Era só mais um dia normal de trabalho, até eu passar por Bianca e Gustavo e simplesmente ser ignorado. Parecia que os dois estavam me evitando. Fiquei sem entender absolutamente nada, mesmo assim cheguei a perguntar o que estava acontecendo, mas não tive resposta.

Naquele mesmo dia, a noite. Eu já estava em casa, onde recebo uma mensagem de Sophia:

— Oi Miguel

— Oi Sophia, tudo bem? – Perguntei, mesmo estando curioso para saber o motivo de tal conversa.

— Tudo bem, mas eu gostaria de te contar e perguntar algumas coisas...

— Pode falar Sophia! – Respondi

— Você conhece algum menino chamado Jackson?

— Não conheço! – Eu já estava ficando aflito.

— E outro menino chamado Augusto?

Meu coração quase sai pela boca quando li aquele nome. Fiquei muito nervoso e não sabia o que responder. Mas achei que não precisava mentir, então respondi:

— Sim, tenho um amigo com esse nome, porquê?

— Porquê o namorando desse tal Augusto, procurou por você a dois dias atrás na empresa. Ele disse que pegou conversas sua com o namorado dele e queria tirar satisfação com você em relação a isso. – Sophia respondeu.

Eu parecia que iria morrer, não sabia muito o que fazer. "Como esse menino me encontrou na empresa?" "Afinal, quem é o namorado de Augusto?" "O que vou responder?" "Quem mais sabe sobre isso?"... Todos essas perguntas atormentavam minha cabeça. Realmente eu não sabia o que dizer e demorei alguns minutos para responder Sophia. Provavelmente ela percebeu que fiquei abalado e falou novamente:

— Veja Miguel, eu não tenho nada a ver com tudo isso, só quis avisar a você, porque esse menino (Jackson), foi perguntar por você à algumas pessoas. Inclusive, Gustavo também estava na hora e ouviu. Para não ficar chato, decidi contar isso a você. Mesmo assim, não me interessa se você é gay ou não.

— Nossa Sophia, eu sou hétero, HETÉRO. Mesmo assim, muito obrigado por ter vindo me contar isso e não se preocupe, pois vou resolver essa situação do meu jeito.

Muita coisa veio a tona naquele instante, inclusive a forma com que Bianca e Gustavo me trataram mais cedo. Augusto também estava estranho, provavelmente ele sabia o que estava acontecendo. E o pior, toda conversa que eu tinha com Augusto era apenas uma brincadeira, pois nunca tinha ficado com ele ou com nenhuma outra pessoa do mesmo sexo. Mas perante toda essa confusão, eu resolvi tirar satisfação com a pessoa que causou tudo isso. Então troquei de roupas e resolvi ir na casa de Augusto. Eu sabia exatamente onde ele morava, pois o mesmo era amigo de uma ex ficante e em umas das nossas conversas, ele tinha citado que era vizinho dela.

Próximo ao local, liguei para Augusto e pedi para que o mesmo me esperasse em frente a sua casa. Eu estava com muita raiva, medo, duvidas e principalmente magoado, pois algumas pessoas já sabiam e preferiram me ignorar.

Ao chegar em frente a casa de Augusto, fui exaltando a voz e com o dedo, apontei em direção ao seu rosto. Eu estava fora de controle, mas pedi para ele explicar:

— Fala Augusto, fala. Por quê você deixou teu namorado fazer isso? Tu sabe que sou hétero, caralho. Eu nunca vou ficar contigo, pois eu gosto de mulher. Todo aqueles papos eram só brincadeiras.

— Desculpa Miguel, você sabe que eu nunca faria nada para te prejudicar. Eu simplesmente esqueci de apagar as conversas e sem querer ele pegou meu celular.

— E COMO ELE CONSEGUIU ME ENCONTRAR NA EMPRESA?

— Ele também trabalha lá.

— Meu Deus Augusto, você simplesmente acabou com minha vida. – Ao falar isso, consegui derramar algumas lagrimas dos meus olhos.

— Calma Miguel, por favor. Eu vou te ajudar, sabe por quê? Porque EU TE AMO, menino.

Aquelas palavras de Augusto me surpreenderam. Eu estava quase chorando, mas fui interrompido por um abraço daquele garoto. Após aquela reação, me afastei um pouco e ficamos com o rosto próximo um do outro, nos olhamos cerca de 10 segundos até acontecer o inesperado, nosso primeiro beijo.

Foi estranho. Eu não sabia que queria aqui, então preferi interromper. Balancei a cabeça dando a entender que não estava fazendo o certo. Porém, em meus pensamento disse foda-se e o beijo continuou.

Eu não sabia como pude me permitir a isso. Depois de tantos beijos, ele me puxou pela camisa e me puxou em direção a porta da sua casa. Confesso que tudo aquilo era novo, mas eu amava adrenalina e no momento era isso que eu estava sentindo. Com muito silêncio para não acordar seus aparentes, ele fechou a porta e me jogo em seu sofá. Subiu em cima de mim, tirou minha camisa e na tentava tirar minha bermuda, eu travei.

Meu corpo, assim como minha mente estava em conflito. Então o tirei de cima de mim, peguei a minha camisa que estava ao chão, abri a porta silenciosamente e sair pela rua, sozinho, durante a madrugada...