora.

— Obrigado— agradecemos a ela que se retirou nos deixando à sós.

— Está ótimo! — ela disse tomando seu Milk Shake.

Provei o meu e realmente estava bem gostoso!  

***

Voltamos para a casa quando estava anoitecendo. Meu irmão parecia estar muito preocupada quando chegamos pois andava de um lado para o outro  ao telefone.

— Qual a parte do " Essa cidade é um pouco violenta" vocês não entenderam? Não se pode estar a essa hora na rua.

— Estávamos bem. — tentei acalmá-lo.

— Querido, aqui não é tão perigoso! Só porque três primos meus foram assassinados não significa que é perigoso. Estou viva até hoje. — avisou a ele.

Olhei para minha irmã que também estava indignada com aquelas palavras. O que meu irmão havia arrumado com aquela mulher? Como ele tinha paciência.

—A janta está pronta. — ela avisou se retirando.

— Ela teve três primos assassinados?—  Concordou. — Meu Deus.

Seguimos junto a meu irmão para a cozinha. Nos sentamos nós quatro para almoçar, já que os pais de Lucy haviam viajado.

Almoçamos em silêncio e logo depois fui junto a minha irmã para o quarto. Ligamos a TV e nos deitamos na cama de casal que iríamos dividir.  Coloquei em um filme na sua faixa etária para assistirmos até pegarmos no sono. Ela acabou adormecendo primeiro, as onze da noite e eu fiquei apenas mudando de canal procurando algo para assistir, mas não havia nada de bom.

Peguei meu telefone e tirei sua capinha e um pequeno papel lilás caiu. O abri e era o número de Mellanie. Já que eu não tinha nada para fazer adicionei seu número em meu celular. Procurei por seu número nos contatos do Whatsapp e abri sua foto. Ela estava sorrindo abraçada a um enorme urso de pelúcia. Olhei para minha irmã que estava dormindo  e encarei a tela do meu telefone.

Olhei o relógio e já estava tarde, mas não seria mal tentar. Talvez ela retornasse depois. Voltei a meus contatos e liguei para Mellanie depois de muito pensar. Eu não queria incomodá-la. mas eu realmente estava precisando de ajuda e como ela havia se disposto... não faria mal pedir. Esperei que atendesse aquela hora, quase meia noite e por incrível que pareça ela acabou atendendo.

— Oeee? — me assustei com a barulhada que estava no fundo. O som da música estava muito alto. — Eu não to bêbada. — disse a mim.

Olhei para meu telefone e depois o  voltei para a orelha.

— Viada tu vai dar a noite toda? —  arregalei os olhos assim que ouvi outra voz.

Será que eu havia ligado para o número certo?

— SEU IMPURO. — ri com aquilo.

Ela estava maluquinha! Realmente não havia sido uma boa hora para ligar para ela.

— Idiota! — a outra voz retrucou.

— Não vou te incomodar Mellanie. — avisei a ela.

— Oiee Brian, eu não vou dar não. Eu não estou bêbada. — avisou a mim.— Só um minuto.— pediu enquanto a música se afastava. — Prontinho. O som está muito alto e isso está piorando minha cabeça.

— Está bêbada? — perguntei já prevendo a resposta.

— Só um pouco, não conte para ninguém. Baby me deu muita bebida, falei a ele que eu não podia beber. Ele é maluco!  — contou rindo. — Perdi  meu telefone,  não está no meu bolso.

—Como perdeu se você está falando comigo através dele?

A mesma se calou por alguns segundos e depois riu.

—É verdade! —gargalhou.

O que ela havia arrumado para ficar tão ruim assim.

— Consegue voltar para casa?

— Não. — gargalhou novamente. — Eu não sei onde moro.

—  Está sozinha?

— Agora sim. Mas vim com uma turma de amigos.

— Estão na mesma situação? — perguntei prevendo a situação que ela estava.

Parecia estar mais bêbada do que tudo, mas não havia problema. Era sábado à noite.

— Sim. — riu. — Eu preciso ir no banheiro. — cochichou rindo.

— Tudo bem, não vou te incomodar. Tenha uma boa noite.  

— Boa noite.— respondeu.— Durma bem!

— Você também.

Desliguei o telefone assim que vi que a situação estava um pouco esquisita. Comecei a rir e pouco tempo depois dormi.

 

 


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Notas finais do capítulo

E ai? Aprovado?



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