Unchained escrita por LouisPhellyppe


Capítulo 21
Tribute


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora pessoal. Voltei com as postagens diárias :D



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— Senhorita Maeve, já está... - Dizia o mordomo até ser interrompido.

— Sim Thomas, pode entrar. - Respondo a ele enquanto arrumo meu cabelo em frente ao espelho do banheiro.

— A senhorita está muito bela hoje. - Ele elogia enquanto Bolt entra pela porta aberta.

— Está pro...

— Sim. - Também interrompo o robô.

— Senhor Fernando e a senhorita Skye os aguardam no salão. Com licença. - O mordomo de retira calmamente do quarto enquanto Bolt flutua em minha direção.

— Você está bem?

— Sim, por que não estaria? - Exagero tentando convence-lo.

— Você sabe que todos são incapazes de mentir para mim né? - Disse se referindo ao medidor de batimentos cardíacos​ e leitura cerebral.

— Eu tô mentindo é? - Me finjo de desentendida enquanto termino de passar um lápis escuro nos olhos para ver se conseguia camuflar as olheiras. Realmente não havia dormido muito bem.

— É sobre a nova equipe? Você sabe que eles vão escolher alguém adequado a você. - Tentou me confortar.

Eu guardo a maquiagem de volta em uma bolsa e a coloco na gaveta da penteadeira. - Eu só quero que isso acabe logo. Já decidi o que vou fazer em relação a equipe ou não. - Soou um pouco grosseira, mesmo sendo apenas por estar exausta.

Descemos a escada e vamos até a sala principal. Vejo Skye conversando com o pai de Fernando que aparentava surpreso por a ver, mas ao mesmo tempo feliz pelo mesmo motivo que eu, que seria dela ser um dos motivos de Fernando estar conseguindo se recuperar.

— Bom dia senhor Roberto. - Tento soar o mais amigável possível.

— Olá Maeve. Como foi sua noite? - Disse se virando para mim.

— Até que foi boa. - Afirmo com um grande sorriso e a mão atrás da cabeça. Fernando e Skye se encararam, ao julgar pela minha aparência que deixava claro que mal consegui dormir.

— Bom dia aos meus amores. - Me refiro ao casal, enquanto vou indo em direção a cozinha para beber água.

— Buenos dias. - Responde Fernando.

— Bom dia docinho. - Responde Skye sarcasticamente vendo em seguida eu esticando o pescoço pela parede e sinalizando com os dedos em direção aos olhos, "estou de olho em você". Ao ver isso os dois riem.

— Vamos. - Respondo saindo da cozinha e limpando a boca molhada na manga de minha jaqueta. Em seguida vem Skye, empurrando a cadeira de Fernando.

— Tenham um bom dia. - Diz o senhor Rodríguez.

— Obrigado. - Nós 3 respondemos juntos e entramos na mesma limusine do dia anterior.

Começo a bocejar e eles notam que estou me esforçando para me manter acordada.

— Então... - Começa Fernando com uma pausa após essa palavra. - ... Que surpresa é essa que você disse que faria pra mim?

— Se eu falasse agora não seria surpresa. Dãã.

— Maeve, depois também preciso falar com você e com Bolt. - Revela Skye.

— Você também? - Contesta Fernando ficando emburrado e cruzando os braços igual criança.

— Quem disse que só ela pode te fazer surpresas? - Ela responde o dando um beijo na bochecha.

Após chegarmos a estação, pegamos um trem direto para a França e chegamos em pouco menos de 50 minutos. Fomos o resto do caminho até o QG andando. Bom, menos Fernando.

Nos identificamos e adentramos para uma sala com uma mesa e alguns papéis. Skye teve que esperar em uma cadeira do lado de fora. Eu e Fernando combinamos as respostas antes de chegarmos. Alguns segundos que esperamos algo acontecer dentro da sala, a porta se abre e entra Lex.

— Fernando. Maeve. - Ele cumprimenta da forma menos amigável possível. Ele não vestia seu terno com sobretudo, estava com uma roupa militar de alta patente, além de uma espécie de capa que cobria seus ombros.

— Lex. - Cumprimentamos juntos da mesma forma, mostrando indiferença.

— Por favor, façam os relatórios de sua missão. Nós sabemos o que ocorreu, mas precisamos da parte escrita e em seguida serão encaminhados para outra sala.

Passamos 30 minutos respondendo as perguntas nos papéis e inventando algumas histórias por cima. Como inventar uma nova pessoa que me atacou no trem, no bar e no laboratório, para livrar o nome de Skye e Androxus de toda essa intriga. Sobre Bolt eu não citei nada, apenas encontramos um mapa eletrônico que nos levou ao destino e posteriormente foi destruído. Sobre Barik, contei sobre seu possível "sacrifício" para acabar com a própria criação e com sucesso, mesmo que não tenham idéia de onde ele foi parar, depois de nao encontrarem seu corpo. Já sobre Fernando citei que ele tentou dar sua vida por mim e por pouco conseguiu sair vivo.

— Já terminaram? - Lex retorna a sala.

Eu empurro a folha para frente e me reclino na cadeira, enquanto Fernando cruza os braços.

— Certo, por favor me sigam.

— Onde está Skye? - Questiona Fernando do lado de fora da sala.

— Vocês logo saberão. - Ele nos guia até uma sala com cadeiras e alguns jovens sentados.

— Bom dia soldados. - Ele cumprimenta ao entrar na sala.

— Bom dia capitão Lex. - Eles respondem em uníssono antes de entrarmos na sala. Eram 20 soldados, apenas 4 eram mulheres e todos aparentavam ter mais de 20 anos de idade.

— Capitão? - Pergunto para Fernando. Eu achava que era um mero agente.

— Senhores, esses são os tenentes Fernando e Maeve da divisão de genética alterada. Eles voltaram recentemente de uma missão perigosa e eu gostaria que fizessem suas perguntas em relação ao soro. - Em seguida sentam em uma cadeira com mesa de frente para eles, como um professor. Já eu e Fernando era como fôssemos apresentar um trabalho. Pela expressão de confusão de Fernando, ele devia ser o que segurava a cartolina.

— Olá senhor Fernando e senhorita Maeve. - Um dos soldados da frente diz. Ele parecia o mais entusiasmado de todos os 20 que estavam ali. Enquanto isso os outros apenas nos olhavam e cochichavam alto um com os outros.

— Olá. - Digo com um sorriso meio embaraçado. Estava com vergonha, nunca fui usada de exemplo.

— Comecem as perguntas. - Diz Lex começando a ler nossos relatórios.

Um que sentava ao fundo levantou a mão e começou a falar. - Desde quando aceitam crianças no exército? - Em seguida alguns que sentavam junto dele começaram a rir.

Fernando engoliu em seco sabendo que estava se referindo a mim. Senti o sangue esquentar, mas não ia dar o prazer daquele soldado, de me tirar do sério.

— Com licença. - Pego a caneta na mesa de Lex, que mostra não se importar. - Eles aceitam crianças, desde que façam isso! - Arremessei a caneta que cravou na parede da sala passando por entre os fios de cabelo do soldado.

—Ooooohhh. - Todos falaram em uníssono e bateram palmas. Menos o que me zombava. Ele apenas virou a cara emburrado e cruzou os braços.

— Eu tenho 16 anos e saibam que não é somente por conta dos poderes que sou forte, rápida ou boa de mira. - Vou indo em direção ao rapaz. - Eu lutei muito para chegar aqui, mesmo sem esses poderes! - O rapaz se assusta ao ver minha mão indo em sua direção mas eu apenas pego a caneta e volto calmamente em direção a frente da sala.

Lex levanta a cabeça e serra os olhos na minha direção. Ele notou que eu estava querendo dizer que o soro não teve muita diferença em minha vida.

— Senhorita Maeve, se não entendeu o por que eu os trouxe aqui hoje, não é para dizer o que o soro não mudou em sua vida, mas sim as mudanças positivas que ele teve.

— Ah, positiva? - Me fiz de desentendida. - Bom, eu conheci Fernando! - Abro um sorriso sarcástico e coloco as mãos no ombro do grandão, que cora imediatamente por ter visto que era o alvo no momento. Mas mesmo assim todos começaram a rir por eu estar zombando de Lex que me olha serrando o olhar novamente.

— Fernando, por favor diga algo. - Ele apóia a cabeça na mão.

— Bom, sou super forte e... - Começou a pensar. -...resistente e... - Pensou novamente.

— E bonito é claro. - Eu interrompo. Lex parece estar perdendo a paciência.

— Maeve, por que não aborda o assunto que pedi? - O capitão resmunga.

— Simplesmente por que esse assunto está errado. - Em seguida olho para todos da sala e assumo a frente de Lex. - Eu não devo falar dos benefícios do soro de cristal para soldados que estão começando agora. Saibam que tendo a habilidade que você tenha, você sempre vai alcançar seu objetivo enquanto tiver determinação. Seja salvar a vida de um inocente ou alguém que ama. Seja proteger a você ou seus companheiros...

— Mas se você diz isso, por que utiliza do soro? - Uma das garotas no meio da sala questiona levantando a mão.

— Eu aprendi isso da forma mais difícil. É um caminho sem volta e por achar que podia ser incrível sozinha, quase perdi alguém que amo. - Olho para Fernando que me assistia falando com os olhos brilhando de orgulho. - Sabe, você não precisa de poderes para ser melhor. Você somente precisa confiar em sí mesmo. - Encerro olhando para todos. Fernando me encarava tinha um sorriso de orelha a orelha.

— Chega. - Lex da um tapa na mesa e levanta com os papéis na mão. Em seguida o mesmo rapaz que havia me provocado no começo, levanta e começa a bater palmas. Mais pessoas fazem como ele e quando eu noto, todos estão me olhando, sorrindo e me aplaudindo.

Vejo Lex contendo sua fúria. A sala realmente gostou de meu discurso. Em seguida faço uma reverência como se fosse uma princesa, em agradecimento.

— Vamos. - Lex vai em direção a porta. Empurro a cadeira de Fernando e antes de passar pela porta e aceno dando tchau para todos, que começam a gritar meu nome.

— Maeve Maeve Maeve Maeve Maeve...

Lex serra o olhar para todos enquanto vou saindo da sala e eles vão parando com a baderna. - Vocês todos. Não aceito baderna aqui, vocês não são mais crianças. - Realmente me senti ofendida nesse momento por ele estar se referindo claramente a mim. - Quero voltar e os encontrar em ordem. - Termina enquanto bate a porta da sala.

— Eu achei que tinha maturidade aí dentro. - Ele resmunga passando por mim e seguindo o corredor. Mais uma vez me deixando ofendida.

— Eu achei que tinha um coração aí dentro. - Também resmungo o segundo e o seguindo.

Vamos até uma sala onde ficavam as medalhas de honra de militares falecidos, junto de quadros de cada um. Tinha vários soldados já formados dentro da sala e ao fundo vejo Skye junto de Bolt, que aparentemente estava filmando por ver uma lente de câmera acoplada em sí.

— Fer, é agora. - Digo enquanto entramos na sala. Ela tinha uma aparência bem mais rústica do que o resto do quartel que era bem moderno.

Em seguida Lex vai a um um arquivo que havia dentro da sala e em uma gaveta retira um quadro coberto com um pano vermelho e uma embalagem na frente. Vai até nós e respira fundo.

— Tenente Fernando. É com grande honra que faço essa homenagem a você que com grande coragem esteve disposto a dar sua vida pela de sua parceira, custando o movimento de suas pernas. - Em seguida tira o pano do quadro que tinha a foto de alistamento de Fernando. Abaixo de sua foto havia uma plaqueta dourada com uma escrita talhada:

"Tenente Fernando Rodríguez - Honra e coragem no campo de batalha"

Ao ver isso ainda atrás da cadeira dele, vejo que estava começando a segurar as lágrimas. Em seguida Lex posiciona o quadro em uma parede ao lado de outros quadros com militares que se aposentaram por invalidez, como ele.

Todos começam a aplaudir e ele se emociona. Em seguida Lex abre a embalagem e tira uma medalha de honra dourada, que tinha talhada:

"Honra e coragem no campo de batalha"

Lex a entrega para ele e o reverência para parabeniza-lo. Fernando já não continha mais as lágrimas.

— Essa era minha surpresa. Parabéns. - Me ajoelho ao seu lado.

— Eles estão aqui por que você pediu? - Ele me olha ainda emocionado.

— Não só eles, tive que brigar com um dos generais pra conseguir esse quadro e essa medalha. - Revelo com um sorriso de orelha a orelha e o abraçando. - Valeu totalmente a pena.

Ele retribui o abraço e em seguida eu o solto. - Obrigado a todos. Isso é tudo muito importante pra mim. - Em seguida todos se levantam e vão em sua direção, o cumprimentando e parabenizando, se retirando da sala em seguida. A última era Skye que o cumprimenta com um beijo e não se retira da sala. Bolt pousa em seu colo.

Eu olhava os quadros de tenentes, capitães e coronéis que faleceram em batalha, até ver um que me deixou com um nó na garganta.

— Agora Maeve. - Sussurra Lex respirando fundo.

— Ele morreu. - Respondo ainda encarando o quadro enquanto sentia arrependimento de todas as vezes que fiz piada com ele.

Era a foto do agente Z, seu parceiro que conheci a semanas atrás. Agora entendo o por que Lex não queria falar sobre ele.

Ele vê que notei o quadro e respira fundo. - Sim. Faleceu em batalha a poucas semanas. - Falou não mostrando sentimentos.

— Olha. Eu...eu sinto...

— Não sinta. - Ele me olha seco.

Eu apenas abaixo a cabeça e entrelaço os dedos, me mantendo em silêncio. Skye e Fernando se olharam e engoliram em seco.

Ele respira fundo novamente e recomeça. - Agora sua equipe.

Vou até Fernando e me encosto na cadeira para empurrar até a porta. Skye entrelaça o braço no meu e vamos indo. Seguimos o corredor até outra porta.

— Maeve, antes de as apresentar. Tenho que dizer que será duas pessoas e não somente uma. - Lex diz parando em minha frente.

— Eu e mais duas pessoas? Bom, não parece tão ruim assim.

— Duas garotas para ser mais exato. - Ele me olha sério.

— Tá, retiro o que disse. - Abraço o braço de Skye como quem tivesse pedindo para não deixar ser levada.

No fundo tinha medo de conhecer mais garotas por me sentir um pouco...diferente delas. Um pouco atraída talvez e pensar nisso revirava meu estômago. Skye é a minha primeira amiga e a segunda mulher que me interesso em conhecer desde Elizabeth.

— E mais uma coisa. Uma delas é como você.

Sem entender eu levanto os braços e olho para meu corpo, como se estivesse imaginando alguém com minha aparência. Ele põe a mão no rosto como se não acreditasse que entendi dessa forma.

— Estou me referindo aos poderes e a idade. A mais nova passou pelo experimento como você, mas seus poderes são diferentes e bem instáveis.

— Eu deveria me preocupar com isso? - Fico confusa.

— Assim que conhece-la, eu que perguntarei isso. - Ele se vira e abre a porta entrando na sala.

Parecia uma sala de interrogatório, só que com uma janela. Havia 4 cadeiras e uma mesa no centro e uns arquivos em volta.

A ruiva estava sentada sob a mesa com cara de tédio e a azulada assistia neve pela janela, parecendo animada. Na ansiedade, solto a cadeira e entro atrás dele. Skye empurra a cadeira e vem entrando atrás.

Eu e Skye ficamos boqueabertas ao ver quem eram. Elas tiveram a mesma reação.

— Rosinha?! - Diz a mais jovem?

— Você? - Serro os olhos em sua direção.

— Vocês as conhecem? - Fernando pergunta ao notar a tensão entre as 4.

— Nos conhecemos a 2 semanas atrás em um trem. Quase tivemos um problema com a azulzinha. - Respondeu Skye.

— Parece que vocês já se conhecem, mas mesmo assim. Maeve, essas serão suas novas parceiras. Essa é a Cassie. - Se refere a ruiva que me olha com um sorriso um pouco embaraçado. - E essa é Evie. - Se refere a azulada que cruzou os braços e mostrou a língua para mim. - Elas são irmãs e vem do sul dos Estados Unidos. - Ele completa.

— Americanas? O que vem fazer aqui no meio da guerra? - O questiono. Aparentemente a ruiva se sente um pouco ofendida com a pergunta.

— Com licença. Eu sou japonesa. Obrigado! - Diz a azulada ignorando minha pergunta.

— Agora não! - Cassie range os dentes olhando para sua irmã que apenas vira o rosto.

Um silêncio se estabelece por alguns segundos.

— Vocês não vão se cumprimentar? - Disse Lex colocando a mão na cabeça.

A ruiva deu o partido e se levantou me olhando com um sorriso. - Oi, eu sou Cassie e tenho 19 anos. - Estica a mão para mim e eu apenas a encaro, sem cumprimentar. - Mais uma vez peço desculpas pela minha irmã. - Seu sorriso desparece do rosto e antes que ela puxasse a mão de volta eu a seguro.

— Bom, sou Maeve. Espero que possamos ser boas parceiras. - Tento ser o menos grosseira possível, claramente falhando.

— Você não pode pedir desculpas por mim sempre sabia? - Resmungou Evie para sua irmã.

— Sempre que você agir como criancinha, eu posso sim! - Respondeu a ruiva em bom tom para a irmã.

— Deuses. Porque me escolheram para as crianças? - Lex resmunga baixo.

— Eu ouvi isso! - Eu e Evie falamos em uníssono e serrando o olhar para o capitão. Em seguida nos apoiamos na mesa, uma de cada lado e nos olhamos cara a cara. Uma perto da outra.

Estávamos​ sérias, mas mesmo assim ela não parecia tão assustadora de perto. Claro que eu também era muito mais fofa que assustadora. Seus olhos eram bem azuis como o meu.

— Uau, você é linda. - Ela quebra o silêncio me fazendo corar e perder a pose de "durona" que estava tentando.

— O que? Mas... - Tento justificar a vergonha mas ela interrompe.

— Ei, fiz ela perder a pose ta vendo? - Cochicha para sua irmã colocando a mão na frente da boca, como quisesse esconder de mim. Cassie apenas a ignora.

— Mapeamento completo, posso encontra-las em qualquer lugar agora! - Diz Bolt saindo do colo de Fernando.

— Vocês podem aproveitar um tempo aqui para se conhecerem, mas antes preciso passar as informações da próxima missão das 3. - Lex diz nos olhando sério.

— Sim, capitão. - Afirmou Cassie educadamente.

— A alguns dias recebemos informações confidenciais sobre um grupo rebelde na Suíça, intitulado de A Legião. São soldados de elites aposentados e outros jovens que prometem o fim dessa guerra. - Ele explica calmamente.

— Mas isso não é bom? - Tento entender, me sentando em cima da mesa.

— As Forças Unidas é a segurança de toda a Europa. Todos os rebeldes que agirem por conta própria, serão vistos como inimigos das nações. - Ele respondeu amargamente.

— Isso não é justo, vocês não acabaram com essa guerra até agora, por que não deixar eles cuidarem disso. - Evie reclamou sentando ao meu lado na mesa.

— Não é uma escolha que cabe a mim, mocinha. - Respira fundo e continua. - Eles são liderados por uma mulher intitulada de Unificadora e são financiados por um homem conhecido como Chanceler. A Legião foi criada a anos, porém essa é sua primeira manifestação. - Completa nos entregando a ficha da missão.

— E o que devemos fazer? - Cassie pergunta gentilmente.

— Vocês devem se infiltrar e conseguir o máximo de informações possíveis. Para ajudar, irei apagar qualquer informações que temos sobre as 3 do sistema das Forças Unidas, deixando vocês irrastreáveis.

— Temos quanto tempo? - Pergunto ainda lendo a ficha sobre a Unificadora e vendo que não existe muitas informações sobre.

— Um prazo de 30 dias e nos enviarão qualquer informações por esse dispositivo. - Ele nos entrega um aparelho que parecia um tablet.

— Mais algo que precisam saber? - Ele questiona.

— Nós 3 nos entre-olhamos e acenamos que não com a cabeça.

— Certo. Vocês tem 3 dias para ingressarem na missão. Suas informações serão deletadas até amanhã, então aproveitem o dia seguinte. - Ele diz parecendo mais calmo e se dirigindo até a saída da sala.

— Sim, capitão. - Responde Cassie, enquanto eu ainda leio a ficha e Evie dá de ombros. Em seguida o grisalho sai da sala e encosta a porta.

— Gostei de você rosinha. - Diz Evie enquanto senta na cadeira e pega seu cajado, o mesmo do encontro no trem.

Eu a ignoro e me viro para falar com Skye. Enquanto isso elas começam a discutir baixo.

— O que você tinha pra falar comigo e Bolt?

— Ah, claro. Só um momento. - Ela solta a cadeira e pega Bolt que flutuava do meu lado e seguimos para um canto da sala.

— Eu estive conversando com Bolt e iniciamos um projeto que realmente pode ajudar Fernando. - Ela diz animada.

— Sério? O que seria? - O assunto acaba me deixando entusiasmada.

— Um protótipo de leitura cerebral e resposta física que pode ajuda-lo a andar novamente em poucos dias. - Revela Bolt.

— E precisamos de sua ajuda. Eu e Bolt vamos atrás do equipamento que precisamos. - Continuou Skye.

— E você vai teria que ficar com ele por esse tempo, precisamos de 1 dia. - Completa Bolt.

— Claro, vocês podem contar comigo. - Fico animada com a notícia.

Quando olhamos para trás, Cassie conversava com Fernando. Encerramos o assunto e vamos indo até eles.

— Maeve né? - Ela coloca a mão atrás da cabeça, provavelmente estava tímida. - Eu queria pedir que tivesse paciência com Evie. Ela ainda está se acostumando com seus poderes e está meio instável desde então.

Respiro fundo olhando para azulada que mexia emburrada em algumas peças da estrela de seu cajado. - Tudo bem, eu serei paciente. - No fundo queria ser amigável, ainda mais com Cassie que estava se esforçando para ser comigo.

— Obrigado por isso. Você pode contar comigo quando precisar, agora somos equipe e tenho certeza que seremos boas amigas. - Ela me deu um abraço com um sorriso no rosto.

Sem saber muito como reagir, apenas retribuí o abraço.

— Agora nós precisamos ir, tenho mais algumas coisas a resolver. - Em seguida olha para sua irmã. - Ei, vamos.

— Odeio quando me chama assim, me sinto um animal de estimação. - Resmunga a mais nova indo em direção a porta. - Eu não brinquei quando disse que você é linda! - Completou mudando o caminho para minha direção.

— Obrigado...eu acho. - Fico corada mais uma vez.

— Um prazer te conhecer. - Antes que eu pudesse dizer ou fazer algo, ela me abraça. Seu rosto e braços estavam frios. Era a mesma sensação de abraçar um boneco de neve.

— O prazer é todo meu. - Retriubuo o abraço levemente como ela. Eu sentia meu rosto se esquentando de vergonha, mas sendo resfriado por seu abraço. De alguma forma aquilo foi muito confortável.

Em seguida ela me solta e vai indo em direção a porta onde sua irmã a esperava. As duas acenam e saem deixando a aberta.

— Com certeza seremos melhores amigas. - Caçoa Skye imitando Cassie. Deu pra notar que aquilo havia sido ciúmes de sua única amiga.

— Ela ainda não tentou me matar. Será que posso confiar? - Brinco com Skye e em seguida nós duas rimos.

— É só questão de tempo pra irmãzinha te querer como um picolé. - Ela ri sozinha dessa vez. Bolt e Fernando só assistiam.

— Como assim? - Pergunto com as bochechas voltando a levemente a corar.

— Você não notou o jeito que ela estava te olhando? Acho que eu e ela temos gostos diferentes, se é que me entende. Mesmo você realmente te sendo gata. - Abriu um sorrisinho no canto da boca ao terminar de falar.

— Você...acha...que...ela... - Começo a gaguejar.

— Deixa isso pra lá. - Ela interrompe rindo e me deixando mais corada. - Temos um longo dia pela frente. - E da uma piscada para mim enquanto empurra a cadeira de Fernando que estava com Bolt em seu colo.

Começo a pensar comigo mesma se Evie era mesmo poderosa e instável como Cassie diz. Estava curiosa para descobrir.


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