Mystic : O Segredo das Sombras escrita por Glaucia Torres, Tatiane Torres


Capítulo 8
Um ato inesperado.


Notas iniciais do capítulo

Hi Baby's ^^
Antes de falar sobre o capítulo de hoje, quero agradecer a minha leitora mais atenciosa, que sempre está comentando. Thanks TataChenck, continue assim hahaha.
Adoooorooooo receber comentários :D
E agora sim...
Hoje Henrique fará algo inusitado SOCOOOOOORRRRRRROOOOOOOOOO HAHAHA
Tem uma ideia de quê? Aposto que não hahaha... Não me odeiem, please :)
Tenham uma óóóótima leitura com pão de queijo ^^



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Não consegui me concentrar a manhã toda, ele não saiu da minha mente nem por um segundo. As horas se arrastaram e dei graças aos céus quando o último sinal finalmente soou, nem mesmo me despedi da Érika e do Henrique, saí apressada com um destino em mente e nada me atrapalharia.

Caminhar até a clareira levou muito mais tempo que o habitual, eu deveria ter passado em casa ao menos para pegar minha bicicleta, mas o importante é que estou aqui. Passo cuidadosamente por entre os espinhos e corro para o centro, para junto da roseira maior. A sensação de estar aqui é a mesma das vezes anteriores, sinto-me em paz, porém observada.

— Alexander. Preciso falar com você! — grito por ele, mas é em vão.
Depois de uma boa meia hora chamando, perco as esperanças e a paciência. O que eu estava pensando? É claro que ele não está "invisível" me observando. Isso tudo está me deixando louca.

Já de volta a cidade, paro naquele mesmo café de ontem e compro um hambúrguer grande para a viagem, meu estomago está roncando e meu estado de humor está cada vez pior. Não queria ter de esperar até chegar em casa para comer, mas definitivamente não quero fazer minha refeição com aquela garçonete antipática me encarando. Pouco tempo depois de fazer meu pedido, já estava de saída com minha comida.

Por pressa ou talvez ansiedade, acabo optando por cortar caminho pelo parque. Péssima ideia, mal se passaram alguns minutos e de repente fui jogada brutalmente para fora da calçada. Minha sacola voa para longe de mim e xingo antes mesmo de ver quem é.

— Henrique? — digo incrédula ao vê-lo — Você está transformando em hábito jogar minha comida para longe de mim?

—Me desculpe, por favor. Eu estava correndo distraído e você apareceu do nada na minha frente, eu tentei desviar e não consegui. Você está bem? Se machucou? Sua comida? —sua última pergunta confusa me faz rir, é inevitável.

— Vamos por partes. Primeiro, eu não apareci do nada, estava andando pela calçada. Segundo, poderia estar menos espalhada pelo chão. Terceiro, só meu ego. E quarto, sim, minha comida. Tem um hambúrguer maravilhoso me esperando naquela sacola bem al... NÃO. — no exato momento em que apontei, uma pessoa de bicicleta atropelou cruelmente meu lanche.

— Não tem mais. — ele ri e sinto vontade de socá-lo — Desculpe novamente, — diz quase gargalhando — mas você precisa concordar que esta é uma situação bastante inusitada. Venha, deixe-me ajudá-la a levantar.

— Não precisa, prefiro não transformar isso em rotina. — Levanto-me, tirando as folhas daquele maldito uniforme branco e azul e sento-me num banco ali perto.

— Hey, você está mesmo bem? — sua voz soa distante — Amélia? AMÉLIA? — sinto suas mãos agarrarem meus braços e me sacudirem de leve, volto a mim um pouco assustada.

— Oi? — disse meio confusa.

— Você estava voando longe, certo? — a curiosidade se fazendo presente em sua voz.

— Não, estou bem, preciso ir.

— Espera. Eu... eu queria falar com você sobre uma coisa.

— Melhor deixar para outra hora Rick, estou um pouco cansada, preciso ir para casa. — me levanto e dou alguns passos.

— É rápido. — Seus dedos seguram meu braço, fazendo-me virar e encará-lo, fico atônita — Eu não sei por onde começar, mas mesmo te conhecendo a tão poucos dias, parece que é uma vida inteira. Você é tão doce e gentil, não se parece em nada com as outras garotas e acho que há uma grande possibilidade de eu gostar de você, não apenas como um amigo, e sei que se eu não fizer isso agora, talvez não tenha coragem depois. — sem que eu pudesse prever, sua mão livre alcança minha nuca e puxa-me para um beijo, fico momentaneamente sem reação.

Quando me afasto, sinto-me mal por ele. Seu olhar é triste e seus ombros caem um pouco.

— Me desculpe — agora é minha vez de me desculpar — eu... estou confusa.

Saio correndo sem olhar para trás, me sinto a pior pessoa do mundo, mas o que eu poderia fazer? Não dava para simplesmente dizer que ele entendeu tudo errado e que nunca o vi dessa forma. Seria cruel e desnecessário. Se bem que fugir correndo também não foi muito legal da minha parte. Droga, sou uma pessoa horrível.

Entro em casa sentindo-me verdadeiramente terrível. Não só por Henrique, mas por mim e essa vida nova que me foi empurrada goela abaixo. Preciso extravasar isso de alguma forma ou sei que vou explodir, sinto que estou quebrando por dentro e não consigo controlar, bato a porta e em um surto, ataco a socos as almofadas da poltrona muito cara de Lígia. Nunca fiz algo remotamente parecido com isso, não sou assim, ao menos nunca soube que era assim, mas me sinto vazia, meio morta por dentro e esse novo lado está ganhando força. Quando paro, não sei porque, mas um soluço me escapa e quando me dou conta estou ajoelhada no chão, chorando compulsivamente enquanto xingo e abraço uma das almofadas.

— Muito bem. — ouço seus passos e ao contrário da outra vez, não me surpreendo com sua presença.

— Alexander. A quanto tempo está aqui? — não tenho forças para encará-lo.

— O suficiente.

— Então você viu... isso? — faço um gesto com a mão, indicando tudo a meu redor.

— Sim. — sua voz é séria.

— Precisamos conversar.

— Eu sei.

— Mas não comigo assim. — ele entende a que me refiro — Dê-me um minuto.

— Fique a vontade, esperarei aqui.

Respirei fundo, reuni o resto de dignidade que havia em mim e saí da sala, deixando-o sozinho. Já em meu quarto, me sentindo envergonhada e perdida, lavo rapidamente o rosto, os braços e deixo a água gelada me trazer de volta a realidade. A sensação fria é desagradável, preciso de calor e acabo entrando ainda vestida debaixo do chuveiro, me acalmo conforme a água retira o frio de mim e uns bons dez minutos depois, estou pronta para confrontar Alexander.

Descer as escadas não foi fácil, mas preciso saber se meu sonho foi uma peça pregada por meu inconsciente ou uma memória já a muito esquecida. Ele estava exatamente onde disse que estaria, o que me surpreendeu um pouco.

— Agora podemos conversar. — digo assim que ficamos cara a cara.

— O que você quer saber? — sua pergunta me deixa desarmada, sem saber por onde começar.

— Eu... eu não sei como perguntar. — sento-me a seu lado.

— Diga a primeira coisa que vier a mente, a impulsividade nos torna mais honestos.

— Eu tive um sonho e você estava nele. — uma de suas sobrancelhas se levanta de forma acusadora — Não esse tipo de sonho! — quase me engasgo.

— Não disse? Muito mais honesta!

— Posso continuar? — ele faz que sim com a cabeça enquanto reprime o riso — Estávamos com a minha avó em um parque, eu era bem pequena e você era... bem... você! Você estava exatamente como é hoje. Estávamos em um piquenique, eu acho e eu encontrei uma nuvem que no começo era engraçada, mas depois ela tinha uns dentes afiados e me mordeu. Lembro-me de ter chorado e você estava lá.— conforme fui relatando meu sonho, ele foi ficando mais e mais sombrio — Não sei o que foi aquilo, não sei se foi real, mas você sim. Alexander, o que eu não sei?


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Notas finais do capítulo

NOOOOOOOOOOSSSSSSSAAAAAAAAAAAAAA
Que dúvida horrível hahahaha...
Loucos pelo próximo capítulo?
Espero que sim ;)
Até loguinho ^^



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