Nami saiu correndo do quarto em direção ao convés, não só pela curiosidade em ver o que tinha acontecido, mas também pela vergonha que ainda sentia por causa dos acontecimentos anteriores. Achava que tinha ido um pouco longe demais, nunca havia demonstrado seu afeto por Zoro tão diretamente assim...

Deixou esses pensamentos de lado por enquanto e se concentrou apenas em descobrir em que haviam batido. E a visão que teve não poderia ser melhor, a sorte parecia finalmente ter batido em sua porta. O navio tinha batido em nada mais, nada menos do que rochas, mas não se enganem, não eram simples rochas... Na verdade eram apenas simples rochas mesmo... Porém o mais importante estava atrás das rochas, a tal ilha de seus sonhos: A Ilha do Templo da Floresta.

— EBA, UMA ILHA MISTERIOSA — gritou o capitão eufórico.

— Eu acho que estou com aquela doença “não-posso-descer-nessa-ilha”, vou ficar e vigiar o navio — disse Usopp todo “corajoso”.

— Deixa disso, vai ser super legal — exclamou o cyborg.

— Gente não vamos nos exaltar, porque não decidimos nos palitinhos como sempre? — sugeriu a navegadora.

— Podemos decidir nos palitinhos — também sugeriu Robin.

— Mas foi o que eu disse...

— Eu tenho 8 palitos aqui, quem pegar os menores vão nessa super aventura.

— Ei, mas somos em 9, por que só 8? — perguntou Nami.

— Então está decidido, eu, Sanji, Robin e Frank vamos em uma aventura — disse Luffy todo animado já se preparando para sair correndo.

— E o Zoro também, pois sobrou um super palito pequeno. E como ele é o único que não está aqui só pode ser o dele.

— Podem ir na frente, eu alcanço você depois — de repente Zoro surgiu no meio da conversa.

— Não precisa nos alcançar, Marimo, não nos fará falta — Sanji riu.

— Maldito ero-cook...

— Ok, não demore muito. VAMOS EXPLORAR A ILHA — gritou Luffy enquanto saia correndo.

Enquanto isso Nami estava pensativa sentada em estilo índio na grama do Sunny. Se 3 pessoas te ignorando já não era o bastante agora o restante do bando também estava. Várias dúvidas foram surgindo uma atrás da outra e infelizmente nenhuma tinha resposta.

Decidiu se levantar e ir até seu quarto, sem nem imaginar que estava sendo seguida. Chegando lá não perdeu tempo, abriu seu guarda-roupa e começou a fazer uma pequena mochila com roupas e algumas coisas essenciais para uma exploração. Depois de tudo pronto se virou, esbarrando em algo grande.

— AH! ZORO, SEU IDIOTA. TIROU O DIA PRA ME ASSUSTAR? — gritou assustada.

— Não grita, sua bruxa, quer me deixar surdo? Eu já disse, se você não ficasse tão distraída nada disso aconteceria...

— Tanto faz, agora com licença que eu preciso terminar meus preparativos.

— Preparativos para que?

— ... Tem certeza que você está bem? Essa curiosidade não é normal, talvez o Sanji tenha chutado sua cabeça em alguma briga...

— O dia que aquele pervertido conseguir acertar minha cabeça com um chute durante uma briga eu me visto de mulher e danço Macarena no meio de um mercado.

— Vou até anotar essa aqui para depois poder te cobrar.

— Qual seu problema com cobranças? Por que não arruma algo diferente para fazer ao invés de ficar cobrando coisas sem sentido dos outros?

— Era o que eu ia fazer até o Sr. Graminha surgir do além e me atrapalhar.

— E o que é que você ia fazer?

— Ia não, eu vou. Pretendo explorar aquela ilha, preciso de respostas e tenho quase certeza que elas estão lá.

— Tem certeza? Esses seus sonhos malucos podem ser apenas coisa da sua cabeça!

— TÁ ME CHAMANDO DE LOUCA? — tentou socar ele.

— Talvez — zombou enquanto desviava do golpe. — Só acho que não é uma boa ideia...

— Boa ideia ou não eu estou indo, eu sonhei com essa ilha por dias. Se isso não for motivo suficiente para eu ir até lá... Nada mais é.

— Isso pode ser uma armadilha, já pensou que pode ser alguém manipulando seus sonhos ou algum efeito do mar? Estamos no Novo Mundo, nada é incomum o suficiente.

— Sim, eu já pensei nessas duas hipóteses. Só que para descartar alguma delas eu preciso testar antes, e pretendo começar pela mais difícil.

— Não é uma boa ideia!

— E o que você sugere sabichão?

— Que você fique aqui e espere os outros chegarem com informações sobre a ilha.

— Acha mesmo que vou ficar aqui de cara pra cima esperando eles?

— É o mais sensato a se fazer.

— Estou cansada de só ficar esperando Zoro. Esperar nem sempre é o melhor a se fazer, às vezes precisamos ser impulsivos para alcançar nossos objetivos.

— Você por acaso tem noção que sua vida pode estar em risco?

— Ninguém iria sentir minha falta, afinal nem se lembram de quem eu sou. Eu estou sozinha nessa e daqui a pouco nem você se lembrará de mim... Essa é minha chance, eu vou entrar naquela ilha e você não irá me impedir!

— Ok, faça como quiser — disse irritado, saindo bufando do quarto.

— ... É o certo a se fazer, tenho certeza disso — afirmou para si mesma antes de pegar sua mochila e sair do quarto.