Eles não sabem sobre nós escrita por Fernanda
Passado o fim de semana, chegou a segunda. Era o dia em que Caleb e Débora chegariam à Meads. Seu pai o senhor Fitzgerald, estava viajando, então pediu ao seu amigo Álvaro que os buscasse. Montserrat e Amélia ficaram em casa para fazer os preparativos para chegada dos novos hóspedes. A moça estava animada para a chegada de sua grande amiga. As duas compartilharam o dormitório com mais outras duas garotas em Chicago. As quatro tornaram-se grandes amigas e guardam um terrível segredo, e por isso são ameaçadas por M.
Ás onze e meia, Montserrat ouviu o carro de Álvaro chegar. Correu imediatamente para o hall, avistando Álvaro carregando duas malas, seguido por Caleb com uma bolsa e Débora. Ao longe, Débora reconheceu a amiga e foi ao seu encontro, abraçando-a quando se encontraram.
—Montse!
—Debinha!
—Sua vaca! Esperei você me mandar mensagem, mas as únicas que recebi foram da operadora tentando me roubar. – As moças riram do comentário feito por Débora.
— Não tive tempo vaca. Mas tenho novidades. – Montserrat disse com malícia.
— Precisamos urgentemente colocar as novidades em dias.
Os convidados foram acomodados e depois seguiram para o almoço. De uma forma bem humorada, Débora e Caleb contavam os detalhes da viagem. Caleb, o irmão gêmeo de Débora, era apaixonado por Montserrat, por isso estava sempre a olhando e conversando com ela. Álvaro notou as investidas do rapaz resolveu disputar a atenção de Montserrat.
—Então Montse e Debóra, soube do acidente que ocasionou a morte de uma garota que estudava no mesmo colégio que vocês. Como ocorreu?- As garotas se entreolharam nervosas.
— Ela caiu da sacada. Foi um acidente.
—Isso me parece confuso. – Disse Caleb. – Como alguém cairia da sacada assim? Ou ela se suicidou ou foi assassinada.
—Quanta asneira, Caleb.- Retrucou Álvaro. – A perícia revelou que foi um acidente. – O clima ficou tenso, então Débora resolveu mudar o assunto.
— Gostaria de ir à cidade, Álvaro. Preciso comprar algumas coisas.
—Não vai desfazer as malas? – Perguntou Álvaro.
— Arrumo tudo quando chegar.
— Tudo bem então. Acho que Montserrat também precisa comprar algumas coisas. – Concordou ele.
Á tarde, partiram para a cidade. Ian e Álvaro foram resolver alguns problemas na empresa enquanto o restante fazia compras. As garotas entraram em uma loja feminina e escolheram algumas roupas para provar. Já no provador, com temor Montserrat pergunta:
— Você recebeu mensagens de M esses dias?
— Não. Você recebeu? – Perguntou Débora temerosa.
—Sim. Eram sobre mim e Álvaro.
— Aconteceu algo entre vocês? – Perguntou Débora com malícia na voz.
—Não. Mas eu senti algo diferente. – Disse Montserrat sorrindo.
— Fiquei com tanto medo hoje quando ele falou do acidente com Caroline.
—Não aguento mais mentir, esconder segredos, M me atormentando. Cansei de tudo isso! – Montserrat disse com raiva.
—Bom, mas agora estou aqui. Estamos juntas. Não vamos nos preocupar com M. Nós temos muito que fazer, precisamos conquistar Álvaro para você. Prova este aqui. – Disse Débora oferecendo um vestido preto a Montserrat. A determinação de Débora a animou.
Após as compras, retornaram para casa. Amélia tinha preparado um delicioso jantar. Todos sentaram-se a mesa e conversavam animadamente.
— Não aguentava mais entrar e sair de lojas. – Caleb contava rindo.
— Meu irmão é muito sedentário e mentiroso, nem foram tantas lojas, só umas vinte. – Riram todos com a fala de Débora.
— Mulheres em shopping são piores que criança em parque de diversões. – Álvaro comentou rindo.
Ele lembrou-se de quando levou Montserrat em um parque de diversões pela primeira vez. Ela estava tão animada, queria brincar em todos. Após a diversão, Álvaro foi comprar um lanche para eles, entretanto quando chamou pela menina ela não respondeu, Montserrat havia sumido. Após tanto procurá-la, encontrou-a em uma barraca observando os jogadores de dardo, sentiu-se aliviado.
Depois do jantar, as garotas foram para o quarto colocar o papo “em dia” enquanto desfaziam as malas de Débora.
— Keena vem morar com sua mãe aqui em Meads. – Disse Débora.
— Sério? – Disse Montserrat surpresa. - Que bom que elas fizeram as pazes.
— Sabe algo de Katherine?
— Sim, está em Meads há uma semana, porém ainda não veio me ver. – Disse Montserrat chateada.
— Sabe como Katherine é ocupada. – Disse Débora tentando consolá-la.
As garotas não sabiam, mas alguém as observava.
— E quanto a Álvaro? – Perguntou Débora curiosa.
— Continuo sendo a irmã mais nova dele. – Ela disse triste.
—Mas isso irá mudar, é só uma questão de tempo até que ele perceba que você cresceu.
— Não sei mais o que é necessário fazer para que isso ocorra logo. – Montserrat disse desanimada.
—Bom, agora mesmo você deveria ir ao escritório falar com ele. – Sugeriu Débora maliciosa.
— Mas o que eu irei falar?
— Não sei, você é quem é melhor com as palavras. Arranje um assunto, mas que seja decente.
— Não dá, Débora! – Ela disse nervosa.
— Se continuar desse jeito ele nunca vai mudar de opinião quanto a você.
— Mas... – Quando ela ia falar, Débora a interrompeu:
— Sem “mas” Montserrat. Vá logo antes que fique tarde. – Ela disse levando a amiga até a porta. – Vá e arrase gata selvagem! – As duas riram do incentivo de Débora.
Nervosa, Montserrat desceu os degraus da escada pensando sobre o que falaria com Álvaro. Tinha medo de parecer uma boba na frente dele e piorar as coisas. Enquanto isso, os homens tratavam dos negócios, até que Ian toca em um assunto delicado:
— Álvaro, corrija-me caso eu esteja errado, mas não deixei de notar sua atenção especial para com Montserrat.
— Atenção especial? – Ele perguntou desentendido.
— Nós dois somos homens e melhores amigos, conheço-te muito bem. Você tem olhado para Montserrat como mulher, e espero que esteja ciente dos problemas que isso pode causar. – Ian o alertou.
— Está enganado, Ian. Jamais veria Montserrat com outros olhos. Sinto apenas um carinho especial por ela. – Defendeu-se ele.
— Espero que seja verdade, amigo.
— Acredite em mim, Ian. Não pude deixar de notar que ela está muito bonita, mas não significa que eu esteja apaixonado por ela. – Disse Álvaro ofendido.
— Tudo bem. Não leve a mal, meu amigo, só quero garantir o bem estar de todos. – Desculpou-se Ian. – Estou cansado, vou dormir. Boa noite. – Ele levantou-se e foi para seu quarto deixando Álvaro sozinho.
Álvaro refletiu nas palavras de Ian. Teria que mudar seu comportamento com Montserrat. Duas batidas na porta o tira de seus pensamentos.
— Pode entrar.
— Álvaro, boa noite. – Montserrat disse com a voz suave.
— Boa noite. Não está um pouco tarde Montserrat? – Ele disse ríspido.
— Desculpe Álvaro, não queria incomodá-lo. Só gostaria de agradecer pela hospitalidade e saber se há algo que eu possa fazer, fico entediada sem fazer nada o dia inteiro.
— Não sei, fale com Amélia ou arranje outra coisa para fazer. Era só isso?
— Só. – Ela disse chateada e saiu.
Não entendia porque ele agiu de forma tão fria com ela. Pensou no que poderia ter feito que o chateasse, porém não encontrou respostas. Enquanto subia as escadas, a campainha toca, e ela volta para atender. Ao abrir a porta duas caixas médias estavam endereçadas a ela e a Débora. Pegou as caixas, fechou aporta e subiu as escadas.
— E então, como foi? – Perguntou Débora.
— Horrível. Mas veja, estas caixas chegaram para nós. – Montserrat disse com medo.
— Será que é de M.D? – Débora perguntou com medo.
— Vamos descobrir.
As garotas abriram as caixas e dentro havia bonecas iguais a elas, com uma mensagem centralizada na barriga: “Pressione”. Elas se entreolharam e depois apertaram onde se pedia.
— E quanto a Álvaro? - Disse a boneca de Débora.
— Continuo sendo a irmã mais nova dele. - Disse a boneca nas mãos de Montserrat.
— Não se enganem vadias, eu ainda estou aqui! – Continuaram as bonecas assustando as moças.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Somente Deus pode satisfazer os desejos mais profundos da alma.