Unchained escrita por LouisPhellyppe


Capítulo 22
Merry Christmas




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Já era 11 horas da noite e o dia de viagem de Skye e Bolt se passa enquanto eu e Fernando esperávamos sua volta. Passamos esse tempo em sua garagem jogando conversa fora enquanto ele me ensinava um pouco do que sabia sobre marcenaria, química e claro, fogo. Eu vestia um shortinho cinza e uma camiseta preta, enquanto ele usava um conjunto de moletom cinza. Quem nos via conversando, realmente achava que éramos irmãos.

Espanha - 24 de Dezembro de 2022

— Senhor. A senhorita Skye e Bolt voltaram de sua viagem. - Diz Thomas parado em frente a porta da garagem.

Ao ouvir, já levantei e comecei a empurrar sua cadeira de volta para o salão principal.

— Chegamos. - Diz Skye sorrindo enquanto chegavamos juntos na sala.

— Conseguiram o que queriam? - Pergunta Fernando um pouco emburrado por ainda não termos contado para ele o que era.

— É claro. Está tudo seguindo como o plano! - Skye pisca pra mim.

— Bolt. Posso falar com você? - Falo baixo enquanto vamos nos afastando e deixando o casal conversando. - Você pode me dizer quanto tempo acha que poderia dar conta disso? Sabe...montar esse protótipo. - Falo um pouco embaraçada.

— Possivelmente dentro de 2 semanas eu acredito. Talvez menos. Por que?

— Era só pra saber mesmo. - Digo com um sorriso forçado ao rosto.

— Maeve. Já conversamos sobre mentir pra mim. - Ele aparenta se desapontar.

— Tá, mas você tem que manter segredo. - Pego ele nos braços e vou me retirando da sala enquanto os dois não notam nossa saída.

Do lado da porta de entrada, sento na escada que leva aos quartos.

— Eu vou em uma missão digamos que, secreta. E queria que você viesse comigo. - Falo o mais baixo possível enquanto olho em volta para ver se não estava sendo espiada.

— Que tipo de missão secreta? - Ele aparenta se preocupar.

— Do tipo que ninguém pode saber. Entendeu? - Tento o intimidar.

— Por que precisaria de mim? Mas e sua missão com a nova equipe? - Parecia mais preocupado ainda.

— Vou te mostrar. - Subo as escadas até o quarto de visitante em que fico.

Entro no quarto, tranco a porta e começo a fuçar em minha mochila atrás de algo. Em seguida tiro de dentro um colar de pedras preciosas e uma camiseta rasgada.

— Você não vai tentar me vestir, né? Sabe que posso muito bem te eletrocutar e...

— Não é isso, cabeção. Eu quero saber o que você precisa para rastrear alguém sem o mapeamento cerebral. - Falo ainda baixo.

— Isso depende. De algumas horas até 1 mês as vezes. Se eu tiver que identificar atravéz dessa camisa ou desse colar, pode depender do quanto tempo a pessoa usou pela última vez. - Ele justifica.

— Você poderia pelo menos saber quanto antes se a pessoa está viva? - Pergunto preocupada.

— Posso tentar.

— Ótimo, vou deixar essas duas peças aqui e você pode fazer isso pra mim? - Coloco os dois na mesa. - Prometo te recompensar com o que quiser. Ah, e se não contar para ninguém ganha mais duas recompensar que já tenho em mente.

— O que você tem em mente? - Ele soou curioso e preocupado ao mesmo tempo.

— A primeira é segredo. A segunda é que não vou te transformar em luzinhas para árvore de Natal. - Completo sorrindo forçadamente.

— Motivador. - Ele aparenta desapontado.

— Combinado? - Abro a porta e desligo a luz.

— Combinado. - Ele vem logo atrás de mim.

— O que foi combinado? - Pergunta Skye parada em minha frente e me assusta enquanto saía do quarto. Eu congelo não sabendo o que responder e Bolt responde antes que eu diga algo.

— A garota do cabelo azul a chamou pra sair e ela pediu minha ajuda com dicas para primeiro encontro. - Ele tentou me fazer pagar pela ameaça que tinha acabado de ter feito.

— SÉRIO? - Skye abre um sorriso de uma orelha a outra. Pareceu ficar animada com a falsa notícia.

— Bom...não é exatamente um encontro, sabe? - Tento dar uma volta na mentira de Bolt. - Ela apenas disse que queria me conhecer. - Abro um sorriso forçado para tentar a convencer, o que não foi difícil.

— Pra mim isso parece um encontro. - Ela passa o braço por cima de meus ombros e vai me puxando pela escada. - Eu tenho muitas dicas para te ajudar.

Por cima do ombro serro olhar em direção a Bolt. Ele apenas entra no quarto de volta e a porta se fecha. Aparentemente ia começar o que pedi. Chegando embaixo novamente ouço Fernando.

— Fugiu pra onde? Já vai dar meia noite. - Se virou para mim um Fernando Noel com um gorro vermelho com lantejoulas verdes e uma barba falsa. Nós duas demos risada.

A lareira estava bem aquecida e passamos alguns minutos jogando conversa fora. A sensação era tão incrível. Não a de não fazer nada, mas a de ter alguém que não faça nada junto de você.

— 3...2...1... Feliz Natal. - Comemoramos os três ao mesmo tempo.

— Aqui em casa minha família costumava ter a tradição de fazer 2 pedidos e 1 agradecimento quando desse a meia noite do Natal. Um pedido em que você conta para todos e um que guarda apenas para você. O que acham? - Propõe Fernando animado.

— Parece legal. Desejar nunca é demais não é? - Digo os fazendo rir.

— Eu começo - Falou Skye tirando as botas e encolhendo as pernas sobre a poltrona. - Eu quero agradecer primeiramente a Fernando por confiar em mim após todo o passado que tivemos e hoje se tornou alguém muito importante para mim. - Suas bochechas se coram. - E também quero agradecer a Maeve por ter me acolhido e me mostrar o que era ter uma amiga, alguém a quem possa confiar e amar como se também fosse minha própria irmã. Obrigado por ter me mostrar o como é ter uma família e me juntar a sua. - Ela pega em minha mão, me deixando com um enorme sorriso no rosto.

— E os pedidos? - Pergunta Fernando feliz pelo que acaba de ouvir.

— Meu desejo é que possamos ter mais noite como essa pra sempre. - Ela responde e fecha os olhos começando a pensar. Alguns segundos se passam e ela abre novamente. - Pronto. Quem é o próximo?

— Eu faço. - Diz Fernando entusiasmado. - Quero agradecer você por ter vindo atrás de nós e então ter se tornado parte de nossa família. - Ele olha em seus olhos. - E claro, por não me matar as vezes que teve a chance. - Ele caçoa nos fazendo rir. - E também agradecer a Maeve por estar do meu lado nos meus piores momentos. Sempre foi quem me deu apoio, vontade de não desistir e continuar lutando. - Ele me olha nos olhos. - Além disso, não esqueci que te devo uma muleta. - Ele se refere ao dia do trem.

— Assim não vale, não vale vocês me fazerem chorar sozinha. - Reclamo com dificuldade em conter as lágrimas de emoção.

— Meu desejo é que vocês duas possam ser as pessoas mais felizes que eu ja conheço. Pois se forem, eu serei o cara mais feliz que vocês conhecem. - Ele sorri para nós duas. Agora Skye fica com dificuldades de conter as lágrimas. Já eu desabo em lágrimas sem poder mais aguentar.

— Sua vez. - Skye ri enquanto me vê nesse estado.

Eu seco as lágrimas e começo a pensar no que dizer. - Eu queria agradecer a Fernando por nunca ter desistido de mim, arriscando sua vida pra me salvar sempre que eu estava na mira de alguém. E queria agradecer a Skye por ter aceitado morar em minha casa por esses dias. Por causa dela, faz um tempo já que não me sinto mais sozinha. Eu sei que ela ta ali sempre que eu precisar de alguém para conversar e fazer companhia. - Respiro fundo e só consigo pensar em uma coisa. - Meu desejo é que eu possa ter minha família reunida para sempre. - Falo olhando para cima, como se estivesse imaginando algo.

Os dois se entre-olham não entendendo bem se eu estava me referindo aos meus pais.

— Reunida para sempre como estamos agora! - Abaixo a cabeça e olho para os dois que olhavam em minha direção. Fernando empurra sua cadeira até nós e nos juntamos em um abraço.

Alguns minutos após isso e todos subimos para nossos respectivos quartos. Menos Skye que aparentemente ficou junto de Fernando. Ao entrar no meu, vejo Bolt repousando sobre a blusa rasgada e noto que aparentava estar descansando. Ou recuperando as baterias, se é assim que robôs fazem. Deitei na cama e comecei a pensar em meu último desejo que não havia feito com os dois na sala, o desejo que não deveríamos contar.

— Eu não só desejo Fer. Eu prometo, que vou traze-la de volta! - São minhas últimas palavras antes de me virar na cama e preparar para dormir.

Algumas horas se passam e eu não consigo dormir muito bem. Penso no que posso adiantar em quanto isso e lembro do arsenal que Fernando tinha na sala. Saio do quarto em silêncio e sigo para a sala. Consigo fazer tudo facilmente no escuro e tenho essa vantagem caso precise me esconder.

Após 5 minutos procurando, encontro o tijolo em cima da lareira que destrancava a porta e entro ainda em silêncio. A sala era revestida em aço, como um cofre e por conta de estar com poucas roupas e descalça, começo aos poucos a tremer de frio.

Curiosamente tinha mais armas que antes, mas eu só queria uma única coisa, as adagas. Ao procura-las, eu encontro um tipo bem diferente do que eu conhecia. Era uma espécie de adaga curvada para frente e com um buraco na ponta do punhal para colocar o dedo. Não aparentava ser a melhor arma de arremesso, mas parecia perfeito para um combate corpo a corpo, então peguei duas e novamente a 6 adagas menores que encontrei. Por conta de não estar aguentando o frio ali dentro, eu decido sair do cofre e ao fechar a porta sou surpreendida.

— Um encontro, certo? - Diz Skye ligando um abajur ao lado da poltrona em que estava sentada. Ela vestia apenas uma blusa roxa apertada e um shortinho como o meu.

— Ahn, oi? - Viro assustada.

— Não está esquecendo de me contar algo? - Ela aparente preocupada.

— Não...eu...só tava procurando a cozinha. - Sorrio forçadamente.

— Nós dois sabemos que você enxerga no escuro e que aí não é a cozinha. - Ela mostra não acreditar em mim. - Maeve, podemos conversar? Você sabe que pode confiar em mim.

— Sim, desculpa. - Abaixo a cabeça e solto a bolsa com as armas no chão. Apenas aceitei por estar começando a me sentir culpada por estar escondendo isso de todo mundo. Vou até ela e sento na outra poltrona.

— O que você tá pensando que vai fazer? - Ela interroga mostrando estar preocupada.

— Eu vou fugir da minha próxima missão das Forças Unidas. Eu vou atrás de algo mais importante. - Abaixo a cabeça e cruzo as pernas, segurando em meus pés. Estava um pouco receosa por contar a ela por ser mais íntima a Fernando, que deveria saber atrás de quem eu estaria indo.

— Mas você acabou de conhecer sua nova equipe e pela cara que Lex te olha toda vez que você o desafia ou desobedece, ele vai querer acabar com sua carreira. - Ela responde baixo.

— Eu entrei em contato com Cassie e disse a ela que deveríamos nos encontrar na capital de trens por volta das 9 horas. - Olho em seus olhos.

— Você mentiu? - Ela fica indignada.

— Eu precisei, entendeu? Preciso dela e da irmã pra isso. Fora que tirar elas do caminho de Lex, vai dificultar sermos descobertas.

— Então me explica. O que você vai fazer? - Se preocupa novamente.

— Vou cumprir minha promessa a Fernando. Vou atrás de Ashley.

— A irmã dele? Ele me falou muito pouco sobre ela. - Se surpreendeu.

— Sim. Eu o prometi quando o conheci e eu sei que essa é a melhor coisa que posso fazer por ele agora. - Mostro entusiasmo.

— Mas ela fugiu, não foi? Como vai convence-la de voltar 5 anos depois de abandonar a família? Claro, isso se estiver viva.

— Bolt está me ajudando em seu paradeiro e vou atrás dela. Vou me encontrar com as garotas na capital de trens para poder ter acesso a qualquer lugar da Europa.

— E se ela não estiver na Europa?

— Eu vou atrás aonde estiver. - Mostro que estou determinada.

Ela põe a mão no rosto e começa a pensar sobre. Parece desaprovar essa atitude espontânea e agora minha ida está em suas mãos. Se ela contasse para Fernando sobre isso, ele não me deixaria ir sem ele.

— Skye, eu preciso. Por favor entenda. - Eu pego em suas mãos, suplicando.

— Maeve, por favor...só...por favor, tome cuidado. Se algo acontecesse a você, eu não iria me perdoar por ter te deixado ir. - Ela aparenta um tanto cansada e preocupada.

— Eu tomarei todo o cuidado preciso. Agora só preciso que Bolt consiga a rastrear e...

— Já consegui. - Ele nos assusta chegando por trás e também falando baixo. - Rastreei e descobri quem você está procurando.

— Mesmo? - Tento me recuperar do susto.

— Sim, mas não tenho tão boas notícias. O colar pertenceu a mãe de Fernando. Inara Rodríguez que deveria ter 43 anos. - Ele afirma.

— Por que deveria? Não conseguiu rastreá-la? - Fiquei curiosa. Skye apenas assistia tirando suas conclusões.

— Pra ser sincero, essa é a má notícia. Não consigo rastrear ela em lugar nenhum no mundo. - Ele diz desapontado.

— Isso significa que? - Tento não desanimar.

— Que ela realmente esteja morta. E sobre a teoria que criamos sobre ela e Elizabeth, se elas realmente trabalharam juntas, possivelmente não estão vivas. Desculpa.

Eu abaixo a cabeça um pouco decepcionada. - Tudo bem Bolt. Obrigado pela tentativa.

— Enquanto a camisa rasgada, consegui rastrear. Pertenceu a Ashley Rodríguez de 24 anos anos. Sumida a 5 anos, paradeiro desconhecido mas não diante a mim. - Ele se valoriza pela descoberta.

— O que descobriu. - Pergunto totalmente curiosa. Finalmente tinha a notícia que mais precisava.

— A única coisa que descobri, é que atualmente ela se encontra na Suíça. Está lá alguns dias, mas a maior parte do tempo esteve na Ásia. - Ele revela calmamente.

— Ótimo Bolt. Obrigado. - O tomo em meus braços e o aperto em um abraço.

— Maeve. - Skye soava preocupada.

— Sim? - Olho animada para ela.

— 2 semanas. Te dou esse prazo e se você não voltar antes disso. Eu vou atrás de você. - Ela diz seriamente.

— Tudo bem. Vou ser cuidadosa, eu prometo. - Respondo também a abraçando. Em seguida subimos para os quartos novamente para finalmente conseguir dormir bem.

Acordo às 8 horas e começo a me arrumar antes do pessoal acordar. Visto uma regata preta, por cima um suéter também preto por conta do frio, uma calça skinny elásticas das que eu costumo usar e a as botas que sempre uso. Por cima do suéter coloco minha jaqueta azul que tanto amo. Para finalizar só coloco uma touca preta que deixava as pontas do cabelo pra fora e um par de luvas de couro que encontrei nas coisas de Fernando. Dessa vez não pego nenhuma roupa extra.

Saio em silêncio sem ninguém ouvir e vou caminhando até a estação para me encontrar com as Cassie e Evie e irmos para Suíça.

De algum modo me sentia mal, por além de estar escondendo tudo de Fernando, não ter nem me despedido, mas por uma boa causa.

Ao chegar, as encontro emburradas como se tivessem acabado de brigar. Ao me verem, parecem fingir que nada aconteceu e vão me cumprimentar.

— Bom dia Maeve. - Diz Cassie esticando a mão e sorrindo.

— Eai rosinha? - Evie entra na frente e me da um abraço antes que eu aperte a mão de sua irmã. Cassie vira o rosto nervosa.

— Olá garotas. - Digo um pouco confusa com elas. - Tá tudo bem com vocês? - Tento entender.

— Claro! - Elas respondem em uníssono. Evie estava animada e Cassie aparentava que iria matar qualquer um que cruzasse seu caminho.

Não acreditei no que diziam mas aceitei. - Vamos? - Vou indo em direção ao trem expresso para Suíça.

— Vamos! - Diz Evie sentando em sua grande varinha que flutuava como Bolt.

— Uau, que incrível. Onde conseguiu uma dessas? - Fiquei fascinada vendo sua varinha.

— Eu mesma que fiz. Não sou apenas um "rostinho bonito"! - Afirma serrando os olhos para sua irmã que vira o rosto e a ignora.

Entramos em um vagão vazio. Por ser Natal, poucas pessoas estavam viajando. Eu sentei do lado da janela e Cassie ao meu lado. Evie deitou no banco a minha frente e ficou olhando a neve pela janela. A nevasca ficava mais forte conforme o tempo de viagem passava.

Cassie olhava preocupada pela janela e isso me deixou curiosa.

— O que houve com o pássaro que você estava naquele dia que nós vimos? - Tento puxar assunto, torcendo para que ela não me diga que ele morreu.

— Ziggs não pode sair de casa no inverno. A espécie dele costuma migrar para o sul nessa época do ano. Desde que vim pra eu Europa ele não parece bem com a mudança climática. - Ela abaixa a cabeça.

— Entendo. Espero que ele consiga se acostumar quando a primavera chegar. - Tento conforta-la.

— Eu também. - Ela assentiu com a cabeça, pensativa.

— Você gosta de neve? - Evie me perguntou sentando em seu banco. Ela sorria animada.

— Sim. Acho lindo. - Sorrio para ela.

— Olha isso. - Ela levanta a palma de sua mão na altura de sua boca e começa a soprar bem de leve. Seu sopro começava a se tornar pequenos flocos de neve que foram formando uma pequena escultura de gelo de uma bailarina na palma de sua mão. - O que achou?

Meus olhos brilharam. - Isso é muito lindo! - Digo totalmente surpresa ao pegar a escultura. - Você tem magia de gelo? - Pergunto animada.

— Você está diante da glamourosa Bruxa do Gelo. - Ela diz levantando os braços e soprando um pouco mais de neve para enfeitar a pose.

— Que incrível. Eu só pulo, corro e enxergo no escuro. Nada demais. - Digo embaraçada com a mão atrás do pescoço. Olho para Cassie e ela ainda está de cabeça baixa. - E você? O que faz? - Tento inclui-la na conversa.

Nesse momento ouço uma risada escandalosa de Evie. Ao notar que era dela que estava rindo, Cassie se enfurece com sua irmã.

— Eu? Eu sou uma garota normal, que usa armas normais e sou filha do maior caçador da América. - Ela grita para a irmã, se levantando do banco. Em seu grito, deu ênfase nas vezes que falou normal.

— É super normal ser tão invejosa? - Evie provoca também se levantando.

— Garotas... - Tento apartar a situação e sou ignorada.

— Não é inveja. Eu não preciso cuspir floquinhos de neve pra me sentir importante! - Cutuca a ruiva.

— Se não é inveja? Por que se incomoda tanto quando uso minha magia? - Rebate a azulada.

— Pessoal... - Sou ignorada mais uma vez.

— Por que você só a usa pra ter atenção. Você só quer ser vista como uma linda rainha das neves da Disney pra ver se esquenta esse coração de gelo! - Cassie a encara furiosa.

— Olha só, ela também quer atenção. Não é tão fácil quando você está condenada a passar o resto da vida sendo lembrada como a filha do caçador! - Evie cola seu rosto no dela.

— QUAL O PROBLEMA DE VOCÊS? - Eu grito cortando o clima de briga das duas. Elas olham assustadas para mim e ao me ver serrando os olhos, sentam de volta aos bancos e viram o rosto cada uma para um lado, ainda emburradas. - Você são irmãs! Porque estão brigado?

— Não somos. - Cassie responde olhando brava por cima do ombro, levantando e indo para o fundo do vagão.

Nese momento os olhos de Evie enchem de lágrimas. - Somos sim! Você que tem que lidar com isso sua estúpida! - Levanta chorando e vai batendo os pés até o outro lado do vagão.

Totalmente confusa eu sento de volta no banco. Eu preciso delas para me ajudar nessa missão atrás de Ash. Agora só precisava em pensar em algo que me faria juntas as duas até o fim da viagem...e não seria fácil.


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