Eles não sabem sobre nós escrita por Fernanda


Capítulo 7
Capítulo 7




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A noite foi longa. Montserrat estava bastante confusa e magoada. Álvaro havia se excedido, tanto quando a acusou de vexame quanto quando a selou. No entanto, ela tinha gostado do beijo e não conseguia esquecer o momento em que finalmente sentiu os lábios dele.

No dia seguinte, Montserrat decidiu levantar tarde para não cruzar com Álvaro. Apesar de o beijo ter a afetado, ela ainda estava profundamente ressentida. Tinha decidido que também não iria almoçar, porém estava com muita fome. Resolveu descer, caso encontrasse com ele era só ignorá-lo. Respirou aliviada quando não o encontrou.

Á tarde Caleb ligou para ela, convidando-a para mais um encontro, que ela recusou por não querer mais problemas com Álvaro.

Montserrat estava entediada. Ela não conseguia ficar parada, precisava fazer alguma coisa ou se sentiria inútil. Decidiu que iria colocar suas habilidades de jardinagem em prática. Observou o jardim e concluiu que ele precisava de uma reforma. Estava abandonado, o mato cresceu em todo lugar e a pequena fonte estava coberta de musgo.

Resolveu começar limpando o mato. Ela tirou o mato e cortou a grama. Limpou a fonte e colocou na água pétalas e pedras. Plantou flores e plantas pequenas em alguns vasos que tinham lá. Ela sentou-se na beirada da fonte enquanto admirava seu trabalho. Estava tão absorta em seus pensamentos que não reparou na chegada de alguém.

— Finalmente achei alguém nessa casa. Para onde foram todos? – Perguntou Isobel com a voz rouca, cheia de esnobismo.

— Não sei. Estava ocupada limpando o jardim. – Montserrat disse sem olhar para a mulher em sua frente.

— Deve ser por isso que está tão imunda. – Isobel disse fazendo uma cara de repugnância.

— Nada que um banho não resolva minha querida. – Montserrat disse no mesmo tom. – Não vamos ficar aqui fora. Entre, por favor. – Ela continuou, dando espaço para que Isobel passasse.

Até o jeito que Isobel caminhava transparecia arrogância. Ela sentou-se na poltrona, enquanto Montserrat foi à cozinha colocar a chaleira no fogo.

— Obrigada por não contar nada para Álvaro. – Isobel disse assim que Montserrat chegou à sala.

— Não era da minha conta. – Ela disse fingindo não se importar.

— Mesmo assim, obrigada. – Insistiu a mulher. – Não somos amigas, Montserrat. Mas também não somos inimigas. Quero ter uma boa relação com você já que viveremos na mesma casa no próximo mês.

— Você tem razão, não somos amigas. Mas não se preocupe com nossa relação, antes do próximo mês já estarei longe daqui. – Respondeu a garota. – Vou ver se o chá já está pronto. – Levantou-se e foi até à cozinha.

Nesse meio tempo, Álvaro chega. Isobel se ajeita na cadeira, e com sua voz esnobe, ela diz:

— Oi querido.

— Boa noite minha querida. – Ele disse e a selou. – Vamos conversar no meu escritório, por favor. – Ele a chamou e seguiram para o escritório.

Montserrat, que ouvia tudo da cozinha, esperou eles saírem para poder subir para seu quarto. Ela tomou banho e vestiu um vestido azul claro. Penteou seu cabelo molhado para o lado e passou uma leve maquiagem para esconder as manchas ocasionadas pelo sol. Ela saiu de seu quarto e deu de cara com Álvaro.

— Não podemos viver bem debaixo do mesmo teto se você continuar com esse rancor, Montserrat. – Ele disse calmo.

— Vejo que não tenho outra opção. – Ela respondeu com a cabeça abaixada.

— Você mudou muito comigo. – Ele disse. Álvaro parecia mais compreensivo e parecia querer muito uma reconciliação.

— Lembre-se de ontem e entenderá o porquê. – Ela disse fria.

— Tudo bem, Montserrat. Continue com sua frigidez, só não conte comigo para participar dos seus joguinhos. – Ele disse irritado e em seguida saiu.

Os três jantaram em silêncio. A jovem estava constrangida e só se sentiu bem quando o casal saiu. Ela terminou de comer e foi ajudar Amélia na cozinha. Enquanto lavava os pratos, Amélia limpava a cozinha. Muito preocupada, Amélia disse:

— Menina, não aja assim com o patrão. Ele só estava preocupado com você. E também, Isobel o envenenou contra você.

— Você está me dizendo que foi Isobel que inventou aquilo tudo para Álvaro? – Montserrat perguntou surpresa.

— Sim, menina. Mas por favor, não comente nada. Só queria ajudar você e Álvaro. – Disse Amélia.

— Está bem Amélia. Obrigada por me dizer. – Ela disse sorrindo, mas em seguida esse sorriso desapareceu. – Mas mesmo assim, estou muito chateada com ele.

— Ele só queria te proteger, Montse. Eu vejo o grande carinho que ele sente por você.

— Vou falar com Álvaro. – Ela respirou fundo, cedendo ao pedido de Amélia. – Mas aquela cobra, vai ter o que merece.

Montserrat foi até o escritório de Álvaro. Ao se aproximar, escutou uma briga entre Álvaro e Isobel. Ele gritava enfurecido e ela gritava com a voz embargada por causa do choro. Antes que pudesse sair, Isobel abre a porta e encara Montserrat. Era possível ver em seus olhos o ódio que sentia.

— Você prometeu que não diria nada! – Isobel gritou enfurecida com Montserrat.

— Do que você está falando? – Perguntou Montserrat assustada.

— Você é falsa e mentirosa! Acha mesmo que Álvaro vai querer algo com você? Criança enxerida! – Isobel xingava Montserrat, que não aguentou e lhe estapeou o rosto.

— Falsa e mentirosa é você! – Montserrat gritou.

Isobel se encheu de raiva e partiu para bater em Montserrat, porém foi impedida por Álvaro que a segurou. Ele a levou para o escritório e ficou um bom tempo lá. No inicio houve alguns gritos, depois Isobel saiu como se nada tivesse acontecido e foi embora. Montserrat foi ver Álvaro. Ele estava em pé enquanto esmurrava a mesa.

— Isso não era da sua conta Montserrat! Você não tinha o direito! – Ele disse triste.

— Mas o que eu fiz Álvaro? – Ela perguntou confusa.

— Veja! – Ela disse e mostrou um e-mail que Montserrat mandou contendo a ficha médica de Isobel relatando o aborto. – Você mandou isso para mim.

— Não, Álvaro. Não fui eu quem mandou esse e-mail para você. – Ela defendeu-se assustada.

— Montserrat, não adianta mais mentir! Foi o seu contato que me mandou essa porcaria! – Ele disse alterando a voz.

— Não vou continuar com isso, Álvaro. Você nunca irá acreditar em mim mesmo. – Ela disse triste e se retirou.

Montserrat subiu as escadas apressada. Quando chegou a seu quarto, ela arrumava suas malas enquanto ligava para Katherine. Poucos minutos depois, Katherine aparece na casa de Álvaro para buscar sua amiga.

— Vamos, Montse. Você vai ficar lá em casa. – Katherine disse pegando as malas da amiga.

— Obrigada, Kate. – Ela disse chorando.

As duas desceram as escadas e encontraram Amélia na sala chorando. Ela correu para abraçar Montserrat e disse triste:

— Tem certeza disso menina?

— Preciso ir Amélia. Não posso mais ficar aqui. – Ela respondeu cabisbaixa.

— Se cuida minha princesa. – Despediu-se Amélia, beijando a testa da garota.

— Você também. – Disse e saiu.


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