Mystic : O Segredo das Sombras escrita por Glaucia Torres, Tatiane Torres


Capítulo 7
Cartas na mesa


Notas iniciais do capítulo

Helloooo baby's olha quem voltou rapidinho;)
A história continua e as cartas estão sendo postas sobre a mesa:)
Tantas revelações ajudarão ou não nossa garota?
Boa leitura com pãezinhos de queijo ;)



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Alexander vem até mim e senta-se ao meu lado na cama. Pensamentos não muito puros me vem a mente fazendo-me corar. Eu só posso estar ficando louca, mal o conheço e isso está muito errado, mas não consigo parar de observá-lo. Em algum momento, provavelmente enquanto eu dormia, ele tirou seu sobretudo, agora usa apenas a camiseta preta, jeans rasgados e coturno. Não sei quanto tempo fico olhando para seus braços fortes, mas preciso de um esforço extra para me recompor quando começa a falar.

— Amélia, não sou eu quem deveria te dizer essas coisas, mas não há outra opção. O mundo... este mundo que você conhece, com pessoas normais, levando vidas normais... fazendo escolhas e usando o famoso "livre arbítrio". — faz um gesto de desdém ao dizê-lo, logo após dá um longo suspiro— Não fui treinado para lidar com esse tipo de... situação.

— Não seja tão cauteloso, apenas fale. —  incentivo-o.

Sua expressão torna-se sombria por um momento, confesso estou bastante tentada a acreditar no que estou prestes a ouvir, mas sinto medo. Quando fala, sua voz é séria... distante.

— Guilhermina... sua avó, não era quem pensa... Ela era... Quer saber? — de repente ele explode — Isso não está dando certo, não sei ser "sensível" — novamente faz aquele gesto de desdém. — Vamos direto ao ponto, o que sabe sobre magia?

— Sei que é uma invenção humana para explicar o desconhecido. —  respondo de forma automática.

—  Errado. Magia é uma força da natureza, como um sexto elemento.

—  Sexto? Que eu saiba são apenas quatro. Terra, fogo, água e ar.

—  Para uma descendente de Guilhermina, você é bem ignorante no que diz respeito as forças ocultas. Sem ofensas. — seus olhos intensos por um instante parecem desnudar minha alma. Desvio o olhar, incomodada. — Explicando a grosso modo, os elementos são terra, fogo, água, ar e duas formas de energia, que vou chamar de luz e sombras para facilitar sua compreensão momentânea. Esses dois últimos estão interligados e são pouco conhecidos do mundo humano, mas acredito que esteja implícito que são dois lados de uma mesma força bastante poderosa, também chamada vulgarmente de magia. Está conseguindo acompanhar?

—  Sim.

—  Continuando... Os humanos, por muito tempo conviveram com estes seres que controlam a magia sem que o equilíbrio fosse quebrado, você já deve ter ouvido falar de bruxas e feiticeiros, não? Pois bem, eles são uma referência simplificada a nossa espécie, mas o que realmente somos, vai muito além da compreensão humana. A muito tempo atrás, aproximadamente em meados da idade média, estes dois lados da magia travavam suas batalhas de forma isolada, não centralizada e os humanos raramente eram afetados, até que uma guerra explodiu. Os líderes dos clãs mais poderosos de ambos os lados da força se uniram para lutar, alguns pela paz, outros pelo poder. No fim, praticamente todos foram exterminados, apenas o rei Vítrion e a rainha Mystic sobreviveram e passaram a guiar e governar seus povos. Eles ainda lutaram por quase uma década antes que uma delicada trégua que se baseia no re-estabelecimento do equilíbrio da vida se estabelecesse entre os reinos.

Alexander parece completamente desolado quando volta a falar.

— A magia usada durante um confronto, é algo completamente diferente de tudo o que você pode imaginar. Apenas um grande poder é capaz de eliminar outro, impactos físicos não nos afetam, mas o mesmo não se aplica aos humanos. Eles são frágeis, quase um terço da população mundial foi dizimada durante o confronto através de doenças e pestes causadas pelos feitiços de batalha e os humanos nem mesmo imaginam que isso possa ter acontecido.

—  A forma como você fala... é como se tivesse vivido tudo isso.

 —  Talvez eu tenha. —  responde enigmático

— Por que eu deveria acreditar em você? —  De repente, quero desesperadamente confiar que o que ele me diz é verdade.

— Não tenho uma resposta para isso.

Minha cabeça da voltas e voltas, mas sempre para no mesmo ponto, não sei o que pensar.

—  O que minha avó tem a ver com tudo isso?

—  Guilhermina era uma Mystic, assim como eu.

—  O que realmente é um mystic?

—  Não sei se você é capaz de compreender.

—  Tente. Apenas tente.

—  Somos seres influenciadores do quinto e sexto elementos, porém enquanto as sombras são a fonte do poder Vítrion, as forças vitais são controladas pelos Mystics. É relativamente simples de compreender, Vítrions e Mystics são como bem e mal. Não me entenda mal, todos matamos, mas os Vítrions matam por prazer, enquanto nós apenas cuidamos do equilíbrio na terra.

—  Estes dois reinos ainda existem?

—  Sim, mas não somente. Ao longo dos anos, batalhas internas quebraram, se é que posso chamar assim, o nosso reino em dois.

—  E onde me encaixo nesta história?

—  Em lugar algum, você não é humana, mas também não é uma de nós.

—  Então o que sou?

— Ao que tudo indica, uma híbrida. Uma anomia que ambos os reinos desejam exterminar.

— Chega. Desculpe, mas está enganado. Olhe para mim. —  fico tímida quando ele realmente o faz — Sou completamente humana.

— Agora olhe você para mim —  seu sorriso travesso me desconcentra —  Não pareço perfeitamente humano? E como explica os cristais de gelo me atacando?

— Não explico, nem você, afinal em sua história maluca ninguém controla os elementos naturais. Só essa besteira de elementos "extras". Aliás, se me dá licença, já perdi tempo suficiente. Vá embora.

— Amélia... Eu não disse tudo.

— Vá.

— Como queira. — Disse irritado e saiu sem ao menos um último olhar.

Ele saiu e fiquei paralisada não sei por quanto tempo, mas acho que depois de alguns minutos acabei adormecendo.

Não sei onde estou, mas parece um bosque. Vejo de longe minha avó, tento chegar até ela, mas é inútil, não consigo sair do lugar. Depois de várias tentativas falhas, me desespero e começo a chorar.

— O que houve, Mel? — Reconheço uma voz masculina, mas não consigo ver seu rosto.

— Esse galho pegou meu pé. — digo em prantos e ele ri.

— Acho que posso dar um jeitinho nisso.

Imediatamente o galho começa a se mover, me libertando, mas um pequeno ramo se enrola em meu tornozelo e minúsculas flores brotam dele. É lindo e corro para mostrar a vovó.

— Vovó, olha que lindo que ele fez para mim.

Ela faz um carinho em meu pé e repreende seu amigo.

— Alexander, já lhe disse várias vezes, não pratique magia perto da Amélia. — Alexander? Como é possível que ele esteja em meu sonho?

— Ela só tem cinco anos, logo se esquecerá. —  responde de forma zombeteira.

— Ela pode acabar contando a alguém.

— Vovó, não brigue com o Álec. Ele é legal. — peço sorrindo.

— É vovó, o Álec é legal. — repete ele enquanto se ajoelha ao meu lado.

— Vocês dois são mesmo incorrigíveis. — repreende-nos sorrindo. — Alexander, venha me ajudar.

Saí para colher algumas amoras ali por perto. Em baixo de um amontoado de folhas, acabo encontrando uma nuvenzinha escura, estico a mão e ela começa a rodar e girar ao seu redor. Como toda criança, grito animada.

— Vovó, VOVÓ. — continuo chamando sem parar.

— Alexander vá olhar o que ela quer. — ouço-a dizer

— Está bem. —  quando se aproximou e viu o que estava em minha mão, seu rosto empalideceu.

— Guilhermina... venha aqui... Agora.

— Vovó olhe o que achei nas flores — interrompo.

— O que foi... — suas palavras se perderam no ar ao passo que sua atenção se voltou completamente para mim — Que lindo Amélia, agora tente colocar no chão e vir para cá. — quis fazer o que a vovó me pediu, mas o manto não quis me soltar, e quando puxei a mão com mais força, ele me mordeu. Aquele negócio tinha dentes afiados e comecei a chorar alto, Álec se aproximou e jogou para longe.

— Ele me mordeu. — minha vozinha infantil era de partir o coração — Está doendo.

— Calma Mel. Ninguém vai mais te machucar, eu estarei sempre com você.

Acordo assustada, completamente ofegante.

— Calma. — digo a mim mesma — Foi só um sonho, não pira —  tento me convencer sem muito sucesso.

Aquilo ficou girando em minha mente pelo resto da noite, o amanhecer levou uma eternidade e nenhum despertador precisou me acordar, porque não consegui voltar a pregar os olhos, fatos novos surgiram e apenas uma ideia martela incessantemente em minha cabeça.

— Preciso vê-lo.


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Notas finais do capítulo

Será que Amélia realmente o encontrará? O que acontecerá nessa busca ?
Fim do capitulo e até o próximo baby's ;)



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