Unchained escrita por LouisPhellyppe
Os minutos se passam e consigo sentir do meio do vagão o calor do nervoso de Cassie vindo de um lado e o frio da tristeza de Evie vindo de outro. Pouco menos de uma hora de viagem e nenhuma delas resolveu novamente falar com a outra. Eu já estava a perder a paciência com essa situação até algo interromper meus pensamentos.
— Atenção viajantes, sua viagem será interrompida por algumas horas por conta de problemas técnicos na Capital de Trens! - Dizia uma voz feminina em um auto-falante dentro do vagão.
A Capital de Trens é uma cidade do tamanho de um bairro, criada no início da guerra. Ela fica exatamente na fronteira entre Suíça, Itália e França. É conhecida por ser a cidade europeia que não dorme, por tudo funcionar 24 horas. Não é um lugar de visitas e sim de trabalho. Lá que são fabricados todos os trens e veículos de transporte em toda Europa. Também é conhecida por ser a cidade mais segura do continente, tendo leis extremamente rígidas aos menores crimes. Sua aparência é bem mais rústica e steampunk do que o resto das capitais dos países, que pareciam bem mais modernos e cyberpunk.
— Vocês ouviram isso? - Perguntei para as duas que se levantaram e assentiram com a cabeça.
Em seguida o trem começou a diminuir a velocidade e deu pra notar pela janela que estávamos chegando em alguma cidade que não estava em nossos planos. Por sorte a nevasca havia diminuído e poderíamos procurar respostas sobre o que realmente aconteceu na Capital de Trens.
Assim que o trem parou, descemos e andamos pela estação que tinha um pequeno alvoroço por conta da viagem interrompida.
— Senhores, se acalmem. Precisamos que mantenham a calma até conseguirmos uma resposta da Capital. - Uma mulher em cima do um banco tentava acalmar a todos mas totalmente sem sucesso.
— Precisamos fazer algo. - Disse Cassie olhando para a multidão.
Nesse momento Evie senta em sua varinha e sobrevoa por cima de todos. Em seguida para no ar e fica em pé sobre ela.
— Galera, presta atenção... - Ela gritou e também foi ignorada.
Ao ver que não teria jeito, começou a soprar da mesma forma que no trem, porém a neve foi caindo ao chão e começou a congelar os pés de todos que estavam ao meio do alvoroço. Ao notarem isso, todos olham para cima.
— A atenção dos senhores por um minuto. - Ela pediu e todos se silenciaram. - Muito obrigada. - Ela respondeu virando os olhos. - Fala aí mocinha. - E apontou para a mulher que estava tentando falar sobre o ocorrido. Após isso, voltou voando ao nosso lado.
— Eu estava dizendo que ainda não temos resposta sobre o que causou a interrupção da viagem. Então precisamos que todos tenham a calma de esperar e se acomodarem por enquanto. Muito obrigada a todos. - Ela sai de cima do banco aparentemente cansada e vai indo em direção uma cabine.
Evie estala os dedos e o gelo se quebra, liberando os passageiros que agora estavam um pouco mais calmos.
— Vamos atrás de respostas. - Puxo as duas pelos braços.
Seguimos para fora da estação e vemos que a nevasca estava voltando.
— Droga, estamos ilhadas. - Cassie pareceu preocupada.
— Bom. Vamos tentar conseguir a resposta e então esperamos a nevasca passar para procurarmos uma estalagem para ficar. - Tento contornar a situação.
Voltamos para dentro e encontramos a garota que deu o recado e ela parecia preocupada.
— O que aconteceu com a Capital? - A pergunto curiosa.
— Não aconteceu nada. Não a nada com o que se preocupar. Está tudo sobre controle. - Ela olha sorrindo para mim e com um olhar assustador como quem tivesse desesperadamente pedindo socorro.
— Nós queremos ajudar a resolver isso. Tente nos ajudar com isso. - Cassie tenta convence-la.
Ela nos olha com medo. - Vocês são das Forças Unidas? - Começando a se desesperar.
Eu e Cassie íamos responder quando Evie interferiu. - Não, não somos. - Eu e a ruiva a encaramos sem entender mas ela aparentava saber o que estava fazendo.
— A estação principal da Capital foi tomada por algum tipo de ativista ou algo do gênero. A 3 horas eles enviaram uma mensagem para as principais estações de trem em cada país. - Ela começou a soluçar com a mão na boca.
— Se acalme. Se nos disser, podermos tentar resolver isso. - Tento acalma-la.
Nesse momento os autos-falantes de toda a estação são ativados. Deles vem uma voz feminina.
— Atenção a todos os cidadãos. Nenhum de vocês me conhece ainda mas podem me chamar de Unificadora. - Eu, Cassie e Evie ficamos chocadas ao ouvir. - Eu gostaria perguntar se vocês sabem quem realmente estão cuidando de vocês. Muitos irão responder as Forças Unidas, mas vocês realmente sabem o por que essa guerra já dura 4 anos? - Todos começaram a se perguntar enquanto ouviam. - São 4 anos em que um único país com um pequeno exército, está lutando contra todo um continente. Vocês não acham que essa história está mal contada? - Todos começaram a se entre-olharem, como se realmente nunca tivessem pensado nisso. - As Forças Unidas surgiram no início da guerra e jamais batalharam diretamente contra a opressão do Reino. Isso resultou na criação de grandes muralhas entre as cidades de cada país, separando as pessoas pelo quanto você podia pagar por segurança. As Forças Unidas separaram a Europa, no momento em que mais precisávamos estar unidos. Quantas pessoas morreram em ataques e atentados as suas próprias casas, nas cidades mais pobres do país. As Forças Unidas não estavam lá para defende-las, não estavam lá para ajuda-las a recomeçar. Eu estava! - Todos começam ficam chocados e curiosos. - Eu sou uma das comandantes da Legião e vim pedir a confiança de todos os cidadãos que querem colaborar com o fim dessa grande piada que é as Forças Unidas. Está na hora de acabar com essa guerra por nós mesmos. Todos os soldados e jovens que quiserem se alistar, serão bem-vindos a verdadeira força do cidadão europeu. Serão bem-vindos a Legião. - E o áudio se encerra. Todos em seguida começam a se olhar curiosos até um cara no meio de todos gritar.
— Viva a Unificadora! - E todos começam a comemorar e bater palmas.
— Foi isso o que ela disse. - Completou a garota, já calma.
Eu e as garotas estávamos de queixos caídos. Não sabíamos como reagir e demos sorte de Evie ter mentido nossa identidade.
— Como você sabia? - Pergunto a ela.
— Ela ficou com medo quando perguntou se eramos das Forças Unidas. Eu apenas presumi que era algo do gênero. - Cochichou em meu ouvido.
— Maeve, como sabia que era pra cá que deveríamos vir? - Cassie perguntou, fazendo eu me lembrar que não tinha revelado meu real plano até então.
Não poderia engana-las. Talvez pudesse ir sozinha atrás de Ash quando resolvessemos isso. Mas agora precisava da confiança delas e pra isso precisamos realmente ir atrás da Unificadora.
— Andei estudando a Unificadora. - Menti para elas, mas agora essa era nossa real missão. - Vamos aguardar liberarem os trilhos para seguirmos a viagem.
— Os trilhos foram liberados, vocês podem ir. - A garota do recado diz sentando em um banco e abraçando as pernas. Ainda parecia assustada.
Íamos direto para Suíça, mas decidimos dessa vez ir para a Capital de Trens. Lá era o único lugar da Europa capaz de enviar uma mensagem para todas as estações de trem e talvez até de rádios da Europa. Era nossa primeira pista.
Mais uma vez nenhuma das duas estavam conversando e isso começou a me irritar. Ao menos estavam sentadas no banco, frente a frente.
— O que aconteceu pra vocês ficarem assim? - Tento entender e elas me ignoram. Alguns segundos se passam e o silêncio reina. - Vocês realmente são irmãs? - Tento faze-las me ouvir.
As duas me olham como se eu tivesse tocado em um assunto delicado. Em seguida olham uma para outra e os olhos enchem de lágrimas por algum motivo que não consigo entender.
— Não. - Responde Evie com a cabeça baixa. Parecia ainda magoada com a última briga com a ruiva.
— Somos sim. - Responde Cassie olhando para a azulada. Parecia estar arrependida do que havia dito.
Eu apenas me encosto no banco e começo a assistir elas contando.
— Eu nasci no sul dos Estados Unidos em uma família simples. Quando tinha 6 meses de vida, minha mãe morreu atacada por um animal selvagem e após isso, meu pai se dedicou a caçar. Acabou se dedicando tanto mais a isso do que a mim. Talvez por que eu lembrava muito a minha mãe. - Disse Cassie abaixando a cabeça.
— Eu nasci no Japão filha de uma policial e um médico. Cresci achando que meu pai havia me abandonado, quando na verdade minha mãe nunca teve coragem de dizer que ele morreu em um acidente pouco antes de eu nascer. - Começou a Evie logo após a ruiva.
— Ao o invés de ursos de pelúcia ou lápis de cor, ele me deu uma arma e me ensinou a atirar quando tinha 6 anos. Devia ser sua única forma de demonstrar amor. - Continuou a ruiva.
— Quando tinha 10 anos, tive uma doença rara que me impedia de ficar exposta ao frio. Caso eu me expusesse, meu sangue poderia correr mais devagar em minhas veias e poderia parar meu coração. Os médicos descobriram que eu era o primeiro caso raro no mundo de um novo tipo sanguíneo. Só podia doar e aceitar sangue do mesmo tipo. Ele foi chamado de Z. Se não descobrissem urgentemente algum doador, eu estaria condenada. - Seguiu a azulada.
— Com 12 anos, fui para minha primeira caçada sozinha, que resultou em minha quase morte. Para sobreviver, precisava de um transplante de medula óssea e ele só podia ser obtido por alguém do mesmo tipo sanguíneo. Acontece que descobriram que eu era o segundo caso raro no mundo do tipo sanguíneo Z. Fiquei internada durante alguns dias. - Disse a ruiva.
— Algumas semanas depois minha mãe descobriu uma doadora no sul dos Estados Unidos e que também precisava de um transplante de medula. - Disse a azulada olhando para Cassie.
L
— Ela salvou minha vida. - Cassie devolveu o olhar.
— E ela a minha. - Evie completou.
— Ao descobrir que as operações foram um sucesso, meu pai comemorou com a mulher.
— E minha mãe com o homem.
— Eles se apaixonaram.
— Eles casaram.
— Eles largaram seus passados para dar início a um novo futuro.
— Uma nova família.
— Nunca um...
— ...sem o outro!
Uma completava as frases da outra. Até pegarem suas mãos.
— Evie... - A ruiva começando a chorar.
— Cassie... - A azulada também chora.
— Desculpa por ter te ofendido e dizer que você é louca de atenção para esquentar esse coração frio. Não deveria ter dito que não é minha irmã. - Cassie levanta arrependida e abre os braços.
— Desculpa por ter te chamado de invejosa e estúpida. Eu não devia te provocar como fiz. - Evie levanta do banco e retribui o abraço.
— Eu te amo irmãzinha. - Diz a ruiva
— Eu te amo irmãzona. - Completa a azulada.
Fico feliz em ver as duas se entendendo mas continuo apenas assistindo até onde elas vão.
— Maeve, desculpa por ter feito vc nos aguentar desse jeito. - Disse Cassie.
— Sem problemas. Eu só queria ver vocês juntas denovo. São uma linda família. - Digo também levantando.
Em seguida elas duas me puxam para um abraço em conjunto. Após sentarmos novamente tento saciar minha última curiosidade.
— Sabe... - Tento não parecer enxerida. - ...por que Evie passou pelo experimento e a Cassie não? - Elas se entre-olham e abaixam a cabeça.
— A 4 anos atrás, minha mãe descobriu nas coisas do meu pai, uma pesquisa sobre o desenvolvimento de um soro que poderia curar qualquer doença. - Começou Evie.
— Pouco tempo depois disso, a doença de Evie atacou novamente e meu sangue não foi o suficiente para curá-la. - Seguiu Cassie.
— Era inverno e o frio desacelerou meu sangue fazendo meu coração quase parar. Eu estava a beira da morte.
— Meu pai entrou em contato com as Forças Unidas e pediu para que salvassem ela. Ele aceitaria tudo o que pedissem como condição. Era a única chance que ela tinha de sobreviver.
— A princípio eles negaram o pedido, até descobrirem que eu tinha o tipo sanguíneo Z. Após isso eles fizeram um acordo com meu padrasto. Nós duas serviriamos as Forças Unidas pela Europa e eles fariam o experimento em mim.
— Por sorte o experimento foi um sucesso. Mas sem saber como, ela ganhou poderes que nunca outro humano teve.
— Eles me treinaram durante alguns meses para aprender a usar e controlar todo esse poder. Caso eu não soubesse usa-lo, ele que me usaria. - Finaliza a azulada.
— Como ele te "usaria"? - Pergunto curiosa.
— As vezes eu sinto, que tem algo dentro de mim, como alguém querendo controlar meu corpo. - Ela fala aparentemente preocupada.
Fiquei assustada por saber do que ela está a falando. Me lembrei do dia em que enfrentei Drogoz e até no hospital com Fernando. Será que é algo que tenha a ver com meus poderes?
— Eles também não se interessaram pelo sangue de Cassie? Pelo visto eles só aceitaram fazer o experimento em você por conta do tipo sanguíneo. - Tento entender.
— Meu pai me fez prometer que não deixaria eles saberem que eu também era Z. - Completou Cassie.
— Desde então vocês vivem na Europa?
— Sim. - Responderam em uníssono.
— Atenção senhores viajante. Em alguns minutos estarão chegando ao seu destino. - Uma voz no auto-falante nos interrompeu, nos deixando alguns minutos em silêncio.
— Vocês acreditaram no que a Unificadora disse? - Pergunto a elas mudando de assunto preocupada.
— Não sei se as informações sobre as Forças Unidas são verdades, mas faz sentido o que disse sobre eles não terem posto um fim a essa guerra. - Diz Cassie pensando sobre o assunto.
— Eu gosto da ideia dela de lutar pelas cidades mais fracas. - Completa Evie.
— Mas será verdade que ela realmente estava lá quando as Forças Unidas não estavam. - Falou a ruiva.
— Pra isso temos que descobrir quem é a Unificadora. - Finalizou a azulada.
— Vocês são incríveis. - Digo surpresa com o como elas vão alinhando toda a trajetória do plano. Elas sorriem de volta.
Quando o trem parou no destino, descemos na estação da Capital de Trens.
— Olha todas essas máquinas antigas. - Diz Evie admirando.
— Parece que voltamos no tempo. - Completa Cassie maravilhada.
— Essa é a Capital de Trens, a cidade, até onde eu sei, mais segura da Europa. - Explico para elas, enquanto admiram a beleza retrô da cidade.
Prédios feitos de tijolos, lâmpadas amarelas e até cidadãos usando smoking e cartola. A sensação era de estar vivendo em 1920.
— Como fazemos para encontrar a Unificadora? - Evie pergunta.
— Também estão procurando a Unificadora? - Disse uma garota que havia passado por nós. Era de pele parda e com olhos laranjas. Seu cabelo castanho escuro era curto, mão chegando a cobrir a nuca. Tinha um pequeno curativo abaixo do olho esquerdo e um cachecol vermelho que cobria seu pescoço e um pouco de sua boca. Usava uma jaqueta de couro laranja colada ao corpo, uma calça de camuflagem e uma bota com chapas de aço que iam até o joelho, que era comum entre os soldados das Forças Unidas. Aparentava ter por volta de 20 anos. Nas costas carregava uma espécie coldre bem grande, coberto por um pano.
Nos entre-olhamos para ver se concordávamos que era seguro afirmar isso. - Sim. Sabe aonde podemos encontra-la? - Perguntei curiosa com a garota.
— Sim, mas como posso confiar em vocês? E se vocês foram mandadas pelas Forças Unidas para captura-la? - Ela se aproximou me intimidando. Era até um pouco mais alta que Cassie.
— Você está usando uniforme das Forças Unidas e está desconfiando de nós? - Evie também se aproximou e tentou intimida-la.
— Pelo que vemos, quem está armada aqui é você. - Completou Cassie.
— Tá, me pegaram. - Ela balançou a cabeça negativamente. - Não, eu não sou das Forças Unidas.
— E esse uniforme? - Evie pergunta.
— Não sou mais! - Ela completa. - Eu quero apenas acabar com essa guerra de vez para ter minha mãe vingada.
— Também vem atrás de vingança? - Tento fingir que me interesso, quando estava apenas juntando informações.
— Essa guerra separou minha família e matou minha mãe. Eu não suportei trabalhar nas Forças Unidas ao lado de meu irmão então vim atrás de alguém que está determinada a acabar com isso. - Ela me olha seriamente nos olhos.
— Alguém que nos entende. - Minto para ela. E começamos a segui-la.
— Vocês são irmãs? - Ela pergunta a nós 3.
— Sim. - Respondemos em uníssono.
— Certo, é um prazer conhece-las. Qual são seus nomes? - Ela abre um sorriso de canto para mim.
— Maeve.
— Cassie.
— Evie.
— Meu nome é Kinessa. Espero que possamos nos dar bem. - Esticou a mão para mim que a cumprimentei.
A nevasca tinha parado e a neve estava baixa. Já estávamos o dia inteiro em viagem e logo começaria a anoitecer. Atravessamos a cidade não muito grande caminhando e chegamos a entrada de um bosque.
— Recebi a informação de que é por aqui. - Disse Kinessa.
— Nesse bosque? - Cassie indagou.
— Um pouco depois dele. - Ela respondeu nos guiando.
Quase mais uma hora caminhando e eu comecei a acreditar que estávamos perdidas. Até sermos emboscadas por 4 homens armados, logo após chegarmos ao fim do bosque.
— Identifiquem-se! - Disse o primeiro.
— Kinessa, 20 anos, ex tenente das Forças Unidas.
— Cassie, 19 anos, caçadora americana.
— Evie, 16 anos, bruxa invernal.
— Maeve, 16 anos, caçadora de recompensas. - Respondemos em sequência com as mãos levantadas. Pensei na primeira mentira que veio em minha cabeça.
— O que estão fazendo aqui? - O soldado armado perguntou.
— Estamos a procura da Unificadora. Queremos nos alistar. - Kinessa responde por nós todas.
— Certo, sigam-me. - Disse ele abaixando sua arma enquanto os outros 3 iam para trás de nós ainda apontando.
Caminhamos até um laboratório como o de Drogoz, que ficava entre as árvores. O soldado abriu o olho em um scanner de retina que a leu e abriu a porta. Quando ele puxou a porta, parecia como a de um cofre, bem larga e aparentemente pesada. Era um elevador até que largo, coube facilmente nós 8 ali. Em seguida o elevador começa a descer. Após uns 10 metros de profundidade, vemos pelo vidro na parte de trás do elevador, que se tratava de um gigante laboratório, cheio de mesas e computadores aparentemente bem modernos, realmente como o de Drogoz, porém com muito mais pessoas trabalhando.
— Que incrível. - Disse Evie olhando pelo vidro.
Após a porta do elevador abrir, seguimos o soldado até uma espécie de sala bem iluminada com uma mesa e algumas cadeiras.
— Vocês vão esperar aqui. Logo alguém virá para o teste de confiança de vocês. - Diz o soldado que se retira e a porta tranca automaticamente.
— Como sabia aonde ficava? - Perguntei a Kinessa.
— Sou a maior caçadora de recompensas da Europa. Não a nada que eu não descubra. - Ela me olha em meus olhos como se desconfiasse de mim e puxou a arma em suas costas.
Nesse momento fiquei apavorada. Sua arma era idêntica a arma que vi o homem do tapaolho usando no dia em que nos conhecemos e que vi no arsenal de Fernando. Era uma sniper laranja. Porém com alguns detalhes diferentes. Notei que não havia entrada para cartucho de munição e que tinha um cano retrátil. Quando estivesse esticada, poderia usar como uma arma de precisão e quando recolhida poderia ser usada como uma sub-metralhadora.
Ela mira a arma em minha direção e o cano se estica. - O que acha da minha namorada. - Se refere a arma.
— Muito legal. E o que acha da minha? - Evie responde apontando sua varinha para a cabeça da morena. - Quer apostar que minha namorada faz mais coisas que a sua?
Acabamos de chegar na Capital e aparentemente já temos um problema. No que Lex estava pensando quando decidiu nos mandar nessa missão?
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!