— Droga Bolt, eles são humanos? - Questiona Fernando ao notar que os soldados feridos conseguiam se levantar e recuperar de uma forma incrível.

— Aparentemente eles também tiveram uma dose do soro de cristal, porém uma dosagem bem menor. Mas isso deu a eles uma regeneração assustadora. - Responde Bolt.

— Algum plano? - Fernando pergunta a Androxus, que desviava de tiros e disparava com seu revólver.

— Se você aguentar alguns minutos com eles, eu posso tentar encontrar o líder. - Responde Androxus enquanto voltava a defender os projéteis que vinham em sua direção com o próprio sangue e os devolvia usando seu revólver.

— Certo, vá de pressa. - Responde Fernando pulando em sua frente e esticando o escudo novamente.

Androxus sai correndo em uma direção e da um alto pulo que passa por cima dos soldados, em seguida da alguns passos no ar até entrar em um corredor que aparentemente​ era por onde os soldados vieram.

— É Bolt, parece que agora é só eu e você. - Diz Fernando em um tom de ironia.

— Elevando potência máxima do lança chamas. - Diz Bolt.

— É nossa hora! - E começa a correr em direção aos inimigos.

~Enquanto isso do lado de fora~

Assim que cheguei perto de Skye, tento acertar um soco em seu rosto, que desvia com facilidade segurando meu braço e me acertando uma joelhada na barriga. Caio de joelhos no chão, mas seguro novamente uma perna enquanto chuto a outra. A derrubo deitada e subo no corpo dela como na primeira vez.

Acerto 1 soco em seu rosto e quando dou outro ela segura minha mão e me joga de lado no chão subindo em mim.

— Você e seu namoradinho vão pagar por isso. É uma pena desperdiçar um rosto lindo como o dele. - Disse ela.

— Ele não é meu namorado, droga! - Jogo ela pra cima e escapo por baixo de suas pernas.

Levantamos quase juntas mas assim que ela vira eu acerto um chute em seu abdômen a empurrando pra trás e a encostando em uma parede. Quando vou tentar um chute mais alto ela segura minha perna novamente e me joga na parede.

— Vamos acabar com isso de uma vez. - Ela diz apertando sua luva. - SUMA! - Ela grita na tentativa de me dar um soco no rosto.

Eu esquivo por baixo e a acerto um em sua boca. Ela vai pra trás e desconto a joelhada no estômago, a vendo cuspir sangue. Quando vou acertar uma joelhada em seu rosto ela desvia e segura minhas duas mãos, as viram para minhas costas e as prendem com uma espécie de corda não muito grossa, mas resistente. Em seguida laça a mesma corda na altura do meu cotovelo e tenta junta-los em minhas costas.

Começo a gritar de dor e ela me chuta nas costas me jogando no chão novamente. Nesse momento só consigo pensar se Fernando já conseguiu resgatar o engenheiro.

~Enquanto isso do lado de dentro~

Androxus vai correndo por vários corredores até uma última sala. Desfere 3 tiros na fechadura e a chuta, que acaba abrindo facilmente.

— Finalmente conseguiram, quantos vieram com você? - Diz o engenheiro que estava algemado sobre uma mesa e com as pernas também algemadas ao chão.

— Três pessoas, um deles precisa de ajuda no pátio principal. - Responde Androxus e pergunta em seguida. - Aonde está o dragão?

— Ele está indo pra lá agora, temos que impedi-lo. - Responde o engenheiro.

— O que ele planeja? - Androxus pergunta enquanto quebra suas algemas.

— Ele me obrigou a construir um omnidroid com potência para destruir uma cidade inteira. Ele está mais forte que nunca, alcançou um nível tão alto do poder do soro, que conseguiu realmente se tornar um dragão. - Respondeu falando rápido.

— Literalmente um dragão? - Androxus questiona confuso.

— Sim, apenas sem as asas. - Completa o engenheiro, deixando Androxus imaginar uma grande lagartixa vermelha.

— Como posso te chamar? - Pergunta Androxus voltando ao corredor.

— Meu nome é Barik, vamos, estamos perdendo tempo.

~Enquanto isso no pátio principal~

— Agora só os 5 últimos. - Diz Fernando suando dentro do traje. Eles saltam e giram dando uma pancada em um deles, jogando em cima outros que não levantam mais.

— Finalmente acabou. - Diz Bolt.

— Na verdade só está começando! - Diz uma voz rouca vindo do fundo.

Ao olhar pra trás eles são acertados em cheio no braço direito, por um foguete como os encontrados no trem. A parte mecânica do braço já estava danificado por conta do calor do lança chamas. Até a mão de Fernando tinha pequenas queimaduras e foligem.

— Então você que está por trás de tudo isso? - Diz Fernando sentindo dor no braço esquerdo pelo peso do escudo.

— Enfim meu plano está na reta final! Pode me chamar de Drogoz, o Dragão do Reino - Diz o dragão se revelando. Ele tinha a pele totalmente vermelha e coberta de escamas. Aparentemente misturou o soro mais seu DNA com um DNA réptil, o deixando com essa aparência. Para voar, usava uma mochila a jato. Os jatos se localizavam nas asas da mochila.

— Ativando potência máxima. - Responde Bolt.

— Vamos por um fim a isso! - Bolt e Fernando dizem juntos.

~Enquanto isso do lado de fora~

— Aaarrgh. - Eu gritava de dor enquanto aquela corda apertava cada vez mais meus braços. Quase encostando meus cotovelos.

— É uma pena seu namoradinho ter que acabar desse jeito. Nem vou poder realizar todos meus sonhos que tive com ele. - Ela diz enquanto recuperava o fôlego e arrumava sua roupa.

Eu vou tentando levantar de joelhos e procurando algum lugar que possa me soltar.

— Aonde pensa que vai? - Ela pergunta me puxando pela corda.

— Vou salvar ele! - Eu grito enquanto jogo meu corpo pra trás e lhe dou uma cabeçada no nariz.

Consigo levantar e saio correndo até a sua besta que estava jogada no chão com minha adaga cravada.

Antes que ela se levante eu sento no chão para alcançar a besta e retiro a adaga. Vou rasgando a corda aos poucos e sentindo ela afrouxando. Quando olho para frente, ela está correndo na minha direção, com o nariz sangrando. Foi o tempo suficiente para eu romper a corda e arremessar nas suas pernas, que enrolaram e a derrubou novamente.

Tinha alguns segundos antes dela se soltar denovo, eu podia aproveitar para correr para dentro e procurar por Fernando então aproveitei.

— Você vai mesmo fugir? Parece que é assim que você resolve seus problemas, somente fugindo. Vai chama-lo para te salvar novamente? - Ela provocou enquanto se solta e levanta com a respiração ofegante.

Abaixo a cabeça furiosa e sinto meu coração acelerando, meu sangue pulsando, como se algo tivesse reagindo no meu corpo. Viro e olho para ela, meus olhos passam de azul cintilante para um amarelo bem forte. Ela olha fixamente neles e de repente paralisa no lugar, como quem não conseguisse se mexer de medo.

— Você não sabe o que está dizendo. Você não sabe sobre mim. Me chame de docinho mais uma vez e nunca mais poderá dizer uma única palavra. - Disse andando devagar em sua direção. Uma aura rosa começou a se brilhar discretamente em minha volta, como labaredas.

Ela pegou minha adaga que estava no chão antes que eu notasse e arremessou em minha direção. - Então venha me pegar docinho.

Por reflexo tento desviar mas não fui rápida o suficiente e a adaga pega de raspão no meu supercílio esquerdo, que começa a sangrar instantaneamente. Ela nota que não me acertou em cheio mas conseguiu uma forma de atrapalhar minha visão.

— Vejamos se consegue lutar usando apenas um olho. - Ela diz começando a rir.

— E você sem os dois! - Olho fixamente nos olhos dela. - Boa noite!

— O que? O que houve? O que você fez? - Ela começa perguntar assustada olhando em volta.

Não estava conseguindo controlar minha fúria, era como se existisse alguém dominando meu corpo e querendo que eu a destrua. Mas nesse momento descobri que tinha uma habilidade extra, eu podia cegar as pessoas por alguns segundos quando estivesse enfurecida e fizesse as olhar diretamente nos olhos

Saí correndo e a acertei um chute de lado no abdômen a fazendo se curvar. Em seguida um gancho tirando ela do chão e a fazendo retornar caída.

— Como você fez isso? - Ela pergunte enquanto geme de dor e volta a me enxergar.

— Você não precisará saber se estiver morta! - Digo andando em sua direção e vendo sua expressão assustada. No fundo também estava assustada, não era como se eu estivesse dizendo isso.

~Enquanto isso do lado de dentro~

— Vocês não podem me impedir mais! Alguns minutos e a maior arma já criada será ativada. - Revela Drogoz.

Em seguida ele atira uma salva com 6 mísseis na direção de Fernando, que consegue conter todas com o escudo, por mais que tenha sido empurrado quase 10 metros para trás.

— Fernando, integridade do escudo em 20%, não vamos aguentar mais um desses. - Diz Bolt.

— Temos que esperar Androxus voltar, é nossa única escolha. - Responde Fernando preocupado.

— Agora saia do meu caminho de uma vez! - Gritou Drogoz após recarregar seu canhao e atirar mais uma salva de mísseis.

— Fernando, o que vamos fazer? - Diz Bolt demonstrando total preocupação.

— Teremos que aguentar, amigo! - Diz Fernando aparentando não estar mais preocupado.

Antes que os mísseis chegassem a armadura, cai uma pequena peça de metal na frente deles e ouvem o grito no fundo:

— DESDOBRAR ESCUDO!

Aquele pedaço de metal se separa ao meio, que abre em um enorme escudo de energia em sua frente. Todos os mísseis o atingem, que não sofreu nenhum arranhão e logo em seguida se desfez, voltando ao pedaço de metal que se fechava novamente.

— Chegamos a tempo. - Grita Barik.

Em seguida Drogoz furioso mira seu lançador de pulso para Barik e puxa o gatilho, mas no momento em que o foguete saía, foi surpreendido por um enorme soco em suas escamas faciais diferido por Androxus, que chegou com um passo em alta velocidade, o fazendo atravessar uma parede. O foguete é atirado para cima e derruba alguns escombros da construção.

— Não esperava que essas escamas pudessem ser tão duras quanto meu braço. - Debocha Androxus. - Agora seu maldito lagarto, me responda. Aonde está minha irmã Skye?