Trilogia Aventuras 03: FAMS - A Aventura Continua escrita por Renny Gouveia


Capítulo 6
Capítulo 05: A Batalha de todos - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Seguindo a linha do capítulo anterior, hoje termos a parte dois do arco "A Batalha de todos", onde os demais Espectros do Anel, bem como os cosplayers e membros em geral do Time Ren serão apresentados em suas batalhas.
E novamente aviso a vocês: leiam a história desde o começo (prólogo) para entendê-la. Não adianta ficar pulando capítulo, apenas por que está interessado nas lutas ou em personagem especifico, você vai continuar, de qualquer forma, ainda perdendo toda a emoção e entendimento da leitura completa.

Boa leitura!



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CAPÍTULO 05
A BATALHA DE TODOS
PARTE 02

O caos que começava a se espalhar por todas as partes do Centro de Convenções parecia não ter fim, e os acontecimentos que provocavam tantas mortes ali iam além da compreensão humana; porém, as duas garotas cosplayers não se importaram à medida que corriam para a sala do Centro de Convenções onde ficavam os stands de venda e a área de RPG e card game.

Elayne Liberato e Eduarda Roses eram novatas do Time Ren que haviam ingressado na equipe uns quatro meses atrás. As duas treinavam magia como podiam, mas suas especialidades eram de suporte, assim como Ursula, portanto não seriam de muita utilidade em um combate direto contra um dos poderosos espectros. No entanto, como a situação era crítica para todos os membros do Time Ren, e as chances de vitória pareciam pequenas demais diante daqueles soldados do mal, os membros veteranos haviam preparado cristais mágicos, caso fosse preciso recrutar cosplayers do evento para lutar do lado deles, e visto que Eduarda e Elayne estavam fantasiadas de duas personagens de games, elas receberam os amuletos que as fariam ganhar as habilidades de seus personagens, tendo a chance de encarar os espectros diretamente.

Tão logo as duas cosplayers cruzaram uma porta de vidro despedaçada, avistaram os dois cavaleiros, que terminavam de matar as últimas pessoas ainda vivas naquela área. Os espectros, assim como os demais, eram duas pessoas conhecidas dentro daquele evento, e eram irmãos, o que explicava o motivo de estarem juntos na mesma área. Robson e Rony trajavam armaduras negras completas muito semelhantes, diferindo-se apenas nos detalhes, pois a armadura de Robson era pincelada com tons brancos, a figura de uma águia enfeitando a tiara metálica em sua cabeça; já a de Rony era pincelada por um verde metálico, a imagem de um cavalo revelando-se no seu ornamento de cabeça. Os dois usaram suas espadas longas de dois fios quase ao mesmo tempo para matar as duas vitimas, que choraram de joelhos, ainda implorando por misericórdia; mas os cavaleiros não se importaram quando agiram: um decapitando a cabeça do garoto; o outro enfiando sua espada dentro da boca do outro rapaz.

Com ódio, Elayne deu um passo a frente, vendo o sangue espirrar no chão antes das duas vitimas caírem por cima de outros corpos, também mortos de maneira insana.

— Eu não queria fazer isso, mas vocês não estão me dando outra escolha — declarou ela, apontando sua espada personalizada para os dois.

A Blazefire Saber era uma espada magnífica, muito poderosa, que originalmente a personagem Lightning do jogo Final Fantasy XIII utilizava em combate; e Elayne se sentia muito feliz por poder estar fazendo o cosplay, bem como tendo a chance de usar suas habilidades para lutar contra as forças do mal quando ativou a magia do cristal, que brilhou e se despedaçou em sua outra mão, transformando-se numa névoa dourada que a envolveu e sumiu instantes depois, fazendo o poder fluir dentro dela — fazendo-a se tornar Lightning. A peruca cor de rosa ondulada que ela usava pregou-se em sua cabeça, passando a ser seu novo cabelo, e os olhos da garota agora emanavam um tom azul aqua claro muito bonito, parecendo quase verdes ao redor da pupila. Elayne se olhou por um instante, sentindo o calor da magia do fogo — especialidade de Lightning — percorrendo o uniforme padrão da Guardian Corps (que sua personagem usava originalmente), e deu um novo passo na direção dos inimigos, vendo, por um mero instante, quando seu colar com pingente em forma de raio balançou e brilhou, aterrissando por cima da marca I’Cie, localizada um pouco acima do seio esquerdo, e vendo também quando um dos espectros se virava para a outra entrada da extensa sala, onde Eduarda aparecia agora

Elayne estava tão preenchida pelo desejo de batalha, que não havia percebido quando a parceira havia saído furtivamente dali, indo pelo lado de fora para a outra passagem do local, com o objetivo de atrair um dos espectros para lutar com ela — o que fazia sentido. Se as duas estivessem tão próximas e enfrentassem os dois ao mesmo tempo, a batalha seria uma bagunça que as deixaria em desvantagem. E elas teriam uma chance maior de derrotá-los com os dois separados, mesmo que por muito pouco, dentro daquele espaço abarrotado de roupas e acessórios para venda — além de corpos por todos os lados.

Pouco a pouco os espectros se aproximaram um pouco mais delas, Rony indo encarar Elayne enquanto Robson seguia na direção de Eduarda, sem se importar com o brilho reluzente que emanava de seu vestido branco enfeitado com hastes douradas que seguiam até a região dos ombros, onde pareciam ganhar a forma de estrelas — as mesmas que delineavam o formato nas duas extremidades do cetro que ela empunhava e na coroa dourada sobre as longas madeixas loiras da peruca que agora passara a ser o seu próprio cabelo. Eduarda era agora uma figura luminosa, quase angelical, que irrompia como uma estrela naquele lugar, e sua luz pura provinha da forma skin elementalist light, uma das muitas formas que sua personagem Lux, do game League of Legends, podia assumir para lutar.

— Elayne, tá pronta? — perguntou Eduarda, olhando, meio nervosa e ansiosa, para a colega do outro lado, que assentiu, revelando um sorriso para ela.

Finalmente chegara a hora de testar as habilidades de seus cosplayers, e derrotar os inimigos não era uma opção...

Era uma obrigação!

☯ ☯ ☯

Desde que o terror havia invadindo o FAMS, dois guardas que estavam na portaria do Centro de Convenções, do lado de dentro, ficaram pasmados diante dos acontecimentos sobrenaturais que presenciavam. Por um instante pensaram em pegar suas armas para salvar as pessoas que corriam gritando por socorro, mas eles travaram ao verem as pessoas sendo cortadas como papel pelas espadas daqueles sujeitos vestindo armaduras, que saltavam, voavam ou corriam em alta velocidade contra suas vítimas. Eles congelaram ainda mais quando um dos cavaleiros — uma garota baixa, que usava uma armadura imponente, com um capacete negro no formato de um touro —, começou a atacar as pessoas que estavam próximas ao lugar onde eles ainda permaneciam estáticos. A garota matava suas vitimas com uma força sem igual, quebrando os membros com seus braços poderosos, e vez ou outra, decapitando-os com sua espada. Ela fez isso calmamente, até não restar mais ninguém, exceto eles dois. E ela os vira parados ali, como se esperando as próprias mortes.

— Parada aí! — gritou um deles, quando a viu caminhar em sua direção, mas ela não recuou, nem mesmo parecia ter ouvido suas palavras, pois continuava sem expressões no rosto pálido enquanto ia no rumo dos dois...

“Pah!” 

Em pânico, o colega ao lado havia disparado sua arma contra ela, a bala direcionada à região do peito, coberta pela armadura. Mas o disparo fora em vão, pois a bala ricocheteara, mudando seu trajeto para uma cadeira de plástico entre muitas ali perto, onde havia um pequeno painel em que as pessoas poderiam assistir o campeonato de games on-line que acontecia na sala à direita dos guardas — que ainda permanecia fechada, abrigando sobreviventes escondidos.

A cavaleira estava a menos de quatro menos de distância, quando os dois guardas finalmente resolveram agir, levantando suas armas contra a garota e esvaziando a munição numa onda ensurdecedora, que atingiu ela até mesmo nos pontos onde não estavam protegidos pela armadura, como barriga, antebraços e pescoço (cobertos apenas pelo tecido cinza da roupa interna).

“Click, click, click...” As armas estavam totalmente descarregadas, mas os dois guardas não perceberam enquanto ainda gritavam e apertavam o gatilho freneticamente, os olhos cheios de lágrimas. 

No entanto, nenhum ataque havia surtido efeito, e agora ela estava há apenas dez centímetros de distância deles.

— Milena, não faça isso! Essa não é você! — gritou alguém logo atrás, mas a cavaleira novamente não se importou enquanto ergueu seus punhos poderosos e atravessou a carne e os ossos dos dois guardas, puxando seus corações ainda pulsantes para fora deles.

Os dois guardas caíram mortos no chão enquanto Milena se virava para encarar seu próximo alvo...

Anna Freire, a mais nova entre todos os recentes membros do Time Ren, encarava sua amiga com espanto, vendo no que ela havia se tornado. Milena era uma garota carinhosa, simpática e divertida que vivia na cidade de Reriutaba, e vinha a cidade de Sobral sempre que podia para prestigiar o FAMS e ver os seus tão amados amigos; mas aquela pessoa fria, cruel e assassina diante de Anna não era a mesma garota que ela conhecia — não poderia ser jamais!

Esmagando os dois corações pulsantes em suas mãos e jogando os restos no chão no instante seguinte, Milena começou a caminhar com as mãos ainda sujas de sangue na direção de Anna, que apenas aguardava com os dentes serrados. Anna tinha apenas um mês de treinamento mágico e não conhecia muitas formas de lutar para ajudar a equipe, mas por sorte do acaso fora uma das três garotas presenteadas com um amuleto que tornaria o seu cosplay real, fazendo-a adquirir as habilidades de seu personagem. Naquela ocasião, ela fazia uma versão cosplayer modificada do personagem Mutano, do desenho dos Jovens Titãs, e estava vestindo uma jaqueta marrom, uma blusa preta por baixo e calça jeans azul; mas o que realmente lhe garantiria seus poderes por baixo das roupas normais que usava eram o rosto e mãos expostas que estavam pintadas totalmente de verde. Quando ela ativara o poder da joia, momentos antes, a tinta verde passara a ser a cor natural de sua pele, e os cabelos castanhos curtos que ela possuía também metamorfosearam-se — ficando verdes —, tornando-a ainda mais semelhante ao personagem.

— Milena, por favor, se lembre de mim. Você não é assim. — Mesmo o Time Ren alertando-a de que não adiantaria tentar convencer a pessoa a voltar ao normal, bem como não deveria deixar que sua amizade pela pessoa estragasse tudo, Anna ainda não conseguia atacar uma amiga.

Milena estava cada vez mais perto, já erguendo uma das mãos, provavelmente pensando em fazer o mesmo que fizera com os guardas, e Anna infelizmente não conseguia fazer nada além de continuar falando, insistindo, esquecendo-se totalmente do que dissera ao Time Ren momentos antes — esquecendo-se de que havia implorado para que deixassem que ela lidasse com Milena, e de que não deixaria que seus sentimentos atrapalhassem.

Dez centímetros novamente... E um punho em movimento, direcionado ao coração.

Era tarde demais.

Ou deveria ser, quando a cavaleira estacou diante dela, totalmente paralisada.

Por um instante, Anna a olhou, pensando que aquilo significava que Milena estava lutando contra o controle hipnótico, mas se enganou, ao ouvir uma voz lhe falar telepaticamente:

“Não adianta insistir em tentar convencê-la, a magia negra hipnótica usada pelo inimigo é mais forte do que você imagina.” A voz era estranhamente familiar, percebeu Anna, parecendo-se um pouco com a voz de Renny, o líder da equipe que ela ainda conhecia muito pouco. Entretanto, a voz parecia ser mais madura, mais fria. “Entenda, se você não a atacar e não a matar (se assim for necessário), você morrerá nesse lugar, e depois a Milena vai atrás dos outros membros do Time Ren que já estão lutando, e isso irá desbalancear as batalhas. Eu imobilizei a Milena por um instante, então não perca seu tempo com dramas desnecessários. Muita coisa também depende de como você vai desenvolver o seu papel nesta batalha! Por isso lute!”

Anna não teve tempo de replicar, ou até mesmo perguntar quem era a pessoa que lhe falava, quando a mensagem acabou e a mão de Milena continuou seu trajeto, então a cosplayer teve de usar seu poder para escapar da morte eminente, mudando de forma e se transformando, como num flash veloz, em um rato verde, fazendo com que Milena errasse seu ataque, atravessando o ar.

A cavaleira olhou para o chão, como se a tivesse farejado e localizado no mesmo instante. Anna percebeu quando o pé dela se levantou para esmagá-la, então novamente se transformou, voltando a forma humana e rolando para o lado, antes do pé bater no chão, causando um tremor de terra estranho.

Agachada, Anna entendia como funcionavam os poderes metamórficos de Mutano, que a davam a capacidade de se transformar em qualquer tipo de animal que pensasse, só era confuso não entender o que aconteciam com suas roupas quando ela mudava de aparência e tamanho; mesmo assim achou o poder muito bem vindo, ao entender também qual era a habilidade especial de Milena: a super força.

Milena a fitou mais uma vez com seus olhos vermelhos, e por mais que suas expressões ainda fossem basicamente nulas, a forma calma como ela atacava e matava desapareceu, quando ela finalmente avançou contra a cosplayer em alta velocidade.

Vendo as passadas pesadas que faziam o chão tremer, Anna não teve outra escolha, se não acatar os conselhos dado pela voz misteriosa, e com grande determinação, preparou-se para sua batalha, transformando-se num tigre verde.

Depois ela rugiu, e avançou também.

☯ ☯ ☯

— Pai... por... favor... não... — Luan Kennedy sussurrava já quase sem voz enquanto a mão de Renato ainda o erguia no ar pelo pescoço e o estrangulava friamente.

Quando os Nove Espectros surgiram atrás de Luiz, Luan viu seu pai entre eles, e estremeceu com o terrível choque de realidade que sofreu ao vê-lo ali, curvado, usando uma armadura negra adornada com detalhes vermelhos e uma tiara com a figura de uma raposa sobre a cabeça; a face sem expressões e os olhos vermelhos encarando o nada, como uma estatua. E tão logo seu pai e os outros cavaleiros negros saíram para começar a matança, fazendo Josiele se mover por instintos para deter um deles, Luan também não pensou duas vezes quando correu atrás de seu pai para impedi-lo.

Renato havia entrado na sala de games — que não estava muito longe de onde Luiz agora se encontrava — e tinha começado a usar sua espada para atacar e matar as pessoas que estavam ali dentro; muitos tentaram fugir pela saída, mas estranhamente o rosto negro do espectro emanara uma luz fantasmagórica, fazendo as entradas transformarem-se em paredes fechadas, sem nenhuma abertura. Encurralados, todos começaram a correr de um lado para o outro, gritando e chorando — outros se encolhendo pelos cantos — enquanto a lâmina fria os cortava, espalhando tripas e cabeças, além de muito sangue, pelo chão. Enquanto presenciava as mortes, Luan gritava para que o pai parasse, até mesmo usava sua magia de bombas de calor para ricochetear os ataques da espada que vinham vez ou outra contra ele no meio das pessoas. Mas o garoto parou de insistir quando uma pessoa esbarrou nele, derrubando-o no chão sobre uma poça de sangue que sujou sua camisa rajada do exercito e a bermuda preta que vestia.

Quando a sala ficou silenciosa e o cavaleiro se aproximou dele, segurando-o pelo pescoço e o erguendo no ar, Luan não reagiu. Apesar de estar no Time Ren há certo tempo e ter dominado bem rápido a magia de combustão que o permitia criar pequenas ondas de explosão, ele não conseguia usar seu poder contra seu próprio pai. Luan ainda se esforçou mais algumas vezes para falar enquanto era enforcado, mas quando sua visão começou a escurecer, suas esperanças morreram.

Luan sentiu seus músculos queimando pela falta de oxigênio, e a visão foi se apagando mais e mais. A morte se aproximava, chamando-o cada vez mais, no entanto... subitamente Renato soltou-lhe, deixando-o cair no chão. Quando Luan conseguiu inalar o ar novamente, diversas e diversas vezes, recuperou sua visão e a queimação no corpo foi diminuindo, então ele ajeitou seus óculos de grau no rosto e olhou para frente, onde o pai não estava mais, e depois para a direita, encontrando-o caído sobre uma pilha de corpos, totalmente imóvel.

— Tá tudo bem contigo, mano? — perguntou alguém, usando uma bermuda e uma blusa estampada com o anime One Piece enquanto estendia uma mão para ele. Luan olhou o largo sorriso exposto na boca de Alex Rufino, e segurou em sua mão, ficando de pé.

— Viemos te ajudar — disse outra pessoa, surgindo atrás de Alex, também usando uma blusa do One Piece, além de uma calça comprida. Fabiana Lira estava ali também, segurando duas adagas mágicas de cristal nas mãos. — E temos algumas coisas para te dizer, antes de você se juntar a gente nessa luta.

— Como vocês chegaram aqui? — perguntou Luan, confuso. — Meu pai selou todas as passagens com paredes.

— Bom, na verdade o que seu pai fez foi criar uma ilusão muito realística, mas a passagem ainda está lá — afirmou Alex, percebendo de imediato que Renato começava a se mover novamente. — Eu vou segurar esse cavaleiro aqui por enquanto. — Alex coçou rapidamente o cabelo castanho escuro antes de expor suas duas mãos, deixando feixes de luz laranja emanar delas lentamente enquanto caminhava para mais perto do cavaleiro. — Fabiana, aproveita pra explicar a ele tudo o que precisa saber, mas tem que ser rápido. — Ele viu Renato de pé, encarando-o enquanto sacava sua espada, e ficou tenso, sentindo uma sensação de medo apoderar-se de seu interior lentamente; mesmo assim, não hesitou.

Fabiana guardou temporariamente suas adagas na entrada aberta da mochila preta com detalhes rosados, que usava nas costas, e puxou Luan para uma distancia segura de onde Alex enrolava o inimigo, usando sua magia de retardamento temporal para imobilizar o cavaleiro o máximo que podia. Sem demora, ela começou a explicar resumidamente a situação para o colega, informando-lhe o necessário para que pudesse lutar sem hesitar; e quando acabou, Luan ainda a encarava, pálido, confuso e sem dizer nada, até que, logo atrás, Alex falou com uma voz nervosa, cantarolando:

— Pessoal, uma ajudinha aqui, por favor.

Os dois se viraram para vê-lo, e ali estava ele, imóvel, com Renato segurando-o por trás; a lâmina da espada encostada contra seu pescoço.

☯ ☯ ☯

Alguns corpos pairavam congelados no banheiro masculino quando Victória Karen entrou, uma ponta de curiosidade lhe incomodando para saber por que aqueles rapazes estavam com seus corpos cheios de bolhas pustulentas e manchas esverdeadas. Ela se agachou perto de um deles para ver melhor, tomando cuidado para não encostar seu short preto ou a blusa preta com a estampa do Iron Maiden no estranho gelo negro que se espalhava pelas cabines e pelo chão. Karen não sabia o que era, mas definitivamente havia algum componente venenoso nele, para provocar aquilo nas pessoas, e isso a fez avaliar que deveria tomar ainda mais cuidado com o cavaleiro que tinha feito aquilo.

De repente, um passo...

Karen se levantou silenciosamente, movendo uma parte do cabelo castanho liso para trás enquanto esperava.

Subitamente a cabine no final do banheiro se abriu e alguém de armadura escura caminhou para fora — Era Lucas Dixon. O cavaleiro se virou para olhá-la com aqueles olhos vermelhos. A armadura com detalhes azul marinho dele tinha alguns pontos expostos, e a cabeça não tinha nenhuma proteção, somente uma tiara simples com o desenho de um pinguim. Não precisou de muito esforço para Karen sacar qual era a habilidade daquele espectro, e por isso ela sorriu com a ironia da vida.

Desde que lutara contra Luiz no AFA de 2015, Karen apenas sabia usar armas mágicas, como o bastão feito de mithril que usara na ocasião; mas agora era diferente. Karen era uma veterana antiga do grupo, e já tinha adquirido conhecimento mágico suficiente para desenvolver novos truques, tornando-a uma adversária poderosa.

Lucas não se importou com o sorriso que ela expressara, nem sabia da ameaça que ela poderia representar. Ele continuou a olhando por mais um instante, antes de manifestar seu gelo negro com uma das mãos, lançando uma saraivada de setas congeladas contra ela. Todavia, Karen não se assustou, nem desviou; quando, com o mesmo sorriso no rosto, moveu uma das mãos para o lado, criando uma parede de gelo branco em sua frente que deteve as farpas mortais.

— Foi bom encontrar um inimigo que tenha habilidades parecidas com as minhas — revelou Karen, por detrás do gelo. — Hoje nós vamos descobrir qual dos dois é o melhor dominar dessa habilidade... — O escudo de gelo se partiu, e Karen se revelou com uma massa de ar frio rodopiando entre as mãos. — E qual dos dois tipos de gelo é o mais forte!

Sem demora, Karen balançou suas mãos, e com uma alegria sem igual, lançou uma onda de blocos congelados com pontas afiadas contra o inimigo.

Poder congelante e coração ardente:

Karen contra-ataca com determinação.


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Notas finais do capítulo

Bom, a partir do próximo sábado as lutas finalmente vão se intensificar. Fiquem atentos, porque ainda há muitas surpresas pela frente. ;)



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