Guto & Benê - Two worlds collide escrita por Kayle


Capítulo 5
Aquele em que uma conversa seria esta prestes a acontecer


Notas iniciais do capítulo

mais um capitulo



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A Benê não se conseguia concentrar na aula, o que não era típico dela. O dia anterior não lhe saia da cabeça. Não gostava do menino, não podia gostar dele? Afinal o que era mesmo gostar? Mas se não gostava dele, porque é que o coração batia tão forte sempre que o via? Talvez o melhor fosse cancelar as aulas, ele tinha namorada, e não queria que ele lhe continuasse a dar aulas obrigado. Adorava tocar piano, mas já não aguentava mudanças todos os dias, nem os sentimentos que o moreno lhe proporcionava, sentimentos que nem conseguia entender direito. Precisava de tomar uma decisão, e rápido.
— Benê, esta tudo bem? Qual é a noia? – Perguntou a Ellen notando a cara de preocupação da amiga.
— Noia? O que é isso?- perguntou a menina estranhando as palavras da amiga.
— Ai Benê, qual é o problema?
— Ellen – começou a menina fazendo uma breve pausa – Como é que uma pessoa sabe se tem sentimentos por alguém?
— Ih Benê, logo a quem …. Não sei se alguma vez gostei de alguém, mô treta isso. Mais vale perguntar a Keyla.
A menina ficou ainda mais confusa, sabia o que tinha que fazer, uma pesquisa, deviam haver vários estudos sobre a temática. Era isso. Mal a aula acabou, sacou o telemóvel do bolso, e procurou no Google, o que viu não a agradou todos os sintomas eram parecidos com os da gripe. Mas o amor não era para ser agradável? Será que estava doente? Ou era alérgica? Será que era por isso que se sentia assim perto do Guto, será que estava doente? Mediu a temperatura, mas estava normal, a garganta também não estava inflamada. O que seria então? A menina continuava com mais duvidas que antes, ainda bem que hoje não havia aula, não sabia se teria coragem de encarar o garoto.

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As aulas pareciam não acabar, o Guto estava impaciente. Em primeiro lugar, estava farto dos olhares da Madalena, que parecia não entender a porra de um não como resposta. Não a queria, ultimamente a única pessoa que pensava era a Benê, e isso porque cada vez a entendia menos e cada vez ela o surpreendia mais. Lembrava-se de tudo do dia de ontem, principalmente da noite passava com a menina. Não sabia direito como aquilo tinha acontecido, mas tudo quando estava perto dela era assim, louco e imprevisível. O pior era que por mais que o seu orgulho se tentasse impor, não conseguia esquecer a sensação de dormir abraçado com a menina. O modo como se complementavam era impressionante apesar das suas diferenças. Não podia ser, ela era estranha, ela não fazia o seu tipo de garota ideal? Mas então porque é que estava ansioso por vê-la. Estava tão imerso nos seus pensamentos que nem reparou que a aula já tinha acabado.
— Hey, Guto… Terra, chama Guto.
— Que foi Samantha?
— A aula já acabou génio.
Ele olhou em volta, quase a turma toda já tinha saído. Era isso, tinha que ir até a lanchonete do Roney, era agora ou nunca.
— Vou nessa
— Espera Guto, preciso de bater um papo contigo
— Depois Sam, agora tenho que ir.
A menina não teve nem tempo de argumentar, pois o menino dirigiu-se a velocidade da luz para a porta.

 

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A Benê estava a tocar piano, precisava de se distrair. Quando as amigas entraram na sala, e lhe dizeram que a festa de sexta ia ser com a temática dos anos 80. Pouco depois a Tina pôs músicas daquela época, e arrastaram a menina do piano para dançar com elas. Tudo estava a correr bem, até que num passo mais arriscado, a Benê tropeçou e muito provavelmente teria caído, se não fossem dois braços que a seguraram firmemente pela cintura e a impediram de cair no chão. Mal levantou os olhos deu cara a cara com o seu salvador, era o Guto. Parecia que sempre que estava em apuros, ele estava lá para a resgatar, parecia um daqueles príncipes de armadura brilhante que ela lia quando era pequena, só com um detalhe diferente, o Guto era real, e mais uma vez se encontrava perigosamente perto, com aquele sorriso lindo a mostrar aquelas covinhas. Ter buracos na bochecha não devia ser tão fofo, devia?
— Será que vou ter sempre que te salvar? – Perguntou o garoto, em tom brincalhão.
Estava ali desde que a menina começou a tocar piano, observou a sua concentração e viu-a a dançar, daquele jeito que só ela tinha e que mexia tanto com ele. Quando viu que ela se ia machucar, não hesitou em correr na sua direção, e segura-la. Incrível como situações como aquela continuavam a acontecer.
— O que é que estas aqui a fazer, hoje não há aula? – Perguntou a menina muito nervosa, sendo que o menino continuava com as mãos na sua cintura, e o toque dele a desconcertava.
— A gente tem que falar
Ficaram tão perdidos no seu diálogo e no seu momento que nem perceberam que as meninas ainda estavam ali, observando-os com sorrisos encantados nos rostos. Estava na cara que eles estavam a fim um do outro, apenas eles não se apercebiam disso, a Benê pela sua inexperiência e o Guto pelo seu orgulho que não o fazia ver o que estava bem a frente dos seus olhos. Quem também presenciava a cena do lado do bar, era a Madalena mas a cara dela não demonstrava outra expressão que não desdém e raiva. Como era possível que o Guto preferisse aquela esquisita? Mas aquilo não ia ficar assim, ou ela não se chamava Madalena Faria.
As meninas saíram sorrateiramente dali deixando-os sozinhos. O gesto não passou despercebido pelo menino.
— Enfim, sós – disse com um sorriso.
A Benê não conseguiu dizer nada, parecia que o seu cérebro tinha parado, apenas engoliu em seco, com o olhar fixo no do garoto. Aquela conversa podia mudar tudo entre eles, e nenhum deles sabia se estava pronto para isso.

 


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Notas finais do capítulo

entao o que acharam?