Olhos cor de Mell escrita por MailyCullen


Capítulo 7
Capítulo 6 «Mentiras as vezes são sempre descobertas»


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tenham uma boa leitura ♥



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Voltamos para casa na segunda de manhã, enfrentando as 3 horas de viagem. Cheguei cansado em casa e decidi não ir às sessões aquele dia. Minha irmã também acabou não indo na aula já que teria apenas os dois últimos horários.  Coloquei em um filme para assistir enquanto eu não tinha absolutamente nada para fazer  e minha irmã parecia estar ocupada no telefone.

 

Tentei me distrair o máximo possível enquanto eu via um filme tosco de terror e comia meus cereais.  Meu telefone, que estava ao meu lado fez, me fazendo o encarar. Ela nunca fazia barulho  em uma hora como aquela.  

 

Desbloqueei a tela e havia chegado uma nova  mensagem.

 

“ Por que não veio?”

 

Era Mellanie para a minha surpresa.

 

“ Não estou bem”

 

Respondi rapidamente.

 

“ Melhoras, espero te ver amanhã”

 

“Obrigado”

 

Logo depois a mesma não estava mais online.  

 

Passei a manhã toda em meu quarto para descansar quando, duas horas antes do almoço, minha irmã apareceu no quarto como um furacão.

 

— Ei, Ei. Levante! — pulou em minha cama. — Vamos ao supermercado com a mamãe, vamos  aproveitar e comprar ingredientes para você fazer aquela sua torta deliciosa.

 

Resmunguei a fazendo me sacudir. Eu não estava nem um pouco afim de sair de casa.

 

— Eu te passo a lista e você compra. — propus a ela.

 

— Por favor. Vamos. — me abraçou.— Não sou sua irmã preferida?

 

— Sim e por isso você irá comprar os ingredientes e trazê-los para mim. — avisei.

 

— Vamos, sair um pouco.  Não vai ficar sozinho em casa.  — pediu.

 

— Preciso descansar.

 

— Mas você não fez nada. — riu.

 

— Tudo bem. — me sentei na cama.

 

A mesma me ajudou a me sentar em minha cadeira e seguidos para fora do meu quarto.

 

— Conseguiu o tirar de lá? — minha mãe nos olhou surpresa enquanto fechava sua bolsa.

 

— Sim— riu com sua façanha enquanto seguíamos para o carro.

 

Minha irmã se sentou nos bancos da frente enquanto eu estava na parte de trás com minha cadeira presa firmemente.

 

— A quanto tempo não vamos a um supermercado. Seu irmão sempre fazia as compras do mês. — minha mãe disse saindo de nossa garagem.

 

— Verdade. — Jully concordou.

 

— Mais uma atividade para nós fazermos. — ela riu.

 

— “Nós” não, vocês. — a corrigi. — Estou indo hoje para comprar os ingredientes do mou sse de chocolate. — expliquei.

 

— Vai me ajudar sim.

 

— Só se for para vigiar o carrinho de compras. Única coisa que ainda sirvo para fazer.

 

— Brian. — me olhou com uma cara nada boa pelo espelho. — Você não é uma pessoa inútil, sabe disso. Pare de agir assim. Não quero o ver se referindo assim ao mesmo outra vez. — ralhou. — Você não me ajuda as vezes em algumas tarefas de casa? Não me ajuda a fazer doces? Não é uma pessoa imprestável. — ralhou.

 

— Tudo bem.

 

— Uma pessoa não se torna inútil porque não usa as duas pernas. — continuou.

 

— Tudo bem mãe…

 

Eu iria escutar… Mau hora que abri a boca!

 

— Lembra quando quebrei o braço porque escorreguei em cima do seu patinete? Eu virei uma pessoa imprestável porque não estava usando o braço? Fiz coisas que estavam ao meu alcance.

 

— Mãe a senhora lavou roupas. — a lembrei ainda indignado me lembrando daquela cena.

 

Ela era maluca!

 

— Sim. — afirmou. — Eu estava bem para fazer aquilo. — explicou. — Só quero que entenda que não é porque tem uma parte do corpo amputada ou que não está funcionando que isso te torna uma pessoa inútil. Você fará coisas ao seu alcance, mesmo que queira fazer algo mais,  sei que achará uma forma de resolver o problema. O importante é não desistir.

 

— Ok…

 

— E se alguém te chamar de inútil na intenção de te diminuir por causa de alguma deficiência ou problemas a parte, ignore. Inútil é essa pessoa que veio para o mundo apenas pra falar merda. — comecei a rir.

 

— Tudo bem mãe. — ela sorriu.

 

Assim que chegamos no local tentamos procurar uma vaga, mas todas as vagas para deficiente estavam cheias.

 

— Pode parar em um local normal mãe, eu chego até lá.

 

— Não querido, é um direito seu. Dou minha cara a tapa que pelo menos um desses carros não contém nenhum deficiente físico.  — Encarou os seis carros estacionados.

 

Não demorou muito até que um dos donos do carro chegou e como minha mãe  disse, não era um deficiente físico ou estava com um.

 

Minha mãe olhou para ele que também a encarava enquanto o mesmo abria o carro para por as compras.

 

— Seu sem vergonha! — minha mãe pôs a cabeça para fora do carro. — Sua eficiência é qual?Pelo que sei falta de vergonha na cara não é deficiência física não? — indagou a ao homem que fez gestos obscenos para ela.

 

— Paro onde quiser. — disse a ela.

 

— Sim querido, para onde quiser, menos em locais que são de uso exclusivo.  Comprou sua carteira?

 

— Com certeza a minha foi mais barata que a sua. —  retrucou.

 

O homem não disse mais nada e apenas entrou no carro batendo a porta e saiu da vaga.

 

— Falta de respeito! — resmungo alto para que ele ouvisse.

 

Desci do carro e segui junto a minha irmã para dentro do local.

 

— Irei encontrar com os dois na sessão dos doces ok? —  avisou e concordarmos.

 

— Tudo bem. — segui com minha irmã até a sessão de doces.

 

— Maluca! Para que tantos doces? — escutei uma voz conhecida.

 

Segui para o corredor onde vinham as vozes e parei encarando o local assustado.

 

— Minhas jujubas acabaram. — Mellanie disse nervosa.  

 

Ela estava lá, vestida com uma roupa branca junto a sua amiga cheia de doces na mãos. O cabelo estava solto e usava seus óculos escuros.

 

— Misericórdia! É a Beyoncé? — ela deixou vários sacos de jujubas caírem no chão.

 

Encarei Mellanie que pegou um chantilly em spray e começou a cantar e dançar enquanto Keke a encarava. Ela realmente era bem maluquinha.

 

— Okay ladies, now let’s get in formation, cause I slay! — levantou a perna e moveu a cabeça ao som da música  que tocava no supermercado.

 

— Meu Deus, o que eu fui arrumar para a minha vida? — Keke escondeu a cara em um pacote de balas macias que estavam na sua mão.

 

A mesma dançava uma coreografia um pouco estranha até que em um momento a mesma tentou fazer uma abertura que não deu tão certo a fazendo tombar para o lado.

 

— Já te expliquei que é assim. — Keke esticou as pernas e caiu de uma vez no chão com as pernas bem esticadas.

 

—MEU DEUS. — minha irmã disse surpresa às fazendo nos encarar.

 

Mellanie me olhou assustada e parou de dançar igualmente a Keke que se levantou do chão rapidamente. Olhei para elas que também nos encaravam enquanto se arrumava. Mellanie tirou seus óculos e sorriu.

 

— Ah, oi Brian. — disse enquanto juntava os pacotes de bala e os guardava em uma cestinha.

 

— Olá. — segui até ela que fez o mesmo.

 

— É assim que descobrimos o paradeiro de nossos pacientes. — Keke disse me fazendo rir.

 

— Estou vendo o quanto está mal. — Mellanie me olhou com os olhos cerrados.

 

— Passei o final de semana na casa do meu irmão e só cheguei por  agora. — expliquei a ambas que concordaram.

 

— Está  perdoado, mas quero o ver amanhã na clínica. — concordou.  

 

— Estarei sim. —  prometi.

— É a garota que cuida do meu irmão? — minha irmã parecia estar impressionada pois não piscava momento algum.  

 

Talvez estivesse hipnotizada com o seu olhar, algo que não era difícil de acontecer.

 

— Sim. Prazer, sou a Mellanie. —  estendeu a mão para minha irmã que pegou a apertando enquanto ainda a olhava com um sorriso de orelha a orelha.

 

— Seus olhos são maravilhosos! — disse a Mellanie que riu.

 

— Obrigada! Os seus também! Gosto de olhos castanhos. — minha irmã sorriu indo para o meu lado sem tirar o sorriso do rosto.

 

— Obrigada. Meu irmão fala muito bem de você. — disse contente.

 

Olhei para ela que me deu uma cutucada. Mas que pilantrinha!

 

— Fico feliz por isso. Muito obrigada Brian. — sorriu para mim me encarando, o que me fez novamente ficar vidrado em seus olhos.

 

Acho que eu jamais conseguiria a imaginar com  outros olhos.

 

— Olá. — olhei para trás me despertando  e minha mãe vinha até nós com a cesta já cheia.

 

— Ola senhora Shaden. — Mellanie a comprimentou enquanto ela se aproximava de nós.

 

— Apenas Cynthia. — minha mãe pediu.  

 

— Sim senhora. — sorriu.

 

— É a fisioterapeuta do Brian correto?— concordou.  

 

— Sim.  Ele está indo muito bem nas sessões, têm se dedicado muito. — ela sorriu de orelha a orelha.

 

— Tenho certeza que sim, sei que é uma ótima profissional.— minha mãe disse a ela que parecia

 

— Ah obrigada!  — Sorriu.  — Só estou fazendo o que amo.

 

— E está fazendo muito bem.  

 

— Obrigada. — agradeceu novamente..

 

— Já escolheu o que irá comprar? — minha mãe o perguntou.

 

— Ainda não.

 

— Ande logo. — avisou saindo com sua cesta cheia de coisas.

 

— Não vou te atrapalhar.

 

— Só estamos comprando alguns ingredientes para meu irmão fazer seu mousse de brigadeiro  que é delicioso.  — minha irmã contou a ela.

 

— Ah… sabe cozinhar? — Mellanie perguntou surpresa.

 

— Sim, ele faz doces maravilhosos! — a garota me olhou.

 

— Não é pra lá grande coisa. — expliquei melhor.

 

— Quero experimentar um dia.

 

— Tudo bem. — afirmei.

 

— Temos que ir. Sua próxima paciente chega daqui alguns minutos. — Keke a avisou encarando seu relógio de pulso.

 

— Até amanhã. —  Mellanie se despediu.

 

— Até. — acenei para ela que estava com uma cesta cheia de sacos de jujubas.

 

Assim que a mesma saiu minha irmã me encarou me entregando alguns ingredientes.

 

— Caramba! Ela é maravilhosa! — Não falei nada. — Ela ganharia fácil um Miss universo.

 

— Claro que ganharia, ela é a garota com o universo nos olhos.

 

— Realmente! Seus olhos parecem uma nebulosa. — minha irmã concordou. — Ela é muito maravilhosa!

 

***

 

Assim que cheguei em casa fiz o doce em duas vasilhas separadas  e todos adoraram.No outro dia de manhã acordei cedo e arrumei minha bolsa levando uma pequena encomenda.



Quando cheguei na clínica Mellanie  estava conversando com as recepcionista enquanto comia um pequeno saco de jujubas.

 

— Bom dia. — sorriu assim que e viu.

 

— Bom dia — respondi.

 

— Podemos ir? —  perguntou enquanto jogava o saco vazio na lixeira.

 

— Sim. — concordei indo junto a ela para a salinha.  

 

Quando chegamos peguei minha bolsa e abri.

 

— Trouxe algo para você.

 

Mellanie virou-se para mim e me olhou assustadas.

 

— O que é? — Ergui o potinho de doce que eu havia separado para ela junto a uma colherzinha de plástico. — Foi o doce que fez ontem? — concordei.

 

—  Ah, muito obrigada! Farei questão de experimentar agora.

 

A mesma pegou o potinho e experimentou um pouco.

 

— Caramba! Isso está delicioso! É um ótimo doce. — sorri para ela. — É um ótimo cozinheiro. Pode me trazer isso quantas vezes quiser. — concordei rindo enquanto ela ainda comia mais. — Se você abrir uma lojinha de doces eu ficarei no prejuízo. Farei questão de te divulgar.

 

—  Muito Obrigado. —  sorri para ela que riu enquanto ainda comia o doce.

 

Realmente talvez seríamos bons amigos.








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Notas finais do capítulo

Até amanha ♥



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