Você é meu destino -Quileutes -pós Saga Crepúsculo escrita por Karina Lima


Capítulo 21
Too good to stay good


Notas iniciais do capítulo

Sorreh pela imensa demora. Faculdade e trabalho não são fáceis. Mas aqui está mais um cap! :*



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A reunião dos professores fez com que não tivéssemos aulas por alguns dias. Era perfeito. Levantar e dormir a hora que quiser e não se preocupar com trabalho... Não tinha como ficar melhor.
Eu jogava bola com os meninos lobos em frente a casa de Jake. Eu não tive a oportunidade de praticar muito esporte na infância, mas isso não me impediu de ser boa com os quileutes.
— Passa a bola, Brady! – gritei, e fui atendida. Dei meia volta e corri em direção a Paul, que estava protegendo o gol do seu time.
Dei um sorriso, percebendo que seria fácil enganá-lo. Chutei a bola e...
— GOOOL! – gritei, pulando. – Fiz outro gol! Estou chutando o traseiro de Jared. Há, há!
Eles haviam mandado mensagem para Seth, avisando que teria futebol no quintal de Jacob. Mais uma vez eu salvando a pátria, consegui convencer Edward de deixar Nessie sob meus cuidados. Ou ele confia muito em mim, ou apenas acha que é bom ter sua filha com uma amiga tecnicamente da mesma idade.
— Ahhh, sabia que ela faria esse! – Nessie soltou um grito empolgado, sentada na varanda. Usava uma roupa normal: um vestido de verão com uma meia calça cinza e sapatilhas. Seus cabelos soltos e compridos voavam de acordo com o vento.
Como tive de passar na casa dos Cullen para persuadir meu cunhado – acostumei a chamá-lo assim –, Alice quase pirou ao me ver com uma regata branca, calça jeans e um tênis surrado.
“Juro que um dia morrer de desgosto”, e me puxou escada acima sem mais nem menos. “Não, Alice, por favor! Eu vou me sujar toda, de qualquer jeito. Essa é uma roupa simples para jogar futebol....” mas nada adiantou. Me enfiou dentro de uma roupa totalmente diferente da que eu estava. Mas admito. Ficou lindo: uma legging preta, uma bota fechada com um pequeno salto, e uma blusa de lã creme que ficava soltinha em meu corpo.
A cada segundo que passava eu ficava mais ansiosa para ter uns segundos de privacidade com Clearwater. Mal tinha dentro de casa, com Sue e Charlie arrumando uma desculpa para ir onde estávamos de dois em dois minutos. Acho que Edward era até melhor.
Seth quase que não me permitiu jogar. Isso me irritou de uma forma: não gosto que tentem mandar em mim. Porém ele tentara me proteger. Imagine uma menina de um e sessenta jogar com vários caras super altos. Não é algo lá de se imaginar sempre. Contudo também sou uma loba, e tenho a mesma força que todos os rapazes ali presentes. Eles que temam se barrar em mim. Há!
— Tempo! – gritei, assim que Embry fez um gol. – Preciso usar o banheiro.
— Fique a vontade. – Jacob ofereceu.
— Claro, irmãozinho.
Ele franziu o cenho. Virou costume o apelido.
Corri para dentro, afim de voltar o jogo.
— Essa portá é muito estranha. – resmunguei, com dificuldade de fechá-la após sair. – Pelo menos tem uma.
Comecei a imaginar o banheiro daquela casa minúscula sem porta. Seria bizarro.
De repente senti mãos em minha cintura, me virando.
— Oi. – sorri, sem fôlego. – Pensei que estaria jogando com os garotos.
— Não quis deserdiçar essa chance.
Dei graças a Deus que Billy não estava em casa. Não seria muito educado ele pegar a recente filha aos beijos com o namorado embaixo do seu teto. Na verdade, não seria nada educado. Mas acho que valeria a pena correr o risco apenas para ficar alguns minutos de privacidade com o melhor namorado do mundo.
A temperatura de nossos corpos misturadas fazia com que tudo ficasse melhor.
Eu me perguntava se Nessie deu alguma dica para Seth de como agir nesses momentos comigo, pois no começo ele me tratava como uma rosa delicada. Agora não é mais tanto assim. Bem, eu prefiro assim, porém ele deve ter descoberto isso apenas de duas formas: Nessie contou-lhe, ou ele leu os pensamentos de alguém que tinha lido os meus – ou diretamente de minha cabeça.
Talvez eu deveria sentir vergonha por ser meia que pega no flagra.
Que se dane.
Era bom demais para ficar perdendo tempo em suposições.
Depois da nossa primeira vez, ficava difícil resistir a qualquer aproximação. Para os dois. Foi tão bom e tão único que dava vontade de repetir mais e mais vezes.
— Talvez estamos aqui tempo demais. – quebrei o beijo contra a minha vontade.
— Bem, ninguém vai contar a Charlie ou Billy. – falou. Suas mãos me prendiam a porta, e ao seu corpo. – Eles nos darão o tanto de cobertura que quisermos.
— E se tudo isso for uma armação deles dois e de Sue para ver como nos comportamos em sua ausência? – arregalei os olhos.
Seth riu, e beijou minha testa.
— Como pode passar tantas coisas por essa cabecinha, hein? – me abraçou, e procurou por meus lábios outra vez. A gente nunca se cansava disso.
— Lavine, Seth! – Renesmee entrou apressada pela porta. – Eles estão chegando.
Oops. Esqueci de que Sue viria com Charlie a casa dos Black para o almoço.
Fomos obrigados a interromper nosso momento e sair como se nada daquilo tivesse acontecido. Não é preciso dizer que a mãe de Seth e seu marido nos olharam desconfiados. E Billy encarou Seth com uma cara não muito boa. Quase ri disso.
Foi meio chato estar ali, todo mundo reunido – e expremido, não posso esquecer – na sala de Billy. Quando vimos que isso não daria certo, fomos para a varanda. Sim. Foi bem melhor.
Billy contava lendas quileutes. Eu já ouvira, mas parecia que me fascinava mais e mais a cada vez que elas entravam pelos meus ouvidos.
— Bem, está ficando tarde, crianças. – Charlie chamou a nossa atenção. Billy já acabou com as histórias e estávamos comendo e conversando. Bem, Seth e eu conversávamos mais entre nós dois. – Billy e Jacob precisam descansar.
— É sempre um prazer ter todos vocês aqui. – ressaltou, sorrindo simpático.
Fui me despedir do meu irmãozinho e do meu pai.
— Espero que você não seja rebelde como Jacob. – meio que brincou.
Jacob o olhou com uma sobrancelha arqueada. Mas talvez também não tenha levado tão a sério.
— Bem, não posso prometer nada. – respondi. – A vida me dá muitos motivos para isso.
Riu e me puxou para um abraço. Dei um beijo em Jacob e fui para onde Charlie me esperava com Sue e Seth, no carro.

...

Eram duas da madrugada. Seth e eu não estávamos com sono, e conversávamos sobre coisas interessantes.
— Mas é verdade! Charlie não era assim nem com a Bella. – Seth relatava. – Juro que nunca o vi tão protetor antes.
— Deve ser por causa do meu passado. – suspirei. – Sei lá. Ele está com pena de mim.
— Não diga isso. – me repreendeu. – Ninguém aqui tem pena de você.
— Sei lá. – repeti, sem saber o que dizer.
Me deitei em seu peito e adormeci ali sem perceber.
Acordei com o sol em meu rosto. Não me lembrava a hora de ter ido dormir, mas foi o suficiente para me fazer acordar ao meio dia e meio.
Eu teria despertado de qualquer jeito, já que o quarto foi preenchido por Ready To Run ao tocar meu celular.
— Alô?
— Lav, tenho ótimas notícias!
Charlie me contagiou com seu entusiasmo, mas o sono não me deixara. Acabei bocejando.
— Acordou agora? – questionou, captando o som.
— Sim, sim, mas continue. – o apressei, agora curiosa.
Charlie e Sue estavam tão grudentos que me surpreendi ao não ter sido acordada no meio da noite me lembrando de que estava “terminantemente proibido” Seth e eu dormirmo juntos dentro do mesmo quarto, ainda mais de porta fechada. Mas Seth dormia tranquilamente na minha cama, apesar do som alto do meu aparelho móvel.
— Edward passou na delegacia e me entregou algo que vai te interessar e muito.
— O que?
— Passagens para Nova Jersei para esse fim de semana!
Congelei. Era a cidade, cuja o endereço onde a minha irmã estava.
— Mas-mas hoje já é sexta! – exclamei, excitada com a ideia de revê-la logo.
— Exatamente! Estaremos indo amanhã bem cedo ao aeroporto.
Meus olhos se encharcaram de lágrimas, e não demorou muito para elas fugirem. Eu estava a menos de três dias de ver a preciosidade da minha vida.
Me sentei na beirada da cama, sem muita capacidade de me manter em pé.
— Eu estive lutando para conseguir ter os direitos de vê-la, – continuou. – E consegui! Isso requer tempo, por isso não contei nada até ter certeza. Mas isso ainda exige um exame de sangue e...
— Espera, Charlie. – o interrompi. – Se lembra de que sou adotada? Emma e eu não temos o mesmo sangue.
— Eu pensei nisso. – sua voz não parecia surpresa. – É óbvio que ela vai te reconhecer, e com os registros do hospital em que você nasceu e da sua adoção, juntamente com a sua ficha familiar, vai ser mole devolvê-la a você, querida.
Eu não consegui segurar o choro. Depois do que me pareceu uma eternidade, vou ver ela outra vez! Poder abraçar seu pequeno e frágil corpo, dizer o quanto a amo e sinto sua falta, e nunca mais a deixaria partir.
— Arrume suas malas, querida, pois este fim de semana estaremos devolvendo sua irmã para onde ela pertence.
Engoli o nó que se formava em minha garganta, entretanto não fez lá muita diferença.
— Obrigada, Charlie. – sussurrei, sem condições de fazer minha voz sair mais alta.
— Não tem de que. Agora se prepare.
— Ok.
— Até mais.
— Tchau.
A linha caiu. Respirei fundo. Só cairia a minha ficha quando eu estivesse com ela em meus braços. Não, acho que nem assim. Depois de tudo o que passamos, era surreal acreditar que Beatriz poderia ficar comigo outra vez.
— Estou feliz por você.
Me virei para a voz rouca e sonolenta.
— Ah, está acordado. – sorri, e fui abraçá-lo. – Mal posso acreditar, Seth.
Ele me encolheu em seus braços.
— Vou espairecer um pouco. – falei, me desvencilhando dele e me levantando. – Tenho que me acostumar com a ideia de que logo vou ter a minha irmã de volta. É tão surreal!
— Se quiser, eu vou.
— Não precisa. – beijei sua boca. – Logo estarei de volta.
— Eu achei que não queria ser beijada ao acordar.
— Essa regra só se aplica a mim.
Me surpreendi quando ele segurou minha nuca, segurando eu ali por mais alguns segundos.
— Bom saber. – sussurrou e nos separamos lentamente.
— Eu digo que quero espairecer e você me faz ficar mais avoada ainda.
Sorriu, e beijou minha testa.
Me troquei e saí, andando por aí. Edward foi um anjo bancando minha viagem. Charlie foi outro anjo que prometeu lutar pela guarda dela assim como fez comigo.
Sorri comigo mesma.
— Ei!
Ouvi um sussurro, que um humano normal não ouviria. Por isso não tive dúvidas de ter ouvido alguém. Todavia não achei nenhuma figura ao meu alcance de visão.
— Ei, aqui!
Outra vez o sibilo. Por um momento tive medo, mas logo vi uma pessoa reconhecível. Lembrava dos tempos escolares. Será que todos resolveram me seguir depois que eu saí de Los Angeles?
— Você é amigo de Jackson. – saiu como uma afirmação ao invés de uma pergunta.
— Sim. Queria te falar algo.
Me aproximei, alerta a qualquer coisa. Meu nariz torceu automático ao sentir o forte cheiro.
— Você também?
Ao prestar atenção em seu rosto, notei a mesma expressão.
— Não me olhe assim. – fez uma careta ofendida. – Você não cheira muito bem também.
— Eu não disse nada. – me defendi. – Virou um vampiro também? Todos de Straigh School viraram?
— Só os espertos. – deu uma piscadela. – Ou seja, Jackson e eu. – Revirei os olhos.
Pelas folhas das altas e grandes árvores, escapavam um ou dois raios de sol lá de cima que caiam na criatura a minha frente, fazendo partes de seu rosto e pescoço brilharem.
Suspirei.
— Mas o que quer comigo?
— Avisar que, se não ficar com Jackson, vai se arrepender.
Ri de sua cara, de uma forma exagerada.
— Tá legal... Sei lá como você se chama. Eu vou mesmo me arrepender...
— Vou reformular a minha frase: – me interrompeu. – Você VAI ficar com ele.
Cessei meus risos, sentindo a seriedade. Me senti ameaçada.
— O que quer dizer? – questionei, séria.
— Jackson gosta muito de você, e se não ficar com ele, seu querido Seth vai pagar as consequências.
De repente fui tomada por uma onda de fúria.
— Você... Não meta ele nisso! Ele não tem nada a ver com isso! – gritei. Podia sentir o sangue acumulado em meu rosto.
— Ah, tem e muito. – riu irônico. Eu sentia tanta raiva, que poderia me transformar a qualquer momento. E não ligava nem um pouco para isso. Meus braços e pernas tremiam como se eu tivesse levando choques. – Ele vai ser perfeito para te manipular.
Abri a boca, mas nada saiu além da minha respiração ofegante. Não conseguia achar algo bom o suficiente para xingá-lo ou ao menos tentar tirar Seth disto.
— Não vai se arrepender. Sério. Apenas lhe dê uma chance.
— Quem tem que decidir tal coisa sou eu, não acha? – berrei, sentindo as lágrimas encharcarem meu rosto. Eu não ligava se alguém por ali me olharia. – Pare de me chantagear.
— Está avisado. Se não ficar com ele, já sabe.
Eu já estava pronta para ir para cima dele, e me transformar no lobo gigante, quando ele desapareceu. Isso não ficaria assim!
Tentei seguir seu rastro que dava na floresta. Se eu estivesse em um desenho animado, estaria saindo fumaças pelas minhas orelhas. Talvez se eu não tivesse saído de casa, nada disso teria acontecido! Sou tão idiota, mas que droga!
— Seu idiota, imbecil, eu vou te matar! – berrei, e meu corpo todo possuia tremedeiras fortes. Iria acontecer a qualquer momento. Ótimo. Eu arrancaria sua cabeça de uma vez. – Você não tem esse direito. Você não tem esse direito! Eu vou te fazer em pedacinhos, seu infeliz!
O choro já era notável em minha voz. Logo minhas roupas explodiram em pequenos panos insignificantes.
Aonde está esse idiota? Ele está perdido quando eu o achar! Ele que se prepare!
Lav?
Escutei vozes misturadas me chamando.
Lavine, o que houve?
Pare, Lavine! Identifiquei a voz de Quil. Meus pés desaceleraram. Não porque ele ordenou, mas parecia querer ajudar apenas.
Por favor, está indo muito rápido.
Não conseguia decifrar as vozes, apesar disso sabia que havia duas ou três em minha cabeça além de Quil.
O que houve?
Por que está assim?
Cadê Seth?
Rosnei. Tantas perguntas de uma vez estavam me irritando e me confundindo mais. Mal podia pensar direito. Só sentir raiva.
Raiva.
Raiva.
Queria matar aquele menino atrevido.
Diminua o passo, estou atrás de você.
Só quando desfoquei um pouco da minha mente e prestei atenção ao meu redor, percebi passos pesados aos meus ouvidos.
Não consigo. Minhas lágrimas se foram com o vento. Estou com muita raiva.
Se tentar desabafar, pode diminuí-la.
Isso não funciona comigo.
Depois de um segundo, não era mais raiva. Meu corpo quase se retorcia, de tanta agonia que chegava a dominar meu peito.
Eu não sei o que fazer. Pensei fraco.
Me joguei no chão, esgotada. Senti passos por perto quase imperceptíveis, e chegar perto com calma.
Fechei os olhos para a dor. O que os olhos não vêem, o coração não sente, certo?
...Acho que não.


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