Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 22
I'm way too good at goodbyes




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A lua estava no topo do céu, avisando estar no meio da noite. As estrelas eram visíveis da casa dos Swan/Clearwater, e era tão lindo de se observar. Eu pressentia uma tempestade a caminho, mas não parecia ser tão terrível.
— Lavine, o que aconteceu?
Seth não desistia depois de Quil relatar o que houve – claro, pois sendo seu imprinting, com certeza eles não esconderiam nada de Seth. Principalmente depois da cena que eu fiz na floresta. Minha sorte foi que Alice e Bella, assim como Renesmee, tiveram consideração por mim, já que àquela altura só havia rapazes ao meu redor, preocupados. Elas chegaram um pouco antes de eu me acalmar, e trouxeram uma troca de roupas para mim.
Mesmo insistindo que estava bem, elas me levaram até em casa junto a ele. Conversaram com calma comigo, estrategicamente. E mesmo assim não conseguiram nada.
E chegando em casa, Seth me viu sendo escoltada e pronto! Fui bombardeada de perguntas.
Só que a minha resposta era sempre a mesma.
Seth tentava de todas as formas arrancar algo de mim, para a sua tristeza eu sempre fugia – e de seus braços, que meu corpo ansiasa para receber.
— Não é nada.
Eu já parecia uma máquina robô de tanto repetir automaticamente a mesma frase. Provavelmente eu não estava muito convincente, já que toda vez que ele me perguntava, meus olhos enchiam de lágrimas. Eu não sabia mais o que dizer.
— Seth, me deixa. – minha voz saiu devastada, pela tentativa frustrada de esconder o choro. – Não quero falar sobre isso.
— Como você me pede para te deixar, sendo que tudo o que tudo o que eu consigo sentir é meu corpo se rasgando a cada vez que vejo seus olhos assim?
Não tive forças para me afastar quanto tentou me abraçar mais uma vez. Afinal, queria aquilo tanto quanto ele. Eu desabei. Mas por dentro. Meu mundo inteiro perdeu as estruturas ao perceber – pela milésima vez naquele dia – que eu não o teria mais. Seria obrigada a fazer algo que não queria. E de pensar que isso não era o pior. O pior era: seria uma dor horrível, realizando como seria difícil terminar mais uma vez. Ainda mais infligir todo esse sofrimento a ele.
Solucei mais uma vez antes de me afastar e correr para o meu quarto, trancando a porta.
Seth, eu preciso fazer isso, e sinto tanto! Mas não vou arriscar te machucarem apenas para te ter. Não vou ser egoísta.

Destranquei a porta com cuidado, e a abri. Charlie tentou de todas as formas me tirar do meu quarto. Ficou batendo e me chamando por séculos, e eu só dizia que precisava ficar só.
A casa estava vazia e silenciosa, e só se ouvia o barulho da chuva. A escuridão reinava por ali, por exceção da fraca luz da noite.
Andei até a sua porta. Respirei fundo e a abri devagar, e com cuidado. O quarto se encontrava de luzes apagadas. O avistei sentado na cama, de costas para mim. Tinha fones em seu ouvido, e eu conseguia ouvir um heavy metal da porta. Mas não parecia prestar atenção. Mantinha seus olhos fortemente fechados, e suas mãos pressionadas em punhos contra sua testa, e seus cotovelos descansavam em suas coxas. Estava sem camisa, como o de costume. Suas costas estavam arqueadas pela posição.
Subitamente levantou a cabeça, e me encarou. Arregalei os olhos por ser pega em flagrante.
Se levantou largando o aparelho de qualquer jeito na cama e deu passos até mim, sorrindo aliviado.
— Seth... Precisamos conversar.
O sorriso em seu rosto se foi. Seus passos desaceleraram, até parar.
Ofereci minha mão, e ele a segurou num modo que pareceu involuntário, quase como se sentisse que algo de ruim estava por vir. O levei até sua cama, nos sentando.
— O que houve? – perguntou, colocando sua mão em minha nuca e a outra ao meu redor, mas o afastei. Óbvio que isso o afetou.
— Seth, isso não pode continuar.
Soltei de uma vez, sentindo uma quase incontrolável vontade de voltar atrás nas minhas palavras.
— O que? Tem alguém na escola que maltrata você?
Balancei a cabeça, negando antes mesmo de acabar sua frase.
— O que eu quis dizer com “isso”, foi nós dois.
Seus lábios se dividiram com a surpresa.
— Mas por quê? O que eu te fiz? Foi aquele menino que te fez mudar de ideia, né?
Dei uma resposta vaga. Temia falar algo e sair besteira.
— Eu percebi que ele mudou e... Quero dar uma chance a ele.
— Eu... Não...
Meu corpo e minha mente imploraram para pular em seus braços e beijar sua boca. Mas eu sabia das consequências que isso me traria. Que isso nos traria. Não podia arriscar.
— Você não gosta mais do meu beijo? Do meu toque? Eu te deixo sem graça?
Pisquei. Essas perguntas me surpreenderam. Abri a boca para negar, mas pensei melhor; se eu disesse que isso era um dos motivos, seria mais convincente, afinal.
Porém apenas o olhei, sem encontrar forças para fazê-lo. Enquanto tudo o que eu queria era sair correndo dali ao invés de ver a dor que eu causei em seus olhos.
— Seth, eu apenas quis dar uma chance para ele. – argumentei. Mas toda a minha farça acabou, pelo menos para mim, quando uma lágrima escorreu do meu olho. – Não pode entender isso?
Me arrependi amargamente do que eu disse quando recuou com a cabeça, incrédulo.
— Você sofreu imprinting com ele, certo?
Arregalei os olhos.
— Como chegou a essa conclusão estúpida?
Sua expressão se aliviou.
— Segue em frente. - pedi, um aperto se formando em meu peito.
— Seguir em frente? Para onde eu vou? Eu não vou saber viver sem você. - insistiu. - O mundo não tem razão para mim.
— Claro que vai.
— Me diz onde eu errei, Lav.
— Seth, para. - pedi. - Isso é comigo. Você não fez nada errado. Eu decidi.
Me tirou o fôlego o olhar em seu rosto.
— E-eu só vim dizer isso. Tchau.
Me levantei e me dirigi para fora do quarto. Fui interrompida no meio do caminho.
— Se não vamos mais namorar, tenho o direito de fazer algo antes.
Franzi o cenho, temendo o que ele faria. Logo identifiquei pelo seu olhar.
Meu coração batia acelerado, e as minhas reações não eram uma das melhores. Ou melhor, eu quase não reagia a nada.
— Seth. – sussurrei quase sem forças. Ele estava perto demais de mim, seus olhos, sua boca, seu corpo. Tudo tentadoramente perto demais. Sua respiração era sentida de forma nítida por mim. Consequentemente minhas mãos hesitantes não sabiam se o tocavam. Argh! Quanta dúvida para uma só pessoa.
Finalmente as indecisas pousaram em seus braços. Por que ele tinha que estar sem camisa essas horas?
As incertezas momentâneas evaporaram assim que ele finalmente se inclinou contra mim, me roubando um maravilhoso beijo. Não entendo como as despedidas tem que ser tão difíceis e dolorosas.
O que era para terminar num beijo apenas, se aprofundou, e em instantes o quarto de Seth estava com nossas roupas do corpo espalhadas em um lugar qualquer.


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