Unchained escrita por LouisPhellyppe


Capítulo 13
Hide and Seek


Notas iniciais do capítulo

lá pessoal, espero que gostem do capítulo :D

Esse primeiro ato/temporada logo está chegando ao fim, mas já tem muitos capítulos preparados para lançar, então aproveitem kkkkk



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Acordo de tarde assustada com o som de madeira quebrando. Consigo levantar do sofá com muita dificuldade e vejo Fernando com duas pernas da mesa na mão.

— Hãn...está tudo bem? - Pergunto curiosa com o que ele estava fazendo.

— Droga, te acordei? - Ele fala um pouco preocupado.

— Na verdade não, preciso usar o banheiro. - Minto com um sorriso falso e uma mão atrás da cabeça.

— Ah sim. - Ele responde corando. - Estava tentando improvisar algo para você poder se apoiar. - Completa voltando o olhar para os dois pedaços de madeira em sua mão.

Enquanto ele encara o resto da mesa, vou ao banheiro fazer a higiene matinal e arrumar meu cabelo. Ao voltar para a sala ouço meu estômago roncando como um gorila. Me matava de vergonha o como aquele som tão alto podia sair de uma garota do meu tamanho.

— Até eu ouvi isso! - Disse Bolt que até o momento eu não notei estar levitando ao lado de Fernando.

— Bom dia para você também. - Respondo revirando os olhos.

Vejo que Fernando estava​ terminando o que seria uma muleta.

— Uau! Onde aprendeu a fazer isso? - Pergunto impressionado.

— Meu pai hoje em dia é um empresário de peças, mas começou como um marceneiro. Quando esse era o hobbie dele, me ensinou algumas coisas. - Ele termina de falar e mostra que conseguiu improvisar as pernas da mesa e uma parte da própria em uma muleta para mim.

— Obrigado. Você é incrível, Fer! - Digo o dando um beijo na bochecha e o vendo corar. - Que horas partimos?

— Bolt ainda levitava ao seu lado. Fernando o tomou em suas mãos e com um sorriso forçado e explicou. - Eu e Bolt combinamos que seria melhor sair ao anoitecer. Sabemos que você não está em condições de "apertar o passo"... - Ele realmente fez as aspas com os dedos. - ...então decidimos que seria melhor um horário onde possivelmente correriamos menos perigo.

Por ser uma cidade afastada da capital, acreditamos que só correriamos perigo ao anoitecer, com bandidos, psicopatas e encrenqueiros a solta. Acontece que esses 3 tipos de pessoa era uma gangue que só estava nos perseguindo na luz do dia. Talvez sair de noite realmente fosse a melhor opção, para não chamar atenção.

— Não é mesmo Bolt? - Ele diz com o mesmo sorriso forçado e segurando Bolt em suas mãos.

— Não é mesmo Bolt?...Digo...Sim! Isso mesmo Fer. - Responde Bolt aparentemente confuso com a situação.

— Vocês dois só inventam. - Falo em um tom sarcástico. Pego a muleta e vou indo em direção a porta.

— Aonde você pensa que vai? Ele diz levantando e indo atrás de mim. Põe a mão sobre a porta para impedir que eu a abrisse.

— Eu vou apenas conseguir algo para comer. - Tento convence-lo com cara de cachorrinho pidão. Realmente era o que iria fazer. Ficar trancada naquele lugar já estava me dando agonia.

— Eu vou. Você fica com Bolt. Não demorarei. - Ele diz colocando seu sobretudo. - Daqui a poucas horas anoitecerá, então poderemos sair. - Ele completa enquanto sai e fecha a porta.

Sento emburrada no sofá, estava claramente com tédio. Bolt começa a tocar uma música animada e vem levitando até meu colo, sem dizer nada. Até que isso foi fofo de sua parte.

Três hora se passam e nada de Fernando voltar. Já estava começando a ficar preocupada por ter anoitecido. Levanto e coloco meu casaco preto, pego minha muleta e abro a porta com a bolsa nas costas.

— Aonde você vai ? - Pergunta Bolt voando até mim. - Fernando me deixou cuidando de você.

— Vou atrás dele. Estou preocupada. - Digo olhando pela rua ao lado da casa se tinha alguém.

— Não posso deixar você ir.

— Também não pode me impedir. - Digo seguindo devagar pela calçada enquanto a noite caía.

— Na verdade eu posso sim! - E assim que ele completa o que estava dizendo, pego ele, coloco dentro da bolsa e fecho o zíper.

— Mas não vai! - Respondo fazendo uma careta e imitando sua voz robótica.

Ando devagar por 3 quarteirões e nenhum sinal de vida. Casas e prédios semi depredados e totalmente abandonados. Poucos focos de luz, o que cegaria qualquer pessoa nessas ruas. Nesse caso, eu não era qualquer pessoa.

A aproximadamente 100 metros vejo duas silhuetas de pessoas conversando. Na entrada de um beco. Estava bem escuro e por mais que eu enxergasse, não era fácil reconhecer quem eram pela distância. Fui me aproximando tentando ser discreta, mesmo sendo completamente difícil com a muleta.

Chegando perto ainda não conseguia ver quem eram, mas um deles me percebeu e aparentemente avisou o outro sobre eu estar ali. Em seguida o outro sai correndo pelo beco, enquanto o que me viu vem andando calmamente em minha direção.

Eu noto que está vindo em minha direção e não tinha nada para usar como arma para me defender. Ainda mais com uma perna assim, não conseguiria fugir.

— Bolt, como você iria me impedir de sair se eu não te prendesse na mochila? - Pergunto enquanto abro o zíper da mochila e vou andando devagar para trás.

— Uma baixa descarga elétrica. - Ele responde saindo rapidamente levitando da bolsa, que em seguida eu fecho e coloco de volta nas costas.

— Então acho que vou precisar de você! E aponto para o homem vindo, que notou que eu estava assustada. Ainda estava um pouco distante e eu não conseguia ver quem era.

Bolt começa - Descarga em 3...2...1...E...

— Não. Calma, sou eu! - Disse Fernando, que era o homem que vinha.

Respiro aliviada e solto meu peso novamente sobre a muleta.

— Cancelando descarga. - Diz Bolt.

— O que vocês estão fazendo aqui? Por que saíram do esconderijo. - Disse Fernando aparentemente bravo com minha atitude.

— Eu tentei impedi... - Dizia Bolt que foi interrompido por mim.

— Você sumiu. Disse que já voltava e a noite caiu sem notícias sua. - Digo também ficando nervosa com ele.

— Eu fui atrás de algum lugar que tivesse comida por aqui. - Ele tenta justificar.

— E tava comprando com quem? Aquele outro cara que fugiu quando cheguei? - Digo como se estivesse jogando em sua cara.

— Nã...não exatamente. - Ele responde gaguejando e virando o rosto.

— Quem era ele? Por que ele correu quando vocês me viram se aproximando? - Questiono ainda nervosa e tentando intimidar ele indo pra cima e apontando para o beco em que estavam. Por pouco estava dando certo.

— Ele...ele...apenas me deu informações sobre o quem poderia estar por trás do sequestro. - Ele diz ainda gaguejando e não olhando em meus olhos.

Cruzo os braços e olho para ele serrando o olhar. Ele viu claramente que eu não acreditei em sua história, mas não voltou atrás.

— Olha, eu consegui algumas frutas. Que tal irmos para a estação agora? - Ele olha nos meus olhos aparentemente com remorso de algo, mas mudando de assunto.

Sem dizer nada continuo olhando em seus olhos. Não sabia se ele me enxerga bem, talvez estivesse me vendo apenas pelo brilho dos meus olhos azuis.

— Vamos! - Digo seguindo em frente e tomando o saco com laranjas de sua mão.

Andamos por 1 hora e meia até a estação. Fernando não disse mais nada no caminho e eu achei isso muito suspeito. Não sabia quem era a pessoa que ele estava conversando e o porquê ele fugiu quando me notou. Sabia apenas que ele não queria me contar.

Por sorte chegamos 15 minutos antes do último trem do dia sair e ainda eram 7 horas da noite.

Entramos em um vagão um pouco vazio até, ele ia para as coordenadas que Bolt nos disse para ir. De lá pegariamos algum transporte pelo mar, para chegarmos ao Reino Unido. Torciamos para Bolt estar certo quanto a notícia de ser em uma cidade também abandonada. Não estaríamos em território aliado.

Eram 4 horas de viagem até o norte da França então poderíamos descansar. Contávamos com o horário de chegada que era planejado para ser às 11 horas da noite. Assim que o trem partiu da estação, Fernando quebrou o silêncio.

— Olha, me desculpa. Eu devia tentar esconder essas coisas, mas eu realmente estou preocupado com você. - Ele diz com um ar sincero de estar preocupado.

— O que você quer dizer com isso? - Respondo olhando séria em seus olhos.

— Aquela pessoa que me encontrei era o homem do tapa olho novamente. Eu não fui atrás dele, saí realmente atrás de comida, mas ele me perseguiu. Talvez soubesse aonde estávamos. - Ele falou tentando ser delicado ao falar desse cara.

Senti meu cabelo sendo arrepiado, não com medo como da outra vez, mas ainda sim perdi a voz novamente ao pensar que ele poderia estar nos vigiando esse tempo todo.

— Ele me contou sobre Skye e Androxus. Revelou que como eu, não conhece bem Skye por ela encobrir muito bem suas intenções. Mas Androxus não. - Ele diz voltando o olhar para sua frente. - Androxus e ele já se encontraram algumas vezes e nenhuma foi amigável. Androxus quer reencontrar sua irmã, pelo que ele me disse.

— Aonde ele quis chegar com essa conversa? - Pergunto curiosa mas ainda séria.

— Ele me disse que nenhum dos dois está por trás do sequestro do engenheiro. Disse que algo muito pior está por trás disso. - Ele fala e abaixa a cabeça.

— E sobre os outros dois? - Pergunto começando a ficar assustada.

— Ele revelou que poderemos encontrar com Androxus e Skye nas proximidades do Reino Unido. Da mesma forma que fomos atraídos para lá em busca do engenheiro, eles também foram atrás de algo. Androxus atrás de sua irmã talvez. Já Skye ainda é um mistério. - Ele diz parecendo preocupado.

— E por que seus capangas se viraram contra ele? - Pergunto ainda com dúvidas.

— A mesma pessoa que está por trás disso, contratou seus capangas para o trair. Aparentemente ele sabia mais do que devia e foi o que provou pra mim.

Saber que alguém mais inteligente que nós todos estava por trás disso, me deixou mais tensa que já estava. Ele conseguiu manipular todos para seu plano e o pior é não sabermos qual é.

Assim que ele terminou de falar, ouvimos o som da porta dos fundos do vagão abrindo e entrando alguém. Eram três homens que eram capangas do tapa olho. Eram poucas pessoas no longo vagão. A maioria se encontrava dormindo, enquanto o resto nem se importava com eles.

— Fer, temos que sair daqui. - Digo cochichando e apontando para trás. Eles estavam longe o suficiente para não ter nossa visão no escuro, mas eu tinha a deles claramente.

— Não consigo enxergar nada nesse escuro.

— Eu te guio, segura minha mão e toma cuidado aonde pisa. - Respondi pegando em sua mão. Bolt estava quieto dentro da bolsa.

Ele vem andando devagar atrás de mim que ainda estou mancando, porém não é uma boa hora para usar a muleta. Chego na porta da frente​ do vagão e com dois grampos que usava no cabelo para uma situação como essa, destranco em silêncio antes que ele pudesse nos ver.

Após abrir a porta, destranco a do próximo vagão, tomando cuidado para não cair do trem. Fernando me segurava pela cintura. Ele entra na frente e quando vou entrar, o capanga nos nota e começa a correr em nossa direção.

— Ei, voltem aqui! - Gritava o capanga quase chegando na porta, quando fecho e ela automaticamente se tranca antes que ele a alcançasse.

Esse próximo vagão estava ainda mais escuro, mas não era problema pra mim. Peguei na mão dele e fui seguindo com dificuldade atravessando o vagão, que por sorte ninguém se encontrava acordado. Destranco com facilidade a próxima porta e ao tentar a seguinte, noto que está emperrada.

— Eu não consigo, ela tá presa. - Digo ficando desesperada.

— Como assim presa? Ela emperrou? - Ele pergunta também ficando.

Nesse momento ouvimos um tiro vindo dá porta de trás, em seguida a porta de abre. Aparentemente ele atirou na fechadura.

— Isso emperrou! - Respondi em um tom de estresse.

— Agora vocês não escapam! - Disse o bandido apontando o revólver em nossa direção.

— Fernando, a porta! - Gritei em desespero.

— Abaixa! - Ele levanta a perna e chuta a porta de ferro com muita força, o que a faz cair para dentro.

Assim que pulamos para o próximo vagão, ele pega minha muleta e diz sem olhar para mim. - Prometo que te dou uma melhor. - Levanta a muleta crava ela no eixo que prende os dois vagões. Forçou um pouco mais e ela entra no gancho do eixo e a quebra, conseguindo separar um vagão de outro.

— Hoje não, amigo! - Completa Fernando com um sorriso no rosto ao ver o desespero do bandido ficando no vagão de trás.

Ele nervoso com o que Fernando fez, dispara os 6 tiros que tinha no revólver, mas ao ver que ia atirar, Fernando levanta a porta e a empurra de volta, fazendo as balas ricochetearem para fora.

Esse vagão era um pouco mais iluminado e vimos uma caixas que empurramos e colocamos sobre a porta, para segurar.

— Conseguimos. - Digo ofegante pelo susto.

— Estamos seguros novamente...por enquanto. - Finaliza ele.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. O próximo vem Domingo.

Comentários sempre inspiram o autor. Comentem :D



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