Três em um escrita por Mente suicida


Capítulo 9
Sem rumo


Notas iniciais do capítulo

Não deixem de ver os próximos capítulos. Estão mais longos e com mais dramas. Obrigado a todos até aqui.



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Minha cidade estava em um momento muito violento, mas não estava pensando nisso. Estava com medo, mas não da possibilidade de ser assaltado ou perder minha vida, pois era isso que eu mesmo estava com vontade de fazer. Com bastante lagrimas caindo dos meus olhos, eu sair pela rua parecendo um bêbado descontrolado. Na minha mente só aparecia cenas do que eu estava vivendo ao lado de Bianca. Minha mãe também aparecia, dizendo: Miguel é o homem da casa, está aqui para nos defender quando seu pai voltar. Também lembrava de cenas onde meus amigos me exaltavam por está "pegando" as meninas mais bonitas da cidade. Tudo pelo o que eu lutei estava caindo sobre minha cabeça. Os carros passavam e os motoristas me xingavam, por está no meio da pista sem observar que alí passavam veículos.

Após andar bastante pela cidade, parei e sentei em um banco localizado em uma praça. Coloquei a mão no bolso direito da bermuda e percebi que meu celular estava com diversas ligações perdidas. Havia ligações de Augusto, da minha mãe e o mais inusitado, era que tinha ligações de Gustavo, mas não queria falar com ninguém, então desliguei o celular. No bolso esquerdo, restava 12 cigarros em uma carteira, um isqueiro e 50 reais. As coisas que eu possuía no momento, eram as únicas coisas capazes de tentar amenizar tanta agonia. Porém, não era o suficiente, pois eu precisava do meu lugar. O único lugar que poderia me acalmar naquele momento. Com o pouco dinheiro que eu tinha, fui para um bar comprar uma vodca e segui andando sozinho novamente, até que cheguei no ponto final.

Em frente aquele prédio abandonado com 22 andares, parei, olhei pro alto e gritei:

— DEUS, TIRA TODA ESSA AGONIA DE DENTRO DE MIM, EU NÃO MEREÇO TUDO ISSO.

Após falar a insanidade, tomei um longo gole da vodca e entrei no prédio. Não sei como tive fôlego para subir toda aquela escada, mas enfim cheguei ao 22° andar. Meu colchão ainda estava lá. Todas as pichações também. Sentei na ponta do último andar, deixando minhas pernas soltar do lado de fora, tomei mais um longo gole da vodca, ascendi um cigarro e passei o resto da noite chorando e admirando aquela cidade grande de tantas mentiras, igual ao filme cidades de papel.

As lágrimas jorravam dos meus olhos, na minha cabeça parecia que estava acontecendo a terceira guerra mundial. Levantei, tirei a camisa e observei que a bebida já havia acabado.

— Que droga! Está tudo acabando mesmo, até a porcaria da bebida – Falei inconformado com a situação

Do alto do prédio, joguei a garrafa vazia e quando estava seguindo para o colchão, meus cigarros também caíram do alto. O que restava naquele momento, era tentar dormir naquele velho colchão rabugento.

Ainda deitado, sem noção da hora e de quanto tanto havia apagado, pude sentir o reflexo do sol em meu rosto, próximo ao meu olho. Aquilo tudo doía bastante devido ao problema que eu tinha. Então fui abrindo os olhos lentamente, até perceber que já tinha amanhecido. Sentei sobre o colchão e pude sentir o peso de uma ressaca. Minha cabeça estava quase explodindo e ao ligar o celular, pude ver que faltava apenas duas horas para mais um dia de trabalho. Portanto, ainda sentindo muita dor de cabeça, levantei rapidamente e desci as longas escadas sem parar um minuto. Ao chegar no térreo, por sorte, havia um taxi parado na esquina da avenida. Corri e consegui pegar. Já em casa, fui abordado pela minha mãe gritando:

— MIGUEEEEEL, ONDE VOCÊ DORMIU? – Perguntou.

— Mãe, por favor, agora não. Estou super atrasado para o trabalho. Vim só tomar banho para sair. – Falei sem muita animação na voz.

— É, Miguel, você está precisando mesmo. – Disse minha mãe levanto a mão para o nariz

Próximo a entrada da empresa, pude observar que Gustavo estava alí, então aumentei os passos rapidamente para não ter que falar com ele. Mas ele viu e veio correndo em minha direção.

— Miguel, Miguel. Eu preciso falar com você. É sério! – Gustavo estava bastante aflito e franzindo a testa.

— Ta bom, Gustavo, mas agora não. Estou atrasado. – Falei ainda com os passos acelerados.

— Tudo bem! Quando você largar, me espera para a gente conversar. – Pediu como se tivesse dando uma ordem.

— Ok. – Interrompi e corri para meu setor.

O dia parecia que estava durando uma eternidade. Eu só queria poder chegar em casa, tomar um banho e perceber que tudo não havia passado de um pesadelo. Mas Bianca me fez o favor de me mostrar que era real ao passar por mim e não falar. Tentei conversar com alguns colegas e todos me trataram super bem. Isso era bom, pois mostrava que eles ainda não sabiam do que tinha acontecido. Por fim, chegou o término de mais um expediente. Estava torcendo para que Gustavo não estivesse me esperando, mas, ao sair da empresa rapidamente, senti alguém tocando em meu braço e dizendo:

— Miguel, eu preciso conversar contigo. – Gritou

— Fala logo, Gustavo. Eu preciso ir para casa. – Falei um pouco cansado.

— Eu vou ser bem direto; eu sei de tudo, Miguel...


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Notas finais do capítulo

*VERIFIQUEM O AVISO INICIAL*



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