Guto & Benê - Two worlds collide escrita por Kayle


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

a vossa opiniao e muito importante



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     A hora da aula de piano estava a chegar, e a Benê mexia as mãos nervosamente, sem saber como deveria agir. A imagem que tinha visto de manhã não lhe saía da cabeça. Não percebia o porque da sua reação, e nem o porque de ainda estar a pensar naquilo, afinal o Guto era apenas seu professor, um professor que por sinal estava bastante atrasado.      
            A menina começou a tocar, parecia que aquela era a única maneira de esvaziar a cabeça, e de não pensar em rigorosamente nada. Uma nota levou a outra, e de repente soava por todo o galpão uma melodiosa harmonia.            
            O Guto chegou momentos depois, ficou encostado a parede a observa-la tocar, encantado com o seu progresso. Quem diria olhando para traz, que a menina que a duas semanas quase matava o piano de tantas marteladas que dava, teria um dom natural para a música. E quem diria que ele ficaria encostado, a uma porta, a olhar admirado para ela, com mil e uma dúvidas na cabeça.                    
            Ele foi se aproximando dela aos poucos. A Benê sentiu imediatamente a sua presença, sempre sentia quando ele estava presente, não entendia bem porque, era simplesmente uma sensação que não conseguia controlar nem entender, como se todo o seu corpo se arrepiasse. Era estranho, assim como tudo que vinha a sentir desde que se tinha cruzado com o seu professor.

— Oi Guto – cumprimentou, mas sem olhar diretamente nos seus olhos.     
— Oi Benê – respondeu ele de volta  
           O professor deu-lhe algumas indicações, reparou que ela ficava cada vez melhor, a cada aula que passava, já até conseguia ler as partituras sozinha, daqui a nada já não ia precisar de aulas, ele só não sabia se isso era bom ou mau. Enquanto a Benê tocava, o Guto observava-a atentamente, tanto que fez distrair, e sem querer bater a mão com força na borda do piano.   
— AI – queixou-se a menina massajando a mão.       
— Calma, deixa me ver como esta a tua mão - disse o professor, pegando na mão dela e segurando-a entre as suas.           
            Nenhum deles, estava preparado para a corrente elétrica que correu entre as suas mãos, e nem para o batimento acelerado dos seus corações. O Guto massajou a mão dela lentamente, em círculos com o seu polegar, enquanto a olhava fixamente, olho no olho. O momento pareceu durar uma eternidade mas na verdade foram só alguns segundos, e o momento foi quebrado pelo choro do Tónico, que tinha acordado com a agitação que ocorria no andar de cima.      
            Lentamente, o Guto largou a mão da Benê, que deslizou outra vez para o colo da mesma e de volta para o piano. Apesar de ainda sentir um leve incomodo na mão, a menina voltou a tocar, tudo era melhor que aquele clima constrangedor. A aula seguiu normalmente, o Guto a dar indicações e a Benê a executa-las da melhor maneira que conseguia. Por fim, o garoto não aguentou a língua e acabou por se descair:            
— Eu vi-te hoje.           
— Estamos aqui a uma hora, tinhas que me ver, senão como me ias dar aula           
            O garoto não controlou o sorriso que veio com a resposta da menina, ela era sempre assim, surpreendia-o sempre.       
— De manhã, no colégio. Não sabia que te davas tao bem com a galera de lá.        
— Claro que dou, pensei que já sabias – disse a garota referindo-se as amigas, Lica e Tina.           
       O Guto pensou que ela se estava a referir ao Juca, e aquela foi a confirmação que precisava, algo estava se a passar entre eles os dois, ele não sabia porque mas aquilo incomodava-o e muito.        
— Sim eu reparei que estavas bem acompanhada – disse baixinho.              
          A menina não entendeu a afirmação do garoto, nem perceber o sarcasmo que havia por Trás das suas palavras. Mas não teve tempo de perguntar, no instante a seguir ouviram-se gritos no andar de cima, pensando ser algo grave, a Benê correu para o andar de cima, seguida de um hesitante Guto.         
        Quando chegaram, lá em cima depararam-se com a Lica e Clara atracadas uma na outra, as roupas meio rasgadas, enquanto tentavam desferir tapas uma na outra, com os seus respetivos namorados a tentar separa-las. A confusão era imensa, o Tónico quase como se sentindo a algazarra começou também a chorar aflito.
       Sentindo-se angustiada por causa do barulho e chateada por a aula de piano ter acabado por aquela confusão, a Benê decidiu acabar com aquilo. De alguma maneira conseguir separa-las as duas, quando soprou um apito que se encontrava pousado na mesa-de-cabeceira. O barulho fez elas se separarem.   

— Vocês são amigas, não deviam discutir, esta comprovado que a amizade é uma das coisas mais importantes da vida de uma pessoa – disse bastante afobada.                     
            O Guto que tinha presenciado a cena, não podia deixar de sorrir, como ela era diferente, como era estranha, não necessariamente um estranho mau. Contudo o sorriso desapareceu-lhe quando do fundo da sala o Juca começou a cantarolar.   
— Viva a Benê, a separadora das gatas alienadas.     
            Não gostava daquele garoto, não sabia porque mas não gostava. Sabia que precisava de sair dali e espairecer a cabeça. Aproximou-se da Benê e sussurrou-lhe ao ouvido:
— Vou nessa, até a próxima aula menina normal.      
            Não lhe deu tempo sequer de responder e saiu porta fora, deixando para trás uma Benê corada e com as pernas bambas, causadas pelas sensações que o moreno lhe causava. Sensações que não compreendia, e nem sabia se queria compreender. Podia não saber muito da vida, mas uma coisa sabia sentir algo pelo Guto era problema, e ela não gostava de problemas. Gostava de estabilidade, e de calma, e isso era tudo que não tinha desde que o moreno entrou em sua vida.     
           


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Notas finais do capítulo

deiam ideias se quiserem



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