— MAIS QUE DROGA, EU NÃO DISSE QUE ERA UMA ARMADILHA, SEU IDIOTA? E DE BRINDE AINDA DEIXAMOS AS MOCHILAS LÁ EM CIMA! — gritou já descontrolada.

— SE VOCÊ NÃO FOSSE TÃO GORDA O CHÃO NÃO TERIA CEDIDO!

— GORDA É A VÓ, SEU CABEÇA DE ERVILHA.

— APENAS AGRADEÇA POR TERMOS CAÍDO NA ÁGUA E NÃO NO CHÃO, SUA MALUCA!

— PELO MENOS ISSO TINHA QUE DAR CERTO, TALVEZ SE TIVESSE ME ESCUTADO PODERÍAMOS ESTAR AINDA LÁ EM CIMA. QUERO VER COMO VAMOS SAIR DAQUI AGORA…

— …

— …

— ...

— Zoro?

— …

— Zoro?

— …

— ZORO, CARAMBA, EU TÔ FALANDO COM VOCÊ!

— PARA DE GRITAR, NÃO TÁ VENDO QUE ESTOU PENSANDO?

— E desde quando você pensa? — riu ironicamente.

— Desde que você começou a praticar bruxaria — sorria maldosamente.

— COMO É QUE É?

— Cala boca, mulher, ficar brigando não vai resolver nada…

— Odeio ter que concordar, mas você tem razão… — guardou sua raiva e passando a analisar a sua volta.

O lugar onde caíram era estreito e muito longo, como um corredor. As paredes cinzas e lisas sem nenhuma rachadura e o chão de ladrilhos verdes da cor de esmeraldas. A única fonte de luz era o chão que brilhava fracamente iluminando apenas seus pés. A água batia em seus joelhos.

Tatearam cada canto da parede em busca de algum botão ou abertura escondida. Pisaram em cada lugar do chão esperando que algo aparecesse, mas nada. Quando menos esperavam a água começou a subir lentamente.

— É… Zoro?

— Hum?

— Não sei se você percebeu, mas a água tá subindo.

— Eu sei.

— E você não vai fazer nada a respeito?

— Não!

— … Eu mereço! Estar presa com risco de me afogar e ainda com um idiota desses comigo…

— Uhum…

— Nem está me escutando né?

— …

— Ótimo! Eu me viro sozinha.

Enquanto Nami ia para a direção oposta Zoro ficou esperando a água subir para levar eles para a superfície novamente. Estava tão concentrado que só percebeu que estava sozinho quando a água já estava na altura de seu cotovelo.

— OE, NAMI?

— …

— Tsc! Essa maluca ainda se mata um dia — bufou indo em direção contrária de Nami.

Enquanto Zoro se perdia Nami seguia seu caminho na esperança de encontrar alguma abertura. Tinha a impressão de que quanto mais andava mais longe ficava do final, além de que estava ficando cada vez mais estreito.

Como não tinha muita opção continuou andando até perceber que o chão estava meio inclinado. Animada com a novidade passou a subir a rampa. Ela era bem inclinada, mas não era lisa o que facilitava na hora da subida.

Olhando para o chão Nami viu que era de concreto, diferente do resto do corredor. Lamparinas iluminavam o caminho permitindo uma melhor visualização do lugar. Foi então que teve a ideia de levar uma delas até onde estava Zoro para evitar que ele se perdesse o levando até a rampa para subirem juntos.

No momento que tirou a lamparina do lugar a rampa começou a se mexer como uma esteira em direção à uma abertura que apareceu na parede. Nami acabou perdendo o equilíbrio e caiu sentada sendo levada. A única coisa que viu antes de cair no “infinito” foi a abertura se fechando.

—— // ——

Zoro seguia andando lentamente, bocejando de sono, aproveitando que a água tinha sumido sem motivo aparente... O caminho era longo e até agora não tinha tido nenhum sinal de onde Nami estava. A escuridão não ajudava e o máximo que conseguia ver era si mesmo.

No meio de sua caminhada encontrou uma escada descendo e como toda pessoa normal faria ele escolheu descer e ver onde aquilo ia dar. Os degraus eram feitos do mesmo material do resto do corredor e as paredes seguiam o mesmo padrão do resto: sem luz.

A cada passo que dava maiores os degraus ficavam. Depois de mais ou menos três minutos descendo o caminho se dividiu em três escadas diferentes: a da esquerda com luzes vermelhas que davam um ar macabro, a da direita com uma luz no final da descida e a do meio que parecia uma continuação do resto. Optou por descer a da direita a única que ele tinha a certeza de ter um final.

A descida era mais longa do que tinha calculado, conseguia ver facilmente uma porta de madeira com janelas lá embaixo. Quando chegou no que achou ser a metade do caminho Zoro começou a ouvir barulhos de correntes se movendo rapidamente como se algo ou alguém estivesse tentando fugir.

Na hora o desespero bateu ao imaginar Nami presa nessas correntes. Passou a descer os degraus de três em três com pressa. Pouco antes dele alcançar a maçaneta houve uma explosão, fazendo a porta voar e Zoro ser arremessado para trás.