Trilogia Aventuras 03: FAMS - A Aventura Continua escrita por Renny Gouveia


Capítulo 5
Capítulo 04: A Batalha de todos - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Os próximos dois capítulos (começando com este) serão uma sequência destinada a apresentar os personagens (heróis e vilões) e cenários em que ão lutar, além de uma prévia de suas habilidades. Isso acontece porque há muitos personagens nessa nova história, e abordar suas lutas solo por capítulo, deixariam as partes do enredo muito distantes uma da outra, provocando confusão no entendimento completo da história. Por isso as lutas solo dos personagens e vilões serão fragmentadas nos capítulos, de modo a não ficar nada muito distante e confuso.

No entanto, vocês não precisam se preocupar com essa forma como a história vai seguir agora, pois ela não vai tornar a história enfadonha nem confusa. Por outro lado, ela só vai deixá-la ainda mais interessante para vocês, que ficarão ainda mais empolgados para ver o que acontece no desenrolar dos fatos.

Então boa leitura!



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CAPÍTULO 04

A BATALHA DE TODOS

PARTE 01

Assim que sentira a magia de Luiz em ação, o rapaz misterioso — que aguardava calmamente do lado de fora do Centro de Convenções — levantou-se com pressa e começou a agir. Quando correu pelo caminho que dava acesso à portaria do evento e encontrara algumas pessoas do lado de fora, olhando com desespero para dentro, pensou por um instante que estivesse atrasado e já fosse tarde demais. No entanto, ele vira através do bloqueio mágico que trancava a entrada, que os espectros agora que começavam os ataques, o que significava que o Time Ren ainda iniciaria suas batalhas dentro de alguns segundos — e fracassaria terrivelmente, pelo que ele sabia, em muitas das lutas contra os soldados de Sauron e Luiz.

Apesar dos viajantes do tempo terem levado o sujeito misterioso para uma época bem mais avançada no futuro (na época do AFA em 2015) para ver o resultado catastrófico das batalhas travadas no último FAMS que se realizava agora em 2017, e terem lhe fornecido algumas sugestões na tentativa de mudar o futuro, ele sabia que aquilo ainda não seria o bastante para impedir as desgraças que estavam por vir. Por isso, com a ajuda do espírito ainda consciente de Galadriel, que ajudara brevemente o Time Ren durante o AFA, ele conseguiu descobrir um meio — um mês depois daquele último evento — de conseguir viajar para o futuro mais uma vez e presenciar em primeira mão tudo o que aconteceria na batalha final travada no FAMS, lhe dando assim meios de pensar em planos e ideias alternativas para virar o jogo.

“É agora ou nunca. Tem que funcionar!” ponderou ele, novamente correndo e contornando o Centro de Convenções, até encontrar um dos pontos fracos que ele conhecia naquela barreira mágica, localizada bem próximo ao Auditório Plutão, no percurso onde havia placas de madeira que formavam um pequeno muro, cujo objetivo era evitar a entrada de penetras que não tivessem comprado os ingressos para o evento. Olhando pra cima, o sujeito projetou garras pontudas em uma das mãos e deu um salto alto o bastante para atravessar a muralha de madeira; atacando, em seguida, o espaço aberto acima que estava bloqueado pelo campo de força mágico. “Isso!” ele comemorou, vendo que suas garras afiadas haviam encontrado o pequeno ponto onde a magia que formava o escudo era mais frágil, se quebrando como vidro.

Mal o rapaz aterrissou, rolando para dentro do espaço aberto e ensolarado, deu de cara com um dos espectros que mutilava duas vitimas que estavam levitando no ar, sob o controle de sua magia. Os dois garotos, de aproximadamente doze anos, nem vivos estavam mais (um deles até estava sem cabeça), mas a mulher não se importou enquanto passava a ponta de sua foice de cabo preto longo pelos corpos dos garotos, como uma tesoura, arrancando os dedos de suas mãos, um a um.

A mulher espectro pareceu não se importar com a chegada barulhenta do rapaz, continuando o serviço insano enquanto ele encarava com nojo e pena a cena que se desenrolava em sua frente, mas deu um meio sorriso ao ver que, como no futuro, a presa que mais almejava encontrar estava bem ali em sua frente — Bruna Timbó, a líder dos Espectros do Anel, e a mais poderosa entre todos os cavaleiros. Pelo pouco que sabia, ela não havia encontrado uma forma de poder prestigiar o evento este ano, devido a problemas pessoais, ficando assim incapacitada de viajar; mas isso não impedira Sauron de trazê-la até ali através de sua magia, forçando-a a lutar contra seus próprios amigos.

Aproveitando que a cavaleira de armadura negra completa, adornada com detalhes dourados e a face de um leão na tiara em sua testa, estava distraída, o rapaz misterioso se aproximou silenciosamente enquanto puxava uma placa de metal do bolso com uma runa gravada no centro, jogando o artefato contra ela no instante seguinte. O objeto voou, mas subitamente parou no meio do ar a poucos centímetros da cabeça da mulher, que se virou lentamente para encarar o objeto com um sorriso em sua boca de lábios negros.

De todos os espectros, o rapaz pôde avaliar, ela parecia ser a única que possuía a capacidade de projetar emoções em seu rosto, apesar de serem emoções insanas, diabólicos. Mas isto, além da habilidade telecinética dela, não o assustava, ao esbanjar um sorriso ainda maior quando juntou as palmas de suas mãos em alta velocidade, revelando em seguida:

— Te peguei! — No mesmo instante em que as palavras soaram vitoriosas, a runa no objeto brilhou e diversas correntes de energia surgiram de dela, se enroscando no corpo de Bruna e na foice como cobras agitadas. Em um piscar de olhos, ela caiu no chão com sua arma, toda enrolada pelas correntes (parecendo-se com uma múmia), e os corpos dos garotos mortos e mutilados que flutuavam caíram no chão em seguida, bem em cima da grande poça de sangue que havia escorrido deles por todo o tempo em que tinham sido torturados. O rapaz deu mais um passo até Bruna, e então falou novamente: — Eu não pretendia enfrentá-la. Meu objetivo apenas era te imobilizar até achar alguém a sua altura. Meu adversário é outro.

Tão logo ele falou e começou a sair à procura das pessoas perfeitas que enfrentariam Bruna, Ursula passou correndo pelo espaço onde ele estava, indo na direção do Auditório Plutão, mas travou no meio do percurso, ao reconhecê-lo.

— Você é... — Ela observou os cabelos castanhos dele penteados para o lado direito, os olhos que brilhavam numa incandescência elétrica, as feições do rosto... — Não pode ser!

“Droga!” pensou o rapaz, percebendo que havia se demorado demais com Bruna.

Mas agora nada podia ser feito — ele tinha sido reconhecido!

☯ ☯ ☯

Poltronas voavam dentro do Auditório Plutão enquanto Natália, a cosplayer de Ravena, do desenho animado dos Jovens Titãs, tentava evitar as labaredas negras lançadas por seu amigo Edmar, que estava hipnotizado e atuando como um dos cavaleiros do inimigo. Sem emoções e sem piedade, ele manejava sua espada longa de dois fios com violência sem igual, as chamas negras dançando na lâmina prateada enquanto ela cortava a mobília que Ravena, ou melhor, Natália, lançava contra ele, na tentativa de afugentá-lo. No entanto, nada parecia funcionar.

— Azarath Metrion Zinthos! — bradou Natália, arremessando mais uma fileira de poltronas do local contra Edmar enquanto avaliava sua atual situação, ainda inconformada com tanta destruição e morte provocada pelo amigo.

Edmar continuava fatiando as poltronas como se cortasse papel, os pedaços caindo no chão e sendo consumidos de imediato pelas chamas negras, que queimavam com ainda mais intensidade que qualquer outro tipo de fogo já conhecido pelo ser humano. A armadura negra do cavaleiro não cobria a região da barriga e dos antebraços, e ossos brancos do que pareciam ser animais, enfeitavam o metal negro, dando-lhe um ar ainda mais aterrorizante, principalmente porque na cabeça dele havia um crânio de carneiro cobrindo-lhe a parte superior como um capacete. Com tristeza, Natália observava os olhos vermelhos sem vontade própria do amigo, que novamente caminhava em sua direção, enquanto ela continuava parada ali na entrada do local, sem saber o que fazer; ouvindo, do lado de fora, o barulho de outra batalha difícil que acontecia na área onde se localizava o camarim dos cosplayers e o karaokê.

Era difícil para ela enfrentar um amigo querido, e desde que chegara ali, vendo-o queimar e cortar as pessoas que estavam dentro do auditório, sem se importar com os gritos de dor, nem demonstrar nem uma emoção, ela tentara falar com ele diversas vezes, mas ele só estava interessado em matar, em queimar pessoas em suas chamas negras; e quando ele a vira gritando, logo após incendiar sua última vitima lá embaixo, próximo à área do painel, não perdeu seu tempo, e avançou de imediato contra ela.

Desde que entrara na equipe — cujo objetivo era assegurar que Luiz, o famoso sujeito que atacara duas vezes em dois eventos passados, causando caos e destruição —, Natália praticava sua magia sempre que podia, mas tinha muita dificuldade em utilizá-la; por isso, como o tempo era pouco, ela conseguira forjar um amuleto mágico alguns dias antes para que ela pudesse ganhar as habilidades de seu cosplay temporariamente, e assim lutar ao lado dos demais — e ela não hesitou nem por um instante em ativar a magia assim que os Espectros do Anel começaram a atacar as pessoas.

Ravena era uma personagem poderosa, uma feiticeira destemida que detinha poderes sombrios extraordinários, e assim como a personagem, Natália fez o possível para ficar o mais parecida possível com ela, usando uma longa capa azul que cobria toda a extensão de seu corpo, um body preto vestido por baixo, com um cinturão de fivelas vermelhas ao redor da cintura e um par de botas azuis em seus pés. O visual era exuberante, e quando ativara o poder que lhe daria as habilidades da personagem, tudo ficou ainda mais nítido e real: o batom roxo se realçou em seus lábios e a peruca chanel azul, bem como o cristal que enfeitava sua testa, grudaram em seu cabeça, passando a se tonar parte de si — o poder fluindo pouco a pouco dentro dela.

Natália viu Edmar se aproximando cada vez mais, pronto para destruí-la, e ela não sabia o que fazer, pois não queria de maneira alguma ferir um inocente. No entanto, subitamente uma estranha e familiar voz começou a sussurrar em seus ouvidos enquanto o tempo parecia parar:

“Naty, não precisa se preocupar se vai ou não ferir o Edmar, apenas lute com todas as suas forças contra ele, e mate-o se for preciso. Depois que o verdadeiro inimigo for derrotado e todas as demais batalhas acabarem, o Time Ren usará sua magia para apagar da história todas as destruições e mortes que ocorreram, e tudo vai voltar ao normal.”

— Quem é você? Onde está? — Ela olhou ao redor, tentando encontrar a pessoa que lhe falava telepaticamente. Era uma voz masculina conhecida, mas não era a de Edmar, pois o mesmo estava bem ali em sua frente, há apenas seis metros de distância, paralisado no tempo.

“Quem eu sou não importa agora” ecoou a voz do sujeito, o tempo aos poucos voltando a fluir ao redor da cosplayer. “Apenas ouça meu conselho e lute com tudo de si, ou então... você morrerá nas mãos dele muito em breve.” As últimas palavras soaram meio agourentas, mas Natália entendeu o bastante para saber o que devia fazer.

Quando o tempo voltou a fluir de vez e Edmar correu em sua direção com a lâmina erguida, ela não perdeu seu tempo com mais dilemas. E com toda sua força de vontade, ela esqueceu-se que seu nome era Natália e que Edmar era seu amigo, e deixou-se ser naquele momento a poderosa feiticeira Ravena. Então, com as palmas da mão abertas, fez seu poder surgir e se condensar nas mãos, lançando sua rajada de raios negros telecinéticos contra o Espectro do Anel, que voou contra a parede dos fundos do auditório.

— Você quer lutar, cavaleiro? — Ravena alçou voou, seguindo em alta velocidade na direção dele. — Então nós vamos lutar!

E com um grito de guerra, ela o atacou.

☯ ☯ ☯

Quando Ursula entrou no prédio do Auditório Plutão, ainda sentia-se muito confusa pelo pouco que descobrira momentos antes, ao encontrar aquela pessoa. Pelo pouco que ele lhe dissera, ela conseguiu entender a real gravidade da situação, e a participação dele ali era vital para evitar que as forças do mal saíssem vitoriosas. Mas o fato dela também ser uma peça-chave importante a surpreendeu, principalmente quando entrou no prédio e percebeu o quanto sua ajuda parecia ser requisitada naquele local: havia corpos com aparência de terror espalhados pelos arredores das escadarias que davam acesso ao auditório, mas quatro pessoas ainda estavam vivas, duas perto do camarim dos cosplayers e mais duas perto do karaokê, do outro lado da ala. Todavia, não era isso que preocupava Ursula no momento, mas o fato de que essas quatro pessoas estavam prestes a morrer, pois estavam caídas no chão, convulsionando enquanto um Espectro do Anel usava o que parecia ser o seu poder telepático para matá-las lentamente.

Marcelo Cavalcante, um dos principais organizadores do FAMS, conhecido muito por sua simpatia e bom humor, era mais um dos cavaleiros negros do inimigo, e estava bem ali, perto do karaokê, flutuando no ar com as pernas cruzadas em posição de lótus e os olhos fechados, há poucos metros de distância de Joana e Lucivanny, que eram também organizadoras do FAMS, além de recentes integrantes do Time Ren. Logo atrás de Ursula, próximo ao camarim dos cosplayers, dois rapazes que estavam fantasiados — um de Goku, do anime Dragon Ball Z; e o outro de Ichigo, do anime Bleach — sofriam os mesmo efeitos, talvez por estarem no lugar errado e na hora errada.

Sem perda de tempo, Ursula se aproximou dos rapazes e usou sua magia para bloquear os efeitos telepáticos que destruíam suas mentes. E tão logo eles a miraram, ofegantes, ela falou:

— Olha, eu estou com pressa, por isso vou direto ao assunto: o FAMS está sendo atacado por um cara que usa magia negra, e obrigou nove pessoas, que costumam frequentar esse evento, a atacar e matar todo mundo que está aqui, e eles não vão parar até todo mundo ter morrido. E eu estou dando uma chance para vocês dois se defenderem e evitarem mais mortes. — Ursula ouviu algo se partindo do lado de fora do prédio, entendendo que Bruna Timbó finalmente estava conseguindo se libertar de suas amarras. Nervosa e apressada, ela prosseguiu: — Segurem isso, rápido! — Ela entregou duas placas de madeira com runas gravadas para eles, presentes do sujeito que ela havia encontrado minutos antes. — Guardem e protejam esses amuletos, pois eles vão fazer vocês ganharem os poderes dos personagens que vocês estão fantasiados, e eu quero que vocês usem o poder para deter um dos cavaleiros que está lá fora. Já eu vou ficar aqui e ajudar minhas colegas ali — Ela olhou de relance para as duas garotas que ainda eram torturadas lentamente. — Então se aprecem e vão logo. Tempo é ouro aqui, meus queridinhos!

Atordoados e assustados, os dois rapazes se levantaram, ainda cheios de perguntas para fazer, como, por exemplo, como fazer para ativar o poder dos tais amuletos que ela lhes dera. Mas, vendo a urgência da garota enquanto corria silenciosamente na direção das duas mulheres que estavam caídas no chão, resolveram deixar as demais dúvidas para trás, e correram para fora do prédio, ouvindo, tão logo chegaram ali, o grito furioso da cavaleira enquanto se erguia segurando um cetro onde uma foice pendia na parte superior.

Ursula se aproximou lentamente, com medo de que Marcelo notasse sua presença e a atacasse. Dentro do Time Ren, originalmente ela era o membro de suporte, que dava apoio mágico aos demais, curando, fortalecendo ou defendendo, por isso suas habilidades de combate eram quase nulas — apesar de conhecer um ou outro feitiço de ataque que aprendera nos últimos meses. Mesmo assim ela não queria arriscar enquanto se aproximava das duas colegas que estavam convulsionando no chão, resistindo o máximo que podiam aos ataques do cavaleiro, que vestia uma armadura negra completa, enfeitada com penas negras.

Quando finalmente ficou bem ao lado delas, Ursula colocou suas mãos sobre as laterais de suas cabeças, deixando sua magia agir enquanto observava o rosto pálido de Marcelo, a cabeça enfeitada por uma tiara com o emblema de uma coruja, no centro da testa. Logo a magia começou a fazer efeito e as duas integrantes do Time Ren levantaram suas cabeças, ainda zonzas e ofegantes, olhando-a com dificuldade e notando sua breve expressão de terror ao perceber que Marcelo abrira os olhos e a encarava com uma expressão cadavérica.

— Ursula? — murmurou Joana, olhando-a de relance com olhos tão negros e brilhantes quanto o seu cabelo liso comprido, ainda sem acreditar que alguém viera salvá-las.

— Isso mesmo, colega. Mas deixemos as apresentações e os olás para depois, estamos com um problema sério aqui. — Ursula se levantou de imediato, projetando um escudo psíquico, tão logo viu a nova tentativa do cavaleiro de atacá-las com seu poder. A defesa fora bem sucedida, mas o inimigo era persistente, e continuava tentando insistentemente. 

Joana e Lucivanny se levantaram sem muita dificuldade, saudáveis graças à magia de saúde que Ursula aplicara no mesmo instante em que as libertara do poder telepático, no entanto ela ainda podia ver muita tristeza nas expressões delas, devido Marcelo estar naquele estado. Ursula comentou:

— Olha, eu sei que vocês duas se sentem mal por ele estar assim, mas não podem deixar sua amizade por ele atrapalhar agora. Esse não é mais o Marcelo que vocês conheciam, coleguinhas.

— A gente sabe disso, mas... — Joana hesitou, mordendo o lábio inferior.

— ... ele não tem culpa por estar hipnotizado — completou Lucivanny, jogando seu cabelo loiro e comprido para trás e endireitando o óculos de grau em seu rosto. — Quando chegamos aqui, achávamos que podíamos fazê-lo lutar contra esse controle mental, se o fizéssemos se lembrar da gente e de todos os bons momentos que já tivemos juntos...

— Mas não deu certo, né. — Ursula as mirou, vendo seus rostos decepcionados. Ela esperou cinco segundos, mas como não houve respostas, prosseguiu: — E é por isso que eu estou aqui. A única alternativa agora é enfrentá-lo, e, no mínimo, deixá-lo inconsciente.

— Mas a gente vai machucar ele, e com nossas habilidades, é capaz até da gente matar ele — protestou Joana.

— Eu sei, eu sei. Mas é nossa única opção agora. E, além disso, vocês se esquecem daquele feitiço que o Renny e alguns outros são capazes de fazer? — Ursula se referia ao poder de apagar as tragédias e mortes do tempo.

Os olhos das duas se arregalaram, tanto por lembrarem-se do feitiço, quanto pelo que Marcelo fez a seguir...

Com a espada retirada da bainha que ficava no cinturão, o cavaleiro que flutuava acima do palanque do karaokê, descruzou as pernas, pairando em pé no meio do ar, e apontou sua arma para as três. De súbito, projeteis de luz surgiram e flutuaram ao redor da lâmina prateada, apontando diretamente para elas. No entanto, entendendo o que o cavaleiro pretendia fazer, Ursula desfez o escudo psíquico, já preparando uma barreira física contra o novo tipo de ataque, mas não foi rápida o bastante quando Marcelo balançou a espada, atirando os projeteis.

As três desviaram, saltando para os lados enquanto as luzes explodiam contra o chão, perdendo seu brilho e revelando penas metálicas negras — as mesma que ele possuía na armadura, só que com suas pontas mais longas e afiadas. O cavaleiro de preparou mais uma vez, produzindo mais feixes de luz ao redor da espada, e as lançou contra elas de imediato, contudo, desta vez Ursula conseguiu repelir os projeteis com seu enorme escudo dourado, protegendo todas elas temporariamente.

— E aí, o que me dizem? — indagou Ursula, olhando de relance para elas, que agora limpavam as blusas vermelhas da farda do FAMS, após terem se jogado no chão para desviar do ataque. — Vamos enfrentar ele, ou vocês duas ainda vão continuar nesse lenga-lenga choroso?

A maga de suporte viu quando as duas a miraram com seriedade, e por um instante ela pensou que a piada fora inapropriada, mas as duas caminharam com convicção para frente dela: Lucivanny puxando um objeto do bolso, que brilhou em suas mãos e se transformou num grande arco-e-flecha prateado; e Joana puxando alguns pingentes que brilharam e voaram para seu corpo, dois deles enroscando-se nos pulsos com braceletes de metal, um se aninhando na lateral da calça jeans azul, dando forma a um laço mágico, outro estacionando nas costas como um escudo e o último virando uma espada de dois fios, que ela segurou com as duas mãos. Em seguida, as duas saltaram para fora do escudo mágico, agora que o novo ataque repelido pairava inerte no chão, e encararam com bravura o rosto do inimigo — não o rosto de Marcelo, seu amigo, mas o do Espectro do Anel, enviado para causar destruição e morte ali.

— Nós vamos lutar! — sussurraram as duas em uníssono.

E avançaram no instante seguinte.

União, poder e bravura...

As guerreiras atacam para salvar o FAMS!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido o capítulo. No próximo sábado teremos a parte 2 onde outros personagens iniciarão seus encontros com seus adversários.

Se tiverem encontrado algum erro ortográfico no capítulo de hoje, por favor me informem nos comentários. Pois estou trabalhando sem o auxilio de um revisor, e a história está meio que por conta minha, apenas.



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