Unchained escrita por LouisPhellyppe


Capítulo 40
Disappearance




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— Ei, acordem. - Sussurrou Kinessa tentando acordar a todos sem fazer barulho.

— O que houve? - Perguntei assustada.

— Não estamos sozinhos na cidade. Soldados da Legião estão procurando por algo e eu acho que sei por quem. - Ela respondeu sentando preocupada.

— Temos que ir o quanto antes. Estamos longe da Capital ainda. - Disse Ying se separando em um clone.

— Alguém tem algum plano? - Kinessa perguntou e todos olhamos para Emily, esperando que ela nos desse uma luz.

— Bom... - Ela começou com um ar de pensamento. - ...já pensaram em subterrâneo? Esgoto ou túnel talvez? - Perguntou mostrando que não conseguiu pensar em nada melhor.

— Lutar não será o plano mais inteligente. - Concluiu Cassie.

— Mas não quer dizer que não daria certo. Ao menos para ganhar tempo. - Disse Evie se espreguiçando.

— E se continuarmos escondidos? Qual a chance de irem embora? - Jess perguntou?

— Evie tem razão. Alguém ganhar tempo seria bem útil. Eu posso fazer isso e depois me encontro com vocês. - Disse Karol pensativa.

— Você tem certeza? Se não estivermos por perto, como vamos te ajuda se precisar? - Falou Tony.

— Apenas ouvindo os passos, consegui contar aproximadamente 19 soldados. Eu consigo dar conta e depois seguir vocês. - Ela falou confiante enquanto amarrava sua bandana vermelha em frente aos olhos, como fazia somente em momentos que ia lutar e começou a colocar suas botas.

— Eu mapeei o caminho para a saída da cidade. - Falou Tony.

— Certo, vamos colocar em prática. - Kinessa respondeu.

Alguns minutos se passaram e os soldados armados continuavam andando pelo bairro como se estivessem patrulhando ou procurando por alguém.

— Ei, podem me dizer pra onde fica a saída da cidade? Eu tô meio perdida. - Ela grita enquanto passa os dedos em frente ao rosto para sinalizar que não pode ver.

— Ei, olhem ela ali! - Gritou um dos soldados chamando atenção de mais alguns.

Nesse meio tempo, foi o suficiente para sairmos correndo pelos fundos da casa e seguirmos por um pequeno beco enquanto ela chama atenção dos soldados.

— Quanta gentileza? Tudo isso pra ajudar uma deficiente. Isso tudo é por que sou linda? - Ela os provoca.

— Ela está armada com uma espada senhor, permissão para atirar. - Falou um dos soldados no rádio.

— Ela mesma, permissão concedida, não deixem ela escapar. - Mal'Damba respondeu pelo rádio e ela conseguiu ouvir perfeitamente.

— Droga. - Ela fala ficando preocupada, pois os soldados não estavam com Ash e sim com Mal'Damba, que era sua maior preocupação. In

— Fogo! - O soldado grita e eles começam a atirar.

Em um piscar de olhos ela sai do campo de visão para cima dos soldados sem eles verem e cai em pé em cima dos ombros de um deles, o derrubando de cara no chão.

— Lado errado. - Ela falou fazendo eles mudarem o foco do tiro.

Mais uma vez em um piscar de olhos, correu atrás de um deles e o acertou com a lateral da mão aberta no pescoço, o fazendo cair enquanto ainda atirava.

— Agora são só 17. - Ela fala enquanto ouve os demais soldados se aproximando. - Isso vai ser rápido.

Enquanto isso já estávamos ficando distantes dali e não havia nenhum soldado por perto.

— Será que alguém deveria voltar pra ver se ela está bem? - Jess perguntou preocupada.

— Ninguém vai derrubar minha irmã tão fácil. - Tony respondeu confiante.

— Vocês deveriam se preocupar na verdade são com vocês mesmos. - Disse uma voz feminina se aproximando.

Kinessa e Cassie ficaram pálidas ao ouvir a voz.

— Olá garotas...e garoto. - Ela disse de forma séria, não parecia tentar ser irônica ou sarcástica.

Quando viro para ver quem era, me assusto. Era uma mulher de pele bem pálida e duas presas na boca, porém uma estava quebrada na metade. Seus olhos eram pretos com as pupilas amarelas. Estava vestindo um casaco preto enorme que ia até seu tornozelo e tinha um capuz. Seu cabelo era preto e liso, indo até os ombros. Eu não sabia se era impressão, mas ela lembrava claramente uma serpente.

— Você sabia que eu viria, Mary. - Ela diz sem emoção ou expressão facial alguma.

— Quem é você? Um vampiro? - Evie perguntou já incomodada.

— Na verdade isso me ofendeu. Os vampiros foram extintos a centenas de anos. - Ela diz calmamente como se realmente se importava com isso.

Em seguida olhamos para Kinessa e Cassie que ainda estavam paralisadas de medo.

— Continua como capacho do papai? - Jess perguntou a encarando de braços cruzados.

— Espera. Essa é... - Deduzo.

— Essa é Aiyra, a deusa de quem eu venho fugindo. - Jess completou ainda a encarando.

— Uma mulher? Eu tava esperando uma cobra gigante ou algo assim. - Evie caçoou.

— Misericórdia. Vocês tem algum conhecimento em mitologia. - Ela diz com um ar de reprovação.

Ao levantar suas mãos, noto que no lugar das unhas haviam enormes garras, coisa que nunca imaginei que um híbrido de cobra e humano teria.

Em um piscar de olhos Amy parte para cima dela entrando instantaneamente em seu modo de combate e tenta acertar um soco, que foi impedido rapidamente pelas garras da deusa. Em seguida a albina tentou a acertar um chute, mas Aiyra recua mais rápido que antes.

— Eu me lembro de você. Eu quebrei uma de minhas presas em sua pele. - Ela comentou sobre a batalha em que Amy perdeu para Mal'Damba.

— Vou quebrar muito mais dessa vez. - Amy respondeu com sua voz que ecoava.

Sua aura aparece de repente e sobe fazendo seu cabelo balançar com o vento causado pela sua pressão de energia e deixando os olhos de Aiyra brilhando de emoção ao ser desafiada.

Enquanto isso do outro lado do bairro, Karol acabava com os últimos soldados antes mesmo de tirar sua espada da bainha.

— 2. - Ela fala acertando uma coronhada em um dos soldados com o cabo de sua espada. - E o último. - Ela se move rapidamente o acerta um soco no estômago com muita força, o mandando vários metros para trás e acertando um muro.

Respirava ofegante e não conseguia notar a presença de mais ninguém.

— Finalmente. - Ela responde feliz com o resultado.

— Surpresa. - Um grito veio debaixo do seu corpo e em seguida ela é acertada no queixo por um soco que saiu do solo.

Mal'Dambma se revela por ser quem a acertou e para em pé sobre o buraco em que saiu.

— Feliz em me ver? Quer dizer, me ouvir? - Ele fala rindo.

— Maldito? Como não notei você chegando? - Ela responde levantando e limpando o sangue da boca.

— Agora sua grande percepção não é nada contra mim. Hahaha. - Ele pega um pequeno aparelho.

— É o que veremos? - Ela saca a espada e aponta para ele correndo muito rápido em sua direção.

— Isso mesmo, veremos. - Ele responde e aperta um botão no aparelho, que acaba emitindo uma frequência sonora quase impossível de ouvir por qualquer um, mas pela sensibilidade auditiva de Karol, era totalmente ensurdecedor.

Antes da espada o atingir, ela a solta e cai de joelhos no chão com as mãos nos ouvidos e gritando de dor.

— Aaaahh, faz isso parar. - Ela gritava.

— Hahahaha. Você de joelhos para mim, como esperei por isso. - Ele responde apenas diminuindo a intensidade da frequência. Não a machucava tanto mas ainda a deixava sem conseguir reagir.

— Maldito. Você não vai escapar tão fácil assim.

— Enfim vou saciar minha vontade de saber o que você tanto esconde sobre essas pérolas. - Ele diz abaixando para ficar da sua altura e se referindo aos olhos que Karol nunca havia nos mostrado.

— Não faça isso. Você vai se arrepender. - Ela tenta o impedir mas tirar as mãos dos ouvidos só causava mais dor.

— Não vai doer nada, você nem sequer enxerga, por que precisa deles? - Ele pergunta segurando as bochechas da espadachim com uma mão e arrancando a bandana que estava sobre os olhos.

— Sério. Pare antes que seja tarde, eu imploro. - Ela grita tentando escapar de suas mãos.

— Hahahaha. Ajoelhar e depois implorar? Parece que tivemos um grande progresso hoje. Agora vamos ao que importa.

Em seguida ele apenas abre as pálpebras de Karol e da um suspiro surpreso e assustado.

~ Enquanto isso do outro lado do bairro ~

— Enfim, não vim lutar com vocês pirralhas. - Diz Aiyra dando de ombros. - Mary, se passaram anos, meses, semanas e apenas restaram dias pra você. Cuide desse corpo.

— Por que não me enfrenta, coisa feia? - Amy murmurou.

— Não é com você que tenho coisas acertar. - Ela diz olhando para a albina e em seguida sorri para mim, me deixando preocupada. - E Mary, não esqueça de cuidar bem da rosinha. - Ela fala para Jess enquanto anda para trás.

— E...eu? - Perguntei assustada.

Em seguida ouvimos uma grande explosão vinda do lado em que viemos, junto de uma grande nuvem cinza que surgiu

— Karol! - Tony gritou e saiu correndo.

— Espera. - Ying gritou para ele.

— Nos veremos denovo. Até mais...humanos. - Ela se encosta em uma parede e desaparece pela sombra.

— Karol precisa de ajuda, vamos lá. - Cassie disse e todos corremos o caminho de volta até o local da explosão.

Ao chegar, vemos vários corpos de soldados jogados ao chão e descobrimos que a explosão foi causada por um carro que agora estava em chamas na rua. Fomos seguindo o rastro de corpos e chegamos ao local que ocorreu tudo.

Alí encontramos apenas uma pequena cratera no chão e a bandana vermelha de Karol caída com uma ponta em chamas.

— Não. - Tony cai de joelhos no chão.

— Não pode ser. - Amy diz abismada olhando em volta e colocando a mão sobre a boca.

Olho a destruição em volta e sem contar com a explosão, não consigo imaginar o que poderia ter causado tudo aquilo.

— Ela não enfrentou apenas soldados. Não é possível que ela enfrentou soldados comuns. - Ying falou horrorizada enquanto as lágrimas desciam pelo seu rosto.

— Não mesmo. Olha isso. - Kinessa pegou um objeto queimado jogado no chão.

Era a máscara de Mal'Damba. Era de aço, mas estava destruída pela metade.

— Será que ele que causou tudo isso? - Evie perguntou chocada.

— Onde estão os corpos. - Emily perguntou pensativa.

Tony pegou a bandana de sua irmã e amarrou em sua testa. Ele vira para nós e respira fundo, aparentemente nervoso com o acontecido.

— Vamos acabar logo com isso. - Ele anda o caminho de volta determinado.

— Tony, tem certeza? Não quer parar pra resfriar a cabeça? - Ying propôs preocupada.

— Não preciso. Ela não morreu. Ela disse que nos encontraria no caminho, então temos que ir agora. - Ele responde sem virar o olhar e continuando a andar.

Nos entre-olhamos preocupadas e não sabíamos o como reagir sobre Tony nesse estado, então apenas o seguimos.

— Ela não morreu? - Pergunto para Amy.

— Não. É difícil de explicar o que realmente aconteceu, mas acho que logo encontraremos ela. - A albina responde preocupada e me deixando pensativa a sobre o que aconteceu.

Algumas horas caminhando e eu ainda ficava preocupada com a aparição de Aiyra. Talvez ela tenha a ver com o desaparecimento de Karol.

— Jess, você disse que Aiyra é a filha mais nova de Wekono. - Comentei.

— Quando humano, Wekono teve 2 filhos. Niara e Loxus que eram gêmeos e futuramente veio Aiyra, que ele concedeu para Mal'Damba.

— O que houve com os gêmeos?

— Niara pode hipnotizar as pessoas para a servirem, precisando apenas de que a pessoa ouça sua voz. Ela foi comandante de imensos exércitos na antiguidade, seu objetivo era conquistar o mundo inteiro mas foi impedido por uma poderosa sacerdotisa de podes abissais, que era portadora de um coletor de almas. Ela selou sua alma em uma Lacrima e a enterrou dentro de um grande baú onde nenhum humano pudesse a encontrar.

— Incrível alguém ter conseguido conter tal poder em uma Lacrima. - Comento pensando sobre a sacerdotisa. - O que é um coletor de almas?

— Um objeto lendário criado a partir da Lacrima mais antiga e límpida, sendo capaz de deter milhares de almas em sí. A sacerdotisa a usava para capturar a arma de seus inimigos.

— Que incrível. - Fico surpresa. - E o irmão o gêmeo?

— O gêmeo de Niara, Loxus, foi conhecido como o Mestre das Armas. Ele usava maldições nas armas em que criava, com a intensão de fazer elas se enfrentarem. Seu fim veio pelas mãos da mesma sacerdotisa que derrotou sua irmã. Ela selou sua alma em uma Lacrima e a escondeu da mesma forma que o da irmã.

— Por que Aiyra não foi selada da mesma forma? - Perguntei confusa.

— Aiyra nasceu no sacrifício que meu pai fez, sendo milhares de anos mais jovem que os irmãos. Ela é a sede da vingança e diz que vai se vingar da sacerdotisa e libertar seus irmãos.

— Então por que ela tanto quer seu corpo? - Ainda estava confusa.

— Por ser imortal, tenho mais energia que um humano comum, mesmo que não tenha poderes. Meu corpo é o catalisador perfeito para Aiyra. Ela só poderá liberar seus irmãos quando tiver posse do meu corpo e usa-lo como sua casca. O corpo que vemos ela usando era de alguma inocente que ela matou para poder usar. A alma dela é poderosa demais para aquele corpo suportar e por isso ela vai trocando como uma serpente troca de pele, até chegar a hora que conseguirá o meu.

— Isso é assustador. - Fico espantada. - A sacerdotisa ainda está viva?

— Não se engane por ela ter aprisionado os gêmeos, ninguém realmente soube suas verdadeiras intenções. Ela existiu a milhares de anos e logo após derrotar os gêmeos de Wekono, ela desapareceu misteriosamente. Existe uma lenda que diz que logo após selar os gêmeos, seu espírito se corrompeu e o guardião celestial a selou na Lacrima mais poderosa já criada. A lenda diz ser uma alma silenciosa, mas a mais poderosa de todas poderosa. Eu não sei sua real identidade. - Ela finaliza preocupada.

— O ser mais poderoso que existiu foi corrompido? Você acha que ela voltaria um dia?

— Não tenho ideia. Venho fugindo de Aiyra a tantos anos que acho que perdi a esperança da volta dela. Isso se...for uma boa idéia. - Ela responde nada confiante.

Logo após, conseguimos chegar a uma cidade pouco populada e ainda longe da capital. Era como as cidades que eu e Fernando costumavamos passar em nossa missão.

Continuamos andando pela rua enquanto alguns caras passavam e olhavam para nós. Era até meio estranho 7 garotas e 1 garoto viajando juntos.

— Já estamos andando a 3 horas? Podemos parar um pouco? - Emily perguntou diretamente para Tony. Aparentemente agora quem tomou a frente da missão havia sido ele.

— Vocês podem parar se quiser. - Ele falou sem parar de andar e nem olhar para trás.

— Tony, você precisa parar também. Eu sei que quer impedir isso tanto quanto nós, mas você tem que parar para resfriar a cabeça por um um momento. - Ying disse preocupada.

— Eu não posso parar. Karol nos deu a chance de nos salvar e desapareceu. Agora eu não quero mais fugir. - Respondeu ainda caminhando.

Nesse momento Jess o puxa pelo braço, fazendo o virar para trás e antes que ele percebesse, ela o beija.

Todas nós ficamos surpresas por não esperarmos isso tão de repente. Mesmo que já tivemos notados que ele gostava dela e ela acabava nutrindo algo pelo garoto.

Ela segura seu rosto e mantém os olhos fechados mostrando que estava aproveitando o momento. Assim que as bocas se separam ela o abraça ainda o deixando sem reação e com as bochechas rosadas.

— Eu passei minha vida inteira com problemas de confiança por culpa do meu pai, mas você mudou isso em mim. Eu consigo confiar em todos nossos amigos, mas principalmente você. Você é muito importante pra mim Anthony. Por favor, não vá sozinho. Por mim. - Ela continua abraçada nele.

Noto que Emily tinha um sorriso assustadoramente pervertido para o novo casal.

— Desculpe. - Ele diz abaixando a cabeça.

— Vamos. - Ela diz o puxando pela mão.

Em seguida para minha total surpresa, ela puxa sua franja esquerda e a coloca para trás da orelha, deixando o rosto inteiro a mostra e nos deixando totalmente surpresas mais uma vez.

— Você me deve biscoitos. - Emily sussurra para a esverdeada.

Seguimos até uma espécie de bar que havia por ali. Vários brutamontes mal encarados como sempre, mas nenhum que Kinessa não pudesse intimidar com a sniper em suas costas.

Ocupamos apenas as banquetas laterais, para não chamar atenção.

— Eu não sei vocês, mas eu quero beber muito. - Kinessa diz levantando um dedo para o bartender.

Cassie olha em desaprovação para a morena e faz o mesmo gesto para o bartender, deixando Kinessa com os olhos brilhando ao notar que iriam beber juntas.

Após poucos minutos, Kinessa estava começando a ficar mais sorridente sem motivo enquanto Cassie segurava um copo vazio com a cabeça no balcão.

— Logo irá anoitecer, será que precisamos arrumar um lugar para passar a noite por aqui? - Ying pergunta preocupada.

— Eu sei um bom lugar pra vocês passarem a noite. - Falou um homem grande e gordo que estava sentado perto de nós.

— Que nojo. - Evie sussurrou ao entender o que o cara queria dizer.

— Também sabe aonde posso conseguir dinheiro? - Kinessa perguntou a ele se levantando com o copo vazio.

— Eu posso conseguir dinheiro pra você. - Ele fala se encantando com a morena.

— Eu não gosto de dinheiro fácil, que tal um desafio? - Ela perguntou sensualmente enquanto pega um copo maior no balcão e vai até a mesa dele, como se fosse uma modelo.

— Adoro desafios. Escolha qualquer um. - Ele falou enquanto a olha de baixo a cima.

— Ótimo! - Ela respondeu enchendo seu copo com a cerveja que estava na mesa do cara. - Eu tenho 200 euros. Tudo o que você apostar eu vou cobrir. - Ela senta na cadeira cruzando suas pernas sobre a mesa.

— E qual é o desafio? - Ele perguntou e todos no local fizeram uma roda para assistir.

— É o seguinte, quem beber mais vence e fica com o dinheiro. O perdedor fica sem nada e se vira com a conta. O que acha? - Ela pergunta entornando o primeiro copo, ficando com um bigode de espuma e o encarando com um sorriso confiante no rosto.

— É Toninho, ela é bem mais intimidadora que você. - Evie caçoa dando tapinhas nas costas do garoto que apenas assistia.

O homem a encara sério por alguns segundos e finalmente abre o jogo.

— Manda a ver! - Ele abre um sorriso como o dela.

— Kin. Você tem certeza? Olha o tamanho desse cara. - Ying perguntou sem muita fé.

— Eu tenho...ela aguenta. - Cassie respondeu em um soluço. Mal havia começado a beber direito e já parecia um pouco tonta, talvez feliz. - Eu vou ajudar ela daqui. - Completa levantando o copo para a morena que responde também levantando o seu.

— O que você fez com a minha irmã? - Evie manda um olhar mortífero para a morena.

— Eu aposto minhas armas que ela vence. - Jess da de ombros.

— Donzelas, vejam e aprendam. - Kinessa fala para nós e todos os homens do lugar.

Pela confiança de Kinessa, esse seria um desafio e tanto.

45 minutos foi o tempo em que o homem demorou para desistir.

— Chega. Você venceu. Você não é normal. - Ele diz se jogando ao chão sem ar.

— Mas ainda nem chegou o prato principal. - Kinessa falou já alterada pelo álcool.

— Kin, você não tá bem. - Ying a ajuda a se manter em pé.

— Eu tô legal minha linda. Não precisava de 3 clones pra me ajudar. - Kinessa fala soluçando toda risonha.

— Na verdade não tem clones. - Ying responde virando os olhos.

— Deixe eu te ajudar com ela, meu anjo. - Um homem alto e bem musculoso falou para Ying simulando colocar o braço em seus ombros.

Nesse instante, Kinessa bate em na mão dele e aponta uma das pistolas que havia achado na casa, para ele.

— Encoste um braço nela e eu vai sair daqui com um novo buraco para respirar. - Kinessa falou séria. Por um segundo parecia que estava sóbria novamente.

— Relaxa Kin, nenhum deles é homem suficiente pra mexer com você. - Emily caçoa, fazendo o cara que era quase 4 vezes seu tamanho se irritar.

— Como é, tampinha? Não é hora de criança estar em casa? - O cara caçoa de Emily a deixando furiosa e fazendo Evie quase rolar ao chão de rir.

— Senta aí. - Gritou Kinessa para o homem que em seguida sentou na cadeira com as mãos para cima.

Kinessam guardou a pistola tentando não se desequilibrar e bateu a mão na mesa.

Olho em volta e não encontro Evie Ou Cassie, então olho para trás do balcão e vejo a azulada repreendendo a irmã. O que me assusta era ver 6 copos de shot de tequila, virados para baixo no balcão.

— Você não pode falar comigo desse jeito. Eu sou mais velha que você. - A mais velha reclama como uma criança.

— Não é hora pra comemoração, apenas pra descontrair. Você já não consegue mais assumir seus atos. - Evie murmura irritada.

— Consigo sim. - A ruiva responde virando o rosto, fazendo Evie virar as costas e sentar do meu lado.

— Minha nossa. - Digo engolindo em seco. Nunca achei que veria Cassie nesse estado alguma vez.

— Ela tem um problema quando bebe, por isso ela costuma evitar. - A azulada murmura pegando em minha mão.

— Que tipo de problema? - Fico curiosa.

— Ela costuma evitar relacionamentos, mas quando ta bêbada, seu lado amoroso a domina completamente. - Ela balança a cabeça negativamente.

— Se ela sabe disso, por que bebeu? - Fico confusa.

— Isso é o que me preocupa. - Ela completa levantando uma sombrancelha.

Assim que ela respondeu nos ouvimos.

— Você gosta de desafios? É que eu tô precisando de dinheiro. - A morena diz para o grandão, nos fazendo ter um facepalm coletivo.

— Claro. Eu aumento a aposta do outro cara. - Ele responde sorrindo e colocando 1000 euros sobre a mesa.

Era muito dinheiro, dessa vez eu também fiquei interessada em ver o desafio, por mais que ela já não estivesse em condições nem de responder por seus atos. De alguma forma estava engraçado assistir a isso.

— Só que o jogo mudou, meu bem. Você é bem forte não é? - Ela falou passando a mão pelos braços torneados do cara.

— Sou o mais forte daqui, sem dúvida. - Ele afirmou se vangloriando enquanto os outros caras apenas riam dele.

— Certo. Já que é tão forte. Quero um desafio de queda de braço com uma colega minha. Amy, venha. - Kinessa fala sem se soltar da mesa para não cair no chão.

Ao ouvir isso, Amy abre um pequeno sorriso e estrala os dedos da mão, parecia que gostou da idéia, enquanto o cara não tinha ideia aonde estava se metendo.

— Essa menina? Tem certeza? - O cara perguntou rindo. - Vou tomar cuidado pra não te machucar muito.

— Por favor. Tente me machucar. - Ela falou sem expressar emoções e sentando sob a mesa.

Os dois dão as mãos e preparam os braços. Kinessa segura os dois punhos antes de começar. E quando ameaça soltar, ela para.

— Espera, esqueci de perguntar se alguém aqui quer fazer apostas.

Todos os homens começaram a gritar e jogaram dinheiro no chão perto do homem, enquanto Amélia recebia umas moedas. O sorriso de Kinessa aumenta mais ainda e começa a contagem.

Isso seria mais interessante que o desafio de Kinessa...e mais engraçado.


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