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— Alô! ? Dizia Ivana sonolenta assim que encontrou o celular.
— Falo com a psicóloga Ivana Dorantes?
— Sim, é ela. Com quem falo? Ivana sentou- se na cama , quem lhe ligaria àquelas horas quase meia noite.?
— Nos esbarramos há poucas horas naquele barzinho e você não recorda minha voz?! Dizia Alonso em um tom malicioso e pedindo mentalmente para que ela não desligasse na sua cara, afinal ja era tarde e poderia ter sido muito atrevimento da parte dele ligar àquela hora, mas não se importou sentia uma força maior que o forçava a fazer tal coisa.
— Você?! Ivana arregalou os olhos e agradeceu aos céus por não está frente a ele a não perceber o quão nervosa ficou, mas voltou a sí e tentando parecer irritada lhe disse. - Como conseguiu meu número senhor Alonso? Que eu me lembre não lhe havia dado e tampouco disse minha profissão.
— Calma senhorita, e desde já lhe peço desculpas por está lhe ligando a essas horas, mas eu tive que ligar... É., quero dizer queria ter a certeza de que era a mesma senhorita a qual esbarrei.. Mentiu, queria muito ligar, precisava mas não para ter certeza de que era ela, ele sabia que era a mesma, só queria ouvir sua voz que era um tanto sedutora e que lhe atraía...
— Como assim ter certeza não lhe entendo senhor Alonso! Ivana não conseguia controlar o nervosismo.
— Primeiro não me chame de Senhor, somente de Alonso por favor.
— S-sim, claro, como quiser Senh.. Digo Alonso.. Estava nevosa "controle-se Ivana". Alonso percebeu o nervosismo dela podia sentir em seu tom de voz, e isso o deixava mais interessado em continuar aquela ligação, se divertia ao pensar o quão corada devia está, um sorriso lhe escapou dos lábios e enfim disse..
— Bom, você deixou cair um cartão com suas informações quando esbarrou em mim.
— Quê? Eu não esbarrei em você, você que esbarrou em mim. E ja confirmou que sou eu mesmo então se me permite vou ter que desligar, preciso dormir. Nervosa, sim ela estava nervosa e Alonso se deliciava, ela estava de alguma forma mexendo com ele há apenas algumas horas, nem se conheciam direito e sentia que tinha que conhecê-la, era comprometido mas essa vontade de vê-la outra vez o estava consumindo.
— Por favor, não desligue agora, antes que tal marcarmos de beber algo, comer, para nos conhecer um pouco?, não me leve a mal Ivana mas sinto que podemos ser bons amigos..
Ivana não sabia o que dizer, ele a estaria a convidando para sair? Espera, ser bons amigos? Mas ele mexia com ela, sentia isso, e porque queria ser só amigos? "Quê Ivana? Ficou louca,? até ontem repugnava os homens, os igualava todos como uns cafajestes, e porque com Alonso ta sendo diferente.... Amigo,claro ele deve ser um homem sério e o melhor caminho era uma boa amizade..." Pensava Ivana até que Alonso a trouxe de volta.
— Alô,? Estás aí?
— S-sim, aqui estou..
— E então? Vamos tomar um sorvete depois do seu expediente?
—Está bem!
— Ótimo, passo na clínica onde trabalha para buscar-te..
— Não! Disse ligeiramente.. Digo, a gente se encontra na sorveteria próximo ao parque central, podemos tomar lá o sorvete, sabe onde é?..
— Claro, então está bem, está combinado. Agora vou deixá-la dormir. Boa noite Ivana. Disse ele carinhosamente.
— Boa noite! Ivana desligou o celular, e deixou seus ombros caírem, não tinha certeza que o que fizera fora certo, mas independente do que possa acontecer ela ia tentar, como assim houvera prometido à sua mãe Isabel...
.....
Já era manhã de quinta-feira em todo o México, Alonso acordou feliz. Banhou-se, vestiu-se, pegou seus pertences e então desceu Para o café da manhã ..
— Bom dia minha mãe! A saudou rodopiando-a ,Henriqueta percebendo o quão feliz estava seu menino disse..
— Mas que alegria é essa filho? Por acaso Valentina resolveu mostrar vocês para o mundo?
— Valentina!! Meus Deus não a liguei como havia prometido.. E rapidamente mudando sua expressão de alegre para preocupado, discava o número de Valentina ligeiramente.Henriqueta vendo que o filho mudara de repente percebeu que sua alegria de agora a pouco não era devido a sua valentina, mas sobre outra coisa e que sentia que era mulher, conhecia o filho muito bem e poderia adivinhar cada pensamento seu. Se de fato fosse outra mulher, ainda assim apoiaria o filho mas, o pediria que terminasse com Valentina antes de se envolver com qualquer outra, pois o que ela não poderia aceitar é essa falta de caráter em um homem e muito menos em seu filho, mas saberia que ele faria o certo, desde que há pouco tenha descoberto sobre seu relacionamento com Valentina, nunca vira seu filho com esse sorriso de lado a lado, logo que Vale sempre os escondeu,viviam algo às escondidas e por diversas vezes não pode deixar de pensar de que poderia ser casada, mas então conheceu-a e se deu conta que ela não era esse tipo de mulher, mas ainda queria descobrir o porquê de se esconder assim, sabia que havia algo e que não era timidez.Henriqueta percebia que o filho não estava tão feliz ao seu lado mesmo que este insistia em dizer que estava...
— Perdão meu amor, eu.. eu estava muito cansado e acabei apagando. Mentiu e se sentiu mal por isso..
— Tudo bem amor, imaginei que estivesse cansado.. Disse triste, Alonso parecia distante, será que havia se cansado de brincar de esconde-esconde? Ele era um cirurgião sério, e um relacionamento assim o fazia sentir adolescente, e não queria que ele se sentisse assim ao lado dela, queria o fazer feliz assim como ele a fazia, ele sempre a compreendia..Resolveu dar um basta nisso, decidida, lhe faria um jantar com alguns amigos dele e seus incluindo Ivana, era hora de parar com esse medo de que Alonso a abandonaria por sua melhor e linda amiga, ele a amava, sentia e talvez sim o perderia se continuassem se econdendo e não por apresentá-lo Ivana, sim estava decidida..
— Amor, farei um jantar em meu apartamento na próxima semana com alguns amigos nossos e assim podemos anunciar para o mundo nosso namoro... Não havia sentido em se esconder de Ivana,ela era como uma irmã e mesmo assim ela ja a havia lhe contado, tinha medo mas sabia que nenhum dos dois a trairia, muito menos Ivana ela não dava atenção aos homens, não usava sua beleza para seduzi-los o que acontecia com seus namorados era culpa deles e não dela, ela nem sequer percebia nada.. Lembrava-se de que Ivana ja chorou em seu ombro pelos os homens não lhe querer como ela queria,com amor, Valentina sabia que a amiga era uma pessoa estupenda, não poderia sentir inveja dela, ela nunca lhe deu motivos para isso, se convenceu que os namorados que escolhera que era uns cafajestes que queriam um mulherão pra se divertirem,e deu graças a Deus por eles terem a deixado mesmo que pela sua amiga,afinal ela nunca os dava bola, nem sequer chegaram perto dela e mesmo assim Valentina jamais os amou como ama Alonso. Valentina estava alegre, estava se libertando daquele medo.
— Que ótimo amor, finalmente depois de um mês, irei ao apartamento de minha namorada.. Dizia Alonso uma parte alegre por finalmente Valentina deixar essa idéia absurda de se esconder do mundo, e por outro lado já não tinha mais certeza de seus sentimentos a respeito dela.
— Então combinado! Percebo o quão estúpida eu fui, não tem cabimento somos dois adultos e devemos agir com tal.
— Sim meu anjo! Estou feliz por isso, e por favor você não foi estúpida, não é e jamais será, não se chame assim...
— Desculpas, eu realmente me sentia mal por isso, mas agora isso acabou.. Hoje também não nos veremos, estarei de plantão, mas lhe ligarei assim que estiver no meu intervalo..
— Tudo bem amor, se cuida. Desligaram, Alonso respirou aliviado, pois ainda não havia pensado na possibilidade de que Valentina quisesse está com ele essa noite, mas ela estaria de plantão o que significa que veria Ivana....
O dia passou voando, Ivana atendera seus minis pacientes ,tentou não pensar em Alonso e no encontro que teriam logo mais, precisava está com seu emocional estável para atender seus pacientes que necessitavam da sua ajuda e assim o fez. Despediu-se de D. Matilde e foi à caminho da sorveteria como assim houvera combinado com Alonso, ele havia mandado uma mensagem dizendo que estava no local. Poucos minutos depois ela chegou e o cumprimentou, fizeram os pedidos dos sorvetes, Ivana pediu uma taça com sorvete de morango e chocolate e cereal de flocos, Alonso pediu o mesmo para evitar demorar muito escolhendo sorvete ,queria logo conversar com Ivana.
— Então você é psicóloga? Comecou Alonso apoiando sua mão ao queixo como quem a observava..
— Assim é. Sou formada em psicologia e especializada em psicologia Infantil onde atuo no atendimento de crianças.
— Hum entendo, então você não atende crianças com 35 anos? Perguntou ele divertido, Ivana riu..
— Não. Somente crianças numa faixa de 5 à 10 anos. Ivana ainda ria delicadamente. "Que sorriso lindo tens" pensava Alonso admirando-a.. Ivana percebendo desviou o olhar e agradeceu mentalmente quando chegaram com seus pedidos, quebrando aquela troca de olhares constragedora..
Ficaram um bom tempo tomando o sorvete em silêncio, apenas se olhavam e rapidamente Ivana desviava o olhar..
— Ja acabei. Dizia Alonso mostrando sua taça vazia. - Não pretende terminar isso ai hoje? Posso te ajudar.. E num impulso Alonso pegou a taça de Ivana e lhe roubou um pouco do sorvete.
— Ei!.. Ivana havia se assustado com sua rapidez.. - Essa taça é minha! Disse a tomando de volta.
— Não é sua ,é do estabelecimento.. E soltou um riso que estremeceu Ivana, que lindo era..
— Que engraçado é você em, nossa acho que ganharia super bem trabalhando em um circo.. Devolveu o riso e Alonso também riu. O clima entre eles estava ficando descontraído.
— Só queria quebrar esse silêncio... E acho que seria um péssimo palhaço, sou um homem muito sério. E se fez numa posição de seriedade o que fez Ivana sorrir, era incrível como se sentia a vontade com ela, mesmo sabendo tão pouco sobre a mesma..
— A propósito o que você faz? Perguntou Ivana terminando o sorvete e bebendo a água ao lado..
— Digamos que faço algumas mulheres se sentirem satisfeitas.. Ivana quase se engasga com a água, o que ele queria dizer com isso? Seria ele um,.. Umm...
— Sou Cirurgião plástico... Completou ele percebendo que Ivana o interpretou mal, e não pode conter o risinho, ela ficava muito linda desconcertada..
— Bom,.. Eu.. é.. Pensei que...
— Sei o que pensou... Interrompeu-a. - E me perdoe por ter falado assim, não queria  que tivesse tido a essa impressão... Ah e corrigindo não só as mulheres, mas alguns homens também, mas a demanda maior é de mulheres...
— Interessante, então se eu quiser mudar alguma coisa em mim o procurarei... Disse sem pensar..
— Estarei a seu dispor... Embora... A olhou como se procurasse algo nela.. - Embora não precise de nenhuma cirurgia, és perfeita.. Rapidamente Ivana corou, olhou para todos os lados menos para ele, Alonso percebendo a saia justa que se havia posto, tentou suavizar..
— Me desculpe Ivana mas de fato não precisa dessas coisas..
— Eu.. eu so estava brincando.. Disse o olhando, Alonso sabia que com poucas palavras a deixava desconcertada e era muito divertido vê-la assim, e ao mesmo tempo muito linda..
— Bom, e quantos anos tem?
— 25...
— Humm.. Novinha e ja formada..
— Pois é, me dediquei muito para chegar onde cheguei.. Passei muitos perrengues mas venci todos eles.. E hoje tenho um bom emprego no qual amo,tenho o suficiente para dar o devido conforto à minha mãe... Alonso a ouvia atentamente e poderia imaginar o quão lutadora e determinada era, era de fato uma grande mulher.. Ivana por sua vez não entendia porque confiava em falar de si a ele se somente o conhecia há um dia...
— Mora com sua mãe?
— Sim..
— Também moro com a minha não pude deixá-la sozinha,ela é meu tudo e desde que meu pai faleceu ela se sentia muito triste, eles eram o exemplo de casal mais bonito que havía visto.. Sentia seus olhos umedecerem e rapidamente os esfregou evitando que uma lágrima caísse.. - Pretendo construir um casamento assim como era o deles... Nesse momento Ivana percebeu o homem serio que era Alonso, ele a olhava mas não era um olhar como os outros, havia um brilho, um sentimento. Precisava saber mais dele, e assim que ia prosseguir com aquela conversa seu celular tocou..
— Oi mamãe.. Alonso a olhava atento.. - A senhora está bem?
— Filha, ai.. Isabel se contorcia de dor, sua coluna dava pontadas..
— Mãe? O que houve? O que está sentindo?.. Se desesperou.. - Não se mexa, em poucos minutos chego em casa..
— Ivana aconteceu alguma coisa? Alonso se preocupou.. Ivana se levantando e pegando sua bolsa disse..
— Eu não sei, mas penso quem minha mãe forçou sua coluna e deve ter piorado, preciso ir ...outro dia nos falamos... Ivana saiu as pressas, Alonso ainda tentou acompanhá-la, mas fora em vão, ela ja havia dado vida aos motores e arrancado dali com toda pressa.. Seguiu para sua casa ainda com Ivana nos pensamentos, ficou sabendo muito pouco dela e pelo pouco que sabia, percebeu que era uma mulher de fibra e isso o deixava ainda mais mexido por ela, sabia que isso estava errado ,pois tinha valentina, mas porquê não sentira essa sensação que sentira com Ivana por Valentina? Por que nunca foi capaz de dizer que a ama, se sentia que ela o fazia bem?.. A noite toda Alonso analisou toda essa situação, e chegou a conclusão de que o que sentira por Valentina não era amor, talvez fosse apenas uma paixão, estava esse tempo todo se enganando, até que Ivana apareceu despertando em si os mais profundos sentimentos, estaria se apaixonando por Ivana e não só por ser tão bela, mas pelo o valor que sabia que tinha, pela sua forma de ser... Não sabia o que poderia acontecer entre ele e Ivana,mas de algo tinha certeza e era de que não poderia enganar Valentina, ela não merecia, sabia que ele a fazia feliz mas ele mesmo não sabia ao certo se ela era a mulher da sua vida, e isso só se tornou mais incerto quando esbarrou naquela bela mulher.....