- Vamos Fer! - exclamou Larissa - Me diz logo qual é o sexo do bebê!

- Ai ok! - eu disse rindo - É um menino!

- Me-e-e-enino?

- Aham! - eu disse me levantando da cama, toda animada.

- Ai Fer, parabéns! - ela disse me abraçando.

- Obrigada - disse enquanto soltava-a - Agora tenho que ir.

- Ok. Nos falamos depois. - ela disse enquanto ia até a porta e a abria.

- Tchau - disse enquanto saia do quarto e ia direto para o elevador, junto de Chris.

- Fer... - Chris me chamou

- Sim?

- Sobre o que você queria falar antes do ultra-som mesmo? Tinha alguma coisa a ver com o bebê e o pai dele. - ele disse enquanto se encostava à parede do elevador, olhando para mim.

- Ai... Eu... Sabe... É que...

- Fernanda? - ele me olhou meio desconfiado

- Chris... Nada, esquece. - eu disse cruzando os braços e me encostando na parede, do seu lado.

- Fernanda, vamos... Você sabe que pode me contar qualquer coisa... - ele disse olhando para mim e fazendo biquinho.

- Ai Chris, não faz esse bico... D: - eu disse

- Vamos Feeeeeeer...

- Cacete Chris! - eu disse rindo - Ok. Eu falo...

- Então... Conte-me. - disse ele colocando a mão no queixo.

- Antes, me prometa que você NUNCA contará nada do que eu disser aqui pra ninguém! - eu disse colocando ele contra a parede e fazendo cara de má -q

- Ok, prometo.

- Ótimo... - eu disse o soltando - ...Enfim, eu não tenho certeza mais de quem é o pai do meu filho. - eu disse me sentando no chão do elevador

- É, essa parte eu já sei... Mas me diz, como assim? - ele disse se sentando do meu lado

- Eu meio que... Transei com dois caras na mesma semana e tal. E nas vezes que eu transei com eles, não usamos preservativos, então... - eu disse olhando para o chão.

- Ok, eu sei que uma dessas pessoas é o Tom... Quem é o outro?

- Eu... Não tô a fim de contar, sabe...

- Vamos Fer!

- Não Chris, isso eu não conseguiria contar. - eu disse me levantando

- Ok... - ele disse se levantando também

Logo chegamos ao térreo e fomos direto para o apartamento de Bill. Ao chegarmos lá, minhas mãos começaram a tremer, não sei por quê. Apertei a campanhinha e esperei me atenderem.

Assim que abriram a porta, meus olhos se arregalaram.

- Di-i-i-imi? - disse gaguejando

- Oi Fer! - ela disse sorrindo de orelha a orelha. - Entra. - ela deu espaço para mim e Chris passar.

Entramos no apartamento e assim que fomos para a sala, vi Tom sentado no sofá. "Fudeu tudo agora" pensei. Então Dimi saiu correndo e se sentou do ladinho do Tom e ele a abraçou pelos ombros.

- Oi. - Tom disse sorrindo

- Oi. - Chris respondeu sorrindo de canto. Eu não consegui responder, apenas entrei mais pra dentro do apartamento a procura de Bill. Meus olhos começaram a se encher de lágrimas, mas me segurei para não chorar.

- O que aconteceu com ela? - ouvi falarem enquanto eu saia da sala. Ao passar pela cozinha, o vi lá cozinhando.

- Bill... - o chamei. Ele olhou para trás e sorriu

- Fer! E aí, como você tá? - ele disse vindo até mim

- O que o Tom e a Dimi estão fazendo aqui? - perguntei, ainda segurando o choro.

- Eu não sei... Eles apenas apareceram e...

- Bill... Ai que droga! - gritei. Me sentei na cadeira mais próxima e apoiei minha cabeça em minhas mãos

- Fer... Calma. - ele disse se ajoelhando do meu lado e colocando sua mão sobre minha perna.

- Bill, como eu posso ficar calma com meu ex-namorado e provável pai do meu filho e uma antiga amiga aqui, no maior in Love, hein? - perguntei levantando a cabeça.

- Peraí... - Bill disse se levantando - ..."Provável pai do meu filho"? Como assim Fernanda?

- Eu... Er... Eu quis dizer que... - eu disse me levantando e indo até ele

- Fernanda... - Bill disse se aproximando de mim - ...Quem é o outro cara que pode ser o pai do bebê? - meu coração acelerou. Deus e agora? Conto ou não?

- Você. - eu disse abaixando a cabeça. Bill arregalou os olhos e se sentou na mesma cadeira que eu estava sentada antes.

- Cara, então quer dizer que... - ele olhou para mim. - ...Não... Não! Não! - ele disse se levantando - ...Você acha que tem chances desse filho ser meu?

- Sinceramente? Acho que sim.

- COMO É? - ouvimos alguém gritar. Olhamos para o lado e vimos Tom e Dimi na porta.

- Agora fudeu de vez. - comentei baixo

- Fernanda, como assim tem chances desse filho ser do Bill? Você não me disse que não me traiu e não sei o que mais... - Tom disse vindo até mim

- Mas Tom... É assim...

- Não Fernanda, esquece. - ele disse se afastando - Sabia que tinha feito a coisa certa quando terminei com você...

- VOCÊ TERMINOU COMIGO? - eu disse me aproximando dele - CARA, VOCÊ ME FEZ ESCOLHER ENTRE MEU FILHO E VOCÊ! ISSO PRA VOCÊ É "TERMINAR UM RELACIONAMENTO"?

- Fernanda... - Bill disse me segurando pelos braços

- Tom, é melhor voltarmos pro seu apartamento, não é? - Dimi disse segurando Tom pelos ombros. Olhei pra Dimítria e senti meu rosto pegar fogo de tanta raiva.

- Ai incrível como só você consegue chegar a esse ponto, né Dimítria? - eu disse me aproximando dela

- Como? - ela disse soltando Tom e vindo até mim

- Por que oras... Transa com o namorado da melhor amiga e ainda pega o ex da sua outra amiga? Nossa, só você consegue chegar a essa altura.

- Tem certeza? - ela se aproximou ainda mais. - Por que não fui eu que transei com o irmão do meu namorado e engravidei dele. - ela disse rindo

- E quem disse que eu tô grávida do Bill?

- Ai! Ai! Um coice atrás do outro, adoro! - Bill disse rindo

- Bill, cala a boca! - falamos juntas.

- Ok, calei. - ele disse cruzando os braços e encostando-se na pia.

- Quer saber? Não vou ficar aqui discutindo... - eu disse saindo da cozinha e indo até meu quarto. Deitei na cama de barriga para cima e fiquei olhando para o teto. Comecei a pensar em todas as escolhas que eu fiz, em todos os erros que cometi nesse ano que passei junto de Tom e o resto da banda. Não sei se amadureci ou se fiquei pior do que era antes... Tudo ficou tão confuso em tão pouco tempo, como pode?

- Fernanda? - ouvi me chamarem. Levantei da cama e fui até a porta. Ao abrir vi Tom parado em frente a ela.

- O que? Veio me chamar de puta também? - eu disse virando as costas e sentando na minha cama novamente.

- Não, só vim conversar, como gente civilizada... - ele disse adentrando o quarto e sentando-se do meu lado.

- Ok então... - eu disse olhando para o chão. Não tinha mais coragem de olhá-lo nos olhos, não depois do que eu fiz.

- Fernanda... - ele disse enquanto colocava o dedo indicador debaixo do meu queixo levantando-o e me fazendo olhá-lo nos olhos. - ...Por que você fez aquilo? Por que você se entregou assim tão facilmente? Eu não te satisfazia o bastante? Você não me amava o bastante, é isso?

- Não Tom, não é nada disso... - eu disse pegando na sua mão - ...Você não tem culpa de nada. Eu sou a culpada, eu sou a fraca.

- Então Fernanda, só me diz o porquê, o motivo daquilo. Só te peço isso. - ele disse com os olhos vermelhos e marejados. Eu abaixei a cabeça e fechei os olhos e senti uma lágrima rolar de meu rosto. - Por favor, Fernanda... Só me diz o motivo e eu te deixo em paz, sumo da sua vida se você quiser.

- Esse é o problema... - eu disse levantando a cabeça e olhando em seus olhos novamente - ...Não teve um porquê, não teve um motivo. Eu fui fraca e me entreguei a ele. - soltei suas mãos - Eu sabia que era errado, eu sabia que eu estava sendo infiel e que você ia descobrir mais cedo ou mais tarde, mas... Eu não consegui parar. Eu queria, eu mandava meu corpo largá-lo e ir embora, mas não conseguia! - fechei meus olhos e abaixei um pouco a cabeça - Sinto muito.

- Fernanda... - ele disse pegando em minhas mãos novamente.

- Não Tom, esqueça. Você fez a sua parte, eu que fui estúpida e não fiz a minha. Você não poderia ter me amado mais e eu realmente quero que você siga em frente com sua vida. - tirei suas mãos das minhas.

- Fernanda, olhe para mim... - ele disse colocando o dedo debaixo de meu queixo novamente, tentando levantar meu rosto, mas o virei antes que conseguisse.

- Olhar para você torna tudo mais difícil, mas eu sei que você encontrará outra pessoa que não te faça chorar sempre. - disse com a voz um pouco rouca.

- Mas você não me fez chorar sempre, Fernanda... Você foi uma das pessoas que mais me fez feliz em toda a minha vida. - ele disse sorrindo de canto

- Por favor Tom, não fala isso... - eu disse tampando meu rosto com minhas mãos - ...Só faz minha consciência pesar mais.

- Por quê? Você se sente culpada por ter me feito feliz durante esse ano todo que passamos juntos? - ele perguntou.

- Não, você sabe disso... - eu disse olhando-o - ...Eu me lembro de quando nos conhecemos, de como tudo começou e isso machuca.

- Mas Fernanda...

- Tom, me escute, por favor. - eu disse colocando meu dedo indicador em seus lábios, fazendo-o parar de falar. - Começou com um beijo perfeito, então nós pudemos sentir o veneno entrando. Foi tudo muito perfeito para ser verdade... E infelizmente, a perfeição não pôde manter esse amor vivo. - me aproximei dele, peguei em suas mãos, encostei minha testa na sua, em seguida meu nariz no seu e fechei meus olhos. - Você sabe o quanto eu te amo. Eu te amo o suficiente para deixá-lo ir seguir sua vida sem mim, tomar seu rumo. Te amo o suficiente para entender que isso não vai dar certo.

- Mas Fernanda... Eu estou te dando mais uma chance. Estou deixando tudo o que você fez pra trás pra recomeçar e você está dizendo não? - ele disse afastando seu rosto do meu.

- Eu não posso aceitar, Tom. Eu sei que não vai ser a mesma coisa... Não posso continuar com isso. - eu disse olhando para o chão - "Você não pode fazer isso parecer certo quando sabe que isso está errado."

- Então quer dizer que não é o certo ficarmos juntos? - ele perguntou soltando minhas mãos e se levantando, ficando de frente pra mim

- Não Tom, não quer dizer que não é certo ficarmos juntos... Só que... Você sabe que eu só te farei sofrer... Você sabe que uma hora ou outra essas lembranças vão voltar à tona. Por que continuar com isso? - perguntei me levantando também

- Você é quem sabe, Fernanda. - ele disse virando as costas e saindo do quarto.