Winterfall escrita por Gaby Uchiha


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEI COMO PROMETIDOOO!!!

Eita que no último capítulo postado eu jurava que vocês iam descobrir fácil o passado da Sakura, mas me enganei hahaha ninguém quis se comprometer comigo e teve até gente que já conheço de longa data dizendo que conhecia tão bem minha natureza inesperada que resolveu só aguardar ao invés de se comprometer hahaha
Sei que foram poucos dias, mas queria agradecer de coração todos os comentários recebidos e que eu li com um grande sorriso no rosto! Ainda estou respondendo eles, não consegui terminar de responder esses dias pois acabei ficando muito atarefada, mas assim que possível terminarei de responder! Mais da metade já foi e ninguém vai ficar sem resposta *---*
Obrigada pelos favoritos, novos acompanhamentos e sejam bem-vindos ao novo capítulo de Winterfall!

ATENÇÃO:
Normal: Presente
Itálico: Passado

Há flash back hoje!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/733800/chapter/4

— Eu tinha 23 anos quando conheci o seu irmão. Como o senhor bem sabe, uma idade avançada para ser ideal a uma dama contrair matrimônio, mas eu não me arrependia por já ter negado todos os senhores que haviam proposto casamento ou tentado me ludibriar com suas palavras galantes. É verdade que não venho de uma família nobre, mas venho de uma família com grande renda, o que me dava entrada para as altas rodas sociais das cidades do interior já que a cidade não era do meu agrado por portar seres ainda mais incômodos do que no interior – expôs sua opinião. – Eu não tinha grandes sonhos para um matrimônio, eu sempre o vi como minha futura prisão, por isso o evitava, no entanto, em um baile em Salões Superiores fui apresentada ao antigo Baronete de Winterfall e ao seu advogado, seu primo Shisui.

Sasuke se recordou do primo que era advogado e grande amigo de Itachi desde a infância. Por mais que fossem da mesma família, Sasuke não nutria grandes relações com a outra parte da sua família como Itachi nutria.

— Itachi era um homem respeitoso. Era diferente dos outros elementos da nobreza que me importunavam ou diziam impropriedades sobre uma moça solteira, mesmo assim, vi que ele me observava pelos salões quando eu me afastava e até iniciava conversas interessantes sobre pensadores, lugares, livros e tantas outras coisas que descobrimos ter em comum. Deve imaginar como fiquei surpresa ao encontrar um homem semelhante ao seu irmão, tão diferente do que eu estava acostumada a conhecer e bom, como o senhor bem sabe, a rir na companhia da minha amiga Karin. No entanto, por mais que eu visse interesse nos olhos do seu irmão, até mesmo em posteriores passeios a qual ele me convidava para o acompanhar juntamente com a minha mãe, meu antigo marido nunca demonstrou ou declamou afeição por mim. Por um momento acreditei que eu apenas havia ganhado um bom amigo, enquanto Karin negava veementemente dizendo que não poderia ser algo tão leviano – ela desviou o olhar para além da paisagem, antes de dizer com um mínimo sorriso nostálgico daqueles tempos tão simples da sua juventude. – Não sabe qual foi a minha surpresa ao chegar na residência alugada em que estávamos usando durante aquelas semanas naquele condado e descobrir pelo meu pai que o Baronete de Winterfall havia pedido minha mão em casamento naquela mesma manhã.

Os olhos verdes voltaram para os negros atentos na história e ela podia ver que ele buscava as respostas em cada nova palavra dita.

— Eu fiquei imensamente feliz com a ideia de que contrairia matrimônio com um homem bom, inteligente e nobre. Eu disse sim sem pensar duas vezes e com a mesma velocidade nosso casamento ocorreu fazendo-me sentir a mulher com maior júbilo entre as minhas iguais – comentou com sinceridade. – Partimos para Winterfall e nossas primeiras semanas juntos foram a reiteração de que a minha escolha foi a mais correta. Itachi era extremamente atencioso e educado comigo. Respeitava-me imensamente e sempre dedicava parte do seu dia cheio de tarefas com os negócios para passar ao meu lado. Passeávamos pelos prados, discorríamos sobre livros ou simplesmente tocava algum instrumento já que meu falecido marido era um grande apreciador da música. Eu estava feliz. Imensamente feliz com a minha fortuna, mas enquanto conversávamos e Itachi passou mal na minha frente tossindo sangue eu descobri que minha fortuna não era tão grande assim. Meu marido tinha uma estranha doença que já se arrastava há algum tempo e que por muito tempo foi negligenciada e escondida pelo seu irmão que não queria que eu me preocupasse, mas eu me preocupei imensamente pois naquela época eu já sabia que eu amava o seu irmão – disse a última frase fitando os olhos negros. – O senhor pode não acreditar, mas eu amava seu irmão, Baronete.

Sasuke assentiu.

— No início a doença não era incapacitante e Itachi era capaz de manter suas tarefas com perfeição. Assustava-me quando ele tinha que fazer diversas viagens por conta dos negócios, mas ele sempre me prometia que se cuidaria e que seguiria as recomendações médicas. Caso algo grave ocorresse, ele chamaria um doutor para que eu não me preocupasse. Eu sempre sorria acatando vendo ele partir para outros condados, deixando-me em Winterfall e eu aguardava deixando a residência perfeita para o seu retorno. Por anos vivemos assim, até que gradativamente a doença foi se tornando incapacitante para ele. Me tornei mais fervorosa em minhas preces sempre em busca da saúde do meu marido ou a alegria de conceber algum herdeiro para Itachi, mas nenhuma das minhas preces eram concebidas, fazendo-me ver como o trabalho se tornara pesado ao meu marido. Eu voluntariei minha ajuda dando como justificativa a recomendação médica do repouso máximo que possível. Eu vi a dúvida nos olhos de Itachi como eu bem já disse, mas ele acatou dizendo que apreciaria passar mais tempo em minha companhia. Eu fiquei feliz por lhe ser útil por mais que a tarefa no início fosse tão simples.

"Eu estava feliz por simplesmente estar ao lado de Itachi. Pois, por mais que fôssemos casados e nos déssemos tão bem, havia algo em Itachi que não existia e que me incomodava".

Sasuke estreitou o olhar em dúvida:

— O que não existia em Itachi?

— Amor. Desejo. Paixão – ela respondeu com sinceridade. – Seu irmão não me amava, Baronete. Nem ao menos sentia desejo por mim – ela viu a confusão no olhar negro que mais uma vez deslizou discretamente pela figura feminina e ela sorriu amarga. – É estranho pensar que o que tanto me incomodava nos meus pretendentes da mocidade fosse o que mais faltava no meu casamento "perfeito".

"Itachi era muito gentil, mas quando estávamos sozinhos era como se eu fosse apenas a sua amiga. Seus beijos eram rápidos e frios. Nossas noites eram frias como se fossem apenas uma obrigação para se ter um herdeiro que nunca chegava, mas que não parecia atormentá-lo como começava a me incomodar.

"E eu começava a me questionar de forma tão estúpida: 'Não sou bonita o suficiente? Não sou inteligente o suficiente? Não sou engraçada o suficiente? Não sou dedicada o suficiente? Não sou desejável o suficiente? Não sou o suficiente? Há algo errado comigo? O que eu tenho que fazer diferente?'".

Sasuke não repreendeu a exaltação da mulher ou suas feições com orgulho ferido pelas antigas divagações pessoais que ela confidenciava a si.

Ele não repreendeu, mas não pôde deixar de se questionar como Itachi seria capaz de não enxergar a bela mulher que ele tinha.

Sim, ele havia julgado estranho seu irmão se casar com uma mulher como Sakura, mas também julgou o desejo como única justificativa. Agora, sabendo por aquela mulher que seu próprio irmão não enxergava o que ele mesmo via, achou inconcebível.

Ele sabia que era impróprio dizer aquilo e por isso não pronunciava em voz alta, mesmo assim, em seu íntimo ele admitia, desde a primeira vez em que a viu, que Sakura era:

Bonita, inteligente, tentadora, engraçada, dedicada, sagaz e muito desejável. Ela era o tipo de mulher que era capaz de se tornar inesquecível para um homem, tanto que por vezes – por mais que Sasuke tentasse não pensar sobre – aquele Baronete se pegou pensando na sua cunhada nas horas de ócio em seu leito antes de dormir ou quando seus olhos involuntariamente desviavam em direção àquela mulher e ele se pegava olhando por tempo maior do que o indicado para o decoro.

Para si, naquela carruagem, ele admitia que ela era tentadora, mas sabia o quanto isso era inadequado, pois, por mais que ninguém soubesse o que ele pensava internamente, sua própria consciência o condenava por pensar tal coisa de uma mulher que ele deveria conceder apenas o respeito lembrando-se que aquela mulher era a viúva do seu próprio irmão. Do irmão que por mais que não a amasse, ainda assim foi o marido dela, o único que tinha o direito de pensar de tal forma ou deter a real atenção de Sakura.

Ele suspirou discretamente desviando o olhar antes de voltar a se concentrar nas palavras da mulher:

— Eu tentei fazer o possível para que nossa condição mudasse. Dediquei meu tempo, minha atenção e o meu amor ao seu irmão, mas cada vez mais ele era acometido pela doença. Itachi teve que me ensinar a tomar conta das responsabilidades que antes eram suas. Ele pedia perdão toda vez que se sentia tão mal que não era capaz de sair do seu próprio leito durante o dia. Eu sempre dizia "Tudo bem. Eu cuidarei de tudo, querido" e me dedicava com afinco para cuidar da casa, dos negócios e do meu marido enfermo. Por mais que eu não houvesse começado a cuidar de tudo por gosto, eu aprendi a gostar de cuidar dos negócios, das transações, da contabilidade.

"Foi gradativamente que eu fui aprendendo o ofício que meu marido havia executado desde tão moço. Ele me agradecia e me elogiava sempre que podia e isso me alegrava, mas sua saúde apenas piorava.

"Às vezes, a febre era tão aterradora que o fazia ter delírios a noite e com preocupação eu abdicava dos meus aposentos e dedicava minhas horas de sono para permanecer sentada ao lado do leito do meu marido, cuidando da sua febre com a ajuda da nossa governanta.

"Os dias e as noite permaneceram assim, até que um dia o delírio foi tão intenso que o fez chamar por um nome como se implorasse..."

Sasuke viu a mulher se calar e abaixar o olhar para as mãos que ainda carregavam a delicada flor do campo como se procurasse coragem para continuar.

— Quem meu irmão chamou? – Insistiu depois de um tempo em silêncio.

— Ele não chamou pelo meu nome – sua voz saiu baixa antes do olhar se erguer e Sasuke ver um sorriso doloroso desenhar em seus lábios femininos. – Ele chamou pelo nome de outra mulher. Ele chamou por Izumi.

Sasuke não pôde evitar a confusão diante daquelas palavras, tentando encontrar lógica diante do que ela dizia.

O novo Baronete nunca havia ouvido falar de qualquer Izumi, nem mesmo o seu irmão que sempre lhe escrevia cartas havia mencionado qualquer mulher com este nome, porém, antes que ele pudesse dizer isso, a Baronetesa continuou:

— O senhor deve imaginar a minha surpresa ao estar sozinha nos aposentos do meu marido, cuidando da sua febre e o escutar chamar por outra mulher. Nossa governanta adentrou os aposentos e viu o estado de Itachi. Eu vi em seus olhos castanhos o terror diante do que ele dizia e eu tive certeza de que ela sabia sobre o que ele delirava.

"Admito que senti meu coração se apertar e não aguentei continuar a ouvir o nome de outra mulher, por isso, me ergui e parti daqueles aposentos levando nossa governanta comigo, deixando a cargo de duas jovens criadas o cuidado de Itachi. Lembro-me até hoje do temor nos olhos da minha governanta quando a questionei sobre a tal mulher que o meu marido clamava..."

 

— Diga-me. Quem é Izumi? – Pediu com delicadeza e por mais que o nó em sua garganta e a dor no seu peito fossem aterradores, tentou permanecer firme e obter suas respostas por mais dolorosas que fossem no final.

— Ninguém com quem se preocupar, minha senhora – a governanta disse de forma submissa.

— Se fosse ninguém para Itachi, ele não a chamaria. Por favor, eu ordeno que me diga imediatamente!

— Uma antiga empregada de Winterfall, Baronetesa – a governanta admitiu subitamente.

— Uma empregada? – Sakura arfou com surpresa. – Ele era próximo dessa empregada?

— Não posso inferir tal ideia, minha senhora.

— O que aconteceu com tal empregada?

— Partiu. Partiu alguns meses antes da senhora chegar a essa residência – foi sincera na informação.

 

— Ela era uma simples empregada que trabalhou em Winterfall antes da minha chegada. E o meu marido chamava por uma empregada e não pela sua própria esposa. Admito que doía e me corroía aquela situação humilhante, por isso, após alguns dias quando a febre abaixou e Itachi voltou à sua lucidez sendo tão gentil como era antigamente, eu não consegui sorrir como faria, mas sim questionei sobre Izumi. Meu falecido marido se assustou com o questionamento e perguntou de onde eu havia tirado tal nome. Fui fria ao dizer que ele chamou por esse nome durante um delírio.

"Itachi se mostrou totalmente envergonhado por sua conduta e ao ver minhas feições, pediu perdão garantindo-me que eu não precisava me preocupar com tal nome. Mas eu perguntei mais firme, quase como uma ordem 'Quem é Izumi?' e ele soube que eu não desistiria até ter a minha explicação.

"Ele sabia do seu erro durante um delírio e por isso, com os olhos mais culpados que uma vez eu já o vi demonstrar, meu marido admitiu sua história por mais que sua condição de saúde não permitisse mais do que uma fala cansada. Eu permaneci estática durante meia hora escutando a verdade saindo da boca do homem que um dia eu havia dedicado todo o meu amor e dedicação, além de imaginar meu futuro feliz ao seu lado.

"A verdade me corroeu por dentro de tal forma que durante todos aqueles minutos em que permaneci sentada ereta naquela cadeira, eu me senti cada vez mais vazia e enganada..."

A mulher parou de contar com uma expressão perdida na face voltada para a paisagem. Sasuke sabia que algo havia acontecido de grave e remexer em verdades passadas era doloroso para aquela mulher que tentava se manter firme diante de si, mas ele precisava saber para compreendê-la.

— Quem era Izumi, Baronetesa?

— A dona do coração de Itachi desde que seu irmão se tornou Baronete e herdeiro de Winterfall – admitiu surpreendendo Sasuke.

— Impossível – disse em um fio de voz.

— Sim. Seu irmão se apaixonou e se envolveu com uma simples empregada logo que se tornou Baronete, mas como o senhor deve saber, isso é extremamente inadequado para a sociedade. Shisui o orientou sabendo que Itachi tinha plena consciência do erro que estava cometendo. Iria ser um grande escândalo na nobreza, mas ele a amava tanto que não era capaz de suportar, por isso Shisui foi o incumbido de afastá-la de Itachi para sempre. Disse a verdade para a jovem empregada que seu amado seria encoberto de grande vergonha se aquele caso inapropriado viesse a público manchando o nome de uma grande e influente família naqueles condados. Shisui perguntou se ela desejava aquilo para Itachi e com lágrimas nos olhos ela disse que não. Foi aí que o rompimento foi acertado. Meu falecido marido ficou louco com a partida abrupta da mulher que amava e até tentou ir atrás. Por semanas não perdoou o próprio primo, mas com o tempo, mesmo que a dor permanecesse, a racionalidade voltou e ele conseguiu ver que Shisui fazia aquilo para o seu bem. Seu primo havia tentado de todas as formas fazer com que Itachi compreendesse o erro até não sobrar nada além de medidas desesperadas para separá-los.

"Algum tempo depois Shisui aconselhou Itachi a voltar para as rodas sociais e quem sabe conhecer alguma mulher que o fizesse esquecer de Izumi e sair da sua extrema tristeza. Primeiro Itachi foi contra, mas com o tempo ele próprio já ia para os bailes e encantava a todos com a sua educação. Foi em um desses bailes onde ele me conheceu e teve a ideia de seguir o conselho do seu melhor amigo".

— Ele a pediu em casamento para esquecer Izumi – Sasuke supôs.

— Exatamente, Baronete. Itachi não estava apaixonado por mim quando me pediu em casamento. Seu coração e seus pensamentos estavam em outra mulher, mas ao me conhecer e ao se relacionar tão bem comigo, ele acreditou que era capaz de esquecê-la e que eu era aquela capaz de fazê-lo se apaixonar por mim. A função que ele me incumbiu desde o casamento e que eu não fazia ideia da existência, foi simplesmente o de fazer o meu marido esquecer de um antigo amor – suspirou. – Ele havia me enganado, me usado, fez-me acreditar que se interessava de tal forma que desejava um casamento comigo.

"Fui enganada e feita de prisioneira em um casamento sem futuro sem nem perceber e me senti humilhada por isso. Para terminar com a minha humilhação, Itachi admitiu com dor que tinha uma filha de 4 anos com Izumi".

Sakura desviou do olhar de Sasuke subitamente, não conseguindo encarar a reação do irmão do seu antigo marido enquanto admitia:

— E nós já estávamos casados há seis anos...

Os olhos negros se tornaram evidentes com a revelação de que Itachi voltou a se encontrar com a antiga amada após casado, chegando ao ponto de reavivar o romance e até ter frutos enquanto sua esposa que tentava com todas as forças ter o seu amor era traída de forma vil.

Sasuke sentiu vergonha pelo seu próprio irmão. Sabia como os homens da sociedade muitas vezes traiam suas esposas, mas Sasuke nunca imaginou que seu irmão fosse capaz de fazer isso com a mulher que estava diante de si.

Seus olhos fitaram mais uma vez o rosto bonito de Sakura que admirava a paisagem que deixava o pequeno condado para trás e ele quis saber o que dizer para se desculpar pela conduta do seu irmão, mas, mais uma vez Sakura reiniciou com o olhar perdido na paisagem.

— Eu nem consigo me lembrar direito do que aconteceu após isso. Lembro-me dele me pedindo perdão enquanto eu me erguia e me afastava. Lembro-me da voz dele ecoando por Winterfall chamando por mim enquanto eu erguia as minhas saias e corria desesperada para me afastar daquele quarto. Lembro dos olhos de compaixão dos empregados que tanto odiei ver até que alcancei os meus próprios aposentos e me tranquei ali antes que toda a dor transbordasse por causa da verdade que eu havia escutado. Aquela foi a primeira vez que eu chorei durante a noite inteira, nem ao menos me importando se os empregados eram capazes de me escutar através das portas.

"Eu não tinha nem forças para alcançar o meu leito, por isso, permaneci no duro chão chorando, soluçando, gritando, finalmente entendendo que por mais que eu tentasse por toda a minha vida, eu nunca o teria. Toda a minha dedicação, todo o meu amor, todo o meu carinho nunca seria correspondido. Agora eu estava fadada àquela vida, àquele casamento, àquela dor.

"Eu me sentia patética, questionando-me como eu pude ser tão burra em acreditar que tudo poderia ser como um dia eu sonhei. Ali eu descobri que o que eu menos desejava na vida havia se tornado real. O matrimônio havia me aprisionado à uma vida de aparências que eu não desejava e mesmo que eu obtivesse o divórcio, o que seria de mim? Meu pai com certeza não me aceitaria de volta e eu estaria fadada a ser criticada por cada pessoa que passasse por mim. Meu outro destino era suportar permanecer naquela casa com aquele homem até que a morte o levasse me tornando uma jovem viúva que a sociedade sentiria pena além de ser santificada pela sua nobre alma por permanecer até o fim ao lado do seu jovem marido enfermo – Sakura soltou uma risada anasalada com deboche sobre a mentalidade da sociedade medíocre. – Além de provavelmente ficar sob os cuidados do futuro herdeiro – ela completou desviando o olhar para o homem que compreendeu que a mulher se referia a ele. – E eu odiava o meu destino, da mesma forma que odiei Itachi, Shisui, Izumi e até mesmo a sua filha durante aquela longa noite".

Ela se calou e respirou fundo antes de voltar a falar com mais calma após ter se exaltado:

— Eu me isolei em meus próprios aposentos. Neguei-me a visitar Itachi em seu quarto toda vez que a nossa governanta dizia que seu estado de saúde havia piorado. Por mais que no fundo eu minimamente me importasse, a raiva e a traição era maior do que qualquer outro sentimento de compaixão. Cheguei ao ponto de desejar a sua piora enquanto permanecia enterrada em meus lençóis emagrecendo pois nem fome eu sentia.

"E a cada dia a raiva e o sentimento de me achar patética eram revigorados após horas de ócio. Não o vi por semanas e assim permaneceria se em uma manhã ele não aparecesse em meu quarto de aparência extremamente pálida e doentia, esforçando-se para se manter sobre seus próprios pés em falsos enquanto tudo que recebia de mim era o olhar surpreso e descreditado que ele havia ido aos meus aposentos.

"No entanto, em virtude das poucas vezes em que ele foi aos meus aposentos com a única intenção de passar a noite comigo, minha surpresa se tornou pura raiva ao supor o que ele queria e eu gritei da forma que eu nunca havia gritado; jorrando todo o meu desgosto para a sua pessoa..."

 

— Tem a audácia de buscar prazer em meu quarto depois de tudo? – Ela questionou com desgosto enquanto sua face se retorcia pelo desprezo diante da presença daquele ser ao mesmo tempo que erguia o seu tronco para sentar sobre a cama subitamente. – Sim, eu sou sua esposa e você é o meu marido, mas se ousa acreditar que terá mais alguma coisa comigo está extremamente enganado, pois não há algo que me desagrade mais e que me induza ao vômito do que sua presença desprezível – continuou se erguendo da cama de forma desafiadora, enquanto o homem permanecia estático, ouvindo calado as ofensas com as portas fechadas nas suas costas. – Vá em busca dos braços da sua querida amante. Tenha mais bastardos que nunca serão herdeiros legítimos como você bem fazia quando dizia estar em uma viagem de negócios – ela riu cínica, antes de sibilar: – Como eu fui burra em esperar seu retorno com preocupação, enquanto me perguntava o estado da sua saúde, mas a verdade é que enquanto eu rezava fervorosamente por você, o senhor se deleitava nos braços de uma medíocre camponesa que nem ao menos letrada deve ser – cuspiu sabendo que as ofensas o atingiam e Sakura via os negros se escurecerem, mas mesmo que ela gritasse todas as ofensas contra a mulher que era dona do seu coração, Itachi sabia que o único errado naquela história era ele próprio por ter feito aquilo com a mulher que sempre fez o melhor para si. Agora, ali, naquele quarto, ele era merecedor de todo o ódio que Sakura era capaz de destilar e destilaria sem medo. Ele, como alguém próximo de Sakura, sabia que ela não era uma mulher de permanecer caída; ela poderia cair, mas se levantaria mais forte que um tufão e não havia nada pior do que uma Sakura enfurecida e vingativa. – Vá! Corra para ela pois eu sei que é o que mais deseja! E ah, diga a ela para cuidar de você durante seus ataques febris pois de mim você não terá mais nada, nem mesmo a minha compaixão.

Ela terminou arfando enquanto em seus olhos verdes perpassavam o brilho do perigo em alerta para não a provocar. Toda a raiva que ela guardava em silêncio durante aquelas semanas em seus aposentos haviam jorrados para fora e ela não se arrependia. Seu peito inflado pela raiva ainda era a prova de que poderia destilar muito mais.

Itachi abaixou o olhar para o chão em um leve assentir antes de reencontrar os olhos raivosos e dizer em um tom baixo e educado:

— Eu nunca a tocaria contra a sua vontade. Se é do seu desejo que eu nunca mais volte a tocá-la, não a tocarei. Compreendo sua raiva...

— Não. O senhor não é capaz de compreender a dor de ser enganada, usada e traída! – Rebateu com fúria, fazendo o homem se corrigir:

— A senhora tem razão, eu não sou capaz de compreender, mas não vim aos seus aposentos com o intuito de tocá-la nem de lhe fazer algum mal – explicou esforçando-se para se manter firme mesmo que a respiração voltasse a se tornar dificultada. Ele não deveria estar ali se esforçando para ficar de pé diante da mulher que mesmo vendo sua palidez se acentuar, nada fazia para ajudá-lo, mas ele precisava se manter firme por mais alguns minutos.

— Então o que deseja em meus aposentos? – Questionou fria e desconfiada.

— Os negócios – admitiu. – Gostaria de saber se é do seu desejo continuar administrando-os. Sei que a senhora aprecia fazê-los, mas se me odeia a tal ponto da tarefa lhe tornar desagradável, não a forçarei a continuar. Buscarei alguém para que cuide de tudo.

Sakura ponderou um momento em silêncio. Compreendia que isso a forçaria ver Itachi algumas vezes, mas ela também se recordava da sensação de satisfação que era sentar na cadeira principal da biblioteca e administrar os negócios. A sensação era peculiar, de poder, liberdade, algo que ela nunca havia experimentado em sua vida tão sem graça cheia de treino para prendas; ela lamentaria perder aquele momento tão seu por ódio ao seu próprio marido, por isso, tornando a postura, ela disse com segurança:

— Não se preocupe, continuarei com os cuidados da casa e dos negócios.

Ele aparentou alívio ao escutar aquilo. Sabia que não teria o perdão daquela mulher, mas não desejava que ela terminasse reclusa em seus aposentos, negando alimento e sujeita a um possível adoecimento. Por mais que ela lhe desejasse tudo de ruim naquele momento, ele não era capaz de deixar de se preocupar com Sakura. Poderia não a amar como mulher, mas amava como uma amiga e se preocuparia mesmo que ela destilasse ódio em suas palavras pelo resto do tempo que restasse a si.

Ele partiu com passos dificultados e quando fechou a porta do quarto, ocultando-se dos olhos de Sakura, ele perdeu as forças sobre as pernas e foi aparado pelas mãos dos seus fiéis e preocupados criados. Seu sorriso foi morno como um agradecimento silencioso, antes que a escuridão o abrasasse, pois, suas forças haviam se esgotado por permanecer tanto tempo em pé...

 

— Se algum dia desempenhei a tarefa de contabilidade com o intuito de me aproximar do meu marido, aquele dia não existia mais, pois a partir daquela conversa voltei a me dedicar com afinco à contabilidade por mim própria. Eram secos e rápidos meus encontros com Itachi quando ia em seus aposentos em busca da sua assinatura. Era como se tivéssemos nos transformado de marido e mulher, para simples parceiros de negócios sendo práticos. Eu via o olhar culpado em Itachi e escutava seus pedidos de perdão, mas para mim eram como se não existissem e eu ignorava me atendo a minha tarefa como administradora. Por vezes, minha governanta dizia que talvez eu devesse cuidar de Itachi, lhe dar uma chance de perdão, mas eu negava e dizia que ele estava bem sendo amparado pelos seus criados. Cheguei ao ponto de partir em viagem com Shisui após Itachi o instruir que acatasse a minha escolha nos negócios como se fosse a sua própria. Seu primo ficou muito preocupado no início, mas com o tempo se acostumou com a minha presença a frente dos negócios e por vezes tentou iniciar diálogos em defesa de Itachi, mas que eu sempre encerrava antes que a primeira frase fosse dita sobre.

"Dominei completamente seus negócios que cada pequeno detalhe era do meu conhecimento e foi assim que eu descobri que o dinheiro para caridade era em parte enviado para Izumi e sua filha, para sustentá-las".

Sasuke mostrou surpresa no olhar diante daquela informação.

— Sei que deve ter visto em toda a contabilidade, no início eu também não desconfiei, mas assim que questionei para quais Igrejas eu deveria enviar, ele admitiu que parte do valor o cocheiro levava para Izumi sob o seu comando. Colocar o valor na contabilidade como “caridade” era uma forma de disfarçar o desaparecimento de uma renda quando ele não desejava que eu soubesse a verdade.

"Itachi me fez o pedido para que eu não cortasse tal gasto, pois aquelas pessoas não tinham com o que se sustentar. Eu apenas assenti e me ergui dizendo para que não se preocupasse com tal detalhe. Separei o dinheiro referente a Izumi e ordenei que nosso cocheiro me levasse até Izumi pois eu entregaria o dinheiro pessoalmente".

— A senhora conheceu Izumi? – Sasuke questionou tendo uma má ideia daquele encontro.

— Sim – afirmou. – A essa altura Karin já tinha conhecimento sobre a verdade. Ela foi comigo depois do nosso cocheiro me implorar que eu não fizesse aquilo pois como todos os outros criados, ele tinha carinho por mim e não queria que sua senhora sofresse mais. Eu ordenei mais vez e ele teve que acatar. Durante todo o trajeto Karin menosprezava tal mulher e dizia possíveis vinganças que eu deveria usar contra ela ou palavras a dizer, mas eu nada escutei. Apenas permaneci em meu silêncio com o envelope em minhas mãos.

"Nosso cocheiro nos levou até o local isolado e assim que eu cheguei naqueles prados a primeira visão que eu tive foi de uma camponesa simples de cabelos castanhos e olhos negros semelhantes a um Uchiha, enquanto sua boca estava aberta pela risada pois corria atrás da pequena criança alegre que fugia da mãe.

"Elas pareciam tão felizes que nem ao menos ouvi como Karin menosprezava a silhueta e vestes tão pobres da mulher, taxando-me como muito mais bela, mas eu não me importei, apenas permaneci em pé perto da carruagem até que a mulher parou com os olhos em pânico ao nos ver. Com apenas um olhar nas minhas vestes ela sabia exatamente quem eu era e temeu pela sua própria filha jogando-se aos meus pés implorando para que eu não fizesse nada contra a pequena criança que nos olhava com incompreensão.

"Karin disse algumas palavras e rolou os olhos para a mulher que chorava dizendo que aceitaria qualquer punição que eu quisesse lhe infligir, mas eu não me importei com tais promessas..."

— O que a senhora fez? – O homem soturno questionou.

— Depois de olhar para aquela criança, todo o meu ódio direcionado a pequena se tornou patético aos meus olhos. Eu apenas disse que uma criança não tem culpa dos erros dos pais e estendi o envelope para a mulher surpresa. Assim que ela segurou o envelope eu dei as costas dando ordens para a partida. Izumi gritou agradecimentos em minha direção e dizia que sentia muito, que não era sua intenção toda aquela maldade, mas eu não escutei, apenas partir sob o suspiro de Karin que dizia "Eu deveria ter imaginado que a senhora faria algo assim".

— Você a perdoou depois de tudo? – Nem Sasuke acreditava naquele desfecho, ele próprio não havia perdoado o seu irmão pelo que o mesmo havia feito com Sakura, muito menos a tal mulher que sabia que o mesmo era casado.

— Não – Sakura foi sincera. – Não a perdoei. Nunca a perdoei, mas não acho justo uma criança sofrer pelos erros dos pais. Eu permiti que parte da renda continuasse sendo enviada para as duas e só depois de semanas eu resolvi ir entregar pessoalmente o envelope com um valor mais generoso do que normalmente eu enviava. Izumi mais uma vez se mostrou surpresa e temerosa com a ideia de eu ter mudado minha opinião, mas eu apenas disse que havia ido conversar e assim ela me recebeu em sua pequena cozinha e me ofereceu uma xícara de chá.

 

— Não venho em nome de Itachi – anunciou após sorver um gole de chá.

— Sei que não viria em nome dele – a camponesa admitiu receosa, mexendo em suas saias com nervosismo.

— Deve estar curiosa pelo motivo de estar aqui diante de si – Sakura supôs recebendo um assenti servil da mulher. – Aqui está o dinheiro para sustentá-las. Acrescentei um valor maior para que pague alguma empregada para servi-las. É trabalhoso criar uma menina pequena e cuidar de uma casa, além de que em breve ela necessitará de uma preceptora para lhe ensinar prendas.

Izumi arfou com a surpresa ao ver o envelope sobre a mesa.

— Não. Não é preciso. Não se preocupe conosco. Se quiser cortar o dinheiro, não há problema, iremos dá um jeito de nos sustentar. Eu juro.

— E se sustentará como? – Sakura foi direta. – Sei que não conseguiu nenhum trabalho após ter engravidado. Nenhuma casa aceitará uma criada com uma criança pequena. Nós duas sabemos que a senhora não tem como sustentar a si e a sua filha. Tenho conhecimento que o valor anterior foi o máximo que você havia aceito depois de tantos protestos de Itachi! Não seja estúpida! Antes de pensar em seu orgulho, pense em sua filha! Deseja que ela não tenha uma criação? Deseja que o único futuro que sobre a ela seja o de ser uma criada? Sei que não deve ter vergonha de ser uma criada, eu mesmo respeito todos os meus empregados que com tanto afinco dedicam ao seu trabalho, mas estará sendo estúpida por determinar esse futuro à sua filha enquanto ela pode ter um futuro tão diferente!

A camponesa estava chocada com as verdades que aquela senhora tão elegante jogava em sua face. Ela sabia que era o melhor para sua criança, mesmo assim:

— Por que a senhora está fazendo isso?

— Porque essa criança, por mais que seja uma bastarda, continua sendo a filha de um rico Baronete. Acredite Izumi, há muitos casos semelhantes ao seu em nossa sociedade e em muitos casos os homens calam suas amantes com o medo, isso quando não são as próprias senhoras que fazem tal papel.

— Eu sei – a mulher murmurou.

— A senhora tem sorte por ter conhecido Itachi e ele nunca faria nada contra você e mesmo eu, que por muito tempo senti raiva, não seria capaz de fazer nenhum mal contra uma simples criança. Eu sou a responsável por toda a fortuna, negócios e residências de Itachi e como tal, eu decidi que daqui em diante a criança terá uma vida confortável e quando a idade chegar, ela terá uma educação que uma filha legítima teria.

Izumi mostrou a face perplexa para aquela Baronetesa sentada em sua simples cadeira de madeira e de pose tão firme. Ela admitia, aquela mulher era ainda mais bela do que tinha imaginado quando soube que o homem que amava havia se casado, mas além de bela, ela era firme, segura, decidida e estava disposta a ajudar até mesmo a filha bastarda que o seu marido teve com uma simples amante que destruiu seu casamento.

A morena chorou diante da mulher que suspirou e se ergueu dizendo que não desejava o seu agradecimento.

 

— No início eu não tinha a intenção de me aproximar. Mantínhamos a distância e nas poucas vezes que a visitava, mesmo que seus olhos denunciassem a pergunta, ela não me questionava sobre a saúde de Itachi e eu não me referia a ele diante dela. Itachi, por outro lado, também evitava falar sobre Izumi ou de sua filha diante de mim, mas descobria pelos nossos criados a verdade e em seus olhos resplandecia a gratidão, pois, por mais que a vida tivesse mantido ele longe da verdadeira dona do seu coração, ele ainda a amava, assim como a sua filha.

"Os dias continuaram assim por meses e a saúde de Itachi foi apenas piorando assim como Izumi adquiriu uma forte pneumonia que a pôs de cama. Não contei a Itachi sobre a saúde de Izumi pois sabíamos que isso só agravaria o seu estado. Ele piorou gravemente em seus últimos dias de vida, não conseguindo proferir ou se manter acordado além do que poucas horas do dia.

"Naquele último dia de vida, sua respiração estava dificultada e seu estado, febril. Eu estava ao seu lado durante aquela madrugada tranquila enquanto seus olhos negros estavam fixos em mim. Eu poderia apenas me levantar e partir, mas fiquei ali ao seu lado e pela primeira vez em tantos meses eu me referi a Izumi na sua frente dizendo que ele não precisava se preocupar, pois elas ficariam bem e nada as faltaria.

"Vi um pequeno sorriso se desenhar com esforço em sua face suada – a fala se extinguiu enquanto ela buscava os olhos atentos de Sasuke enquanto a Baronetesa contava sobre os últimos momentos de vida do irmão mais velho do novo herdeiro de Winterfall. – Suas últimas palavras foram 'Perdão Sakura' – os olhos verdes se desviaram com frieza para a paisagem que se abria para os prados de Winterfall. – Ele repetiu o pedido diversas vezes até apagar completamente e eu friamente não lhe dei o meu perdão para que Itachi finalmente descansasse em paz. No entanto, ele me conhecia e era conhecedor de que eu nunca daria meu perdão por pena. Nem mesmo agora, depois de tudo, eu não sou capaz de dar o meu perdão".

Seus olhos voltaram para os olhos negros que não a julgavam.

— Assim que li o testamento, eu sabia que um dia nos encontraríamos. Eu estava planejando uma viagem a Bath para explicar a minha situação em questão aos bens e negócios de Itachi, no entanto, a piora da saúde de Izumi me fez adiar nosso encontro. O senhor não sabe qual foi a minha surpresa de o encontrar em Winterfall sem um aviso prévio – admitiu vendo o leve assentir de Sasuke. – Muito menos esperava que Itachi houvesse feito qualquer pedido a você sobre mim enquanto tudo o que eu julgava que ele se importava era com sua amante e sua filha...

Os verdes deslizaram pelo interior da carruagem.

— Eu sabia que Itachi não havia lhe contado sobre elas e assim eu queria manter. Não desejava que tal história chegasse ao seu conhecimento ou de qualquer outra pessoa que não seja de Winterfall. É humilhante admitir tal história para o senhor e devo imaginar que manchei a imagem do seu próprio irmão aos seus olhos, e acredite Baronete, eu não desejava nada disso, mas o senhor insiste em saber a verdade e esta é a verdade – firmou os olhos nos negros antes de continuar com o tom firme: – Aquela mulher enferma é a amante do seu irmão e aquela criança é sua sobrinha bastarda.

O sulco entre as sobrancelhas de Sasuke reapareceu quando ele se lembrou da mulher enferma que Sakura dedicava os cuidados e da garotinha que parecia gostar tanto daquela Baronetesa.

— Não resta mais do que alguns dias para Izumi e já concordamos que assim que ela perecer, sua filha virá morar comigo em Winterfall e será criada como uma filha de Baronete legítima. Terá a educação de uma nobre e um dote de elevado valor.

Aquela decisão surpreendeu Sasuke.

— O senhor pode estranhar tal decisão, talvez julgue que eu deveria menosprezar tais pessoas, mas não menosprezo esta criança. Não tive a dádiva de ter meus próprios filhos e sei que nunca mais os terei porque a sociedade não aprova o segundo casamento de uma viúva – falou com desgosto. – Muito menos desejo passar por algo semelhante mais uma vez. Casamentos só me dão mais ascos do que antigamente. Tudo o que desejo é ter a minha liberdade. Só quero cuidar dos negócios que já venho cuidando sem ser importunada por ninguém, enquanto criarei essa menina como criaria minha própria filha.

— Aquele quarto a pertencerá, então? – Questionou já sendo conhecedor da resposta.

— Sim. Venho-o montando desde a minha decisão de trazê-la para Winterfall e minhas constantes saídas são para visitá-las e fazer com que a menina se acostume comigo. Não quero que a perda da sua mãe e mudança para uma casa estranha lhe sejam traumáticas.

— Compreendo – foi lacônico ouvindo o trote dos cavalos pararem diante de Winterfall.

— Agora que o senhor tem todas as suas respostas, preciso me retirar – anunciou aceitando a mão do cocheiro para descer antes que Sasuke se ofertasse para tal.

Os olhos negros viram a figura elegante entrar na residência sem aguardar sua saída. Ele desceu e não a repreendeu, pois enquanto seus passos adentravam Winterfall, o Baronete, com seus olhos direcionados para sua cunhada no topo da escadaria, sabia que depois de lhe contar tanto, tudo o que aquela senhora desejava era a solidão dos seus aposentos e ele respeitaria sua reclusão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eitaaaaa... essa conversa foi longa hahahah
Essa é a verdade sobre Itachi e Sakura pessoal *---* não é algo muito elaborado, mas foi a ideia bobinha que me fez começar a escrever Winterfall naquele domingo que eu postei a fic e disse que era o tipo de história que eu começo a escrever aleatoriamente e deixo perdido no meu computador hahaha
Próximo capítulo será voltado para o Sasuke e a Sakura, além de falar um pouquinho sobre a família Uchiha. Se ainda tiverem alguma dúvida sobre Itachi e Sakura depois de toda essa conversa podem mandar as perguntas nos comentários, posso encaixar explicações necessárias no próximo capítulo se houver.
Obrigada por terem lido pessoal *---* obrigada pela confiança!
Próximo capítulo é SasuSaku na veia! Espero voltar quarta-feira ^^
Tenham uma linda semana e até a próxima pessoal! ♡

Qualquer novidade informarei pela Página do Face!
https://www.facebook.com/gabyfanfiction/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Winterfall" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.