Três em um escrita por Mente suicida


Capítulo 10
Agora somos amigos


Notas iniciais do capítulo

Confiram!!! Capítulo longo, porém, muito bom. Primeira fase está acabando, mas não vou criar uma outra história. Vocês iram saber quando estivemos seguindo para uma nova fase.



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Aquelas palavras foram como um tiro. Meu coração ficou super acelerado, quase saindo pela boca. Pensei em como ele ficou sabendo que eu tinha ficado com Augusto. Caso fosse o mesmo que teria contado, eu precisava dar um fim nesse garoto, nessa história, ou até mesmo sumir. Mas respirei fundo e perguntei:

— O que você sabe, Gustavo?

— Sei da história do namorado de um tal de Augusto. Sei que ele veio te procurar. Eu estava na hora. – Disse Gustavo, com uma grande aflição perceptiva.

— Tá! Você pode me julgar da pior forma. Pode sair dizendo por ai que sou gay, que fiquei com esse menino e ainda por cima que sabia que ele namorava. Mas você não me conhece, completamente. Não sabe o que estou passando por causa dessa história. Sei que Bianca sabe dessa história e provavelmente pela sua boca, pois desde então, ela está me tratando super mal.

— Calma, Miguel. Eu não estou aqui pra te julgar. Eu estou aqui para te ajudar. Sei que você não é gay e Bianca também sabe disso. – Ele falou pondo os dedos na boca e tentando roer unhas que não tinha.

— Mas então por quê ela não falou comigo? Por quê não foram vocês dois que vieram me dizer? Seria melhor eu saber por um de vocês do que por Sophia – Falei um pouco inconformado – Uma menina que não tem tanta aproximação comigo, mas se colocou no meu lugar. Mesmo depois de dois dia.

— Eu sei, erramos. Mas eu tive dúvidas por aquela situação que você criou quando a gente se conheceu. Eu precisei contar para Bianca e conversar com ela antes, porque é a ela que devo minha amizade. – Ele falou exaltando um pouco a voz.

— Caralho, Gustavo. Eu sei que você é mais amigo dela, mas foi justo me deixar sendo visto como um "viado", servindo de graças para as pessoas? Foi cruel, cara. – Falei quase derramando lagrimas dos meus olhos.

— Desculpa, Miguel. Agora eu acredito em você. – Disse Gustavo

— E o pior, Gustavo. Bianca sabe que eu não sou gay, pois estou com ela. Mas ela preferiu virar as costas para mim.

— Não pensa nisso. Ela gosta muito de você. Ela só precisa de um tempo para digerir! Mas vem cá, o que deu na tua cabeça para se meter com esse tipo de gente? – Perguntou

— Ah, Gustavo. Desde que te conheci, pude perceber que não preciso me privar de conhecer pessoas de todos os estilos e gêneros. – Falei sentando em um meio fio da rua – E foi ele que conversou comigo e sem nenhuma segunda intenção. – Falei

— Ta bom, Miguel. Eu acredito em você. Agora vem cá e me dar um abraço...

"É isso mesmo que eu ouvi? Ele pediu um abraço para mim?" – Pensei...

Mas enfim, o puxei pela nuca e dei um forte abraço nele e, por trás, eu limpei as lagrimas que haviam caído em meu rosto. Eu fui surpreendido por atitudes e palavras maravilhosas. O melhor que veio de uma pessoa que eu menos esperava. Pelo menos, tudo aquilo tinha servido para alguma coisa. Porém, eu ainda estava errando em partes. O que todos achavam não tinha ocorrido no tempo em que imaginaram e sim, após toda a confusão. Eu realmente tinha feito a pior besteira da minha vida e o arrependimento mexia muito com minha cabeça.

Eu já estava em casa, ainda atordoado eu precisei em fumar maconha. Sentado na cadeira, em frente ao computador eu peguei o mato que estava dando da gaveta, o papel em seda, o isqueiro e comecei a preparar o cigarro. Logo acabei, então antes de acender, liguei o som em uma altura razoável, pois já se passavam das 22:00 horas. Ouvindo algumas músicas, não pude ouvir que o celular estava tocando. Quando mudei a música que durante esse intervalo ficou alguns segundos sem tocar, pude perceber que alguém estava a me ligar. O número era confidencial, ao atender, pude perceber que era Bianca mais uma vez, chorando.

— Oi Bianca, o que houve? – Perguntei

— Estou precisando conversar contigo – Falou ainda chorando.

— Você já está – Falei um pouco arrogante.

— Você me desculpa o que te fiz? – Ela estava se desculpando, mas não dizia pelo o que, foram tantas coisas.

— Pelo o que? – Perguntei

— Por eu ter virado a cara para você durante alguns dias. Por não falar com você, por duvidar de você e por não ter sido eu que te contou o que estava acontecendo. – Ela pediu desculpas por muitas coisas.

— Ta bem, Bianca. Já passou! – Falei.

Eu pensei em não desculpar Bianca e me fazer de vítima. Mas eu havia errado também, pior do que ela, ou eles, e querendo ou não, eles estavam sendo enganados da pior forma.

Os dias foram passando rapidamente, três dias para ser mais exato. Minha relação com Bianca e Gustavo estava indo tudo bem. O Augusto ainda não havia me ligado, ainda. Até que então recebi uma mensagem daquele garoto. Na mensagem estava escrito:

"Oi Miguel eu queria te pedir desculpa pelo o que te cauzei. Queria te dize que eu acabei meu namoro e to livre pra curti esse sentimento que to sentido por voce. Aquelle dia significou muito pra me e estou morrendo de saudade e querendo te ve dinovo."

Ele escrevia super errado e se tornava engraçado o tanto de erros ortográficos que ele usava. Mas ele era encantador e por esse motivo, na maioria das vezes conseguira me roubar um sorriso bobo. Eu tentei resistir e não responder a mensagem, ou até mesmo responder pedindo para ele não me procurar nunca mais. Mas uma vez eu me via com uma confusão imensa na cabeça. Sentei na cama e pensei por alguns segundos. Logo tomei minha decisão de não responder. Achei melhor ignorar e viver minha vida que estava começando a caminhar para uma coisa boa ao lado de uma garota que eu gostava e de um novo amigo.

Passaram algumas horas e no dia seguinte, eu já estava pronto para mais um dia de trabalho. Dei um beijo na minha mãe e ao colocar o pé fora de casa, fui surpreendido com um toque pegando em meu braço por trás.

— O que você está fazendo? Ta ficando maluco? – Perguntei com um pouco de fúria

— Eu vim com minha irmã na casa da tua vizinha. Elas se conhecem do tempo de escola. – Augusto se explicou.

— E como tu sabe que eu moro aqui e a hora que eu iria sair de casa? – Perguntei novamente olhando para os lados para ver se tinha alguém na rua.

— Eu sempre vou levar meu sobrinho naquela escola – Falou apontando – nesse mesmo horário e já te vi saindo daqui e indo para o ponto do ônibus várias vezes.

— Meu Deus, Augus... – Fui interrompido com uma pergunta.

— Por quê você não respondeu minha mensagem? Eu vi que visualizou – Ele perguntou.

— Me solta Augusto, alguém pode me ver falando comigo. Sai – Falei tirando a mão dele do meu braço e acelerando os passos sem olhar para trás.

Era uma Sexta feira. Sábado e domingo estaríamos de folga. Eu e o Gustavo já estávamos "amiguinhos". Então Bianca propôs uma saída entre nós, no sábado. Eu aceitei rapidamente, pois séria a primeira vez que iriamos nos ver longe daquela empresa. Gustavo questionou, pensou um pouco e impôs uma proposta:

— Eu só vou se o Daniel for comigo – Disse Gustavo.

— Tudo bem, sem problemas – Falei

— Ta certo, chama ele – Bianca também topou e completou – Vamos para onde e que horas? – perguntou

— A gente poderia ir à praia. Nos encontrar na praças às 15:00 horas. – Respondeu o Gustavo - Eu sempre tive vontade de conhecer essas praias perto daqui – completou

— Eu não sei ir sozinha – Bianca falou

— Então eu vou te buscar, Bianca. – Falei

No dia seguinte, tudo começou perfeitamente. Fui buscar Bianca em sua casa e logo encontramos Gustavo e Daniel. Era a primeira vez que eu estava andando de mãos dadas com Bianca. Primeira vez que estávamos saindo juntos com Gustavo e Daniel e foi onde tiramos nossa primeira foto juntos, que por sinal, ficou linda. Mas toda essa coisa boa tinha um limite. Gustavo decidiu ligar para uma certa pessoa e avisou que o mesmo estava chegando. Logo, eu não gostei e comentei com Bianca sobre a situação. Afinal, a saída seria apenas para nós três e Daniel que topamos de última hora. Cerca de 10 minutos depois, chegou um Homem alto, com barba e aparentava ter uns 30 anos. Vestia uma bermuda jeans clara e uma camisa branca. O mesmo fui em direção a Gustavo e lhe deu um selinho. Pude perceber que eles eram namorados ou algo do tipo. Mas ver aquela cena me causou uma sensação estranha...

Não sabia se era raiva ou ciúmes, mas estava sentindo alguma coisa. O suficiente para acabar com o dia, usando minhas grosserias...


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