Eles não sabem sobre nós escrita por Fernanda


Capítulo 4
Capítulo 4




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Capítulo 4

Após uma semana, finalmente chegou o dia do aniversário de Montserrat. Eufórica, ela e as garotas trabalharam duro na produção da festa. Prometia-se que seria inesquecível.

— Keena, já ajustou o som? – Perguntou Katherine enquanto decorava a mesa.

— Tudo pronto! – Respondeu Keena entusiasmada.

— Tudo pronto aqui também! – Gritou Débora após ajustar as luzes.

As garotas afastaram-se do local para observá-lo melhor. Estava perfeito. Tudo estava decorado nas cores prata, branco, roxo e preto. Havia um lugar reservado para um delicioso jantar e outro para uma balada. As mesas bem decoradas com toalhas pratas e roxas, pratos brancos, talheres e taças das melhores marcas. Havia também, uma linda mesa no centro enfeitada com um belíssimo bolo de cinco andares branco finalizado com máscaras, vários doces e salgados. Álvaro queria tudo perfeito, então não poupou dinheiro.

— Pronto! Agora vamos arrumar você. – Disse Débora à Montserrat. Débora era a conselheira de moda do grupo, então escolheu as roupas de todas.

Eram sete e meia da noite, todos os convidados já haviam chegado e aguardavam ansiosamente a aniversariante. Ao lado das garotas, Montserrat descia as escadas com um vestido deslumbrante enquanto todos as admiravam. Para Montserrat, Débora escolheu um vestido prata decotado e justo até os quadris, que valorizava seu corpo. Ao descer, algumas pessoas vieram cumprimentá-la. Havia uma em especial, Cecília.

Cecília era a líder das meninas, pois foi através dela que todas se tornaram amigas. Cecília era cruel, egoísta e orgulhosa. Gostava de criar conflitos entre as garotas, mas apesar de tudo era querida por as mesmas. Porém, após o acontecido com Caroline, uma garota nerd que as idolatrava, elas se separaram.

— Veja, Cecília! – Sussurrou Keena assustada.

— O que ela faz aqui? – Questionou Débora com raiva.

— Eu não a convidei. – Disse Montserrat enquanto via Cecília se aproximar.

—Parabéns pelos dezoito anos, Montserrat. – Ela disse e deu um sorriso amarelo.

— Obrigada, Cecília. – Ela respondeu séria e saiu seguida por suas amigas, deixando Cecília sozinha.

— Estou desconfortável com a presença de Cecília aqui. – Disse Katherine com tom de medo. – O que será que ela está tramando?

— É o que está me incomodando agora. – Disse Montserrat.

— Gente, não vamos a deixar estragar mais a nossa vida. Ela quer que sintamo-nos assim, não vamos dar esse gostinho a ela. Vamos curtir! – Débora disse animando as garotas.

— Mas vamos ficar de olho nela. – Disse Keena.

O jantar havia terminado, era hora da balada. Montserrat, Keena, Katherine e Débora dançavam animadamente, estavam se divertindo muito. Até que chegou o momento da música lenta.

— Será que a aniversariante me concederia uma dança? – Disse Álvaro estendendo a mão para Montserrat.

— Claro. – Ela respondeu sorrindo.

Com uma mão ele segurou a mão dela e a outra ele repousou em sua cintura. Eles dançavam enquanto todos lhes observavam.

— Está gostando da festa? – Ele sussurrou em seu ouvido.

— Sim, está maravilhosa! Obrigada Álvaro. – Ela disse e sorriu.

— Que bom. – Álvaro disse e a girou. – Seu pai iria gostar de ver esse seu sorriso lindo. – Ele continuou sorrindo.

— Se estou tão feliz assim é por sua causa, Álvaro. – Ela disse e fechou os olhos.

— Também estou feliz.

Eles dançaram até a música acabar. Quando se afastaram, uma figura elegante e loira apareceu.

— Álvaro, como sempre um bom dançarino. – A moça loira deu um sorriso extravagante.

— Isobel! – Ele disse surpreso e em seguida sorriu. – Essa aqui é a Montserrat.

— A aniversariante. Meus parabéns querida! – Isobel disse abraçando Montserrat que sentiu sua falsidade.

— Quer uma bebida, querida? – Álvaro perguntou a Isobel.

— Quero sim, obrigada querido. – Ela respondeu dando aquele seu sorriso extravagante novamente.

— E você, Montse? – Ele perguntou olhando para ela.

— Não, obrigada. Com licença, vou ver minhas amigas. – Montserrat saiu apressada, não aguentava mais ouvir a voz de Isobel.

— Toda, flor. – disse Isobel.

Montserrat caminhava, estava triste e muito irritada. Não queria pensar que Álvaro teria algum caso com Isobel. Perdida em seus pensamentos, ela esbarra em alguém.

— Nossa, quanta grosseria! – Disse Caleb rindo fazendo-se de ofendido.

— Desculpe-me, Caleb. Estava distraída. – Ela disse e Caleb percebeu a tristeza em sua voz.

— Vamos dançar, a aniversariante não pode ficar triste agora. – Ele a puxou para a pista de dança.

Eles dançaram por alguns minutos até Katherine e Débora aparecerem.

— Se meu irmão não fosse tão bobão, eu diria que vocês formam um lindo casal. – Débora brincou rindo.

— Obrigada, minha queria irmã. – Caleb disse irônico.

— Onde está Keena? – Perguntou Montserrat.

— Foi pegar mais bebida. – Respondeu Katherine.

— Vou buscar para nós também. – Disse Caleb e saiu.

De repente, a música mudou de calma para um rock pesado assustando a todos. As fotos de Montserrat expostas em um painel foram trocadas pela seguinte frase: “Feliz aniversário, vadia! Comemore muito hoje, talvez ano que vem você comemore em baixo da terra. Xoxo!” No instante seguinte, os celulares das garotas alerta uma nova mensagem:

“Se ainda quiserem ver a doce Keena entrem no carro agora e sigam o GPS!!!  Xoxo M.D.”

As garotas se entreolharam nervosas sem saber o que fazer. Outra mensagem chegou:

“Tragam pás também, queridas. Andem logo, talvez ela ainda esteja respirando !!!”

Desesperadas elas correram para a garagem, Ao chegarem encontraram duas pás no porta-malas do carro de Débora. Katherine dirigia enquanto Débora ajustava o GPS. Elas iam em silêncio, com o coração acelerado, preocupadas com a amiga, até que Montserrat desesperada disse:

— Meu Deus, se algo acontecer a Keena...

— Isso deve ser coisa da Cecília! – Katherine disse irritada.

— Chegamos! – Disse Débora e tirou o cinto.

As garotas desceram do carro e analisaram o local, até que outra mensagem chega:

“Peguem a pá e sigam ao norte. Depressa, a terra já deve estar entrando nos pulmões da pobre Keena!”

Katherine e Montserrat pegaram as pás e junto a Débora seguiram por um caminho apertado para o norte.

— Eu a odeio! Vaca! Quando eu encontrar Cecília, irei deixá-la sem um fio de cabelo na cabeça! – Gritou Katherine irritada.

— Será mesmo que é Cecília? Ela também recebia as mensagens, lembram? – Disse Débora enquanto olhava o GPS.

— Não me importa quem seja M.D. agora, estou preocupada com Keena! – Montserrat disse triste.

Após caminharem muito, avistaram uma cruz sobre uma pequena montanha de terra.

— É aqui meninas! Comecem a cavar! – Débora disse desesperada enquanto se ajoelhava e cavava com as mãos.

Elas cavavam rápido na esperança de encontrar a amiga enquanto choravam de desespero. Já estavam exaustas e sujas de terra quando avistaram um caixão. Katherine pulou dentro do buraco e abriu o caixão, porém lá só havia uma boneca parecida com Keena. Ela puxou uma cordinha que tinha atrás da boneca, que repetia:

Keena não está aqui, vadias!

Desesperadas elas começaram a chorar. De repente começaram a ouvir gritos.

— É a Keena! – Disse Montserrat.

— Está vindo dali. – Disse Katherine apontando para um lugar.

Katherine, Montserrat e Débora corriam entre a mata seguindo os gritos até encontrarem um celeiro. Elas entraram e os gritos pararam.

— Keena? – Nervosas, as garotas chamavam pela amiga.

— Vamos procurá-la! – Disse Débora.

Elas vasculharam todo o local, mas não encontraram nada.

—Nenhum sinal da Keena.- Disse Katherine angustiada.

— Esperem, eu já estive aqui antes. Eu brincava nesse celeiro com o Caleb quando éramos crianças. – Disse Débora nostálgica analisando o lugar.

— Tá, mas como isso vai nos ajudar a encontrar Keena? – Katherine perguntou impaciente.

— Há um lugar que nós ainda não procuramos. – Disse Débora rolando um tapete para o lado, revelando uma porta para um porão. – Eu sempre me escondia aqui e o Caleb nunca me achava. Talvez Keena esteja aqui. – Supôs Débora enquanto descia seguida por Montserrat e Katherine. As garotas procuravam pela amiga iluminando o local com a lanterna do celular.

— Ah, meu Deus! – Montserrat disse chocada ao encontrar Keena amarrada e desacordada.

— Vamos me ajudem! – Disse Katherine enquanto tentava desamarrar as cordas que prendiam Keena.

Após a desamarrarem, tremendo de medo elas tiraram Keena ainda desacordada do porão.

— Vamos levá-la para o hospital, não sabemos o que M.D. fez com ela.- Disse Katherine e as garotas concordaram, mas para a surpresa delas Keena acordou.

— É uma cilada! – Keena disse ainda retomando a consciência.


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Notas finais do capítulo

Das minhas próprias dores, o Senhor me oferecia um sorriso.



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