Eles não sabem sobre nós escrita por Fernanda


Capítulo 2
Capítulo 2




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Após uma noite nada tranquila de sono, Montserrat é despertada por Amélia, que abriu as cortinas que cobriam a janela de seu quarto deixando a luz do sol entrar.

—Por que tão cedo?- Perguntou Montserrat sonolenta.

—Bom dia Montse. Álvaro pediu que eu te acordasse. É melhor vestir uma calça e colocar uma bota!- Disse Amélia e em seguida saiu do quarto.

Montserrat questionava-se por que Álvaro queria vê-la tão cedo e por que teria que vestir calça e botas. Cuidou em arrumar-se, pois Álvaro não era tão paciente. Prendeu seu longo cabelo castanho, em seguida, vestiu a blusa que ganhou no natal passado de Álvaro e uma calça preta, e por fim calçou sua bota também de cor preta. Desceu rapidamente as escadas, encontrando Álvaro na sala de jantar tomando café e lendo um jornal.

—Da próxima, irei pedir que te acorde mais cedo. - Álvaro brincou.

—Não demorei tanto assim, Álvaro. Você que é impaciente. – Montserrat disse rindo e sentando-se a mesa.

Após tomarem café juntos, Álvaro pergunta:

—Ainda gosta de cavalos?

—Nós vamos montar hoje? – Perguntou a moça animada.

—Se você quiser. – Sugeriu Álvaro.

—Fico com a Petúnia. – Disse Montserrat e saiu animada.

Álvaro riu da atitude da garota. Ela agora demonstrava que aquela criança de sete anos atrás ainda vivia. Álvaro apressou-se para alcançar Montserrat que já estava longe. Ao chegar, ajudou a moça a montar. Sentir as mãos de Álvaro em seu corpo fez o coração de Montserrat acelerar. Ela estava ficando cada vez mais apaixonada por aquele homem. “Ele está tão bonito”, pensou Montserrat.

 Realmente, Álvaro era um homem bonito e charmoso. Seus cabelos eram pretos e lisos, sua pele era branca, seus olhos eram um castanho quase da cor do mel, tinha uma barba rala perfeita e seu corpo era bem cuidado. Seu jeito protetor, carinhoso, educado e misterioso o deixava mais charmoso. Sua voz era um pouco rouca e firme. Todas as mulheres desejavam Álvaro, mas ele não parecia querer nenhuma delas.

Os dois percorreram toda a fazenda, enquanto Álvaro lhe mostrava como o lugar havia mudado. Montserrat gostou mais do bangalô que havia sido construído. Pensou ter encontrado um lugar para poder se refugiar e ficar em paz. Passado alguns momentos em silêncio observando a paisagem, com receio Álvaro resolve falar:

—Ainda sente muita saudade, Montse?

— Sim. - Ela disse e Álvaro percebeu seu tom de tristeza.

—Sabe, sinto muita falta do Peter. Ele era o meu melhor amigo. - Disse Álvaro parando em baixo de uma árvore

— Obrigada por tudo o que fez por mim, Álvaro. Não era sua obrigação cuidar de mim e você mesmo assim o fez.  Muito obrigada! – Agradeceu Montserrat.

—Montse, você conseguiu conquistar o meu respeito, minha admiração e carinho. Sinto-me responsável por você.

— Você também conquistou tudo isso em mim, Álvaro.

Eles passaram alguns segundos em silêncio apenas trocando olhares, até que Álvaro pergunta:

— Está com fome?

— Muita fome! – Riu a moça.

— Então vamos?

Cavalgaram de volta até à casa grande onde almoçaram em silêncio. Depois Álvaro foi trabalhar em seu escritório. Montserrat subiu para o seu quarto e tomou um banho. Assim que saiu da ducha, seu celular vibra com uma mensagem.

“Coitadinha dela! Papai e mamãe morreram, e agora ela vive de favor na casa de um amigo. Acredite querida, a única coisa que ele sente por você é pena. Xoxo M”.

Montserrat não aguentava mais receber essas mensagens de M. Ela não conseguia entender como alguém sabia tudo sobre ela, até o que estava pensando. Parecia algo sobrenatural. Mas a parte mais confusa era o porquê disto. Nunca havia feito mal a alguém, pelo contrário, sempre foi uma boa garota. Cansada de sentir mal por conta das mensagens de M, a moça decidiu não pensar mais nisso e resolveu ler um livro.

À noite, o tempo ficou frio em Meads. Montserrat se agasalhou e desceu para o jantar. À mesa encontrava-se Álvaro e Ian conversando sobre o trabalho. Quando a moça chegou, Álvaro parou a conversa com Ian e passou a observá-la, ela estava linda.

—Montserrat! – Álvaro disse sorrindo. – Sente-se conosco.

—Boa noite!

—Boa noite menina Montse. – Cumprimentou-a Ian.

Durante todo o jantar Álvaro não desviou os olhos da moça. Ele tentou, mas estava admirado com tanta beleza. Com medo de sentir algo a mais pela menina, ele preferiu pensar em outra coisa iniciando uma conversa de negócios com Ian.

Montserrat terminou o seu jantar e foi para sala. Dentro de uma estante de vidro havia algumas fotos suas quando crianças, de seus pais, de Álvaro e até de Toby. Ela observou duas com mais atenção: a foto de seus pais com ela e Álvaro, e outra em que estavam apenas ela e Álvaro. Lembrou-se do dia em que foi tirada a foto. Era seu aniversário de sete anos, Álvaro havia comprado para ela uma linda boneca, ficou tão feliz com o presente e abraçou Álvaro em sinal de gratidão.

—Gosto tanto dessa foto. Seu sorriso estava tão bonito nesse dia. – Álvaro disse enquanto também analisava as fotos.

—Eu fiquei tão feliz com a boneca.

—Percebi pelo abraço apertado que me deu. – Riram juntos. – Tenho um álbum com fotos nossas, quer ver?

— Adoraria.

Álvaro buscou o álbum no escritório e os dois sentaram-se no sofá. No álbum tinha fotos de Montserrat desde bebê até os seus 11 anos. Riram tanto das fotos. Entretanto, chegando a uma página, o semblante da moça entristeceu. Montserrat não demonstrava, mas sentia muita saudade de seus pais. Tentou em vão segurar as lágrimas para não parecer uma garotinha frágil e indefesa para Álvaro, mas sem perceber elas escorreram por seu rosto.

— Desculpe Montse, achei que já havia superado. – Em seguida ele a envolveu em um abraço forte. Ela encostou a cabeça em seu ombro e ele passou a acariciar seus cabelos escuros. Após alguns minutos, esse momento de carinho foi interrompido por Amélia.

—Álvaro? – procurou a mulher. – Oh, está ai. Trouxe o que pediu. – Amélia colocou a bandeja com duas xícaras contendo chocolate quente em uma mesa no centro da sala.

— Obrigado Amélia. – Agradeceu Álvaro e Amélia retirou-se.

— Adoro chocolate quente em um tempo frio.

— É realmente muito bom, mas há outras coisas melhores para esquentar. – Álvaro soltou as palavras, mas quando se deu conta do que disse preferiu retirar-se dali. – Desculpe Montse, preciso ir agora. – Ele levantou-se e foi para o escritório. Montserrat não entendeu aquela situação, pensou ter feito algo de errado.

Após terminar de tomar o chocolate, a moça subiu para o quarto e descansou.  Álvaro não parava de pensar em Montserrat. Queria não pensar, mas ela invadia sua mente de um jeito envolvente o fazendo querer mais. Riu de si mesmo quando pensou estar apaixonado pela moça, pois ela era como sua irmã. Entretanto, a sua beleza e a sua doçura o encantavam. Ele pensou ter agido errado quando a deixou sozinha na sala, pensou em desculpar-se. Então, ele subiu para o quarto dela. Ao chegar, deparou-se com um anjo dormindo. Ele acendeu o abajur e acariciou o rosto dela. Ela estava tão linda dormindo, ele não quis despertá-la, então apenas beijou seu rosto e disse:

—Boa noite meu anjo.


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Notas finais do capítulo

Deus sente a dor dos inocentes. Ele chora quando choramos, sente alegria quando nos alegramos, e Se sente amado quando nos sentimos amados.



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