Unchained escrita por LouisPhellyppe


Capítulo 14
Secret Armory


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, espero que gostem do capítulo.

O fim do Ato 1 vem se aproximando, espero que realmente estejam gostando da história :D

Boa leitura.



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Após conseguir me acalmar, pergunto olhando em volta. - Que tipo de vagão é esse?

Ao invés de pessoas, ele carregava várias caixas de madeira bem grandes. Bem maiores que as que encostamos na porta.

— Não consigo enxergar nada, esse vagão não tem janelas. - Disse Fernando.

— Espere. - Disse Bolt saindo de dentro da bolsa, tinha esquecido que deixei o zíper aberto para qualquer emergência.

Ele voa até Fernando e abre uma espécie de tampa sobre seu "corpo" esférico. Tinha uma lente que acendeu como uma lanterna.

— Acho que isso pode ajudar. - Completou.

— Gracias! - Disse Fernando andando pelo vagão olhando as caixas.

— Fer, consegue descobrir o que tem nessas caixas?

— Claro, só um momento.

Ele arranca algumas tábuas de cima que continham pregos e consegue abrir a tampa.

— Dios mio! - Diz Fernando.

— O que é? Deixa eu ver. - Eu digo enquanto fico na ponta dos pés para conseguir enxergar dentro da caixa. - São mísseis?

— Na verdade são uma espécie de foguetes. Eram usados em guerras passadas para explosões de curto alcance. - Responde Fernando.

— Eu conheço esse modelo! Eles foram criados pelo engenheiro. - Completa Bolt.

— Mas que tipo de arma atira isso? Bazucas? - Questionei mais uma vez.

— Ele criou junto com esses foguetes, uma espécie de canhão de pulso. - Completou Bolt.

— Mas por que criou esse tipo de armamento? - Retrucou Fernando.

— Ele havia trabalhado nele a alguns anos após o início da guerra. Porém quando viu o rumo que a guerra tomou, decidiu desistir e destruir os protótipos terminados, só deixando um único escondido. Porém meses depois ele descobriu que o protótipo escondido foi roubado por ele não sabia quem...bom, pelo menos até ele ser levado.

— Será que os bandidos que nos seguiram sabem desse armamento? - Pergunto refletindo em voz baixa.

— Possivelmente não. Talvez demos sorte de ter deixado eles para trás. - Responde Fernando. - Por tempo é melhor ficarmos escondidos aqui e aguardar a chegada na França.

— Pra onde vai esse armamento? Quem foi que raptou o engenheiro? - Pergunto claramente preocupada.

— Logo saberemos isso, mas até lá, você precisa descansar essa perna. - Diz Fernando.

Pelo cansaço, nos encostamos ao lado das caixas e acabamos cochilando. Fernando se encostou inclinado na tampa da caixa que tinha aberto. Já eu usei sua perna direita como travesseiro. Ele pareceu com vergonha, mas não me importei, estava confortável.

Acordamos assustados com uma voz feminina dizendo que chegamos ao destino. Alguém tentava abrir a porta que cobrimos com as caixas menores.

— Fer, o que fazemos? - Pergunto voltando a me desesperar.

— Não sei. - Ele responde calmamente olhando em volta.

— As caixas, se escondam nas caixas. - Diz Bolt que ja estava dentro da caixa que Fernando abriu.

Eu entro na que já estava aberta e Fernando coloca a tampa de volta em cima e vai atrás de uma caixa pra sí. Ouço ele conseguindo entrar e fechar a tampa antes de conseguirem abrir a porta.

— Quem está aqui? - Diz o primeiro homem que entra.

Após ninguém responder, ouço um segundo homem. - Eu disse que você está ficando louco! Parece que não se recuperou da festa de ontem.

— Cala a boca, se alguma coisa acontece com essas caixas, o chefe mata nós dois! - Diz o primeiro cara.

— Mas nada aconteceu. As caixas estão intactas! - Diz o segundo extremamente calmo enquanto anda entre todas as caixas. Haviam pelo menos 30 dessas.

Não estava confortável, mas eu estava concentrada apenas em não fazer barulho.

— Tá, tá. Então vamos logo levar esse carregamento junto dos outros para o navio. O chefe quer elas em mãos quanto antes. E com quanto antes, digo que temos apenas 2 horas para isso. - Diz o primeiro, sendo ranzinza.

Engulo em seco ao ouvir isso. - Bolt, preciso de um mapa. - Cochicho para ele.

— Pronto. - Ele responde enquanto abre novamente sua lente e projeta um mapa com nossa localização na tampa da caixa. Conseguia enxergar bem por estar deitada e conseguir me encaixar bem entre os mísseis, por ser pequena. Pensando assim, estava com pena de Fernando.

As caixas são levadas em cima de carrinhos com rodinhas por mais ou menos 200 metros até o navio que foi dito. Ninguém disse mais nada por perto mas eu sabia que estávamos em um navio, por conta de já sentir o balanço marítimo. Estávamos em um convés inferior e com luzes apagadas.

Levemente levanto a tampa da caixa o suficiente para olhar em volta e ver se tinha alguém por perto. Por sorte não havia ninguém vigiando. Saio da caixa sem fazer barulho e vou procurando pela caixa de Fernando.

— Bolt, sabe em que caixa ele está? - Pergunto falando baixo.

— Essa aqui. - Ele voa até uma delas.

— Fer, pode sair. - Digo tentando levantar a tampa que era bem pesada.

— Ufa, não aguentava mais! - Ele responde tentando não falar alto e empurrando a tampa. No susto acabei me assustando e caindo ao chão.

Ele pula para fora da caixa e a fecha novamente enquanto batia sua roupa para retirar a palha de dentro da caixa.

— Não aguentava mais sentir isso entrando em minha boca! - Ele dizia cuspindo um pouco das palhas no chão e estralando seu pescoço. - Aonde estamos? - Completou girando seu corpo e estralando as costas.

— Convés inferior do navio de carga. A julgar pela velocidade, chegaremos a costa do Reino Unido em aproximadamente 1 hora! - Bolt resume nossas próximas perguntas.

— Precisamos de um esconderijo por enquanto, vamos dar uma olhada. - Disse guiando os dois no escuro.

Subimos uma rampa descoberta no barco e conseguimos ver um pouco de luz, não estávamos muito longe da costa francesa. Vimos aproximadamente 4 guardas armados conversando no convés superior.

Estava garoando e passamos pelas sombras por um pequeno corredor mal iluminado. Ainda estava mancando por conta da perna, sentia dor apenas quando colocava o peso do corpo sobre. Paramos no final ao ouvir duas pessoas se aproximando e conversando.

— Será que vão culpar a gente pelo desaparecimento dos outros vagões? - Pergunta um deles.

— Claro que não, com certeza deve ter sido mais um bandido medíocre desse país vagabundo. - Caçoou o segundo.

Ao ouvir isso meu sangue ferveu e eles ainda não tinham chegado ao corredor. Mas Fernando chegou ao meu ouvido e contou seu plano e começamos a colocar em prática.

— Ei rapazes? Poderiam me ajudar aqui? - Digo rindo da cara de surpresa dos dois e tento correr mancando de volta ao corredor.

— Ei garota, volta aqui. - Os dois entram correndo atrás de mim e são recebidos cada um com um soco no olho e caindo desacordados. Demos sorte de ninguém ter ouvido seus gritos.

Levamos eles para o andar de baixo e Fernando tira as fardas de militares e coloca por cima de sua roupa com uma máscara que revelava apenas seus olhos. Colocamos eles nas caixas que estávamos escondidos e tento vestir a outra, fracassando miseravelmente. Fico parecendo uma criança fantasiada no Halloween.

— Fer, acho que não ficou muito bem! - Digo me virando para ele e mostrando modelito.

— Nossa! - Ele responde. Compreendo tudo o que ele quis dizer apenas nessa palavra.

— Ainda bem que posso guardar essa imagem para a posterioridade. - Caçoou Bolt enquanto Fernando se esforçava muito para segurar a risada.

— Engraçadinhos. - Digo começando a retirar a roupa dele de cima da minha. - Fernando pode se infiltrar entre eles em busca de informações. Eu e Bolt vamos ver o que descobrimos sobre o armamento. - Completo.

— Certo. - Os dois dizem juntos e nos dividimos.

Vou seguindo pelo convés inferior e encontro um corredor iluminado com uma luz vermelha meio fraca. Segui em silêncio pelo corredor até uma porta parecida com uma escotilha e ouvi alguém falando do lado de dentro.

— Sim senhor. Sim senhor. A carga já está a bordo e chegaremos ao laboratório em 20 minutos senhor. Não encontramos ninguém senhor. Em nosso navio? Não é possível senhor, examinamos o trem quando transferimos a carga, quer dizer, o que sobrou do trem. Sim senhor. Câmbio e desligo.

Em seguida me escondo atrás da porta e ela abre. O homem que lá estava, saí e segue por onde vim no corredor. Abro a porta novamente e entro, vendo que era uma sala de comunicação.

Lá continha um rádio e mapa com a rota do navio. O destino final era chegar até meia noite em uma doca ao lado de um grande laboratório. Aparentemente o centro de pesquisas e quartel general de quem está por trás de tudo isso. Estava a menos de uma hora de descobrir quem era.

Saio da sala em silêncio e vou seguindo o caminho de volta e vou subindo para ver se encontro Fernando. A garoa estava um pouco mais forte e já conseguia ver que não estávamos longe da doca.

— Bolt, como vou saber quem é ele? - Pergunto para o robô que voava ao meu lado.

— Espere aí. - Ele responde. Em seguida um dos 3 homens que estavam perto da beira do navio, se contorce de leve e solta um pequeno grito de dor.

— Tá tudo bem cara? - Pergunta um dos homens que estava em seu lado.

— Sim, sim. Só prendi meu dedo no gatilho da arma. Nada demais. - Disse o cara que se contorceu.

— Toma cuidado com essas armas, o chefe é mesquinho demais para nos dar armas descentes. Desce lá e depois volta pra descarregarmos as caixas.

— Obrigado cara, já volto. - Diz o primeiro cara vindo em nossa direção.

— É ele. - Diz Bolt.

— Como você sabe? - Pergunto me escondendo na sombra.

— Eu coloquei um dispositivo de choque na roupa de vocês dois antes de descermos. Claramente para se precisasse o encontrar. - Revela Bolt.

— Experimenta testar isso em mim para ver se não te ensino a nadar. - Tento o ameaçar por não querer tomar choque.

— Ei, aqui. - Digo enquanto ele passa por nós.

— O que estão fazendo aqui? - Ele pergunta olhando em volta para confirmar se ninguém está olhando e entra na sombra comigo.

— O navio vai parar na doca, temos que dar um jeito de sair sem ser vistos. - Conto para ele.

— Certo. - Ele confirma assentindo com a cabeça e começando a tirar a roupa de soldado, ficando apenas com a sua que já estava por baixo.

Fomos andando e tentando não ser vistos para o fundo do navio. Por sorte não tinha ninguém ali e também ninguém estava de olho quando o navio ancorou.

Fernando pulou para as tábuas sobre a água que tinham nessa parte da doca e me pegou no colo quando pulei. Não estava em condições de correr, quanto mais de pular daquela altura.

Seguimos por fora da doca, por uma praia que ninguém olhava e vimos o gigante laboratório que descobri naquela sala.

— Precisamos de um local para ter vista superior e bolar um plano de entrar. - Fernando falou olhando para o laboratório.

— Que tal aquilo ali? - Aponto para um prédio do lado de fora das grades e muros de proteção do laboratório.

Ele parecia estar sendo construído mas foi abandonado durante o procedimento. Tendo pelo menos 6 andares e um elevador aparentemente não seguro, sendo apenas para funcionários da construção.

Chegando perto, notamos que tinha soldados nos andares inferiores, aparentemente aproveitando esse ponto de visão. Bolamos um plano e fomos colocando em prática. Aparentemente tinham 3 ou 4 caras bem armados por andar.

Tirei a faixa que usava como curativo em minha perna e vejo que ainda está bem machucada, por mais que não sangrasse e doesse apenas quando forçava a perna.

Nos aproximamos de cada soldado. Fernando usava o braço para o enforcar e usava uma mão para tapar a boca. Já eu, tampava a boca deles com o pano e Bolt os dava um choque forte o suficiente para apaga-los. Para subir, optamos por uma escada interna ao invés do elevador, para não chamar a atenção dos demais guardas.

Usamos esse mesmo plano no 2° e 3° andar. Quando chegamos no 4° andar, notarmos que todos os soldados que ali estiveram, estavam agora mortos. Todos eles levaram tiros na cabeça ou no peito. No andar seguinte, era a mesma coisa, porém a quantidade de guardas eram bem maior, aproximadamente 15 corpos jogados ao chão, recém abatidos. Parece que quem os atacou, chegou pelo meio do prédio de alguma forma e começou a subir.

Para chegarmos ao último andar, precisávamos usar o elevador por conta da escada estar destruída. Por meio das dúvidas, Fernando pegou um dos fuzis que estava no chão.

— Quem será que fez isso? - Pergunto preocupada.

— Nos disseram que não seríamos os únicos atrás de algo aqui, lembra? - Diz Fernando também preocupado mas mantendo a calma.

Chegamos ao último andar e assim que as portas da frente e de trás abrem, somos recebidos por 6 guardas apontando fuzis em nossa direção. 3 na frente e 3 atrás.

— Largue essa arma e ponha as mãos para cima. - Grita um dos da frente.

Fernando solta a arma e levantamos as mãos, eu encosto minhas costas para ele e começo em pensar em qualquer coisa que possamos fazer.

— Você consegue cuidar dos da frente? - Pergunto baixo a ele.

— Consigo. - Ele também responde baixo.

— 3. - Eu conto estralando o pescoço.

— 2. - Fernando conta estralando os dedos.

— 1. - Bolt termina carregando sua carga de choque.

— 0. - Uma voz familiar completa enquanto ouvimos 6 disparos consecutivos. Nesse momento fechamos os olhos com o susto.

Ao abrirmos, vemos todos os soldados caindo juntos. Eu e Fernando nos entre-olhamos engolindo em seco e vemos alguém se aproximando na frente de Fernando. Ele girava um enorme revólver com dentes em sua mão direita e parou guardando em seu coldre. Ao ver quem era, eu e Fernando ficamos em choque por alguns segundos.

— Finalmente encontrei vocês. - Disse Androxus.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo.

Comentários sempre inspiram o autor. Comentem :D



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