Guto & Benê - Two worlds collide escrita por Kayle


Capítulo 3
Aquele em que uma corrida acabar mal ou será que não


Notas iniciais do capítulo

bem espero que gostem, aqui esta mais um capitulo



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A Benê não conseguia dormir, já era muito tarde, ela rodava na cama de um lado para o outro, com mil pensamentos na cabeça. Os acontecimentos do dia não lhe saiam da mente, ela não entendia bem porque mas sentia-se angustiada. Estava cheia de dúvidas, e ela não gostava de ficar na dúvida. Sabia que só havia duas soluções para o seu problema, uma seria ir tocar piano, mas a lanchonete do Roney estava fechada, o que lhe deixava um caminho, ir correr, até que qualquer dúvida que tivesse na sua mente passasse.        
Não demorou para se decidir, levantou-se devagar e dirigiu-se ao seu roupeiro, onde vestiu uma roupa pratica, e calçou as sapatilhas. Dirigiu-se sorrateiramente até a porta, sabia bem que a sua mãe não ia gostar nada da ideia dela, mas que tinha de mal era só uma corridinha, estava comprovado que o exercício fazia bem a saúde.         
Era para ser apenas uma corrida curta, mas quando deu por si encontrava-se do outro lado da cidade, mais precisamente em frente a escola da Lica e da Tina. Nem sabia como tinha ido parar lá foi quase instantâneo, como se alguma coisa sempre a chamasse para aquele lugar.                      
Quando decidiu voltar para casa, começou a chover torrencialmente, como se encontrava longe de casa, achou melhor se abrigar em algum sitio enquanto o tempo não acalmasse. Havia um condomínio de apartamentos ali perto, e foi lá que a menina se abrigou. Durante 5 minutos nada aconteceu, apenas se ouvia a chuva a cair descompassadamente, mas depois saiu um rapaz e uma rapariga do prédio. A garota apoiada no garoto, a andar cambaleante, e a cantar. Tudo estaria bem se o garoto não fosse o Guto. Eles ficaram a beira da estrada a espera de um táxi.                
A Benê ficou em choque, quais as probabilidades de sair para correr e acabar de presenciar a mesma cena que tinha visto de manhã? Ela não sabia a resposta, mas uma coisa sabia, não queria ficar lá para ver o resto, não sabia porque mas a ideia de ver o Guto com outra garota magoava-a, apesar de a sua relação ser estritamente profissional. A chuva perto daquela cena não era nada, saiu de onde estava escondida e pôs-se a correr em direção a casa, mas o destino não a parecia querer ajudar, não tinha dado mais que dez passos, quando escorregou e se estatelou no chão com um guincho de dor.      

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O Guto pensava em quão azarado podia ser. Tinha saído da lanchonete direito para casa apenas queria ficar sozinho com os seus pensamentos, o que não era muito difícil visto que os pais nunca paravam em casa. Tudo estava a correr de acordo com o que pretendia, estava a tocar guitarra com o pensamento ausente quando um autentico furacão adentrou pela porta do seu quarto a dentro, digamos que esse era o furacão Madalena.         
— O que é que estas aqui a fazer? – perguntou meio desnorteado.              
— Vim te ver, Gutinho meu ursinho   
Não demorou muito para ele perceber o estado deplorável que a garota se encontrava, estava vestida com uma roupa super vulgar, completamente bêbada, o cheiro sentia-se de longe, e não precisava de ser vidente para perceber quais as intenções dela.      
— Sabes bebe, nunca ninguém me rejeitou, e tu não vais ser o primeiro.
Nisto tentou se jogar para cima do garoto, mas o seu estado estava tão lastimável que a única coisa que conseguiu foi estatelar-se no chão do quarto. O Guto ajudou-a a levantar, mas não conseguia disfarçar o incómodo com a presença da menina.  
— Madalena, já falamos sobre isso, não vai acontecer. Não é nada contigo, eu só não estou afim.
— Mas eu sou linda, porque é que não queres ficar comigo? – Choramingou-se a garota.   
— Estas bêbeda, não adianta falarmos sobre isto agora, outro dia conversamos, anda vou-te chamar um táxi para te levar a casa.
Depois de muitos protestos da menina, lá a conseguiu convencer, mas tinha a certeza que isto não ia ficar assim, conhecia a fama dela sabia que ela não ia desistir tão fácil. Ao passar, perto da porta do condomínio sentiu um arrepio estranho, um arrepio que só sentia quando uma certa menina normal estava perto dele. Desviou esse pensamento, e dirigiu-se a calçada, meteu a Madalena no táxi, e já se ia dirigir de volta ao prédio, quando ouviu um som esquisito, seguido de um lamento. Dirigiu-se lá, e qual a sua surpresa quando não viu a Benê caída no chão.  
— Benê, o que é que estas a fazer aqui?         
— Eu vim correr, não se nota? – Disse apontando para o figurino.   
— De noite?     
— Não sabia que tinha hora para correr.         
A seguir o garoto olhou para baixo e reparou o estado da perna da menina, o joelho estava todo farpado, ela não ia conseguir andar.    
— Vou-te ajudar a levantar, eu moro já neste prédio, vamos tratar desse joelho.     
— Não é preciso, eu vou para casa, não posso entrar em casa de estranhos. 
— Eu não sou um estranho, até te dou aulas de piano.          
— É só para tratar do joelho, eu depois peço ao meu motorista para te levar a casa.           
— Mas…..        
O menino ignorou os protestos da menina, e ajudou-a a levantar-se, vendo que ia ser difícil ela andar, pegou-a ao colo, fez isso num impulso, o que fez com que a menina se assustasse e os seus rostos ficassem a centímetros de distância. Ficaram uns segundos, perdidos no olhar um do outro, até que o Guto quebrou o momento e começou a andar em direção a casa.
Chegando lá o menino deitou-a no sofá, e foi buscar os materiais para lhe desinfetar a perna, com cuidado ajoelhou-se a frente dela, tirou-lhe o sapado com cuidado, em seguida a meia, e muito devagar subiu-lhe a calça de fato de treino até ao joelho de modo a poder lhe desinfetar a perna.    
Havia uma eletricidade palpável entre os dois, um momento que poderia ser considerado normal para muitos, estava a ter um efeito inesperado para eles os dois, sentiam os nervos a flor da pele, e o único som que se ouvia naquele momento era o compasso dos seus corações que por algum motivo batiam  acelerados.  

           


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Notas finais do capítulo

entao o que acharam ?